terça-feira, 29 de outubro de 2019


Planear, planear, planear! Confesso que adoro preparar e pensar nas minhas viagens antecipadamente e já com algumas anotações do que é que eu não posso perder — mas com muito espaço para surpresas, imprevistos e improvisações. Gosto de já conhecer um pouco do lugar que estou prestes a visitar e, por isso, as minhas anotações são preciosas. Acho que não podia ter recebido um presente mais a minha cara de viajante.

Desenhado pela Moleskine — e só por aí já sabemos que podemos esperar algo funcional e de qualidade — este Traveller's Journal foi criteriosamente pensado para facilitar quem gosta de planear e registar memórias de viagem. Num só lugar, encontramos as diferenças de fuso horário, um pequeno dicionário de vocabulário de aeroporto — para iniciantes nervosos! — calendários, checklist dos países que já visitaram e outras checklists em branco para preencherem com os espaços e atividades que querem ver/fazer (ou do que não pode faltar na preparação da mala de viagem) e nomes dos aeroportos e distância das respetivas capitais. Encontram, ainda, espaço para registarem as vossas memórias de viagem, listas de desejos e segmentos para planearem viagens curtas e longas, com as datas, budget e outros detalhes que fazem a diferença na preparação da próxima aventura. Por fim, ainda dispõe de uma bolsa no interior para guardarem documentos ou recordações e stickers para darem mais personalidade aos vossos registos. Tudo isto encadernado de uma forma aprimorada. 

Prático, funcional e perfeito para quem vive para viajar, não podia ter recebido o presente mais ideal para sonhar com as próximas aventuras. Com o Natal bem, bem à porta, não podia deixar de sugerir este bloco para oferecerem às vossas pessoas que vivem nas nuvens. Obrigada Marisa e Pedro!

segunda-feira, 28 de outubro de 2019


O Halloween não é a tradição mais popular em Portugal — naturalmente, já que não é uma celebração que pertença à nossa cultura. No entanto, não faltam pessoas com vontade de a celebrar — que é o meu caso e da minha família. Por aqui, as celebrações de Halloween são muito caseiras e remetem-me à sensação hygge, que adoro. E são ambientes e ideias tão fáceis de recriar e de tornar a vossa noite das bruxas diferente...! Para quem não acha piada em celebrar o Halloween numa discoteca a contabilizar quantas pessoas estão a vestir o mesmo disfarce, seguem algumas sugestões!

sábado, 26 de outubro de 2019


Cada vez mais novos projetos se iniciam no mundo digital, nas mais variadas plataformas, na esperança de vingarem e criarem uma comunidade fiel. Porém, a par deste movimento, observo que nem todos têm uma opinião positiva face a este acréscimo de criadores — especialmente quando os projetos nascem já sem descartar oportunidades comerciais. Num mercado já tão saturado de blogs, canais de youtube, podcasts, artistas de música ou Instagrammers, há mesmo espaço para mais um? A minha resposta curta é sim.

O mundo digital reflete o próprio mundo e isso traduz-se na imensidão de culturas, pessoas, interesses, ideias, nichos e oportunidades. Durante anos tivemos — e temos! — milhares de lançamentos de livros, programas, músicas, revistas, filmes e séries que decidimos acompanhar sem questionar o valor dos que já faziam parte do nosso quotidiano. A novidade não suplanta o antigo (e vice-versa), se realmente gostamos do que estamos a consumir. Porque somos fiéis aos nossos interesses e porque não somos obrigados a acompanhar exclusivamente um criador de um determinado conteúdo ou determinada plataforma. Podemos acompanhar vários — conforme os nossos interesses e tempo.

Desconfio que talvez o problema não esteja no nascimento de projetos ou na popularização de formatos e sim na crença de que só um certo formato pode vingar. Quando projetos promissores se entregam a fórmulas que não passam a sua identidade, comunicam sobre assuntos que não os apaixonam, abstém-se de partilhar os conteúdos que realmente queriam ou escolhem plataformas com as quais não se sentem confortáveis para serem eles próprios apenas porque ouvem que o formato que combina com eles está 'morto', a validade do projeto ganha data, de imediato. Ao não criarem aquilo que gostariam de consumir, o resultado é um exoesqueleto bonitinho com pouca substância por dentro. Não nego que certas estratégias e temas sejam ótimos de aderir, desde que adaptados à vossa identidade e não o contrário. Eu acredito que podemos criar conteúdo diferenciador numa plataforma/formato já popular. Caso contrário, alimentamos esta ideia de saturação.

