Ainda vamos a tempo de recordar maio? Os Favoritos chegam com um toque tardio mas repletos de destaques intemporais e simbólicos de um mês que, não sendo incrível nem terrível, passou por mim num sopro.
Nunca imaginei, em toda a história dos meus outfits tirados no espelho, que esta blusa fosse despertar tantos elogios e curiosidade. Mas ela esconde um pequeno segredo... é um vestido. Era um vestido. Tinha este vestido guardado no meu armário sem previsão de quando voltaria a ver a luz do dia porque não me sentia bonita nele, mas adorava a forma como a parte de cima assentava em mim. Optei por dar-lhe uma nova vida e torná-lo numa blusa que tenho usado sem parar. Tem um tecido e uma manga perfeitas para a meia-estação, e o decote quadrado, combinado com a estrutura da manga, dá-lhe um ar principesco e campestre. Esta transformação fez-me pensar nas peças que temos no armário, que não somos capazes de descartar e que poderiam ter uma nova oportunidade se as alterássemos um pouco. Há uma nova vida na roupa do passado.
Outra peça que sofreu uma transformação foram estas calças da Zara. Não adoro os cortes de mom jeans nem de straight jeans do mercado (fast ou slow fashion, acrescento). Não acho que funcionem no corpo de mulheres com cintura fina e anca larga. Encontrei estas calças em estilo flare, com tecido para pernas infinitas e uma racha — na minha humilde opinião — medonha, mas bastou uma bainha para se transformarem nas jeans straight que funcionam no meu corpo (e a racha desapareceu com o excesso de tecido). Às vezes, temos mesmo de colocar a criatividade ao serviço do nosso corpo (ele não tem culpa de ser tal como é e a moda não nos pode deturpar nem fragilizar esta perceção).
Não costumo ter o mesmo tipo de calçado em vários modelos, e as minhas clássicas sapatilhas brancas estavam a merecer uma reforma. Para as substituir, optei pela VEJA, uma marca de calçado sustentável e com materiais vegan que promete conforto. Entre os vários modelos, optei pelas Campo Bege, um tom que conversa com todo o meu guarda-roupa e não as tenho largado desde então.
Comprei no meu tamanho real e não sinto que calçam pequeno, mas faço a advertência de que a língua da sapatilha é bastante comprida. Não magoou o meu andar mas, nas primeiras utilizações, passei o meu tubo de Compeed na frente do tornozelo até a língua ficar naturalmente dobrada e ajustada à minha perna (e recomendo que façam o mesmo, só por precaução).
Comprei no meu tamanho real e não sinto que calçam pequeno, mas faço a advertência de que a língua da sapatilha é bastante comprida. Não magoou o meu andar mas, nas primeiras utilizações, passei o meu tubo de Compeed na frente do tornozelo até a língua ficar naturalmente dobrada e ajustada à minha perna (e recomendo que façam o mesmo, só por precaução).
Mantemos a adoração por colares minimalistas com pendentes simbólicos — os meus preferidos! Desta vez, com uma simpática libelinha. É um colar muito discreto, perfeito para complementar os coordenados de verão sem centrar a informação de moda em si mesmo. Com um simbolismo especial para mim, tal como a maioria dos acessórios que uso.
A minha vida é um equilíbrio improvável entre queixar-me de ter o cabelo despenteado e despenteá-lo com produtos. Mas só assim é possível dar algum corpo, volume e vida a este cabelo. A minha companhia deste mês foi este texturizador de açúcar da Pantene. É bastante forte e prefiro colocar o produto na mão e aplicar no cabelo conforme a minha preferência — ajuda também a despentear menos o cabelo. É a minha solução para quando quero um cabelo saído da praia sem ter colocado os pés no areal.
Se alguma vez imaginei que iria reunir nos meus Favoritos tantos produtos de álcool gel? Não, mas não posso guardar este desinfetante da Dove só para mim. Uma combinação mágica entre desinfetante e creme das mãos com um cheiro divinal e que não tem o mínimo resquício de cheiro a álcool. Sempre que o passo nas mãos, alguém pergunta de onde vem um cheirinho tão bom. Não é pegajoso mas sentem a mão mais aveludada. Não uso outro, desde então!
As saudades que eu já tinha de conhecer um espaço novo...! E que bom ser surpreendida pela positiva neste regresso, com os sabores orientais do Chirashi. Contei-vos toda a experiência e ainda algumas sugestões aqui, mas tenho de destacar o meu ramen Asari Ebi.
Before the Coffee Gets Cold
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"Algures na cidade de Tóquio, existe um pequeno
café — outrora popular, agora esquecido pelo
mundo — onde é possível viajar no tempo. Essa
experiência está limitada por uma série de
condições, entre elas a principal: o viajante tem
de regressar ao presente antes que o café que
lhe é servido arrefeça."
