quarta-feira, 2 de outubro de 2024


Setembro tomou o seu tempo para chegar e se despedir, dando espaço para que pudesse viver os últimos cartuchos do verão e saborear deliciosamente a chegada gradual do outono. É o que me agrada em setembro: ainda tem areia da praia e os primeiros casacos, uma agenda de planos estivais e momentos de acolhimento em casa, a finalização das leituras pop e a entrada nos livros mais densos.

Para mim, simbolizou reencontros com amigos, um casamento, aniversários especiais e muito, muito planeamento, com algumas saídas da zona de conforto. Ainda bem que foi num dos meses onde, curiosamente, me sinto mais confortável. 

domingo, 29 de setembro de 2024

the sound of music (1965)
1. Música com muitas cordas
2. Porta-chaves coloridos e carismáticos
3. Livros com uma prosa poética e que tomam o seu tempo para transmitir uma ideia
4. Sair do mar e já sentir o calor
5. Escrever com caneta preta de ponta grossa
6. Copos largos e pesados
7. Os folhetos do LIDL
8. Qualquer coisa em azul klein
9. Registar as tarefas à mão e os compromissos no calendário digital
10. Camarões numa esplanada
11. Plantas com folhas grandes e flores cor de rosa
12. Óculos de massa claros
13. Filmes com muito diálogo e pouca ação
14. Letras sem serifa
15. Fotografias de photoautomat
16. Dias quentes de primavera
17. Qualquer coisa do Snoopy
18. Nadar na piscina de manhã
19. Edições da New Yorker
20. A intro de Dreams dos The Cranberries
21. Salames de chocolate com mais bolacha do que chocolate
22. Não precisar de casaco à noite
23. Lugares arrumados.
24. Pinturas de ballet

como me sinto a atualizar as notas do meu telemóvel (source)
Reading...
Os vídeo essays não são um gosto recente, mas adoro que estejam en vogue e que espoletem projetos como a newsletter The Deep Dive, que envia semanalmente recomendações de vídeo essays para assistirmos. Os tópicos são tão variados quanto o menu da internet pode oferecer - há edições que me passam ao lado por completo e outras em que acrescento mais uns quantos vídeos à lista infindável de to watch.

Eating...
Os camarões do Pomme Eatery. Já os tinha recomendado no ano passado, quando os partilhei com a Daniela, e renovei os votos neste regresso. Tenrinhos, muito bem temperados e uma delícia para dividir ou para aproveitar todos, sem sobrar para ninguém!

Playing...
Uma playlist que me transporta sempre para os salões dos golden years. Acho que é esta a magia da música: cria uma nostalgia de algo que nunca se viveu - e de uma época que talvez nem gostasse assim tanto de viver, na verdade. Destes 'anos dourados', guardo a música, o cinema, o design gráfico e alguns pormenores do guarda-roupa que adapto para a vida de agora (mais dourada e à minha medida), e é precisamente nessa harmonia que combino esta coleção de canções e épocas: clássicos do jazz e big band que escuto enquanto danço na cozinha, finalizo tarefas ou quando quero começar a manhã com o tom certo.

Obsessing...
Não vos consigo explicar o acolhimento, nostalgia, conforto que sinto cada vez que ligo estas televisões - uso imenso como som de background para trabalhar, mas admito que mais do que uma vez fiquei genuinamente siderada a acompanhar um programa ou anúncio.

Recommending...
Um dos meus podcasts preferidos regressou para uma 2ª temporada e tem sido o bálsamo das minhas segundas-feiras: todas as semanas, no Encontro com a Beleza, o maestro Martim Sousa Tavares escolhe um tema relacionado com música clássica e descontrói a obra ou o/a seu/sua compositor/a para aproximar o público deste género tão elitizado e, por vezes, incompreendido. Os episódios são curtinhos (com muita pena minha), mas é garantido que terminamo-los sempre mais ricos e que o Martim tem uma curadoria surpreendente e refrescante.

