sexta-feira, 6 de dezembro de 2024


Sinto que novembro esforça-se por mudar a nossa relação; faz algumas surpresas boas, leva-me a sair, esforça-se por criar memórias comigo. Mas a pontaria é certeira: em novembro, recebo sempre notícias desanimadoras, respostas agridoces, eventos inesperados que estragam o possível tratado de paz. Por vezes, injustamente, mas quando coloco tudo na balança, o peso dos dias desanimadores e a taxa de esforço demasiado elevada para o que já consigo suportar supera os dias bons.

Não me dou bem com novembro e começo dia 1 a desejar que corra depressa, que não se alongue, que nada de importante ou determinante seja marcado nestes 30 dias que se alongam demais, pesam demais, são demais. 

Talvez seja contraproducente começar o mês já com os dentes cerrados e em posição defensiva. Que a superstição pode estar a falar mais alto do que os factos. Eu respondo que os pontos se marcam no ataque, mas que o jogo ganha-se na defesa. É preciso saber escolher os meses para marcar pontos e os meses onde é necessário recolher e defender, sem zona. 1 para 1. 

E novembro puxou por mim. Fez faltas antidesportivas. Esteve mais do que 3 segundos no garrafão e o árbitro fingiu que não viu. Bloqueou as minhas melhores jogadas e deixou-me arrasada. Não nego que, quando novembro estava de costas, posso ter desejado coisas pouco simpáticas. Mas sei que os palavrões que lhe dirigi tiveram mais justiça do que as provocações que me fez. Não peço desculpa.

É difícil quando ouvir o som de fim de jogo traz mais alívio do que celebração. De que acabou, em dezembro o jogo é outro, outra equipa, outro árbitro. De que não tenho de jogar mais neste, o que traz alívio, mas que sei que não saio de cabeça erguida e sim a implorar por água e por um banco para me sentar, um banho quente e uns minutos para refletir onde falhou. O que é que escapou, o ângulo morto que não previ. Que não muda o resultado, mas que pode trazer algum contexto no agora e algum alento com o tempo, com mais distância. 

Este mês, dezembro, o jogo é outro. Mas, em novembro, saí do campo de meias e com as sapatilhas na mão. Em 2025, o apito voltará a soar e o resultado, talvez, seja diferente. Tenho jogadas novas para experimentar.

(a versão luz de novembro escorri-a aqui)

Vamos aos destaques? 

sábado, 23 de novembro de 2024

(fonte)
Uma turista cruzou-se comigo e com uma amiga no supermercado e disse que, embora não percebesse o que estávamos a dizer, tínhamos um riso bonito. A veterinária da Belka ofereceu-nos charms para colocarmos na coleira dela. Atravessei a estação de metro a correr porque só tinha 1 minuto para chegar ao autocarro e o motorista, ao observar-me a correr ao longe, não só abriu a porta para sinalizar que esperava por mim, como, quando entrei, disse ‘a senhora tem uma condição física impressionante, veja quão rápido chegou aqui!’. Bati o meu recorde pessoal a nadar. 

