sexta-feira, 31 de agosto de 2018


Acho que nunca tinha celebrado esta data aqui pelo Bobby Pins como é merecida. Dia 31 de Agosto celebra-se o Dia do Blog e não podia deixar de pensar em todos os meus colegas deste mundo tão interessante, empolgante, (por vezes) assustador e apaixonante. Hoje o dia é nosso. Partilhamo-lo.

Aos que estão cá dia após dia. Aos que conseguiram fazer desta paixão uma profissão e aos que têm dois empregos em que só um deles, na verdade, conta (porque este só alimenta e remunera a alma). Aos que chegam a casa depois de horas em frente a monitores e conseguem reunir mais um esforço para escrever, só mais um bocadinho, só agendar mais uma publicação, só fazer mais qualquer coisa para não deixar os leitores na mão. Aos que começaram e aos que ainda cá estão, firmes e resistentes. Aos que têm uma comunidade de leitores pequenina e aos que têm uma comunidade de leitores de perder de vista.

Aos que não desanimam porque, por vezes, isto é mesmo de deitar abaixo. E aos que actualizam o feed quando ele já não se mexia à horas. Aos que fazem isto com todo o apoio das suas pessoas e aos que fazem isto a remar contra a maré, sem terem o apoio ou compreensão de ninguém. Aos que se desmembram a pensar no conteúdo, tirar as fotografias, planear o rascunho, editá-lo, revê-lo, corriji-lo e publicá-lo sabendo que, por vezes, vão ter um feedback positivo inesperado e, noutras, nem por isso.

Aos que acham que já escreveram sobre tudo o que havia para ser escrito — eu também sinto esta dor, mas sempre surge algo novo! — e aos que dizem 'dá-me 10 minutos' para terminarem de escrever uma linha de raciocínio. Aos que têm de ouvir muitas vezes 'quando é que isso começa a render?'. Aos que inspiram tantas pessoas sem sequer imaginarem. Aos que impulsionam, inovam, recomendam, sugerem, dinamizam e tantas vezes não fazem ideia que o fazem. Aos que não desistem disto e que abraçam o compromisso de escrever porque realmente têm paixão pelo projecto que criaram e sabem o quanto custa conquistar a confiança de cada leitor. Aos que estão cansados e ainda escrevem. Que estão de coração partido e ainda escrevem. Que não têm tempo e ainda escrevem. Que estão desmotivados e ainda escrevem. Que a vida corre às mil maravilhas, cheia de planos e acontecimentos e ainda escrevem.

A nós. E hoje, por ser precisamente o Dia do Blog, eu gostava de chamar a atenção de um grupo bem particular e especial deste universo: os leitores que não são bloggers. Esta mensagem é para vocês. Hoje, e só hoje, tirem tempo para descobrir como dar retorno aos vossos bloggers preferidos. Descubram como raio se comenta nestas páginas ou procurem-nos em qualquer rede e agradeçam o seu trabalho. Não importa que blogger é, sequer o seu patamar de sucesso. Se, de alguma forma, vos inspirou, motivou, recomendou alguma coisa fenomenal ou vos dá um enorme prazer de ler, façam com que hoje, neste dia tão especial para nós, essa pessoa possa receber esse miminho. Os leitores não-bloggers não se apercebem, muitas vezes, do quanto isto dá trabalho (mesmo quando não é um trabalho). Não é vossa obrigação saber, prometo. Mas hoje é um dia extraordinário para se lembrarem deles porque eles lembram-se sempre de vocês. Sem leitores, um blogger não é nada. Porque cada actualização nova no feed onde seguem os vossos blogs preferidos, cada aviso novo nas redes sociais a notificar uma nova publicação, nada publicação nova exigiu muito trabalho e ainda mais coração. Hoje é dia de retribuir e agradecer a todos os blogs que me inspiram e motivam na minha vida. Vou fazê-lo porque sei o quanto custa sustentar uma página destas. E também sei o quanto nos faz feliz sustentar uma página destas. Façam-no também.

Mas de forma geral, eu agradeço a todos os bloggers que tornam os meus finais ou começos de dia mais incríveis, que me inspiram, que me incitam a experimentar coisas novas, a pensar de outras maneiras, a olhar para o mundo de uma forma muito, mas muito mais incrível e genial.

Feliz Dia do Blog a todos nós. Porque, para nós, dia do blog é todos os dias.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018


Um dos meus principais problemas capilares sempre foi a ausência de volume. O meu cabelo, naturalmente, não tem qualquer tipo de volume ou movimento. Caracterizo o meu liso como o 'liso asiático': acordo todos os dias como se tivesse feito chapinha no meu cabelo e emoldura-se sempre no meu rosto de forma muito colada à raiz. Zero jeitos, zero movimento, recto da raiz às pontas.
E 90% das vezes gosto e aceito que o meu cabelo seja assim. Mas sempre quis que ele tivesse um pouco mais de corpo e não ficasse tão 'lambido'. Um pouco mais de volume.