Enquanto consumidora, nunca me agradou tanto esta atualidade onde o poder está nas minhas mãos. Eu escolho o que quero consumir, escutar, e acompanhar. Não me tenho de sujeitar e posso ser tão criteriosa quanto me apetecer. Se não funcionar mais para mim — ou se a primeira impressão não me cativar — posso escolher outro conteúdo. E isto é extraordinário porque, como supracitei, há um mundo para descobrir e que agrega ao nosso conhecimento, nos influencia de forma positiva, alarga os nossos horizontes e ambições.

Irei sempre privilegiar a escolha ao invés da limitação. Eu não quero estar limitada ao que consumo só porque 'há Youtubers, blogs, podcasts, Instagrams de moda, lifestyle (...) a mais'. Quero poder observar tudo o que está a ser feito e selecionar aquilo que serve para mim. Que funciona para mim. Com a elasticidade de poder trocar ou regressar quando quiser. Há nichos para todos os temas, há fãs de todos os gostos. Como há muito se vem a defender, há lugar para todos. Não significa que todos vão ter o mesmo grau de sucesso ou popularidade mas isso — como em todas as indústrias — cabe ao público decidir e ao criador trabalhar.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019


Nunca fui a maior fã de livros com a temática dos vícios. Em grande parte porque me impressiono muito facilmente e as ideias mais violentas destes livros permanecem na minha mente muito depois de ter terminado a leitura, quase como que uma assombração. São histórias sempre difíceis e duras de ler que me fazem manter à margem. No entanto, com Beautiful Boy, eu quis entrar nessa viagem.

A razão principal está na premissa do livro; ao contrário da maior parte deste tipo de relatos — feitos na 1ª pessoa ou em género de ficção, com narrador na 3ª pessoa —, Beautiful Boy é a história de como Nic se entrega ao vício, narrado pelo próprio pai. É um testemunho verídico de como um miúdo carismático, inteligente, cheio de projetos e sonhos se entrega às drogas numa queda vertiginosa aos olhos do seu progenitor. Eu achei esta perspetiva muito intrigante porque o mundo da droga não arruína apenas o utilizador. É muito interessante ver através do prisma de um pai que, ao início, não quer acreditar que o seu filho inteligente seria capaz de se entregar para uma decisão tão insensata. Em paralelo, David — pai do Nic — partilha também o seu próprio testemunho de como abordou as drogas com a idade do filho. O conflito entre relevar a experimentação de drogas leves ou encarar como um alerta; a ansiedade de tentar compreender se vai tarde demais para salvar o filho ou não; a própria transformação da dinâmica familiar, não só entre o pai e Nic mas também com os restantes membros da família. Todas estas abordagens são violentas mas extraordinariamente bem contadas.

É um livro muito triste e não me lembro da última vez que tinha chorado copiosamente enquanto lia. A angústia e o sofrimento do pai, a aflição perante os desaparecimentos de Nic, a desilusão, a transformação gerada pela droga que resulta em comportamentos que, sóbrio, seriam impensáveis. Todos estes relatos tornam Beautiful Boy numa leitura dura e angustiante. É impossível não sentirmos empatia por David e de dividirmos com ele cada emoção. A esperança e a escassez dela; a frustração e a vontade de não desistir de quem se ama; Este amor voraz e incondicional que só um pai ou uma mãe podem sentir e que é tão imenso que é capaz de tanto suportar e perdoar. Que é tão forte quanto as más decisões e exageros de Nic. 

