segunda-feira, 21 de abril de 2025

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Desconfio que só começamos a prestar a atenção à primavera em adultos. É um território invisível na infância, um Alentejo nas férias de verão que só se valoriza com o amadurecimento. É possível que nos diga mais quando crescemos graças à sua repetição: por mais desprovido de vida que seja o inverno, teremos a sombra das folhas no verão.

Apercebo-me mais das transições de estação agora, principalmente do seu princípio. Há sempre uma pequena resistência da estação que se despede, uma vontade de ficar mais uns dias, de preparar um adeus triunfal antes de o pano descer para um próximo ato.

Em breve, vou deixar de conseguir ver o jardim da vizinhança; estará coberto por árvores jovens, folhadas num tom verde lápis de cor, daqueles que escolhíamos para desenhar as árvores como se fossem nuvens. 

Já consigo sair de casa sem casaco ou com sapatos abertos, com coordenados mais leves que parecem contagiar os dias, cada vez mais longos, mais possíveis. Desfazemo-nos em elogios aos dias de verão, mas os amanheceres de abril e maio (tão longos, tão cedo) são o ponto de partida do nosso contentamento. Sentir que o meu dia não fecha com o som do portátil a ser arrumado no armário, que pode haver mais: pode haver um gelado na cidade, uma bebida fresca na esplanada, uma caminhada no parque ou um encontro com uma amiga à luz do sol. A primavera é o espreguiçar dos dias e todos nós adoramos a sensação de um bom alongamento. 

Simpatizo com a primavera mesmo que ela não seja particularmente gentil para mim (ou assim a recordo nos últimos anos). Custa observar a vida a brotar enquanto se faz luto, de ver tudo florir quando ainda não conseguimos chegar à superfície e florescer. De ver tanta luz pela janela e, mesmo assim, não limpar o céu nublado no peito. 

Penso nisso enquanto faço o meu chá fresco caseiro e vejo as minhas plantas a crescer, as frutas e vegetais do meu vizinho a darem cor à sua varanda (certamente aos seus pratos também, se não se distrair e tiver tempo de olhar para fora). Flores que abrem, crias que nascem. Não há nada de delicado nisto, embora, em toda a sua imagem, entendamos que sim. As amoras que brotam apesar das chuvas, as folhas de manjericão que resistem nos novos vasos onde os realojámos, os relvados dos parques que não cedem apesar das tempestades, os jardins que continuam coloridos apesar dos dias de inverno. A primavera é um testemunho natural do quanto podemos sobreviver ao inverno e renascer se nos atrevermos a proteger o que nos torna delicados, sensíveis. Florescemos sempre, uma e outra vez mais, ao nosso tempo. 

Chega então a hora de reorganizar o guarda-roupa, resgatar os tecidos coloridos, as receitas cítricas, os scones para os desconsolados dias chuvosos, os chás gelados, as sabrinas. É tempo de voltar a nadar, ler ao jardim, sentar na parte de fora dos cafés e restaurantes. De arejar melhor a casa (onde vivemos e onde pensamos), alargar os horários dos planos na agenda, trocar as mantas pesadas pelas mais leves (reservando as primeiras para as noites mais frias), de guardar as pantufas e os pijamas quentinhos e trazer os chinelos e pijamas mais arejados. De agarrar no caderno cheio de flores que comprei em Nova Iorque, perguntando-me onde é que eu estaria quando o escrevesse pela primeira vez – no Porto, na minha casa, num dia de primavera. De fazer máquinas de roupa e estendê-las com mais sucesso. Colorir os nossos livros com cores mais abertas e alegres. Escolher leituras que nos transportam para histórias de renovação ou viagens até ao lado campestre de Itália ou de Inglaterra. De sonhar com as primeiras férias grandes e planeá-las. De barrar mais compotas e queijo creme do que manteiga e beber mais chai latte frio do que quente. 

Aos poucos, também nós vamo-nos expondo um pouco mais à luz, um pouco mais à vida. Aos poucos, vamos largando a mão ao inverno e às tempestades que nos fez passar para estarmos de raízes fortes, delicados e delicadas, apesar.
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Reading...
O meu pai cometeu o gravíssimo erro de me dizer que estava numa livraria no Brasil e perguntar se queria algum livro de edição brasileira. Eis que regressou com uma coleção de livros deliciosa onde estou a guardar a maioria para as férias de verão, mas permiti-me à exceção que tem estado na mesa de cabeceira: Primeiro eu tive que morrer. Daqueles que se lê com o lápis ao lado.