Comprei a espuma Big Volume da Garnier completamente às cegas. Não tinha nenhuma review ou opinião que me garantisse que estava a fazer uma boa aquisição e só consegui ter um veredicto após experimentação. A espuma da Garnier é composta por extracto de bambu, tem um cheirinho divinal e contém, ainda, um agente protector de calor. E eu, que era muito céptica em relação a este tipo de produtos e achava que nada ia combater o meu cabelo asiático — porque a verdade é que é tão fino que nada se aguenta nele, nada —, vi-me absolutamente rendida.

A rotina é simples: aplico duas a três nozes no meu cabelo húmido, uma para o couro cabeludo — para levantar a raiz — e a(s) restante(s) ao longo do cabelo e das pontas para dar alguma textura. Após a aplicação, seco o cabelo de cabeça para baixo. Em outras ocasiões — e aproveitando que é Verão — opto por não utilizar o secador e aproveito o produto para me moldar um pouco mais o cabelo.

Em ambas as rotinas, o resultado é o mesmo e muito satisfatório: o meu cabelo ganha um volume totalmente natural e bonito, com corpo e movimento sem o secar, empestar ou embaciar. Sinto o meu cabelo solto e com personalidade, combinando muito melhor com o meu rosto. Tudo de forma subtil e sem efeitos estranhos ou forçados. Eu noto muito a diferença e acredito que quem tiver um cabelo como o meu vai notar também. Os efeitos são duradouros e noto-os mesmo no dia seguinte, em apanhados ou quando modelo o cabelo. Em todos os casos, o resultado fica mais bonito e elegante.

Não o utilizo todos os dias, até porque não vejo necessidade, mas sim em ocasiões em que vou sair de casa e quero sentir-me mais bonita (para perpetuar um good hair day). Introduzo-o na minha rotina capilar — sem causar grandes mudanças ou incómodos — e deixo-me amar. Um cabelo com mais movimento e corpo é um cabelo (ainda) mais Inês. Finalmente eu saio de casa com aquela sensação fenomenal de quando saímos do cabeleireiro. Uma prova cega que correu muito bem.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018


Como já tinha referido numa publicação anterior, a Barragem de Santa Luzia possui uma pequena área de terra que comummente gostamos de apelidar de 'Ilha'. Na verdade, não costuma ser uma Ilha uma vez que, na maior parte dos Verões, há um rasto de terra que liga a Ilha à margem e permite fazer a travessia a pé. No entanto, este ano o nível da água estava muito alto e inundou por completo o acesso, dando, finalmente, o proveito à fama da Ilha.

Decidimos passar lá o dia uma vez. O acesso à ilha só era possível através de barco e nós tínhamos um caiaque, onde carregámos todas as nossas coisas — e nós próprios — e remámos para lá. A viagem foi absolutamente divertida, eu garanto.


Se também fizer parte dos vossos planos visitar a Ilha, existem algumas sugestões que gostaria de partilhar convosco e a primeira começa pelo calçado. Todo o território da Ilha — mesmo o que está por baixo de água — é muito desconfortável. A área está repleta de galhos, pinhas e pedras que dificultam o andar e torna-se praticamente impossível caminhar descalço. Nós não fomos capazes de estender as nossas toalhas no chão e tivemos de contar com o caiaque — onde introduzo rapidamente a expressão "há males que vêm por bem", porque foi delicioso estar deitada no confortável caiaque, de pé de molho, à sombra, a terminar o meu livro — para conseguirmos estar confortáveis. Para a água, fomos de chinelos e só os retirámos perto da zona sem pé. Um calçado apropriado para este tipo de região — com sola dura — é o ideal. Caso contrário, não vão tirar os chinelos do pé.


A segunda sugestão é que venham carregados com comida e água, que foi o nosso caso. As nossas mochilas permitiram um autêntico banquete que nos preveniu de crises de desidratação ou acessos de fome num sítio remoto.


Se estiverem bem equipados, a visita à Ilha pode ser o paraíso. Escolhemos um dia em que sabíamos que a Barragem ia estar mais movimentada — fim-de-semana — e o sossego era impagável. Não ouvíamos nada mais a não ser o som das árvores e da ondulação da água. Ocasionalmente, tínhamos visitas fugazes de pessoas a fazer canoagem, que iam embora ao fim de uns minutos. A água era pura e quentinha, o ar maravilhoso. Foi como se tivesse ido para um retiro com uma paisagem de cortar a respiração.