A leitura foi lenta — embora a narrativa seja bastante fluida e acessível — e com horário escolhido a dedo para que todo o ambiente pesado não influenciasse o meu próprio dia e bem estar. No entanto, não me arrependo nem um segundo da leitura e de ter acompanhado esta luta, especialmente porque agregou mais conhecimento sobre todo o processo de um vício — que tendemos a achar que sabemos tudo e a ser muito preconceituosos e injustos — e também sobre dados científicos que desconhecia — mas que um pai desesperado é capaz de pesquisar e, mais tarde, partilhar num livro. Chega a ser quase arrepiante a forma subtil e insidiosa como as drogas se instalam no quotidiano de Nic; inicialmente, de forma inocente e quase inofensiva, crescendo e levando tudo à frente consigo, incluindo princípios e valores humanos básicos.

O livro já foi adaptado para o cinema com a prestação (improvável) de Steve Carell, que se despiu da comédia para interpretar este drama, e de Timothée Chamalet, a sensaçao de Hollywood dos últimos tempos. Pela curiosidade que tenho para observar Carell num registo mais sério e pela possível prestação brilhante, mas desafiante, de Timothée para personificar Nic, sou capaz de passar por esta viagem de novo, sabendo que de lá sairei com um nó na garganta e o coração desfeito. Mais uma vez. Recomendo a leitura se estiverem numa fase de vida menos atribulada.

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Bertrand

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quarta-feira, 23 de outubro de 2019


Com a tendência dos podcasts a regressar, algumas das questões que mais vou ouvindo — online e offline — são ‘que programas gostas de ouvir?’, ‘quais os melhores podcasts?’, ‘o que me recomendam?’. Embora seja bastante fiel a um conjunto de programas — alguns deles até recomendei aqui — tenho-me apercebido que certos episódios são mais enriquecedores que outros e que, por vezes, eu prefiro recomendar um episódio específico e não apenas o podcast em si. A pensar nisso, decidi iniciar o Ouviste Isto? no Bobby Pins. Não vai ter uma regularidade programada porque é um processo espontâneo: vou destacando episódios que gostei muito de ouvir e que quero partilhar convosco ou debater um pouco sobre os temas relacionados. Os episódios que vou recomendar são independentes, ou seja, não necessitam de ter ouvido outros episódios do programa para poderem escutar, salvo alguma exceção devidamente assinalada. Fico também na esperança de que possam comentar abaixo episódios específicos que vocês recomendam e gerar uma partilha enriquecedora. Sem mais demoras, vamos começar?

terça-feira, 22 de outubro de 2019


Adoro que a minha decoração siga um estilo minimalista, com influência escandinava. Os tons neutros ou com suaves cores pastel, as linhas bem definidas, o toque rústico e a valorização da funcionalidade são fatores decisivos na hora de eu decidir (ou não) levar um artigo de decoração para casa.

Descobri o Aqui Há Peça através da Carolina e, desde então, tenho acompanhado todo o crescimento da marca — e o lançamento das novidades — de olhos a brilhar, desejando todo o catálogo. A marca é 100% portuguesa e nasceu da necessidade de dar uma segunda oportunidade às peças de alta produção que acabam por ser descartadas na hora de selecionarem o que vai ou não para retalho em grandes marcas. O Aqui Há Peça recupera essas peças abandonadas e vende ao público a preços imbatíveis.

Há artigos para todos os gostos e, o melhor, para todas as carteiras também. Todas as cerâmicas privilegiam o design intemporal, simples e versátil, aprimorando as vossas mesas ou recantos da casa. As peças são vendidas através do Instagram, opção que lhes permite garantir um serviço mais pessoal e personalizado — e com uma simpatia contagiante!

Aproveitei a edição do Torres Market para poder observar fisicamente as peças e conhecer um pouco melhor os rostos que dão alma a este projeto. Para casa, trouxe esta jarra e o prato simples cinzento e confirmo que a qualidade das peças é extraordinária e que cumpre o que a marca comunica através das suas fotografias simples e delicadas.

