terça-feira, 30 de março de 2021


Adultos procura ser uma sátira à vida adulta na atualidade, protagonizado por Jenny, uma mulher de 35 anos que se sente completamente perdida, mal resolvida com o término da sua relação, pressionada a encontrar casa própria e formar uma família, num emprego precário. Jenny é também completamente imatura, não sabe nutrir as suas amizades, é um pouco inconsequente e absolutamente viciada no Instagram.
 
Existem alguns pontos de destaque para esta obra: foi um dos primeiros livros em que senti que a autora realmente retratou o vício numa rede social de uma forma realista e transparente, sem linguagem ou dinâmicas forçadas — típicas de quem tenta passar uma superioridade moral sobre um tópico que não domina. Este fator, aliado a um humor muito negro e a um tema pertinente (o não estar totalmente resolvido depois dos 30, um patamar que é claramente associado a uma clarividência de ser, estar e fazer), tornam o livro numa premissa fresca, original e muito interessante. 

No entanto, a execução deste plano tem um desfecho diferente. O livro acaba por ser altamente superficial em outros aspetos, e a própria mentalidade de Jenny acabam por ser uma leitura exaustiva. Dei por mim, muitas vezes a 1. ler o livro muito depressa para que a agonia terminasse e 2. a ter de fazer muitas paragens porque a espiral de pensamento de Jenny é esgotante. Não acho forçada, pelo contrário: acho que milhares de pessoas pensam como ela e esse retrato, embora seja muito difícil de ler, é essencial para que se perceba que muitos jovens vão caminhar para uma dinâmica parecida com a de Jenny. 

Terminei a leitura um pouco dividida: os elementos e a narrativa estão muito bem pensados mas a história em si é muito vazia. Acredito que isso também seja uma estratégia da autora, mas acabou por prejudicar a minha perceção global do livro. Não o achei extraordinário.

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Bertrand

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segunda-feira, 29 de março de 2021



Aproveitei a programação especial Studio Ghibli, da RTP2, para me estrear n’O Mundo Secreto de Arrietty, sobre a protagonista do mesmo nome que é um ser humano minúsculo a viver secretamente com a sua família por baixo de uma casa em Tóquio. Como em quase todos os filmes deste estúdio, tem uma história envolvente e que fala de uma forma muito subtil, mas especial, sobre a morte e a amizade, e a importância de seguirmos em frente de cabeça erguida. É um filme incrível. 

Esta curta de animação para adultos é um soco no estômago. Não subestimem os 10 minutos de duração. Aborda, essencialmente o luto e o processo duro, muitas vezes cruel, que envolve a perda de uma pessoa que amamos — principalmente quando nos deixa inesperadamente e de uma forma tão desconcertante. É um tema muito sensível e melancólico, mas está representado com muito tato e é inevitável sentirmos empatia pelas personagens. Tem um final forte, desenhado ao pormenor para que nunca nos esqueçamos que, além da morte, há também um tema urgente a ficar presente na nossa memória (e na agenda política). 

Vencedor do Óscar de Melhor Atriz, A Favorita conta a história da intrigante relação entre a rainha Anne e a duquesa de Marlborough que se vê abalada com a chegada de uma nova aia que parece ganhar a preferência da rainha. Além da prestação sublime das atrizes, da fotografia e do guarda-roupa de sonho, gostei imenso de conhecer esta interpretação da história porque, de facto, estas três mulheres são figuras muito interessantes na História do Reino Unido e cada uma tem um percurso e legado individual muito rico. É curioso vê-las, assim, reunidas e interligadas, quase que oferecendo um paralelismo à sua história principal. Recomendo imenso! 