A Ilha recarregou as minhas energias e estreitou-me os laços com a minha companhia — afinal de contas, éramos só nós. Foi um momento de calma e sossego onde pude ler, nadar, jogar e perder-me nos meus pensamentos e sestas. Regressámos à margem cansados de tanto remar, mas revitalizados. Podemos voltar?

terça-feira, 28 de agosto de 2018


Após a leitura d'O Sonho de Uma Outra Vida, em Março, não consegui esquecer a história nem a Índia. Comentei esse pormenor com o meu pai e deixem-me que partilhe convosco um facto sobre ele: o meu pai tem sempre um livro à mão para recomendar. Um livro perfeito para o contexto da conversa. E eis que ele passou um outro livro para as minhas mãos que, à semelhança do primeiro, fazia uma viagem pela Índia crua: O Tigre Branco.

A narrativa, porém, destaca-se de uma forma muito original; O Tigre Branco dá-nos um retrato da Índia das sombras, marcada pela violência, discrepância social e económica e pela desumanidade de uma forma muito mordaz e humorística através do protagonista Balram Halwai, que partilha connosco o seu percurso moralmente discutível de como passou de um criado com condições de vida miseráveis a um empresário de sucesso.

É a partir da sua história de vida que nos dá a conhecer as discrepâncias mais assustadoras do país. Sem paninhos quentes, porém, com muita ironia. É inevitável não esboçar um sorriso de empatia pelos seus comentários e observações sarcásticas, fazendo com que O Tigre Branco se torne uma leitura surpreendentemente leve e agradável, tendo em conta os temas pesados abordados entre as páginas. Se procuram uma leitura que vos introduza para este lado mais real da Índia, recomendo-vos esta leitura como estreia absoluta. Parece quase paradoxal que a narrativa consiga ser tão leve. Mas, tal como a história de Balram, a ambiguidade é possível.

Não deixa de ser uma leitura que nos coloca a reflectir. Que rebenta a bolha de realidade que não temos noção do quanto é privilegiada e maravilhosa. Não deixa de nos fazer sentir gratos pelas coisas que temos, tão pequeninas e que, por vezes, nem nos apercebemos do quanto são essenciais e desejadas por milhares de outras pessoas. Entre alguns risos, vão dar pela vossa cabeça a vaguear por este lado da reflexão. Foi a minha segunda viagem crua à Índia e regressei cada vez mais consciente da utopia que é a minha realidade e com a certeza de que o humor negro, neste caso, caiu na perfeição.

Autor: Aravind Adiga
Número de Páginas: 242
Disponível na WOOK (ao comprares o livro através deste link, estás a contribuir para o crescimento do Bobby Pins).

segunda-feira, 27 de agosto de 2018


No nosso mundo, existem verdadeiros tesouros reservados aos lugares mais inesperados. Aquele que sempre me intrigou mais foi o céu. Como o meu céu é o mesmo que o vosso, mas mostra coisas diferentes a cada um de nós.

«Fecha os olhos e conta até dez devagarinho», para adaptar a minha visão à escuridão e assim ver tudo lá em cima com mais definição. No terraço da casa, sem se ouvir uma única alma. A lua escondida, dando uma visibilidade ainda mais privilegiada ao céu nocturno. De olhos fechados, apenas conseguia escutá-lo a ajustar o telescópio.

Nunca tinha visto a nossa galáxia desenhada no céu. Está reservada a noites com mesmo muita pouca poluição de luz e a lugares onde o céu nocturno é de facto escuro — ou regiões perto do Equador. Já tinha lido, imaginado e visto projecções. Mas nunca tinha visto aquele jacto esbranquiçado suave que os anciãos julgavam ser um esguicho do leite materno de Hera, mulher de Zeus — Via Láctea já faz mais sentido agora, certo?

Se existe algo que me emociona, com certeza, é o espaço e universo. De uma forma muito pouco alienada, eu garanto. Mas é quando olho para estes céus maravilhosos, que nenhuma cidade ou periferia pode oferecer, que me apercebo, de verdade, do quanto somos frágeis, minúsculos e insignificantes. Nada é mais arrebatador do que ver a nossa galáxia no céu, colossal, imponente, deslumbrante e lembrarmos que, efectivamente, nós somos um ser insignificante. Um ser insignificante que guarda dentro de si um Universo.

A Ursa Maior mais gigante que já observei também estava lá. Num brilho azulado como nunca antes tinha observado, serena. A Via Láctea desenha-se no céu como um grande rasto de avião, porém discreto. Só quem a conhece identifica-a no céu e não a confunde ou ignora. A observação da galáxia está reservada aqueles que realmente querem dar-lhe atenção.