Para quem precisa de enxoval para a casa nova — ou tem amigos que estão nesse processo e querem dar um miminho — ou para adicionarem um artigo diferenciador à vossa própria decoração sem fazer investimentos absurdos, não podia recomendar mais.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

  1. Aposta em acessórios (roupa, casa, papelaria) ice breaker, que representem a tua identidade mas estimulem uma conversa; 
  2. Tem sempre uma nota de emergência na carteira. Esquece-te dela até precisares; 
  3. Cuidado de pele é importante. Começa no protetor solar (mesmo no inverno) e acaba na limpeza diária da pele com produtos adequados; 
  4. Não dediques músicas a ninguém; 
  5. Sê chata em compromissos e serviços. Se não vêm até ti vai tu até eles; 
  6. Sê simpática com todas as pessoas que se cruzam no teu caminho e especialmente gentil com aquelas que descarregam nos outros, mesmo que custe. Eles nunca esperam gentileza de volta. Troca-lhes as voltas; 
  7. Ouve mais vezes a opinião contrária à tua do que a favor. Aprende com a oposição dos outros; 
  8. Não faças da tua opinião uma certeza imutável. Permite-te a mudar de ideias, a aprender novas coisas que transformem a tua perspetiva. Deixa que certos conceitos que tinhas na mente fiquem datados. É sinal de amadurecimento; 
  9. Não invistas na tua formação unicamente para ganhares mais um tópico no CV. Aprende mais sobre algo, simplesmente. Nem tudo na vida tem de existir para o universo profissional; 
  10. Retribui sempre, de alguma forma, de alguma maneira. Devolve o tempo, dedicação, atenção e cuidado que a pessoa depositou em ti. E não te demores a fazê-lo; 
  11. Arranja tempo para investires nos pequenos prazeres diários. Ler um livro, ouvir um podcast, experimentar uma receita, treinar, aprender uma língua, fazer aulas de dança. São esses pequenos prazeres que fazem a vida valer a pena, mesmo que encurtem o tempo; 
  12. Os dias são longos mas os anos são curtos. Desfruta; 
  13. Não és especial e isso é ótimo. Significa que as batalhas internas que estás a travar não existem apenas dentro de ti. Todas as pessoas enfrentam uma e não importa qual é. Não te cabe a ti determinar que a tua batalha é mais importante ou relevante que a do outro. Aproveita o facto de não seres especial para respirar. O mundo não te voltou as costas. Não estás sozinha; 
  14. Diz às tuas pessoas o quanto gostas delas. Não é patético nem tem de estar reservado a ocasiões especiais. És tu que tornas a ocasião especial ou não; 
  15. Não há almoços grátis; 
  16. Alimenta a tua curiosidade. Pesquisa no Google, lê artigos, inscreve-te nos workshops. Se algo te intriga, procura saber a resposta, por mais trivial que seja o assunto. Não precisas de ser uma expert mas é sempre informação que, um dia, pode ser útil;
  17. Valoriza tudo o que as tuas pessoas acrescentam à tua vida mas não coloques em causa a tua autonomia; 
  18. A cada oportunidade, pensa mais no que tens a ganhar do que no que tens a perder; 
  19. Honra a tua palavra mesmo que os outros não o façam; sê íntegra, honesta, gentil e transparente nas tuas ações mesmo que os outros não o sejam. O que importa é a tua consciência. O teu carácter deve ser transversal e independente dos comportamentos dos outros; 
  20. Quanto mais cresces, menos certezas tens; 
  21. A tua companhia é a melhor do mundo, por muito que tenhas pessoas excelentes na tua vida. Não a percas de vista; 
  22. A forma como permites que os outros te abordem reflete a forma como deixas que os outros te tratem. Não tenhas medo de definir limites;
  23. Não tens de desvendar tudo o que vai acontecer na tua vida agora. Não faz mal viveres fases ‘não sei’; 
  24. És uma gaiata e tens ainda muita asneira por fazer, muita coisa boa por viver, muitas aprendizagens por interiorizar, pessoas por conhecer, lugares por visitar, momentos bonitos por criar. Não percas tempo a sentir-te vivida. Vive só; 
  25. Arrisca. Não tens nada a perder.

domingo, 20 de outubro de 2019


Entre dias caóticos, momentos de stress e episódios menos bons, pode ser difícil chegar ao final do dia com a sensação de saldo positivo. Pequenos momentos de reflexão e de balanço diário podem ajudar-nos a clarificar as nossas ideias e fazer-nos ver que o nosso dia não foi (assim tão) mau e que teve muitos pontos positivos a destacar — mesmo quando pequenos.

