Viver a experiência de ter uma penpal em plena Era digital é quase como um regressar às raízes e ter a devida desforra depois de o clube de inglês ter encerrado no ano em que entrei na minha escola básica — onde a dinâmica dos penpals era realizada.
Começou de uma forma natural e inesperada, mas já aguardo ansiosamente pela minha vez de preparar a correspondência. Fazemo-lo com imenso primor e carinho; sem que o esperássemos, ambas gostamos de esmerar-nos no letterting das cartas, de enviar pequenos miminhos — stickers, cards, objetos minimamente lisos e não perecíveis que possam chegar intactos na correspondência. Trocamos livros, reflexões (a mesma idade e algumas experiências em comum ajudam no processo) e algumas das melhores coisas dos nossos países.
O digital potenciou esta experiência mas esta não é a nossa via preferencial de comunicação. Há muito que o correio não só simboliza encomendas e contas, mas também o mergulhar noutra cultura e universo que nos aproxima através do inglês que privilegiamos no papel (com algumas palavras-mãe que já somos capazes de partilhar uma com a outra).
É uma atividade rejuvenescedora, onde reservo o planeamento da minha carta com calma e capricho em todos os elementos, até no envelope. Numa época onde as nossas casas são fronteiras, onde o único mundo que posso conhecer e desbravar é através das histórias, fotografias e memórias, e onde as nossas pontes sociais estão atrás de aplicações, não há nada mais libertador do que ter uma folha de papel nas mãos onde tudo começa com um ‘Dear...’
Há muitos muitos anos, também eu tive algumas penal. Com o passar do tempo restou apenas uma. Uma rapariga alentejana. Enviávamos fotos, e escrevíamos o que nos ia acontecendo.
ResponderEliminarAdorava essa troca de correspondência. Gostava de ir à papelaria comprar selos e encontrava sempre papel de carta bonito, usava cores de tinta diferentes... Tenho alguma saudade!
Inês! Já não é a primeira vez que te vejo falar sobre a tua penpal e confesso que sempre fiquei bastante curiosa acerca dessa experiência. Tens algum conselho para quem quer arranjar uma penpal? Não sei qual o melhor processo a fazer para encontrar uma :(
ResponderEliminarGostava de conseguir ajudar, mas só tenho esta dinâmica penpal graças a um clube do livro que entretanto encerrou (e nós as duas continuámos a manter o contacto). Mas eu já vi várias contas no Instagram exclusivas para penpals, onde angariam pessoas interessadas e partilham inspiração para cartas, etc. Não te consigo recomendar nenhuma conta porque não sigo nenhuma e não sei se efetivamente funcionam mas é uma questão de experimentares (pesquisa por 'penpal' e encontras logo algumas contas) :)
Eliminartenho uma penpal há oito anos e é do melhor <3
ResponderEliminartambém costumo enviar-lhe autocolantes e miminhos. Sabes de algum sítio onde comprar papel de carta bonito? Passado este tempo todo ainda não encontrei nenhum que me enchesse as medidas...
Que troca tão linda! ♥ Não é a primeira vez que te vejo a mencionar a tua penpal e deixa-me mesmo alegre saber que pessoas de diversos pontos do mundo se comunicam assim, à velha moda das correspondências pelo correio, primando pelos detalhes cuidadosos e antecipados! Sei que se trata de uma experiência calorosa, pois, há uns anos, costumava trocar cartas com amigas, mesmo que dentro de Portugal... É uma outra sensação! *o*
ResponderEliminarBesitos,
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