Vimos juntos Júpiter ao telescópio e discutimos sobre o espaço. Tão reconfortante quanto ver um céu destes, é poder conversá-lo com alguém. E deixa-me tão feliz. Julgo que este meu fascínio pelas estrelas é, talvez, aquele que menos pessoas ao meu redor compreendem ou sentem na mesma intensidade. Este medo, esta sensação de pequenez, esta consciência do verdadeiro tamanho do Cosmos. As viagens mudam a nossa perspectiva de ver o mundo, as pessoas, as culturas, a forma de vida. O Cosmos muda a escala.

domingo, 26 de agosto de 2018


Nunca tinha mergulhado à noite. Cresci como filha do mar (de Santa Cruz, da Barra, da Costa Nova) mas nunca me atrevi a cruzá-lo sem Sol. Por medo e respeito, uma pitada de cada um. E esta experiência tão comum para tanta gente nunca se tinha concretizado na minha vida.

Sou filha da água mas a verdade é que não lhe reconheço familiaridade. O chão que não toca nos meus pés devora-me a mente e a imaginação. A biologia diz-me que a caça se faz de noite. E o negro opaco da água nocturna não é apetecível. Não brinco com a água. Não me reconheço como leve ou inconsciente nas minhas acções com ela. E escolho criteriosamente os lugares onde quero ser corajosa.

E decidi que queria sê-lo na barragem, numa noite fantástica e tropical de Verão onde a brisa era leve como as mães quando sopram nas feridas dos seus filhotes. Sem luz a poluir o céu, as estrelas brilhavam com toda a força e conseguia identificar na perfeição a Ursa Maior e a nossa galáxia. Só se ouvia o som da água, negra, cujos relevos da ondulação se podiam identificar pela luz do luar.

Foi de riso miudinho e corrida de criança que saltei a pés juntos para a água fresca e escura. E quando saltamos assim, para dentro, sem ser de frente ou bate-chapas nas ondas, sentimos que estamos a ser devorados por um buraco negro. Abrimos os olhos e não vemos nada. Emergimos e não somos acariciados pelo Sol. Em compensação, milhões de estrelas sorriem para nós e o brilho combina com o que está nos nossos olhos, nas nossas gargalhadas.

Há uma sensação de infinitude e incerteza que, aí sim, reconheço (em mim e na água). O de não saber o que aí vem, mas encarar esse negro de riso autêntico e olhos a brilhar. De não ter pé e isso não me impedir de olhar para cima e me deslumbrar. De ter medo e respeito, mas correr e saltar. O silêncio apenas cortado pelas minhas braçadas na água, a Via Láctea desenhada no céu, o manto negro que me inundava e fazia o coração bater mais depressa. Não precisei de mais para, naquele momento, me sentir mais feliz e viva do que nunca. Grata.

sábado, 25 de agosto de 2018

 LISBOA

Um pequeno-almoço guloso com a Lyne pedia um lugar a preceito e a escolha de última hora foi The Mill, um espaço de referências portuguesas e australianas que prometeu roubar o meu coração.
Visitar os espaços gastronómicos mais badalados de Lisboa em Agosto em sido uma opção segura. Embora muitos fechem para férias, os resistentes prometem um ambiente mais sossegado, uma mesa mais fácil de conseguir e filas de espera mais pequenas. Embora nem todos consigam cumprir a promessa, o The Mill foi exímio e, após uns pequenos minutos de espera, conseguimos uma boa mesa em casa cheia — e este ponto é difícil de contornar.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018


A Barragem de Santa Luzia situa-se no concelho de Pampilhosa da Serra e está posicionada entre duas montanhas. A sua formação conferiu ao local uma vista deslumbrante e um corpo de água profundo que permite aos visitantes realizar diversas actividades náuticas — canoagem, pesca, paddle — ou desfrutarem da piscina flutuante estruturada à margem da praia, com mergulhos fresquinhos e de água doce que ninguém consegue resistir.



A paisagem é absolutamente arrebatadora e refrescante. Ali, as energias são recarregadas, os problemas afundam e sentimo-nos mais leves. O som suave da ondulação e das árvores a baloiçar no vento é apenas cortado pelas gargalhadas dos mais pequenos na piscina — a estrutura tem duas piscinas de profundidades diferentes, sendo que uma delas é apropriada para crianças pequenas — ou das conversas que preenchem o ar. 


A piscina flutuante está equipada com Nadadores Salvadores, um bar e balneários, e a barragem pode ser visitada para um passeio de deixar o queixo cair. No meio do manto de água, podemos encontrar uma pequena e inabitada ilha que vale a pena conhecer se estiverem equipados de um barco ou canoa (mas sobre ela falamos no futuro). A Barragem de Santa Luzia é o lugar perfeito para se renovarem, descansarem, deslumbrarem e darem uns mergulhos gostosos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018


É sempre bom voltar a Aveiro. E curioso como não somos nós apenas que mudamos; a cidade também se transforma e ganha novas versões daquilo que já conhecemos — e acarinhamos. Já não sou a mesma Inês que Aveiro conhece melhor; cresci, amadureci. Já não tenho os mesmos gostos, já passei por outras experiências, já vivi coisas que me moldaram... A Inês que se apresenta hoje na cidade é muito diferente. Mas assim é, também, Aveiro.