O Five Year Journal — sim, ainda o faço! — tem sido uma aposta certeira para acompanhar o meu crescimento e o amadurecimento de alguns pensamentos, mas não está diretamente ligado à gratidão e, de há uns tempos para cá, estava a ponderar iniciar algum projeto que se focasse nisso. A Carolina leu os meus pensamentos.

Veio na forma de presente de aniversário e foi tudo o que precisava para ter a certeza de que tinha de levar adiante esta ideia. A premissa é simples e tentadora: registar todos os dias, durante um ano, os momentos positivos do dia pelos quais estou grata, sem espaço para negatividade.

Momentos pelos quais estou grata, coisas que me fizeram sorrir e três destaques que eu quero recordar mais tarde; são estes os três desafios diários que tenho de preencher. Iniciei-o, precisamente, no meu dia de aniversário — sinceramente, não imagino melhor altura para o ter começado, especialmente depois do aniversário incrível que tive. A encadernação é de sonho e o design minimalista convida as mentes mais criativas a personalizar o diário para que corresponda o mais possível à sua identidade, incentivando a que acrescentemos, a cada folha, desenhos, bilhetes, fotografias ou outras memórias físicas que complementam a nossa redação.

Ao contrário do Five Year Journal, que preencho religiosamente todas as noites, antes de me deitar, tenho optado por preencher este diário logo de manhã. O meu horário madrugador permite-me ter o sossego e o tempo necessário para refletir sobre o que de melhor aconteceu no meu dia e que vale a pena recordar. Preencho-o assim que acordo, acompanhada do meu chá e da ligeira claridade do começo de um novo dia. É um ritual que me está a agradar e que influencia o meu estado de espírito para o resto do dia. Sinto-me inspirada e motivada para criar momentos dignos de escrever no meu diário, por mais singelos que sejam. Tem sido, acima de tudo, um ritual terapêutico e transformador. 

Pela qualidade do diário e pela marca extraordinária, não podia recomendar mais este modelo mas, no fundo, o que quero destacar desta publicação é a ideia genial que, sinceramente, pode ser reproduzida das mais variadas formas e que está ao alcance de qualquer um: anotar, todos os dias, aquilo que de melhor aconteceu nesse dia e que vale a pena recordar. Ao fim de um ano, pode fazer a diferença. 

Obrigada pelo presente, Carolina. Uma boa amiga não só lê pensamentos — mesmo a centenas de km de distância! — como oferece exatamente aquilo que ela mais precisa.

sábado, 19 de outubro de 2019


Às oito da noite de quarta-feira, o Diogo veio buscar-me para jantarmos juntos no meu aniversário. Afinal de contas, eram 25 anos e, embora este mês esteja a ser registado por caos, stress, estudo e papelada — e uma melancolia à mistura —, não podia passar incólume. Estava sem energia para preparar qualquer festa, especialmente a uma quarta-feira à noite, mas o Diogo convenceu-me a irmos jantar juntos. Ao longo da semana, fui tranquilizando os meus amigos de que, embora não houvesse festa na agenda, encontrar-me-ia com eles brevemente. Eu não suspeitava de nada

quarta-feira, 16 de outubro de 2019


Quando era mais nova tinha todo um ritual para entrar no mar. Estudava as ondas e a temperatura; deixava o mar molhar os pés e gelar-me os tornozelos até os ossos doerem. Fazia uma careta e preparava-me para a segunda rebentação, até não gelar mais. Deixava o corpo arrefecer para o choque não ser maior; passava as mãos molhadas nos braços para os arrepiar. Entrava e saía, avaliava a melhor onda para furar. Tudo para evitar choque e impacto. Ao fim de longos minutos de contemplação e sofrimento térmico, já de tronco molhado e braços erguidos, deixava-me afundar debaixo d’água rapidamente. Saía gelada e com a adrenalina no corpo que só quem cresceu com mar revolto vai compreender.