Este original da Netflix, nomeado para os Oscars, reproduz o julgamento verídico de 7 arguidos suspeitos por conspiração e incitação à violência durante uma manifestação contra a guerra do Vietname. Houve vários aspetos que me fizeram gostar bastante deste filme, sendo que o principal é que 90% do filme decorre no interior de um tribunal, ou seja, num só cenário. Este tipo de dinâmica, normalmente, necessita de uma fotografia excelente e de bons diálogos, que nos distraiam do facto de que estamos a assistir a um filme com pouca mudança de ambiente. E The Trial of the Chicago 7 consegue cumpri-lo com mestria. Tem uma narrativa muito simpática de acompanhar e realmente envolve os espetadores, deixando-nos investidos na história. Tem um foco essencial no racismo e na opressão velada pelo sistema, dois aspetos retratados no filme de uma forma desconcertante e que nos deixa inconformados. Por outro lado, tem um toque de humor muito sofisticado, que traz uma frescura à história e uma nova dinâmica. No final, confesso que me surpreendi bastante com a média de idades dos soldados que foram combater para o Vietname. Uma grande ignorância da minha parte — especialmente porque gosto de me intitular como uma amante fervorosa de História — mas não tinha, de todo, perceção de que os 19-20 anos eram a média de idades destes soldados e fiquei muito sensibilizada. É um filme que paira nas nossas reflexões muito depois de ter terminado e que nos dá vontade de vocalizar tudo o que aconteceu, só para processar. Tem uma mensagem clara, política e muito atual. 

Este foi um dos meus filmes preferidos deste mês. Protagonizado por Tom Holland, Cherry conta a história de um jovem que — num total desgosto de amor — segue a carreira militar e, depois de experiências verdadeiramente traumáticas no Iraque, regressa para uma vida praticamente destruída e à mercê da droga. Não é uma premissa original e, contado desta forma, quase que nos dá a entender que será mais um filme sobre o tópico de sempre, e até confuso pela mescla de temas. No entanto, acho que é precisamente a prestação do elenco e o próprio script do filme que demonstram que às vezes não precisamos de histórias inusitadas, apenas de contá-las através de novos ângulos. Todo o filme está dividido por partes e essa estrutura, combinada com a fotografia sublime, o jogo de luzes e a quebra da terceira barreira pelo protagonista, fazem de Cherry um filme muito interessante, muito artístico, mas também muito acessível. É um soco no estômago e o final — que me surpreendeu bastante pela positiva — deixa o público confortável para retirar desta produção interpretações diferentes. Será quase inato pensar que Cherry é um filme altamente crítico da glorificação militar (e é), mas retirei também a ideia de que expõe muito o quanto estes veteranos ficam desprotegidos depois de passarem por um inferno, e no quanto um sistema prisional (embora punitivo) consegue oferecer mais apoio do que uma vítima em liberdade a pedir ajuda — uma conclusão que também não é novidade. Em conclusão, não é um filme superficial, de todo, e desperta a vontade de conversar sobre o que acabámos de assistir num ecrã.

Já assistiram a algum destes filmes? Qual foi o vosso filme preferido de março?

domingo, 28 de março de 2021


Aproveitei o infortúnio de o meu protetor solar de rosto estar esgotado para dar uma oportunidade e testar um dos mais populares e adorados de sempre: o ISDIN Fusion Water. Já disponível em inúmeras variantes — até com cor, como um BB Cream — comprei a versão original (sem cor). O Fusion Water é um protetor solar à base de água que se compromete a proteger a pele do rosto com SPF 50 e sem deixar a pele oleosa. 

Estou conquistada desde a primeira utilização. A fórmula é muito leve e conseguimos espalhar de forma fluída. A absorção é praticamente imediata e não deixa quaisquer resquícios na pele — completamente invisível e perfeito para quem quer tratar da maquilhagem, já que não têm de esperar. 

Não deixa a pele brilhante, não irrita os olhos, tem uma boa resistência à água — embora eu não corra riscos e passe sempre uma camada extra — e realmente protege o rosto. Desde que o uso, não apanhei qualquer escaldão no rosto ou vermelhidão. É também o creme que utilizo quando passo protetor solar no rosto do João, já que não é incomodativo nem gorduroso, à prova de miúdos. 

O cheirinho é absolutamente divinal e, embora a embalagem seja pequena e não seja um protetor barato, acho que vale cada cêntimo. Não é necessário muito produto para cobrir todo o rosto e o tamanho pequeno é ideal para o levar comigo na bolsa e para viagens. 