Cruzo sempre as ruas e os lugares olhando para as coisas que antes estavam lá e já não estão. Tento acompanhar as mudanças e adaptar a cidade que conheço à cidade que agora se apresenta aos meus olhos. E esta adaptação das duas partes, que se podia transformar numa onda de frustração e de não nos reconhecermos uma à outra, acaba por resultar muito bem. A cidade muda, mas não perde o encanto. E eu cresci, mas sou sempre recebida de braços abertos com a mesma vontade, o mesmo carinho, o mesmo cheiro familiar.

Oferecemos sempre uma à outra o alento de que há certos traços que amamos e que, esses sim, não conseguem desaparecer; os cheiros continuam lá. Os sabores também. O meu sorriso ainda é o mesmo e a leveza com que caminho por lá continua igual. Há paisagens que ainda são tal e qual o meu coração guarda, e a minha pronúncia aveirense regressa sempre comigo. O espírito da cidade permanece igual e a minha família ainda olha para mim como se fosse uma menina — e sê-lo-ei sempre, para eles. Continuam a ter o hábito de chamar todas as pessoas com 'Eh', seguido do nome. Continuam a beijar as fotos que estão nas molduras. Continuam a servir três doses de comida extra à que eu tirei. E eu continuo com o mesmo feitio, com a 'pisqueza', com a vontade gulosa de comer tripas. Com a mesma energia, alegria, vontade de fazer trezentas coisas e estar em quatrocentos lugares ao mesmo tempo.

Há coisas que (nunca) mudam. Abraço os dois lados e ela abraça-me também. Aveiro nunca mais será como lhe conheço e eu nunca mais serei a Inês que a cidade conhece. Mas nunca nos abandonamos, nunca nos estranhamos. Abraçamo-nos sempre com a sensação de dois familiares que finalmente se reencontram depois de terem partido para aventuras. E o brilho, a essência que sempre permanece faz com que todas as mudanças valham a pena. Somos mais interessantes e experientes. Mais incríveis de conhecer e amar.

terça-feira, 21 de agosto de 2018


Existem poucos lugares por Aveiro cuja minha visita seja uma estreia, mas o Parque Infante D. Pedro era um deles. Quem vive ou esteve há pouco tempo na cidade poderá achar curioso que há alguns anos este lugar fosse totalmente desaconselhado.

A reputação não era a melhor, especialmente pelos casos que ocorriam no lugar. Em todo o tempo que estive em Aveiro, nunca fui proibida ou desaconselhada de estar em qualquer lugar excepto o Parque. E o seu aspecto combinava com a reputação, desenhando uma cicatriz no rosto de Aveiro e tornando quase inglório um lugar que tinha tudo para ter outra imagem.
Fiquei radiante quando, há um par de anos, as obras de renovação entraram em acção e deram, hoje, o rosto que o Parque sempre mereceu. E foi assim que tive também todo o prazer e segurança em fazer a minha derradeira visita.



O Parque Infante D. Pedro é o lugar ideal para os apaixonados por passeios. O pacote está completo e inclui um lago charmoso cheio de patos adoráveis, espaços com sombra para descansar, bancos perfeitos para terminar o capítulo de um livro, caminhos pitorescos para quem não consegue parar quieto, pontes que emolduram a paisagem e recantos amorosos cheios de beleza. Luminoso e fresco, o Parque dá um toque doce e delicado à cidade de Aveiro e transporta-nos para os romances, para os casais de mão dada, para os fins-de-semana despreocupados em família ou para os passeios entre amigas tão bonitas quanto o lugar. Não dá para ficar indiferente à beleza que torna este Parque um dos pontos de visita obrigatórios da cidade.



É sempre maravilhoso ouvir histórias de finais felizes, especialmente de espaços que mereciam muito mais do que a sua má reputação. Que mereciam ser recuperados, apreciados, passeados e palcos de memórias bonitas. Um dos nossos parques em Torres Vedras conseguiu o seu final feliz e fico de olhos a brilhar por Aveiro ter conquistado o mesmo sucesso.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018


Uma vez que sou fiel, há alguns anos, ao protector solar Protect & Bronze, da Nivea, e que tinha de renovar o meu after sun, decidi aproveitar a ocasião e experimentar a oferta da mesma gama. A promessa é de hidratar a pele e prolongar o bronzeado através do extracto natural de pró-melanina.