captaram-me no momento em que bati o tal recorde (fonte)
Uma das andorinhas da minha jarra partiu-se. Chorei de cansaço a ler e-mails. Não me apeteceu escrever. Não me apeteceu ler. Apeteceu-me observar e escutar. Já decorei partes da casa para o Natal. Comecei a planear os stockings para as meias de Natal da família. Fui pintar cerâmica com a minha mãe e fiz umas ovelhas queridas numa taça. Passeei pelo Porto. Preenchi papelada importante, daquelas em que tremo a escrever porque tenho medo de me enganar até no próprio nome. Trabalhei ao som de obras e, durante uma semana, deitei-me todas as noites com a cama num sítio diferente do quarto. Tomei banho pós-natação com o meu gel de banho de chai e o meu champô de chocolate e senti-me uma bebida do Starbucks humana. Encontrei estacionamento grátis quando mais precisava. Comi várias sopas feitas pela avó. Trabalhei a cantar músicas de Natal. 
é assim que me imagino a trabalhar, não estraguem a imagem. (fonte)
Fiz uma wishlist de presentes e uma giftlist para quem quero presentear. Enviei cartas que atravessam o atlântico. Fiz facetime para contar boas notícias, fiz facetime para chorar as más notícias, fiz facetime para matar saudades, fiz facetime para nos ver a rir, fiz facetime para ver as novidades do Wallmart. Demorei quase um mês a ler um livro e foi delicioso conviver com a mesma história e personagens durante mais tempo do que o normal, não me obrigar a desenvolver uma nova relação com uma história a cada semana por ler rápido. Dei conselhos. Recebi conselhos. Contei uma piada que fez a minha terapeuta rir. Aquele rir em conjunto alto, que reverberou na sala e que acho que se ouviu na sala de espera. Caminhei de manhã, com sol, mas antes de a cidade genuinamente acordar. Senti que o meu TikTok só me mostrava vídeos queridos e pensei ‘construí este algoritmo ao ínfimo detalhe’. Ouvi áudios de update de amigas e senti a falta delas. E matei as saudades de outras amigas também, à mesa.
Tive alta, um ano depois! Contei à minha avó que ia chover durante a tarde e ela respondeu ‘não vai nada porque tenho um passeio marcado com a minha amiga’. Não choveu. Fiz brainstorm com o J de nomes que daríamos a um corgi. ‘Bundinha’ é o meu contributo. ‘Bunds-bunds-bunds’ de alcunha. Visitei a minha livraria preferida. Acendi a lareira pela primeira vez neste outono. Escrevi muito à mão. Fiz quiche pela primeira vez. Vi scout elves à venda no supermercado e desbloqueou-me uma memória – é uma tradição anglo-saxónica onde os pais escondem um elfo que foi enviado do Polo Norte e que ‘vigia’ as crianças antes do Natal para garantir que se portam bem e merecem presentes. Vi três velhinhas na Gulbenkian a conversar e pensei que é isto que quero para a minha velhice. Quando o sol se escondeu atrás dos edifícios, foram embora. 
(fonte)
Reparei que já não acho os meus pais tão diferentes em feições em comparação com os meus avós, como eu achava quando era pequena. É uma observação agridoce. Vi uma chuva de folhas de outono a cair da árvore depois de passar o vento e quis filmar porque achei lindo. Um casal ficou atrás de mim e não quis passar-me à frente, pedi desculpa e disseram ‘Não, é lindo mesmo’. Um amigo enviou-me uma mensagem com a fotografia de um truque que lhe ensinei há 10 anos a dizer ‘ainda me lembro dos primeiros ensinamentos’. Fiquei emocionada por se lembrar. Reparei que as minhas estrelas ligam automaticamente às 18h em ponto e, por isso, sei sempre quando é hora de fechar o dia e desacelerar. Quando elas ligam, eu desligo.
um resumo deste artigo.
Reading...
Heidi! Esta é a altura do ano em que gosto de me entregar às leituras mais aconchegantes e gentis, pedaços de narrativa que não exijam muito de mim e que proporcionem um momento acolhedor à leitura. Tenho sempre alguns clássicos ou cozy readings na minha lista para agarrar e o clássico da Heidi era um deles, que estou a adorar rever, ou não fosse uma das minhas séries de animação favoritas na infância - tinha a coleção completa de cassetes.

Uma pequena graça: comprei este livro numa Waterstones em Hereford que já estava fechada. Mas tinha visto lá esta edição lindíssima e o livreiro disse que não fazia mal e que podia entrar e vender-me o livro. Achei gentil.

Eating...
Francesinha, para matar saudades do Porto. Experimentámos a do Brasão e fiquei muito fã. Têm duas opções de francesinha, uma mais clássica e outra com a assinatura do restaurante – pedimos uma de cada para a mesa – e ficámos fãs. Se não gostam do molho excessivamente picante, é perfeita. 