Costumo aproveitar as promoções da Primor para o adquirir a um preço mais simpático para a carteira. Uso todos os dias, uma rotina que também recomendo que adotem, não importa a cor da vossa pele (até no inverno!) mas, como os dias quentes estão a chegar, achei que agora era a altura perfeita para recomendar este produto, caso estejam à procura do protetor solar de rosto perfeito. O meu novo favorito!

sexta-feira, 26 de março de 2021


Um soldado armado invade um avião comercial e provoca o pânico de todos os passageiros ao ordenar que o avião descole o mais depressa possível. O destino? Oeste, na tentativa de fugir do Sol que, por razões inexplicáveis, está a causar a morte da população.

É desta forma emocionante e muito dramática que Into The Night se apresenta, a primeira série belga da Netflix que conta com esta premissa inusitada, mas curiosa, onde os passageiros fogem rumo à noite para fugir do amanhecer. 

Ainda só tem uma temporada — embora a segunda já esteja confirmada — e conta com seis episódios, sempre a um ritmo alucinante. Tirando a própria premissa (já por si muito excêntrica), a própria série apresenta algumas incongruências técnicas mas, no geral, é a escolha perfeita para assistir uma história que nos prende, tem um ritmo bom e entretém. Estou ansiosa pela chegada da segunda temporada!

quarta-feira, 24 de março de 2021


Viver a experiência de ter uma penpal em plena Era digital é quase como um regressar às raízes e ter a devida desforra depois de o clube de inglês ter encerrado no ano em que entrei na minha escola básica — onde a dinâmica dos penpals era realizada. 

Começou de uma forma natural e inesperada, mas já aguardo ansiosamente pela minha vez de preparar a correspondência. Fazemo-lo com imenso primor e carinho; sem que o esperássemos, ambas gostamos de esmerar-nos no letterting das cartas, de enviar pequenos miminhos — stickers, cards, objetos minimamente lisos e não perecíveis que possam chegar intactos na correspondência. Trocamos livros, reflexões (a mesma idade e algumas experiências em comum ajudam no processo) e algumas das melhores coisas dos nossos países. 

O digital potenciou esta experiência mas esta não é a nossa via preferencial de comunicação. Há muito que o correio não só simboliza encomendas e contas, mas também o mergulhar noutra cultura e universo que nos aproxima através do inglês que privilegiamos no papel (com algumas palavras-mãe que já somos capazes de partilhar uma com a outra). 

É uma atividade rejuvenescedora, onde reservo o planeamento da minha carta com calma e capricho em todos os elementos, até no envelope. Numa época onde as nossas casas são fronteiras, onde o único mundo que posso conhecer e desbravar é através das histórias, fotografias e memórias, e onde as nossas pontes sociais estão atrás de aplicações, não há nada mais libertador do que ter uma folha de papel nas mãos onde tudo começa com um ‘Dear...

segunda-feira, 22 de março de 2021


Acredito que a geração dos anos 80 e 90 entenderá perfeitamente quando digo que o filme Matilda fez parte da nossa infância e do repertório audiovisual que consumimos na época. A criança prodígio com poderes extraordinários fez parte do nosso imaginário e eu demorei algum tempo a descobrir que, na verdade, esta é uma adaptação do livro original de Roald Dahl. 

Este também não é um autor desconhecido por vós, já que fez nascer não só Matilda mas outras histórias especiais e que fazem parte das nossas memórias, como Charlie e a Fábrica de Chocolate — e já partilhei uma curiosidade muito gira sobre esta história aqui. Cada vez que leio Roald Dahl, aumento a minha convicção de que é um escritor infantil que não escreve para crianças. Embora as suas narrativas e diálogos sejam muito simples e acessíveis — perfeitos para os mais pequenos — encontramos nas entrelinhas uma série de mensagens claramente direcionadas para os adultos e, por mais incrível que pareça, termino sempre uma leitura dele a refletir (nem sempre sobre o tema principal do livro mas as tais entrelinhas que vai oferecendo aos leitores mais maduros). 