Em relação aos efeitos sob o bronzeado em si, nunca é o meu factor de exigência no que toca à eficácia de um after sun, especialmente porque tenho esta pele de lula albina que pouca ou nenhuma diferença tem do Inverno para o Verão. Mas procuro sempre um creme que eu saiba que actua em pleno na minha pele e que cuida após a exposição solar, especialmente porque tenho a pele muito clarinha e com tendência para ganhar sardas e sinais — o que me faz redobrar os cuidados.

Não estarei a exagerar quando vos digo que nunca senti a minha pele como a tenho agora, na vida. Nunca pensei que conseguisse sentir a minha pele sedosa e aveludada em todo o meu corpo — especialmente nas pernas, uma região que fica sempre muito seca e que tenho imensa dificuldade em hidratar. Nenhum outro produto conseguiu este resultado (e eu ainda sou fiel ao creme de duche e já experimentei várias manteigas corporais) e estou totalmente rendida e conquistada. Dá gosto de tocar na minha pele e isso faz com que me sinta, por consequência, mais bonita e saudável. Se prolongar o bronzeado, será apenas um bónus fantástico!

Estou tão contente com esta aquisição que me sinto tentada até a usá-lo no Inverno. Confesso que o perfume do creme clássico da Nivea nunca me conquistou, mas este tem um cheiro subtil, agradável e que desaparece ao fim de algum tempo. Estou agradavelmente surpreendida com este after sun e, estando nós no pico do Verão, não podia deixar de vos recomendar.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018


Num universo onde me sinto sempre a leste — como o dos reality shows, dos quais não acho piada a nenhum —, confesso que o caso muda de figura quando se trata de Say Yes to the Dress. O único programa de tv que, se apanho, faço questão de ficar colada ao ecrã e não perder absolutamente nada — e se estiver no meu melhor pijama, com uma pizza e alguém com quem comentar os vestidos, melhor!

O programa acompanha a demanda de maior importância para a noiva, no seu casamento: encontrar o vestido ideal. E na loja de vestidos de noiva Kleinfeld, tudo parece perfeito: a iluminação, a decoração, os assistentes e, claro, os vestidos!
Entre provas, os testemunhos das histórias de amor, os desafios, os toques de humor — como não adorar o Randy?? — e os designs que vão passando, este é o único programa de reality show que realmente me deixa encantada e feliz por acompanhar, o que não deixa de ter o seu toque de ironia, visto que nunca na vida tive o sonho de me casar.

Termino sempre os episódios derretida, inspirada entre os milhares de vestidos e com a sensação de uns minutos bem passados. É aquele programa leve, despreocupado e querido que sabe absurdamente bem a uma noite de domingo. Um último segredo? Às vezes, emociono-me com as noivas.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018


A coragem é, talvez, um dos traços mais íntimos e pessoais que carregamos connosco. A nossa coragem tem muito pouco de social, interactiva ou com o objectivo de entregar algo aos outros. Pode fazê-lo indirectamente ou como consequência, mas a coragem é pessoal. Visceral. Uma impressão digital interna que espelha muito bem do que somos capazes.

É algo que carregamos cá dentro e que só nós conseguimos explicar ao certo por que existe numas situações e não noutras. Coragem para aguentar numas ocasiões e a coragem de admitir a derrota noutras. Coragem para abrir o coração a alguém quando não a tivemos para outras pessoas da nossa vida. Coragem para nos posicionarmos ou para sabermos que o silêncio é mais eficiente que a voz. Coragem para seguir sonhos. Ir contra a corrente. Superar medos. Viver depois da morte, da separação, do abandono, do coração partido. Ou para ser feliz.

Eu sempre encontrei coragem dentro de mim quando me vi a viver uma situação que jurava a pés juntos que jamais seria capaz de viver. Quando achava que não tinha estrutura para aguentar. Mas também há coragem nas pequenas coisas. E é por isso que a coragem é nossa e não é palpável, definível, quantificável, exemplificativa. Porque o que é coragem para mim, pode não ser para outra pessoa. Mas exigiu dentro de mim uma força, uma ordem, uma energia que não nasce em qualquer situação. E isso faz de mim uma corajosa. Faz de todos nós, aliás.