Playing...
Tenho transitado entre estas duas playlists: se estiver no mood total Natalício e quiser cantar as músicas de sempre no carro, enquanto cozinho ou estou ao computador, inclino-me para esta. Se estiver a precisar do acolhimento das melodias típicas do Natal mas sem correr o risco de me enjoar já, recolho-me nesta

Obsessing...
Depois de admirar e sonhar com as janelas de Natal de tantas fotografias, decidi criar a minha. Coloquei uma garland na moldura de cima da minha janela, pendurei duas estrelas et voilà, tudo com ganchos amigos da parede e sem furos. Não me canso de olhar para a minha janela e suspirar de encanto. Acho que fica bonita em qualquer clima, mas adoro particularmente aquela hora azul antes da noite, que contrasta tão bem com o tom quente da luz.

Recommending...
Este artigo cujo ponto de partida é o absurdo dos croissants da Temu que são embalsamados para se transformarem em luzes de presença e que serve de trampolim para uma reflexão sobre como a comida tem servido não só para nutrir, mas para alimentar cada vez mais a ostentação.

Treating...
Nunca tinha ido a um atelier para pintar cerâmica e fi-lo pela primeira vez, recentemente, no Puracerâmica, em Lisboa. Podem escolher a peça que desejam pintar – já está feita e têm imensas opções ao dispor – e antes de começarem dão-vos todas as dicas de como pintar. Despertou a minha criatividade e foi uma manhã absolutamente tranquila e onde não pensei em mais nada a não ser: tenho de manter a minha fila de ovelhas direitinha.
a tal janela (🫶🏻)

segunda-feira, 4 de novembro de 2024


Foi a primeira vez que outubro me pareceu um mês longo e, confesso, não desgostei da sensação – embora eu compreenda que não seja consensual. Outubro costuma escapar-me sempre das mãos e desconfio que o preencho sempre com coisas a mais, tal é o meu entusiasmo pela sua estação inerente, pelas celebrações e tradições festivas. Fica difícil chegar a todos os pontos da bucketlist, mas, este ano, não me posso queixar. Outubro ficou comigo no banco de jardim a ver as folhas mudar e sinto que esse foi o meu maior presente de aniversário. 

Num ano com tantas coisas a mudar, com tanta incerteza e que está a andar a uma velocidade incomparável, foi bom respirar durante um mês sem me sentir sufocada. Vamos aos destaques?

terça-feira, 29 de outubro de 2024


Filigranes 
É a típica livraria labiríntica com pequenas salas intercaladas onde se podem encontrar todos os géneros para todos os gostos. A oferta é mais alargada para livros em francês, mas existe uma boa seleção de literatura traduzida para inglês. No meio – e se não vos passar despercebido entre o caos de livros e estantes – encontram um pequeno balcão de café. 

Tropismes 
Se estiverem de passagem pelas Galeries Royales Saint-Hubert, é um ponto a não perder. A seleção de livros em inglês é mínima, mas a Tropismes é uma das livrarias mais bonitas que já visitei. O espaço ornamentado e o espelho, que dá uma falsa ilusão de profundidade, tornam este pequeno espaço num palácio de livros do qual é difícil sair. 

Waterstones 
Não tem os preços a que o Reino Unido nos habituou, mas os descontos estão lá e a oferta é alargada, principalmente se vão à procura de novidades ou dos títulos populares do momento. Achei giro ir a uma Waterstones fora do UK. 

Passa Porta 
É talvez uma das livrarias mais discretas desta lista e, se não estiverem a dirigir-se intencionalmente para lá, facilmente passa despercebida, mas foi uma das que mais gostei de visitar. A par da Waterstones, é uma livraria com uma extensa oferta de livros em inglês, marcadores amorosos e edições especiais. Vale a pena procurar. 

Librebook 
Se vivesse em Bruxelas, provavelmente mantinha esta livraria debaixo d’olho, uma vez que é mais conhecida pelos eventos literários que vai organizando ao longo do ano, mas a visita pontual também é merecida. O espaço é pequeno e simples, mas ideal para encontrar literatura internacional, com foco em traduções para diferentes idiomas, incluindo, mas não só, o inglês. 