Trick Mirror
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"Embora seja um livro de leitura recomendada
para todos, é uma obra que eu destacaria, sem
dúvida, para as mulheres — até porque este é,
claramente, um livro escrito de mulher para mulher.
Desde a internet e redes sociais, religião, consumo
de drogas, assédio, exercício físico, alimentação,
literatura, empreendedorismo e até casamento,
Jia explora um tema por capítulo tendo sempre
como ponto de partida uma experiência pessoal
que a fez descobrir o quanto temos, enquanto
sociedade, uma ilusão enraizada sobre estes
e muitos outros temas."
The Midnight Library
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"Algures no Universo, existe uma biblioteca onde
cada livro apresenta uma versão de como teria
sido a tua vida se tivesses seguido um rumo diferente,
desde as escolhas mais triviais às mais decisivas.
Esta é a premissa de Midnight Library, com a
protagonista Nora que, depois de um incidente,
se vê naquela biblioteca, pronta para conhecer
as várias versões que existem dela própria."
This Is Going to Hurt
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"Os pacientes insólitos e inesquecíveis, o casos
improváveis, as centenas de horas sem descanso
ao serviço dos outros, as decisões de vida ou
de morte que têm de ser tomadas num par de
segundos e a rotina esgotante da profissão são
contados, quase paradoxalmente, de uma forma
informal, muito cómica, carismática e leve,
sem nos poupar, no entanto, às dúvidas
profissionais do próprio Adam e a sua constante
indagação se esta total dedicação poderá valer a pena."
Atonement
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"Este é um romance/drama com uma premissa
bastante sensível, que decorre imediatamente
antes e durante a Segunda Guerra Mundial e que
nos apresenta Briony, uma criança de imaginação
muito fértil e que encontra na escrita a sua
paixão. Toda a narrativa adensa-se quando
Briony interpreta erradamente algo que
acontece com a sua irmã Cecília e com a sua
prima Lola — e que, para manter o efeito surpresa,
não vos posso revelar — e que determina o curso
de vida de uma série de personagens."
The Bold Type
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"The Bold Type vence, na verdade, pela forma
inteligente com que encaixa temas muito sensíveis,
importantes e tabu em episódios leves e com
uma certa dose de divertimento apenas possível
quando três mulheres jovens e loucas por
moda se juntam em Nova Iorque."
A playlist
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Dei por mim a pensar que maio não foi um mês especial. Não sendo terrível, também não foi incrível. Pautado por alguns sustos e por um cansaço que começou na mente e terminou no corpo, obrigando-me a parar e a saborear a vida um pouco mais devagar. Mas é por isso que o exercício dos Favoritos — e outros que vou fazendo — é tão gratificante: faz-me sempre olhar para cada mês num outro prisma. E aconteceu tanta coisa bonita em maio...
Formei-me num curso online da Universidade de Yale — e ganhei mais tempo para outros sonhos —, aproveitei cada saída de mãe e filha, as tardes de esplanada com bebidas frescas e conversas aleatórias, limpei ainda mais a minha pegada digital, fui regular nos meus treinos (o escape do stress) e encontrei refúgio nos livros, nas séries que tenho acompanhado, nas pausas para ouvir podcasts na espreguiçadeira e nos filmes que marcavam as nossas noites de sexta-feira. O Alemão esteve em stand-by e sinto que já não sei dizer nada a não ser tschüss, mas nem sempre dá para ser tudo e ser muito, e este é o preço a pagar por escolher uma língua que não é de aprendizagem inata. Mas sou teimosa e resistirei à desgraça da revisão.
Este foi um mês de pequenos desconfinamentos, de ver outros rostos que estimo (alguns ainda entre ecrãs, mas tudo a seu ritmo), de regressar a Lisboa (a toca-e-foge, é certo), de aproveitar o meu jardim e os primeiros jantares na varanda. Maio não foi sempre luminoso (tal como o clima não foi), mas despediu-se de mim com a mensagem clara de que até nos dias mais sem sal, há um novo amanhã — certamente com mais luz.
Junho, sê incrível.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarA reflexão de Maio “tardia” da Inês soube ainda melhor 🌻
ResponderEliminarA tua publicação iluminou a minha segunda feira e deu-me a energia necessária para enfrentar esta semana que será repleta de suores frios, caibras nas mãos e suspiros de alívio.
Acima de tudo fez-me dar uma vista de olhos no meu mês de Maio que curiosamente foi o melhor mês de 2021 ❤️
Que junho te sorria muito e mais uma vez é um prazer ler as tuas palavras ✨
Um beijinho muito grande Inês