De uma forma ou de outra, todos temos dentro de nós um toque de bravura que nos leva a dar o passo em frente que nunca julgávamos conseguir dar. E quase que nos olhamos de fora a dá-lo, como se não estivéssemos a reconhecer a pessoa que o está a dar. Nunca o sentimos na pele, estamos sempre de fora do nosso corpo. E faz um certo sentido. Quando temos um momento de coragem, abandonamos o corpo da pessoa que dizia que jamais conseguiria ultrapassar esse obstáculo e, qual fénix, renascemos para sermos alguém com mais bagagem nas costas e mais bravura nos ossos. Porque nos identificamos muito mais com esse novo 'eu' do que com o que deixámos para trás, sem ressentimentos. O que faz de nós corajosos é diferente de pessoa para pessoa. Mas é importante que todos a tenhamos. Porque significa que estamos vivos, aqui, e que queremos aqui estar com toda a força, todo o espírito, toda a identidade e toda a alma que, essa sim, convive connosco desde que observámos o mundo pela primeira vez.

terça-feira, 7 de agosto de 2018


Embora já tenha lido alguns autores sul americanos, senti que estava em certa falta para com a literatura latina, pelo que decidi reintroduzir-me através do Nobel da Literatura de 2010, Mario Vargas Llosa: Travessuras da Menina Má.

Esta é uma história de amor — se é que lhe poderemos chamar assim, fica ao critério de cada leitor — totalmente invulgar e onde os clichés não moram. Ricardo, um peruano sensível e romântico vê-se apaixonado desde a sua infância pela, carinhosamente apelidada (embora não o pareça), menina má, uma rapariga desapegada, ambiciosa e inquieta. O sonho da vida de Ricardo sempre foi muito singelo: conquistar a menina má e viver toda a vida em Paris. Um deles, consegue obter muito depressa.

Travessuras da Menina Má é uma história de desencontros e tem uma leitura que, embora muito acessível, tem um tom pesado e bastante gráfico em certos temas que aborda. É uma leitura que não deixa ninguém indiferente. Todos nós teremos uma opinião ou sensação em relação à história de Ricardo com a menina má: angústia e esperança; empatia e fúria; frustração e compaixão; impaciência e tristeza. Todos ao mesmo tempo.

Além do evidente romance, existem outros dois pormenores que tornam a leitura deste livro tão interessante: as diferentes épocas e os contextos geográficos. Esta história passa-se numa altura muito volátil do mundo, que estava em constante actualização de confrontos, ideologias políticas, filosóficas e sociais. É também uma narrativa que se passa em diferentes lugares do mundo, pelo que as descrições são sempre deliciosas para quem ama atravessar fronteiras — e, aliadas ao contexto histórico, tornam-se ainda mais incríveis.

De previsível tem muito pouco, embora a leitura faça criar sobre nós uma ansiedade de sabermos sempre como vai terminar e de torcermos para que nunca termine assim. O final, confesso, surpreendeu-me. As personagens têm uma construção muito profunda e sensível que me conquistou desde a primeira página. Se procuram um livro para se introduzirem na literatura latina, este é uma boa estreia. Uma história que irei recordar para sempre.

Autor: Mario Vargas Llosa
Número de Páginas: 373
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domingo, 5 de agosto de 2018


Quem chegou a ter pen pals? Na minha escola secundária, existia até um clube que acabou por perder a força e encerrar. Para quê perder tempo a escrever cartas quando as novas tecnologias e formas de comunicação fervilhavam, como o MSN, o Hi5, o Facebook? Até com um e-mail conseguíamos obter as respostas mais depressa.

Curioso como essa mesma tecnologia fez os pen pals regressar. SLOWLY é, possivelmente, a app mais original que já conheci: dá-vos a possibilidade de se comunicarem com qualquer pessoa do mundo, sendo que as vossas mensagens têm um tempo de envio e de chegada semelhantes aos dos correios: quanto maior a distância entre vocês, maior o tempo entre correspondência.

No vosso perfil, podem filtrar várias informações e gerir a vossa privacidade, mas há dados que são acessíveis a qualquer perfil e que são-vos solicitados que preencham no momento de inscrição, tais como o vosso país, os temas com os quais têm mais interesse em falar — animais, escrita, fotografia, viagens, filmes, política, saúde (...) — e as línguas com que gostariam de se comunicar, sendo que em cada uma delas podem também atribuir um nível de compreensão. Por exemplo, no meu caso seleccionei o português e o inglês como língua nativa e fluente, respectivamente, e o alemão como interessada/iniciada, uma vez que já só me faltam dois módulos para terminar o curso no Duolingo e gostaria de colocar mais em prática os meus conhecimentos.

Podem seleccionar com quem se querem comunicar ou permitir que o SLOWLY faça um auto-match, cruzando os dados de temas e línguas que têm em comum. A app informa o tempo estimado entre cada correspondência e ainda têm uma página de 'troféus' que, neste caso, são selos, onde podem coleccionar selos dos países onde trocaram correspondência. Podem até acabar por comunicar com alguém do vosso próprio país. No momento em que vos escrevo, troco correspondência na Turquia e na Índia e o que dá mais graça é que os meus pen pals correspondem ao que é esperado num pen pal, sem interesses manhosos nem arruinando a piada nem a ideia. Tem sido absolutamente enriquecedor e divertido!