Em Matilda, não houve exceções; a história é muito semelhante à adaptação em filme, embora com alguns detalhes mais explorados e que alimentam a sensação de nostalgia. Para quem desconhece a história, Matilda conta a história da menina que protagoniza o título, dotada de capacidades cognitivas extraordinárias e altamente negligenciada pelos seus pais. É na escola que a criança explora todo o seu potencial, mas a instituição é chefiada por uma insuportável diretora que testa a força capilar dos miúdos — e a sua saciedade com bolos de chocolate!

É uma história simples que fala sobre parentalidade, feminismo, amor e coragem de uma forma suave, adequada para os leitores-alvo e muito inspiradora para as crianças. É um livro reconfortante e muito agradável de ler, perfeito para um domingo leve e para darem play logo de seguida no filme — que está no Disney+.

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Bertrand

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sexta-feira, 19 de março de 2021


Psiquiatria, cultura do cancelamento e tendências (ou o fim delas). Entrego, assim, os três temas principais desta edição do Ouviste Isto? Que me fizeram companhia nas últimas corridas e abriram a mente. Despertei a vossa curiosidade?

quarta-feira, 17 de março de 2021


Ver a Belka a dormir • Terminar um livro muito bom • Perder a noção do tempo a pesquisar temas que me inspiram • Sensação de hygge • A manhã de partida para viajar • Fazer chá • Receber flores • Cheiro a livro • O perfume dele na minha roupa • Acordar restabelecida • Amanhecer • Mergulho de mar • Passear no campo • O banho depois de um dia de praia • Almoços na varanda • As horas de sexta-feira entre o fim do trabalho e o começo do fim de semana • Sopa da avó • Gargalhadas com amigos • Andar de canoa num leito deserto • Quando o apanho a olhar embevecido para mim • Outubros • Cheiro a protetor solar • Croissants do pão da vila • Ouvir ou ler uma coisa e sentir que pegaram nos meus pensamentos e conceptualizaram tudo • Música, todos os géneros • Memórias felizes de viagem • Abraços • A sensação de entusiasmo • Sábados de manhã • Encontrarmo-nos com pessoas que estão tão contentes por nos ver quanto nós por as vermos • Ver paisagens encantadoras e fingir que fazemos eternamente parte delas • Aquelas músicas e séries efémeras mas que nos deixam em alto astral no momento • Criar algo que nos faz sentir orgulhosos • Quando consigo ouvir o sorriso na voz da pessoa • Pipocas de cinema • Amar e ser amado.

segunda-feira, 15 de março de 2021


O neuromarketing é uma área que me fascina imenso, especialmente porque combina duas grandes áreas do meu interesse — neurociência e marketing —, mas também porque sinto que, para mim, funcionou como uma via de transição, já que passei da atuação clínica e investigação na área de neurologia para o marketing. É um mundo em que me sinto muito confortável. 

O Brainfluence surgiu como recomendação e referência de um outro livro que li e, embora no universo do marketing já o possamos considerar um livro datado (com dez anos), foi importante para mim no sentido em que conceptualizou ideias e perceções empíricas de forma sustentada e científica. 

Nesta edição, Roger Dooley explora de que forma é que determinadas estratégias, palavras, imagens ou caracteres operam no nosso cérebro e influenciam ou até determinam uma decisão. O marketing pode não ser uma ciência exata mas o comportamento humano é muito previsível e, quando estudado, podemos retirar insights muito interessantes para antecipar qual será a reação do consumidor a um produto, serviço ou campanha. 

Foi uma leitura muito interessante e rica, que me preparou para navegar em estudos e conteúdos mais recentes. É um livro técnico mas, tendo em conta que somos todos um produto ou um consumidor, acho que vale a pena a leitura para percecionarem, de uma forma objetiva, as diferentes abordagens que influenciam as vossas escolhas no quotidiano (mais vezes do que imaginam).

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Bertrand

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quarta-feira, 10 de março de 2021


Esta é uma série que está longe de ser o tipo de conteúdo que habitualmente consumo mas a premissa é tão interessante que me influenciou a carregar no play. Messiah conta-nos a história de uma agente da CIA que inicia um processo de investigação depois de uma figura misteriosa começar a ganhar popularidade e iniciar um movimento espiritual que provoca instabilidade política. Em todo o mundo, as opiniões dividem-se: se uns acreditam que esta é uma pessoa perigosa e com uma agenda nociva escondida, outros creem que Messias finalmente regressou à Terra. 