Cook & Book 
Não se deixem enganar pela simplicidade do nome: esta é a experiência para os amantes de livros. Numa primeira impressão, julgava que era uma livraria mais especializada em culinária… e é, mas não (só) nos livros de cozinha. É que este espaço combina uma livraria com restaurante. 

Certo, mas a originalidade não começa aí e sim nas diversas salas ao dispor na livraria, cuidadosamente decoradas e desenhadas de uma forma criativa e extraordinária, onde dá realmente vontade de pegar num livro e ficar a ler ali para sempre. Um dica extra? Não pesquisem por fotos nenhumas. Deixem-se surpreender.

quarta-feira, 23 de outubro de 2024


Uma das minhas mensagens preferidas de aniversário chegou através da minha prima. Sinto que nos alinhamos nas mesmas formas de observar, e a sua visão sobre os 30 fez-me todo o sentido. Espero que ela não se importe de a partilhar convosco: 

domingo, 13 de outubro de 2024


‘Deixa a tua versão mais nova orgulhosa’ é a linha que conduz tudo o que a minha geração faz. Saímos de um comportamento excêntrico, onde queríamos agradar e orgulhar (ou invejar?) as pessoas de fora, ao nosso redor, para nos virarmos para nós próprios e respondermos às nossas próprias ambições e projeções sobre quem queremos ser. Cumprir os sonhos das nossas versões mais novas, atingir os objetivos que projetámos há 10 anos num quarto onde já não dormimos, entrar em contacto com a nossa criança interior que tinha planos deliciosos para o presente, mas foi obrigada a projetar o futuro quando lhe perguntaram o que queria ser quando fosse grande, sem perceção da unidade de grandeza.

A dimensão da resposta ao orgulho é tal que damos por nós como pais com síndrome de separação que, cada vez que se encontram com a sua criança interior, dão-lhe tudo o que ela não precisa, enchem-na de coisas e respostas que nunca pediu ao invés da atenção e da integração que deseja. A ausência sente-se dos dois lados, não só na nossa falta de presença na espuma dos dias, mas também na sensação de que ela não faz falta para nós. 

A verdade é que, quanto mais envelheço – e digo-o no auge ancião dos meus quase 30 anos -, mais me apercebo de que ir ao encontro da criança interior é um sinal primário de ausência. Ela não foi a lado nenhum, nenhuma versão de nós abandonou-nos ou perdeu-se de nós. Nós é que fomos embora. Partilhamos uma guarda onde só as reencontramos quando são convenientes, às vezes trendy e todas as vezes seletiva; sim, é doce reencontrarmo-nos com a nossa criança interior, mas quantos reencontros já tivemos com a nossa insuportável versão adolescente? Quantas vezes ligámos a dizer que afinal não a podíamos vir buscar, que estamos presos no trabalho do embaraço que nos causou? 

Qual das versões mais novas devo deixar orgulhosa? É que tenho várias. 30 anos – e acumula à medida que vou (bem) vivendo -, já arrecada algumas versões de mim, com sonhos, expectativas, aprendizagens e memórias. Todas com graus de satisfação diferentes, suponho. Não saber se conseguiria deixar todas as versões orgulhosas de mim e saber que houve sonhos que não cumpri em tempo útil (nem sei se vou cumprir) é uma enorme pressão. Orgulharmo-nos a nós próprios devia aliviar a pressão de tentarmos orgulhar várias pessoas, mas continuamos a ter várias versões ao longo da vida.

Quando escutava a pergunta ‘o que é que a tua versão mais nova diria se te conhecesse, hoje?’ não sabia dizer o que é que nela não me fazia sentido.

Fazer uma análise do que éramos e do que somos, do que queríamos e do que fizemos, do que sonhámos e conquistámos requer distância. Uma ponte quase argonáutica, porque quem éramos no ponto de partida já não é o mesmo que quem somos no ponto de chegada. Fazermos a nossa versão mais nova orgulhosa parte do princípio de que não está connosco no ponto de chegada e que a ponte nos aproximou, tirou o abismo entre nós. Só há abismos quando há rotura. 