Treating...
Experimentei pela primeira vez fazer limitação de screen time depois de ler esta edição da newsletter Litulla. Adaptei os tempos e limites para a minha rotina e, verdade seja dita, o resultado no final da semana nunca é realista porque tenho um outro telemóvel de trabalho a que faço uso para a gestão de redes dos meus clientes, mas a nível pessoal está a ter resultados surpreendentemente positivos. Não entrei para esta experimentação com muita fé, mas tenho cumprido com as limitações a que me propus - nunca faço skip à 'barreira'! - e a verdade é que traz bons resultados. Obrigada pelo empurrão indireto, Marta!
Giselle (um dos meus bailados preferidos), Act II, Alicia Marcova

domingo, 22 de setembro de 2024

para mim, ele sempre foi outono e ela verão (source)

O outono é a sexta-feira do meu ano, a estação onde me sinto mais livre para ceder ao que me apetece sem a pressão estival de ter a agenda cheia nem a melancolia do inverno que me faz ter saudades dos planos ao sol. 

quarta-feira, 18 de setembro de 2024


Língua | A Bélgica tem três línguas oficiais: francês, flamengo e alemão. Têm por onde escolher! 

Batatas fritas | ex-libris do país. Diz-se que foi aqui que as batatas fritas como as conhecemos foram inventadas, mas devo confessar que não foi uma experiência particularmente excecional. Achei-as francamente banais e a maioria dos locais icónicos servia meras batata fritas congeladas. Recomendo que giram as expectativas.

Escapadinha | Se têm poucos dias de férias para dispensar, as 3 cidades mais populares (Bruxelas – Gante – Bruges) são facilmente visitáveis num fim de semana prolongado. Irão ver tudo noutra velocidade, mas é perfeitamente fazível.  

Cerveja | Se são apreciadores da bebida, o difícil será escolher: existem mais de 600 variedades de cerveja e mais de 400 cervejeiras para experimentar (preferencialmente, não todas na mesma viagem…).

Aeroporto | Para chegarem a Bruxelas, têm dois aeroportos possíveis: Zaventem e Charleroi. O Charleroi é substancialmente mais longe da cidade, pelo que vão ter de considerar o tempo de transporte até à cidade em si. Já Zaventem tem ligação direta com o metro e facilita as deslocações, mas não o achei seguro à noite. Se vão viajar e são um grupo de mulheres ou estão a solo, passem o mais rapidamente possível pelo TSA e tenham cuidado. 

Evitar os fins de semana | Se têm no vosso roteiro o plano de visitar Gante ou Bruges, evitem apontar a visita dessas cidades para o fim de semana. São cidades pequenas e facilmente lotadas nesses dias, o que pode prejudicar um pouco a experiência e beleza do lugar. 

McDonalds, onde estás? | Sabiam que a Bélgica é o lugar no mundo (desenvolvido) com menos McDonalds per capita? Em contrapartida, é o país com mais castelos por m2 no mundo (parece-me justo). 

Capital da União Europeia | Como sabemos, Bruxelas é considerada a capital não-oficial da União Europeia, uma vez que abriga a sede da Comissão Europeia, do Conselho da EU e uma parte do Parlamento Europeu. 

Waffles | É impossível pensar na Bélgica sem sonhar com as famosas waffles! Existem dois tipos tradicionais de waffles na Bélgica: a de Bruxelas (tipicamente retangular e com uma textura mais leve e neutra) e a de Liège (geralmente arredondada, mais densa e doce porque leva uma cobertura melada – na minha opinião, nem sequer necessita de topping). 

Comboios | É o meio de transporte ideal para circularem pelas várias cidades. Os preços são relativamente acessíveis, os horários são variados e confiáveis e chegam rápida e comodamente a cada destino. 

O Big Bang do Big Bang | Sabiam que o Big Bang foi uma teoria que nasceu na Bélgica? Georges Lemaitre – o padre e físico que avançou com esta teoria – estudou e trabalhou praticamente toda a sua vida na Bélgica. É recorrente associar-se esta teoria ao Hubble, mas Lemaitre já tinha publicado esta teoria dois anos antes. 

Os caldos | Se quiserem ir um pouco além das batatas fritas e waffles, os estufados de carne e caldos de peixe são também bastante típicos e fáceis de encontrar. Duas propostas bem densas, mas que combinam com o clima frio e chuvoso da região. 

Dragões e picardias | Gante e Bruges têm uma picardia regional; caso visitem Gante, irão reparar que existem vários dragões dourados, mas este é um símbolo roubado a Bruges. A verdade é que o dragão também não era originário desta última cidade, já que se acredita que também foi roubado à Constantinopla. Se isto não resume bem a antiga Europa! 

As janelas | Se observarem as casinhas típicas, irão observar que as janelas têm algo muito peculiar - e único no país. As do rés-do chão são sempre maiores, seguidas de umas médias no primeiro piso e, no topo, as mais pequenas. Este rácio acontecia porque o rés-do-chão raramente era utilizado para viver/morar (nem o era aconselhável por causa das cheias). Normalmente, era o lugar de encontro para festas e jantares, pelo que as janelas maiores serviam o propósito de matar a curiosidade de quem estivesse de fora a observar.