Tenho dado por mim, mais velha, a saltar passos. Contemplo as ondas mas não escolho a melhor — porque não existe; molho os pés mas não dou tempo para os tornozelos gelarem — não faz sentido sofrer; habituo-me à temperatura mas não fico demasiado tempo onde não preciso ficar. Dou por mim a correr desalmadamente — mas cheia de alma — pela areia molhada, a cortar a rebentação sem choque e a furar a onda de cabeça com os braços estendidos. A sensação a submergir é exatamente a mesma quando me preparava criteriosamente. Mas com metade do desconforto.

Não estou menos cautelosa. Mas entendi que nem toda a onda espera pela nossa preparação. Que há choques e impactos que vamos sentir quer nos tenhamos preparado ou não. Que há sofrimentos que não precisamos de sofrer. Que não precisamos de nos demorar onde nos sentimos desconfortáveis. E que nunca vamos estar prontos, portanto, mais vale seguir em frente e de cabeça quando o coração bater mais forte. A correr, para ser mais fácil de enfrentar.

O tempo não nos ensina a descurarmos a preparação, mas ensina-nos quando ela é necessária e quando ela é apenas uma desculpa para adiar um confronto. Com nós próprios, com os outros, com uma verdade ou uma oportunidade. Por vezes, vale a pena seguir um ritual. Estudar, contemplar, avaliar, preparar. Antever. Sentir algumas coisas primeiro. E depois seguir. Noutras, talvez não nos devamos demorar tanto porque não há oportunidades perfeitas. Talvez o melhor seja só correr e ir.

O conhecimento prepara-nos, desde cedo, para enfrentar um mar revolto. A sabedoria de amadurecer ensina-nos quando é que já estamos há demasiado tempo no areal.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019


1. Álbum O Tempo É Agora FNAC - 13,90€ // 2. Bilhete Concerto The 1975 TICKETLINE - 30€ // 3. Esferográfica LAMY Safari Blue Macaron // 4. Caneca MR. WONDERFUL - 13,95€ // 5. Espelho IKEA - 69,99€ // 6. Unsavory Truth BOOK DEPOSITORY - 19,41€ // 7. A Night Divided BOOK DEPOSITORY - 8,24€ // 8. The Nightmare Before Christmas DVD FNAC // 9. Aristogatos DVD FNAC // 10. Trivial Pursuit Classic Edition // 11. Caixa de cortiça ASOS - 7,49€

Miminhos para os 25 que gostava de desembrulhar.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019


Desde que o namorado foi brutalmente assassinado, Alicia nunca mais falou. Nem mesmo quando foi acusada pelo homicídio. O mistério em torno da sua incapacidade para falar é tão grande quanto o mistério do que, efetivamente, aconteceu naquela noite. Seis anos depois, Theo, um psiquiatra, propõem-se a tratar Alicia para a ajudar a recuperar a sua voz e desvendar a verdade.

Se estão com bloqueio literário há muito tempo, se têm a sensação de que já não se sentem presos por um livro ou não sabem como recomeçar hábitos de leitura, vão neste de olhos fechados. A Paciente Silenciosa é um thriller psicológico que nos prende logo no primeiro capítulo e que só conseguimos largar depois de sabermos o que aconteceu. O final é bem inesperado e nada no livro está relatado em vão. Não vão sentir que alguns capítulos apenas servem para empatar, compreendem? Tudo o que lá está é essencial para desvendarem o mistério — ou compreenderem-no — o que resulta em longas horas de leitura cativante, sem vocês darem por isso.

Embora seja um suspense psicológico, é muito pouco gráfico e não procura provocar terror, portanto, se são pessoas impressionáveis com narrativas muito visuais ou sangrentas, podem ler sem medo porque a narrativa concentra-se muito na psique humana, no que desencadeia certos comportamentos. Aliás, se alguém for de psicologia/psiquiatria e já tiver lido o livro, por favor deixem nos comentários qual foi a vossa opinião sobre o livro porque o autor inclui muitas observações técnicas sobre psiquiatria — de uma forma cativante e que qualquer pessoa é capaz de compreender — no meio da história de ficção (e faz sentido que existam! Como supracitado, nada está no livro em vão). Temáticas como depressão, traumas, vícios, a natureza de certos comportamentos violentos ou até mesmo relações está muito bem observado no livro e sentem que a leitura agrega algo ao vosso conhecimento que não apenas uma história de mistério gira. 