Eating...
Acho que já não fazia scones desde que era sempre eu a selecionada para os fazer e trazer para a escola nos English Day. Fiz a olho e de memória – com tudo para correr mal –, mas não falharam. Quentinhos com manteiga e compota de frutos de vermelhos , só assim fazem sentido para mim.

Playing...
O álbum da Kacey Musgraves, Deeper Well, tem estado em loop cá em casa. É o encontro perfeito entre o folk e o country.

Obsessing...
Não é um hábito de agora – embora a internet esteja ao rubro com isto –, mas colorir tem feito muito parte da rotina. Um hobby que consigo encaixar nos dias de chuva que tivemos e que adoro fazer enquanto vejo um programa de culinária (uma combinação que não consigo explicar, mas que recomendo de coração aberto e olhos fechados). Não tenho nenhuma obsessão com marcas de canetas, em ter todas as cores do arco-íris à disposição ou em fazer desenhos estéticos. Este é o meu momento analógico onde posso desafogar a cabeça, reduzir o tempo de ecrã e sentir o alívio de saber que, na próxima hora, a minha única função é pintar dentro da linha.

Recommending...
A app Tidy para gerir limpezas. Não sou fã de perder um dia inteiro em limpezas frenéticas e eu e o James temos horas e dias da semana diferentes para nos disponibilizarmos às tarefas de casa, por isso, esta app ajudou muito a gerir o tempo investido em limpezas diluído ao longo da semana e na distribuição das tarefas de acordo com as nossas agendas. Selecionamos na aplicação os dias em que estamos disponíveis para fazermos limpezas, tipo de casa e divisões e quanto tempo por dia estamos dispostos a dispensar. A partir daí, a aplicação faz um plano diário do que deve ser limpo nesse dia – sendo que as tarefas podem ser atribuídas (o que dá jeito para que eu não vá limpar algo que o James já limpou, por exemplo). No final da semana, a casa fica toda limpa na mesma, só não dispensámos um dia para o fazer. Para nós, resulta muito bem e sentimos menos cansaço no final da semana.

Treating...
Só descobri depois de começar a nadar cá no Porto que o sítio onde vou tem incluído um circuito de águas do género de spa incluído – antes de me lançarem energias de inveja, eu vou só reforçar que antes disso eu nadava na maior espelunca com água porque era a única disponível na minha cidade. Eu aguentei todos estes anos para merecer esta glória, okay? – e, por isso, no último treino da semana reservo sempre um momento para passar por lá; ajuda-me a encerrar a semana, a diluir as inquietações e a regressar a casa  mais realinhada, com a sensação de que, mesmo que tudo na semana tenha derrapado, tive estes minutos para cuidar de mim.
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sábado, 5 de abril de 2025


A Inês de 15 anos só escrevia com estas canetas e jurou-lhes fidelidade eterna (não cumpriu). Mas a Inês mais velha lembrou-se delas, comprou e recordou-se do porquê de as adorar. 

Um dia de chuva, uma boa chávena quente e isto. Não precisamos de mais nada. 

segunda-feira, 10 de março de 2025

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À meia-noite da virada do ano, prometi-me que ia sair de casa. Não faço muitas promessas – nem com os outros, nem comigo – porque não prometo o que não posso cumprir. Nunca. E, por isso, sabia que, naquela manhã de dia um, teria de abrir a porta de vez e sair de casa. 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025


Foi um dos presentes de natal do James a pensar nos momentos em que preciso de trabalhar concentrada e numa bolha sem ruído e passo a recomendação: estes auscultadores são perfeitos a cancelar o ruído sem me deixarem desatenta ao meu redor e têm uma qualidade de som fantástica.

terça-feira, 28 de janeiro de 2025


Estar presente no aniversário da amiga custa uma manhã de autocarro ou uma deslocação de 10 minutos até ao restaurante. Para abraçar a mãe, viajamos 3 horas de carro. Custa um voo de 8 horas para dar um biscoito ao cão gordinho que nos viu crescer.

O preço da sopa da avó está nas centenas de euros para uns e a 5 minutos a pé para outros. Aos 9 anos, custa uma viagem de corredor até à cozinha. Para outros, já não tem preço. O restaurante favorito está a uma paragem de metro, mas a melhor pastelaria está na outra ponta do globo. O Natal custa peso a mais na bagagem de porão.