Os telhados em degrau | As fachadas com telhados em degrau são bem típicas na Bélgica (e noutros países da Europa, como a Holanda, pex). Na verdade, não tinham grande utilidade. Era mais barato fazer um telhado a direito, por isso, recorrer à técnica em degrau demonstrava poder económico. Quantos mais degraus, maior a riqueza.

Prontos para embarcar até à Bélgica?

sexta-feira, 6 de setembro de 2024


Cresci numa casa que não conta histórias no frigorífico. A conveniência e elegância do design de eletrodomésticos embutidos tirou toda a possibilidade e graça de afixar qualquer coisa. Não tive o meu horário da escola, o nº da pizzaria preferida, ímanes, recados, a lista das compras, nem sequer um daqueles cartões de visita magnéticos sobre um serviço a que nunca recorremos porque nunca o vimos como algo além da utilidade de ser só um íman.

O meu frigorífico só tinha conteúdo no seu interior e muitos dirão que é para isso que serve e basta. Tal como as pessoas, é o seu interior que nos alimenta. Mas se há característica inerente à humanidade é a nossa capacidade de dar mais do que um sentido a qualquer coisa. Frigoríficos tornam-se, assim, pequenas pistas de memórias e auxiliares do que importa no quotidiano. O que escolhemos afixar nas suas portas - quando podemos - pode dizer muito sobre quem somos, mesmo quando achamos que o seu inventário é casual. 

O mundo pode caber no frigorífico. Uma compilação dos ímanes de lugares onde fomos ou de onde as pessoas pensaram em nós. Os postais enchem os olhos. Os talões de desconto que ainda não perderam a validade estão de passagem. Existem horários para não perder nenhuma aula e os números de emergência para quando abrirmos a porta e tudo parecer vazio. 

Encontramos o que não podemos esquecer ("comprar o leite") e o que não queremos esquecer (a polaroid de um jantar de amigos). Uma receita vive na incerteza se alguma vez sairá daquela porta para pousar na bancada enquanto é preparada. As palavras que escolhemos formar com as letras-íman que sobram e a criatividade de formar sempre qualquer coisa. Os desenhos dos miúdos. Um panfleto que serve como promessa de que um dia vão aderir ao serviço. 

Estará apenas o essencial ou o que vai para a porta é um compromisso vitalício? Conseguiria escolher um destino antes de um ingrediente? O que fica à vista é observado ou esquecido com o passar dos tempos? A curadoria é rigorosa - só fica o que é importante - ou um escape para o que não se sabe onde guardar? E quem não tem nada - mas podendo ter o que quiser: o que nos diz esse minimalismo? 

Num frigorífico, pode ver-se o núcleo de quem vive na casa. Do que se nutre e recorda, do que preserva no seu dia a dia, as suas preferências de restaurante, supermercado, tipos de férias e pessoas.

É curioso que tenhamos a capacidade - e a vontade - de encontrar qualquer pretexto, em qualquer espaço, para o tornar mais nosso, com mais pistas sobre quem somos, onde estivemos, o que fazemos, o que mais recordamos. As molduras, quadros, livros, telemóvel, aplicações e contactos não bastam.

A não ser que tenham um frigorífico embutido. Nesse caso, escreverão sobre as portas de frigorífico dos outros, com todo o descaramento.
não puxem muito por mim para falar de mais eletrodomésticos
Reading...
Mantendo-me fiel ao tema, este artigo explora como é que a chegada dos frigoríficos - e da refrigeração em geral - alterou as nossas perceções de sabor e até tornou possível certas receitas e comidas. Um pouco impensável imaginar que, sem refrigeração, não existiam sobras nem hambúrgueres, não?

Eating...
Poutine. Bom, no tempo passado, mas comi todo o poutine que pude enquanto estive no Canadá, sem medo de ser feliz nem de disparar o colesterol. Um prato típico canadiano composto por batatas fritas - embora exista quem asse a batata em pequenos cubos para uma opção um pouco mais 'saudável' -, cheese curds (que a tradução preguiçosa remete para requeijão, mas não é. Está mais parecido com as bolinhas de mozarella) e um caldo de carne. É bem típico no outono e inverno (por razões óbvias) e uma receita de conforto que, não sendo recomendada comer regularmente, às vezes recrio à portuguesa nos dias frios.