Com apenas uma temporada e 10 episódios de narrativa muito lenta, Messiah reúne alguns fatores que eu acho muito pertinentes, como o enquadramento desta história na atualidade, com o poder das redes sociais e opinion makers, mas também por levantar questões que nos colocam a refletir durante muito tempo depois do episódio ter terminado. Não dá para ficar indiferente a esta produção muito bem feita: ou despertará o vosso interesse ou tumulto, e talvez seja essa a razão — e outras questões de cariz político e espiritual — para a série ter gerado tanta polémica no Médio-Oriente. 

Estamos constantemente a tentar decifrar se esta pessoa é uma fraude ou um homem enviado por Deus, e cada episódio influencia a nossa intuição de uma forma muito estratégica e bem conseguida. Recomendo muito.

segunda-feira, 8 de março de 2021


Já o tinha referido aqui que a minha introdução à escrita de Miguel Esteves Cardoso foi tardia mas não menos especial por isso. Uma das coisas que mais gosto quando leio é identificar a assinatura dos autores, um traço inimitável que desvenda quem escreveu aquele texto sem sombra de dúvida, e o MEC (como é carinhosamente apelidado) tem esse poder que é cada vez mais raro: ler um livro dele, ou uma crónica, é como ouvir. Não sei ler MEC sem o ouvir em cada palavra.

As 100 melhores crónicas é uma celebração do vasto e notório repertório do autor com a eleição das crónicas mais memoráveis para o editor, entre as milhares publicadas em livro, entre os anos 80 e 2019. 

O livro reflete a variedade de temas que MEC escreve com tanta mestria, alguns muito cómicos, outros que instigam a reflexão, mas sempre com o humor acutilante, inteligência, entusiasmo e inquietação a que o autor já nos habituou — e com o qual nem sempre concordo, mas que me diverte e abre a mente. O comportamento humano, retratos de Portugal, tradições e até a dissecação das emoções está presente nesta edição que me parece a sugestão perfeita para quem quer introduzir-se à leitura de Miguel Esteves Cardoso — que melhor forma de começar que não um best of? —, mas também para quem quer uma compilação do que de melhor foi escrito por uma das figuras públicas mais carismáticas e interessantes que o nosso país já conheceu.

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Bertrand

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sexta-feira, 5 de março de 2021


Cards Against Humanity 
O predileto e o mais controverso. Funcional para grupos de várias dimensões e com um humor negro irresistível, o Cards Against Humanity é o jogo perfeito para descobrir quem é o vosso amigo mais maquiavélico. A partir de uma carta de pergunta retirada do deck, devem escolher a melhor resposta entre as cartas de resposta disponíveis na vossa mão. A melhor resposta (ou, sendo mais rigorosa, a pior!) ganha o ponto. Impossível terminar este jogo sem rir. 

Sushi Go 
Provavelmente um dos jogos de cartas mais amorosos (e baratinhos!) do mercado. Funcionando através de um sistema de pontos, o objetivo é criar a melhor combinação de sushi possível e, assim, conquistar a maior pontuação. Cada jogador recebe uma mão de 10 cartas e escolhe a peça que quer que pertença à sua combinação. Depois... trocam de mão! E assim sucessivamente até já não restar nenhuma carta da mão. Com jogadas rápidas e uma duração de jogo de três rondas, nada está garantido e cada nova mão pode vir com uma surpresa venenosa! É um jogo mais exigente para os mais pequeninos mas uma boa opção para um grupo de amigos que não quer um jogo de cartas que provoque ansiedade. E é super portátil. 

UNO 
O clássico dos clássicos, destruidor de amizades. Acho que não conheço ninguém que não tenha as suas próprias regras para jogar UNO. É o meu go to para a praia e, por mais anos que passem, não deixa de ser a opção certeira e democrática, já que todos conhecem o jogo. Também gosto da versão UNO Flip!, uma alternativa mais diabólica! 