Mas eu não tenho esta distância de mim própria, nem sei ter. As minhas versões não são um bando de miúdas a gerir o meu divórcio com a juventude. Se eu entrasse numa sala com as minhas versões mais novas, todas teriam reações diferentes, mas uma só seria universal: eu não seria surpreendente. Estou com elas todos os dias. 

A minha versão adolescente faz as ligações criativas mais espetaculares e é ela que ainda canta os refrões das minhas bandas favoritas. Ela gere até que ponto ainda consigo ser adulta e ser cool à frente de outros adolescentes, é ela que se atualiza. A minha versão de 25 anos tem a paciência que outras não têm para pensar comigo e processar os grandes momentos que vou tentando encaixar na minha vida, a superação de traumas – e mal posso esperar por esta minha versão atual estar do lado de versões minhas mais velhas e mais capazes de lidar com isto. A minha versão de 18 anos dá-me a energia para fazer mais 200m de crawl quando estou com um dia de trabalho em cima. E a versão de 10 assina todos os meus textos porque foi com ela que tudo começou – mesmo que já não seja num caderninho laranja. 

E a minha versão de 5 anos? É ela que vê os filmes da Disney, é ela que dá o nó às pulseiras de missangas cor de rosa e que mergulha batatas fritas no sunday. É ela que ainda rodopia quando coloco um vestido e que enruga os olhos quando ri. Acho que também é ela que mais está com a Belka e mais esteve com a Laika.

As minhas versões mais novas tinham sonhos e ideais, projeções do que poderia vir a ser como 'crescida'. Algumas um pouco mais megalómanas do que outras; talvez seja um desgosto para a Inês de 5 anos saber que a minha profissão não é bailarina-princesa (desculpa, dei o meu melhor, mas o príncipe William está a ficar careca) ou que não fiz oitenta interrails na Europa como a Inês de 15 anos sonhou. Nem que não tenha a minha própria casa, como a Inês de 20 idealizou. Mas nada disso as apanha de surpresa porque não há uma ponte entre nós. Nunca houve abismo. Fizemos esta viagem juntas.

Fiz o meu ponto de partida quando nasci e tenho feito este caminho, sem insegurança por baixo, com todas elas. Não só com a sua companhia, mas também com a sua intervenção, sem partilhas de guardas, sem as perder pelo caminho. Cada uma com o seu momento para ser e estar e eu com os limites para definir quando é a vez de cada uma surgir ou deixar a Inês do presente ser e resolver. E, acima de tudo, a testemunharem tudo o que sou e tudo o que faço. 

Vou fazer 30 anos em breve e não sei o que pensar sobre isso, se for honesta. Mas sei que tinha dificuldade em processar a mensagem ‘deixa a tua versão mais nova orgulhosa’ porque, desconfio, não era esse o meu objetivo. Deixá-la orgulhosa implicaria contar-lhe o que fiz. Prefiro que participe comigo. 

Se puder ajustar a frase, sei que o que as minhas versões mais novas pediam não era que as deixasse orgulhosas. Era que não as deixasse para trás.

terça-feira, 8 de outubro de 2024


Grand-Place | É uma das praças mais icónicas da Europa e o postal da cidade, com uma arquitetura gótica, barroca e neoclássica que remonta ao século XI. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2024


Setembro tomou o seu tempo para chegar e se despedir, dando espaço para que pudesse viver os últimos cartuchos do verão e saborear deliciosamente a chegada gradual do outono. É o que me agrada em setembro: ainda tem areia da praia e os primeiros casacos, uma agenda de planos estivais e momentos de acolhimento em casa, a finalização das leituras pop e a entrada nos livros mais densos.