Playing...
Finalmente assisti a When Harry Met Sally, que respondeu a todos os meus apelos pelo outono em Nova Iorque, comédias românticas com a Meg Ryan, histórias escritas pela Nora Ephron e filmes com muito mais foco nos diálogos do que num plot. O meu tipo de filme predileto é aquele em que dou por mim a conversar com as personagens, com vontade de acrescentar as minhas próprias opiniões. Neste caso, o filme centra-se na questão de que homens e mulheres hétero não conseguem ser amigos. No final, o filme responde a este dilema - concordemos com ele ou não. 

Filmes da Nora Ephron são imbatíveis e este não é exceção, embora o meu coração esteja eternamente na história e livraria de You've Got Mail 💌

Obsessing...
Esta edição da Teleculinária. Comprei-a pela promessa de várias refeições em 30 minutos (porque se há ingredientes que me faltam sempre na cozinha são tempo, criatividade e vontade), mas acabei completamente rendida porque tem uma série de receitas típicas portuguesas que sempre disse que um dia gostava de ter no inventário e nunca fiz o esforço de as guardar - não exponham isto à minha avó, por favor.

Podia procurar todas estas receitas na internet e fazê-las? Sim e a minha pasta de receitas do Pinterest é a prova viva disso, mas adoro que tudo esteja num formato de revista, com ingredientes e quantidades que não tenho de adaptar para a cultura gastronómica portuguesa e poupa-me de mais um momento dependente do ecrã, que cada vez mais valorizo.

Vida longa às revistas culinárias!

Recommending...
As Golden Glow Drops da W7. Misturo-as no meu creme hidratante e ajudam-me a dar um pouco mais de sol a esta pele que só tem dois tons anuais: lula e lagostim. 

Treating...
Fazer journaling logo de manhã. Tenho o diário ideal para isso porque não dispenso mais do que cinco minutos, o tempo que me leva a ferver a água e fazer o meu chá da manhã. É uma forma de refletir sobre o dia e de ginasticar este exercício da gratidão de uma forma realista e adaptada à minha rotina.
como me sinto a ver filmes de outono com mais de 25ºC lá fora (source)

domingo, 1 de setembro de 2024


Pela primeira vez desde que trabalho, tive três semanas de férias que, modéstia à parte, soube aproveitar da melhor forma possível. Entre banhos de mar e lago, sestas reparadoras, dias a fio sem ecrãs, rotação de biquínis e almoços com amigas, momentos a dois e umas quantas viagens de avião, esta foi a equipa que esteve comigo durante todo o verão.

terça-feira, 23 de julho de 2024


Poupar | Nova Iorque é a 6ª cidade mais cara do mundo, mas acreditem que quando lá estiverem vão achar que é a 1ª. Se estão a programar uma visita, independentemente do vosso tipo de viagem, recomendo vivamente que poupem. Não é de todo uma cidade que sugira ir com um budget apertado e todos os anos fica mais cara. O alojamento será a vossa maior despesa (de longe), mas, em geral, e sendo uma cidade que vive do capitalismo, não me parece realista conseguir desfrutar da cidade em pleno e contando cada cêntimo em simultâneo. Existe também muita coisa que compensa comprar nos Estados Unidos quando comparado com Portugal (ou mesmo Europa), por isso, pode ser uma boa oportunidade para se permitirem a alguns caprichos. É preferível salvaguardarem um bom pé de meia.

quarta-feira, 17 de julho de 2024


Durante a maioria do meu tempo de vida, ‘atleta’ foi uma das palavras que me descrevia – entre outras tantas que foram ganhando contorno na minha existência. Na verdade, fui atleta federada durante mais tempo do que o tempo de vida em que não o fui – embora, em breve, isso deixe de ser verdade. 

quarta-feira, 10 de julho de 2024


strand
É absolutamente imperdível para qualquer amante de livros, já que é consagrada a livraria mais antiga de Nova Iorque. Podem contar com vários andares de todos os géneros que possam imaginar, blind dates with a book, livros autografados, estacionário exclusivo, puzzles e jogos. 

quarta-feira, 3 de julho de 2024

(source)
Quando não recebo ameaças do Duolingo de que estou a deixar cair o meu strike – e a desonrar toda a minha família -, ainda consigo sentir que é uma das minhas apps preferidas de utilizar, principalmente pelas portas linguísticas que abre. 

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