Substitui o prazer do envelope físico com a carta, a caligrafia única e a ideia de que íamos ter correspondência à nossa espera? Não. Mas a aplicação traz de volta um conceito que sempre achei incrível e que não tinha sobrevivido à adaptação tecnológica até então: a ideia de conhecer pessoas diferentes, de culturas diferentes e trocar experiências e ideias a partir dessa diferença. A aplicação é gratuita e está disponível para iOS e Android. Escusado será dizer que estou fã! Já conheciam a app? E com que países já trocaram correspondência? Quem sabe se não troco, um dia, uma carta digital convosco!


Uma vez que já conheço Sintra na palma da mão, é sempre refrescante e incrível quando conseguimos descobrir novos lugares para explorar e que, surpreendentemente, são de entrada gratuita. 
Na verdade, a Quinta do Pisão está localizada mais para os lados de Cascais, mas é inegável que é a Serra de Sintra que dá forma à paisagem maravilhosa que a quinta gigantesca proporciona.





Esta pérola natural é, na verdade, um complexo gigantesco onde se podem demorar horas sem nunca chegarem a explorar todos os lugares. Encaixada num vale, na Quinta do Pisão podem fazer piqueniques à sombra das árvores, dar festinhas aos equídeos que passeiam pelo centro de recuperação e pelos estábulos, conhecer hortas biológicas, dar caminhadas na terra batida e deslumbrarem-se com a vista, explorar as grutas escondidas e assombradas que aparecem pelo caminho e aprender mais sobre a fauna e a flora através das placas informativas e do centro de interpretação ambiental. Nele, encontram também um enorme terraço onde podem organizar as vossas festas.




Talvez não saibam, mas tenho uma enorme perdição por cavalos. É um dos meus animais preferidos, portando, fui tremendamente feliz a passear pelas sombrinhas das árvores, explorar a mata e dar carinhos ocasiões nos cavalos e burros que encontrava. Não conseguimos conhecer toda a área — como referi, é bastante extensa —, mas fiquei com uma enorme vontade de regressar, especialmente porque é um lugar ainda muito pouco conhecido e, por isso, com pouca afluência, onde podem apreciar a Natureza de forma orgânica e sossegada. A Quinta do Pisão está aberta todos os dias, 24 horas e recomendo que levem calçado fechado.

sábado, 4 de agosto de 2018


Depois da barriga cheia que foi 2017, não tinha concertos previstos para este ano, pelo que foi uma agradável surpresa ver-me, a 20 minutos de começar, a dirigir ao palco do Forum Summer Sounds, um evento promovido pela RFM e pelos Fóruns Sintra e Montijo onde cada dia era dedicado a um convidado musical, com entrada gratuita. Achei que esta era a oportunidade perfeita para finalmente assistir ao vivo a Carolina Deslandes.

Com uma decoração de palco minimalista e florida, a Carolina surgiu em palco aos som dos acordes de 'A Miúda Gosta' — uma das minhas, senão a favorita do álbum —, com um vestido florido, uma barriguita feliz e desmaquilhada. Confessou-nos que este era o primeiro concerto onde se sentiu suficientemente confiante para se apresentar a nós de rosto natural. E sentiu-se também à vontade connosco para cantar para nós uma música que já tinha retirado do repertório dos seus concertos: 'Heaven'.

Com uma banda fantástica cheia de jazz e com a sua voz delicada e característica, todos nós fomos cantando as suas músicas. Nas pausas, contava-nos histórias e curiosidades sobre as suas canções ou concertos, respondia com ternura às crianças que gritavam pelo seu nome e devolvia sempre os 'olás' que escutava perdidos na multidão. Foi um momento tão quentinho, tão bonito e tão adorável que temos vontade de guardar numa caixa para que nunca se perca.

Pude cantar as minhas músicas preferidas, emocionar-me e rir-me com ela, dançar e desfrutar de um concerto que efectivamente nos deixa felizes e entretém. É impossível sair de lá sem um sorriso escancarado no rosto e de alma quentinha. O seu concerto envolve tanta ternura e musicalidade que se torna memorável e cheio de qualidade. Fazia parte dos meus planos assistir a um concerto dela e não estava à espera que acontecesse tão cedo. Fico feliz por não ter deixado escapar esta oportunidade. Não deixem a vossa escapar também.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018



Tempo...! Tempo, tempo, tempo! Esta foi a palavra de ordem de Julho. Depois de uma temporada caótica, Julho presenteou-me com alguma calmaria e sossego que eu, evidentemente, logo me lambuzei para aproveitar. Com um tempo ora chocho, ora dos deuses, a agenda não esteve mais vazia, é certo, mas também esteve mais preenchida com coisas que me fazem (ainda) mais feliz! Oh, Julho, foste tão bom...!

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