Para mim, simbolizou reencontros com amigos, um casamento, aniversários especiais e muito, muito planeamento, com algumas saídas da zona de conforto. Ainda bem que foi num dos meses onde, curiosamente, me sinto mais confortável. 

domingo, 29 de setembro de 2024

the sound of music (1965)
1. Música com muitas cordas
2. Porta-chaves coloridos e carismáticos
3. Livros com uma prosa poética e que tomam o seu tempo para transmitir uma ideia
4. Sair do mar e já sentir o calor
5. Escrever com caneta preta de ponta grossa
6. Copos largos e pesados
7. Os folhetos do LIDL
8. Qualquer coisa em azul klein
9. Registar as tarefas à mão e os compromissos no calendário digital
10. Camarões numa esplanada
11. Plantas com folhas grandes e flores cor de rosa
12. Óculos de massa claros
13. Filmes com muito diálogo e pouca ação
14. Letras sem serifa
15. Fotografias de photoautomat
16. Dias quentes de primavera
17. Qualquer coisa do Snoopy
18. Nadar na piscina de manhã
19. Edições da New Yorker
20. A intro de Dreams dos The Cranberries
21. Salames de chocolate com mais bolacha do que chocolate
22. Não precisar de casaco à noite
23. Lugares arrumados.
24. Pinturas de ballet

como me sinto a atualizar as notas do meu telemóvel (source)
Reading...
Os vídeo essays não são um gosto recente, mas adoro que estejam en vogue e que espoletem projetos como a newsletter The Deep Dive, que envia semanalmente recomendações de vídeo essays para assistirmos. Os tópicos são tão variados quanto o menu da internet pode oferecer - há edições que me passam ao lado por completo e outras em que acrescento mais uns quantos vídeos à lista infindável de to watch.

Eating...
Os camarões do Pomme Eatery. Já os tinha recomendado no ano passado, quando os partilhei com a Daniela, e renovei os votos neste regresso. Tenrinhos, muito bem temperados e uma delícia para dividir ou para aproveitar todos, sem sobrar para ninguém!

Playing...
Uma playlist que me transporta sempre para os salões dos golden years. Acho que é esta a magia da música: cria uma nostalgia de algo que nunca se viveu - e de uma época que talvez nem gostasse assim tanto de viver, na verdade. Destes 'anos dourados', guardo a música, o cinema, o design gráfico e alguns pormenores do guarda-roupa que adapto para a vida de agora (mais dourada e à minha medida), e é precisamente nessa harmonia que combino esta coleção de canções e épocas: clássicos do jazz e big band que escuto enquanto danço na cozinha, finalizo tarefas ou quando quero começar a manhã com o tom certo.

Obsessing...
Não vos consigo explicar o acolhimento, nostalgia, conforto que sinto cada vez que ligo estas televisões - uso imenso como som de background para trabalhar, mas admito que mais do que uma vez fiquei genuinamente siderada a acompanhar um programa ou anúncio.

Recommending...
Um dos meus podcasts preferidos regressou para uma 2ª temporada e tem sido o bálsamo das minhas segundas-feiras: todas as semanas, no Encontro com a Beleza, o maestro Martim Sousa Tavares escolhe um tema relacionado com música clássica e descontrói a obra ou o/a seu/sua compositor/a para aproximar o público deste género tão elitizado e, por vezes, incompreendido. Os episódios são curtinhos (com muita pena minha), mas é garantido que terminamo-los sempre mais ricos e que o Martim tem uma curadoria surpreendente e refrescante.

Treating...
Experimentei pela primeira vez fazer limitação de screen time depois de ler esta edição da newsletter Litulla. Adaptei os tempos e limites para a minha rotina e, verdade seja dita, o resultado no final da semana nunca é realista porque tenho um outro telemóvel de trabalho a que faço uso para a gestão de redes dos meus clientes, mas a nível pessoal está a ter resultados surpreendentemente positivos. Não entrei para esta experimentação com muita fé, mas tenho cumprido com as limitações a que me propus - nunca faço skip à 'barreira'! - e a verdade é que traz bons resultados. Obrigada pelo empurrão indireto, Marta!
Giselle (um dos meus bailados preferidos), Act II, Alicia Marcova

domingo, 22 de setembro de 2024

para mim, ele sempre foi outono e ela verão (source)

O outono é a sexta-feira do meu ano, a estação onde me sinto mais livre para ceder ao que me apetece sem a pressão estival de ter a agenda cheia nem a melancolia do inverno que me faz ter saudades dos planos ao sol. 

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