Tenho de vos confessar que, na minha cabeça, a figura do psiquiatra Theo era o Mentalista!! Gostei muito do livro pela premissa insólita, pela boa construção da história e pelas reviravoltas surpreendentes. Já que estamos em época de Halloween e de preferência para atividades no aconchego da nossa casa, recomendo muito que leiam o suspense bem confortáveis com uma manta e uma caneca de chá!

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Bertrand

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sexta-feira, 4 de outubro de 2019


Pela primeira vez na vida desde que me lembro de ser gente, não estou entusiasmada ou ansiosa pelo meu aniversário. Não creio que esteja relacionado com o envelhecimento; sei que muita gente perde a excitação de fazer anos à medida que cresce e que os aniversários ganham uma conotação mais negativa do que positiva. Não é o meu caso e quem me acompanha há algum tempo sabe que sou uma miúda de celebrações — mesmo quando modestas. O meu aniversário é um dos meus dias preferidos do ano e nunca tive vergonha de o afirmar. Porém, este ano, a situação não está fácil. 

O número 25 encara-me com alguma imponência e eu sinto um aperto no estômago. Sinto que nada tenho para celebrar. Uma apatia instalou-se nesta data e tem-me deixado entristecida. Não estou com forças para marcar nada. Não estou com forças para enviar mensagens de convite. Não estou com forças para contar quantas confirmações. Não estou com forças para reservar mesas. Não estou com forças para planear. E mesmo quando o Diogo sugere um plano modesto a dois, encolho os ombros. Sinto que estou a fazer um amuo comigo mesma mas está longe de ser uma greve de felicidade. Estou... desanimada

Estes são, provavelmente, os parágrafos que nunca pensei um dia vir a escrever. Mas não me sinto importante. Ou que a data seja importante. Tenho algum receio que esta publicação seja mal interpretada — não me estou a propor como vítima, afinal de contas, é só um aniversário — mas conheço-me e sei o que é que eu valorizo, o que é que eu acho importante, o que é que me entusiasma. Por isso, embora este não seja o desabafo mais feliz, é um desabafo real: não estou entusiasmada com o meu aniversário.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019


A Mulher que Escondeu Anne Frank | “Ao longo de mais de dois anos, Miep e o marido ajudaram a esconder judeus numa Holanda tomada pelos nazis. (...) Neste livro intemporal, Miep relembra esses dias tortuosos e fá-lo com uma clareza e uma emoção vívidas. A narrativa vai da sua própria infância, enquanto refugiada da Primeira Guerra Mundial, até ao momento em que entrega a Otto Frank — o único dos ocupantes do esconderijo a sobreviver ao Holocausto — o pequeno diário axadrezado. Até então, não fora lido por ninguém.” 

O Fabricante de Bonecas de Cracóvia | “Por magia, uma boneca chamada Karolina adquire vida numa loja de brinquedos e torna-se amiga do amável e discreto fabricante de bonecas, que é também o proprietário da loja. Quando a ocupação nazi se abate sobre a cidade, Karolina e o Fabricante de Bonecas têm de recorrer à magia para salvar, custe o custar, os seus amigos judeus dos perigos iminentes que pairam sobre eles.” 

Unsavory Truth | “Marion Nestle expõe como a indústria de alimentos corrompe a pesquisa científica para obter lucro.” 

Nada Menos Que Um Milagre | “Os cinco irmãos Dunbar vivem (...) no caos perfeito de uma casa sem adultos. O pai, que os abandonara, acaba de regressar. E tem um pedido surpreendente: algum deles aceita ajudá-lo a construir uma ponte? Clay, um rapaz atormentado por um segredo que esconde há muito, aceita. Mas porque está ele tão devastado? O que o leva a aceitar tão extraordinário desafio?” 