Pick Your Poison 
Fãs dos desafios de ‘preferias X ou Y?’ têm de ter este jogo. Fácil de transportar para qualquer lugar, é o protagonista perfeito de um encontro entre amigos, uma viagem de grupo ou um jantar animado. Há opções muito questionáveis mas essa é a magia do jogo: perder mais tempo a idealizar cada cenário do que, efetivamente, a escolher. 

Speed Jungle 
Impróprio para cardíacos, perfeito para grupos pequenos — e até para duas pessoas! O baralho é dividido em partes iguais e cada jogador deve revelar uma carta ao mesmo tempo. Todas as cartas são compostas por símbolos coloridos diferentes, mas se dois ou mais jogadores apresentarem cartas com o mesmo formato (mesmo que cores diferentes) devem disputar para ver quem agarra primeiro no totem! Cartas especiais alteram estas regras, levando a que todos disputem o totem ou que procurem por símbolos da mesma cor (e não formato). Desimpeçam tudo ao vosso redor e não joguem com amigos com unhas de gel. 

Double 
Tenho um amor inexplicável por este jogo, que gosto de definir como um filho do UNO com o Monopólio. Todas as cartas estão repletas de figuras e o objetivo é identificar figuras iguais em cartas diferentes. O vosso primeiro instinto será dizer que as cartas são todas diferentes mas um pouco de atenção vai provar que todas — todas! — têm uma imagem em comum. Com cinco formas diferentes de jogar, preparem-se para perder amigos, esquecerem-se do nome de coisas tão triviais como ‘gelo’ e para perderem as cordas vocais. É um jogo portátil, excelente para grupos grandes (mas com opções de jogo que também funcionam para duas pessoas) e para jogar com crianças, já que as regras e a premissa do jogo são simples. Recentemente, adquiri a versão do Harry Potter e tenho amado!

Também podem encontrar os meus jogos de tabuleiro preferidos aqui! Quais são os vossos jogos de cartas prediletos?

quarta-feira, 3 de março de 2021


Robin S. Sharma ficou na memória e coração do mundo inteiro através deste best-seller que muitos prometem ser um livro transformador. O Monge que Vendeu o Seu Ferrari apresenta-nos Julian Mantle, um ex-advogado, colega de profissão de Robin, que vivia uma vida de excessos e excentricidade, pautada pela obsessão pelo trabalho. Depois de um episódio decisivo na sua vida, Julian desaparece da vista dos seus colegas e Robin volta a encontrá-lo em circunstâncias que jamais imaginaria: monge, rejuvenescido e vivendo uma vida simples e humilde. O autor compromete-se, assim, em partilhar a conversa em que Julian revelou todo o seu percurso e as aprendizagens para a vida que retirou depois de uma transformação absoluta no seu modo de viver. 

Embora de narrativa muito simples, agradável e de fácil ritmo de leitura, não posso dizer que tenha terminado este livro arrebatada ou juntando-me aos demais que consideram ‘o livro da sua vida’. Com lições e analogias pertinentes, há um certo conforto no lugar comum mascarado de filosofia oriental que me soube a pouco (para não dizer a desejar). Em nenhum momento senti que este livro era autêntico: os timings do diálogo e o desencadeamento da conversa parecem oportunistas, e a regularidade com que o autor admite não compreender premissas simples para servir de gancho ao desenvolvimento da ideia traz uma sensação de imbecilidade e não de oportunidade. 
 
Não há absolutamente nada de incorreto nas partilhas do monge. São, aliás, muito importantes de adaptar ao nosso quotidiano e de as mantermos sempre presentes. Mas também não são surpreendentes — embora as analogias sejam originais. Não foi uma extraordinária surpresa mas não desaconselho a leitura. Recomendo a gestão de expectativas.

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Bertrand

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segunda-feira, 1 de março de 2021


Creio que falo por todos quando digo que o Sol de fevereiro nos salvou depois de dias incessantes de chuva — climáticos e mentais. Os primeiros raios de Sol anunciam o aproximar da primavera e de momentos melhores. Este mês, os destaques são poucos, mas muito bons. Fazemos o balanço juntos?

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P.S: HÁ SEMPRE BOAS NOTÍCIAS AO VIRAR DA ESQUINA
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