This Is Marketing | “No centro da sua abordagem está uma grande ideia: grandes profissionais de marketing não usam consumidores para resolver os problemas das suas empresas; usam o marketing para resolver os problemas de outras pessoas. Não fazem apenas barulho; fazem o mundo melhor. (...) Isto É Marketing oferece uma abordagem (...) que ainda será aplicada nas próximas décadas, não importa como as táticas de marketing continuem evoluindo.” 

A Night Divided | “Um thriller impressionante sobre uma menina que tem de escapar para a liberdade depois de o Muro de Berlim dividir a sua família entre Leste e Oeste.”

Mary Poppins | "Jane e Michael não gostavam da sua antiga ama. Também não tinham a certeza de ir gostar da nova: Mary Poppins. Rapidamente mudaram de ideias quando a viram deslizar pelo corrimão acima — e retirar de seguida várias coisas empolgantes de um saco de alcatifa vazio. Agora a única preocupação deles é que ela não parta, pois Mary Poppins apenas prometeu ficar «até que os ventos mudem»."

Publicação inspirada na da Carolina Nelas. Esta publicação contém links de afiliados. 
Quais são alguns dos livros que estão na vossa wishlist?

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Reggie, Relationships and Mental Health | Talvez quem não acompanhe a Estée não veja particular interesse em assistir a este vídeo mas eu gostei imenso deste Q&A. Honestamente, não sei o que teve de diferente de tantos outros mas achei a conversa muito honesta e aberta. Senti muita empatia pelos assuntos que ela abordou no vídeo e terminei de o assistir com uma sensação boa no coração. A Estée nem é a minha Youtuber favorita mas o vídeo não me deixou indiferente. 

How the Day of the Week Affects Your Decisions | Esta TEDTalk é absolutamente brilhante, de tal forma que tenho tentado encontrar mais estudos ou literatura que suporte a palestra dada por Jet Sanders. Como o título já denuncia, ela fez um estudo cujos resultados revelaram que os dias da semana influenciam as nossas decisões, desde as mais triviais e inócuas às mais importantes e que nunca julgámos que pudessem ser tão afetadas — como em quem votamos numa eleição. Parece absurdo demais? O estudo revela que não e uma das observações dela na palestra deixou-me a refletir: já repararam que o dia de votação, em cada país, é sempre fixo? No caso de Portugal, é sempre ao Domingo. E já pensaram que, se o dia da semana influencia as nossas escolhas, então um dia de eleições fixo é, inevitavelmente, um fator que vai afetar o voto? Este é, sem dúvida, um assunto que quero saber mais e que recomendo muito que assistam ao vídeo. Se só puderem assistir a um, que seja este, sem dúvida. 

11 Segredos do Seu Celular que Você Não Conhece | Eu adoro vídeos de dicas e hacks. E quando estão aliados a tecnologia, gosto ainda mais! Adoro aprender novos truques. Alguns não acrescentam muito no nosso conhecimento ou no dia-a-dia, mas outros são bem úteis para a rotina — ou para manter o telemóvel mais seguro. Eles tentaram ser bastante democráticos nos truques, portanto, há dicas para Iphone e Android. É um vídeo leve para assistirem. 

What Streaming Means For The Future of Entertainment | Vocês já sabem que eu sou uma curiosa por natureza e uma das coisas que eu gosto de fazer é aproveitar a minha hora de almoço para assistir a TedTalks sobre os mais variados assuntos — mesmo os que não domino porque é uma forma de aprender. Nesta palestra, o cofundador da Twitch, uma plataforma de streaming, explica como é que esta forma de interação na internet pode ser positiva e vanguardista. O entretenimento está sempre a inovar — especialmente agora, com evoluções tão rápidas e dinâmicas — e é muito interessante acompanhar quais são as propostas do futuro. Gostei particularmente da reflexão que Emmett Shear fez sobre as diferenças entre consumir conteúdo antes e agora.


Qual foi o vídeo que mais gostaram?

terça-feira, 1 de outubro de 2019


Setembro passou num sopro e com ele trouxe os dias mais frescos e nublados e as primeiras chuvas. Estou a viver, pela primeira vez, summer blues e tenho-me focado nas datas importantes que estão por vir para me abstrair. Talvez por isso tenha sentido que Setembro não se fez durar muito. Vamos aos destaques do mês?

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