No lugar onde nos sentimos em casa, o sol põe-se num ponto diferente da nossa casa. Para voltar a acordar com neve, custa poupar durante um verão escaldante para regressarmos a esse lugar. Dizer que se tem saudades não custa nada. Uma chamada ou uma mensagem. Não custa, mas também não salda. O diploma da faculdade está num lugar diferente de onde o diplomado encontrou trabalho para aquilo a que se formou. Ver o jogo da equipa de sempre em direto custa acordar de madrugada.

O peluche de infância dorme num quarto a milhares de quilómetros. Ver um sobrinho crescido custa o tempo que o levou a crescer sem lá estarmos. E o álbum de fotografias de 2003 está disponível para folhear se arrancarmos já de manhã para o recordarmos à noite. 

Marcar o dentista dentista no local é caro, por isso, gastamos centenas de euros num bilhete de avião para o fazer mais barato - e compensa. Cortamos o cabelo quando encurtamos a distância entre nós e a cabeleireira. Dizer bom dia quando a nossa pessoa acorda custa-nos acordar de madrugada, onde ainda não há dia. Chegar a tempo depende do trânsito ou de o comboio não atrasar as chegadas. O atraso, logicamente, não será o mesmo. Beijar quem amamos custa atravessar a casa ou 7000km, mais coisa, menos coisa.

Jantarmos todos juntos pode custar um grito de aviso para a mesa, uma chamada coletiva de facetime ou uma coordenação de grupo para, em horários diferentes, todos estarem a fazer a mesma coisa. Ler em na língua mãe custa umas férias em casa. E as férias custam um regresso que nem sempre sabe a férias. Viver no lugar onde se fala a mesma língua com que pensamos custa mudar de vida. 

A saudade não tem tradução ou quantificação possíveis, comparáveis. Mas não perguntem a ninguém com bilhete de ida se tem a mesma dimensão e significado para todos.

O preço do bilhete de volta varia consoante a época, numa janela de navegação anónima, onde todos ditam o seu valor.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025


As três torres | Ouvirão muitas vezes Ghent a ser apelidada de ‘Cidade das Três Torres’. Essas 3 torres referem-se à Sint-Baafskathedraal, Belfry e à Igreja de São Nicolau. E há um local absolutamente perfeito para as verem às três alinhadas – continuem a ler que já vão descobrir qual é. 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025


Fazem resoluções de ano novo? Ao longo dos anos, a minha relação com elas foi tudo menos linear. Já houve anos em que ignorei completamente a ideia, e outros em que me perguntava qual o propósito, se a maioria desiste antes do final de janeiro. Hoje, vejo-as mais como um guia: uma forma de direcionar o ano que se inicia. 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024


Sinto que novembro esforça-se por mudar a nossa relação; faz algumas surpresas boas, leva-me a sair, esforça-se por criar memórias comigo. Mas a pontaria é certeira: em novembro, recebo sempre notícias desanimadoras, respostas agridoces, eventos inesperados que estragam o possível tratado de paz. Por vezes, injustamente, mas quando coloco tudo na balança, o peso dos dias desanimadores e a taxa de esforço demasiado elevada para o que já consigo suportar supera os dias bons.

Não me dou bem com novembro e começo dia 1 a desejar que corra depressa, que não se alongue, que nada de importante ou determinante seja marcado nestes 30 dias que se alongam demais, pesam demais, são demais. 

Talvez seja contraproducente começar o mês já com os dentes cerrados e em posição defensiva. Que a superstição pode estar a falar mais alto do que os factos. Eu respondo que os pontos se marcam no ataque, mas que o jogo ganha-se na defesa. É preciso saber escolher os meses para marcar pontos e os meses onde é necessário recolher e defender, sem zona. 1 para 1. 

E novembro puxou por mim. Fez faltas antidesportivas. Esteve mais do que 3 segundos no garrafão e o árbitro fingiu que não viu. Bloqueou as minhas melhores jogadas e deixou-me arrasada. Não nego que, quando novembro estava de costas, posso ter desejado coisas pouco simpáticas. Mas sei que os palavrões que lhe dirigi tiveram mais justiça do que as provocações que me fez. Não peço desculpa.

É difícil quando ouvir o som de fim de jogo traz mais alívio do que celebração. De que acabou, em dezembro o jogo é outro, outra equipa, outro árbitro. De que não tenho de jogar mais neste, o que traz alívio, mas que sei que não saio de cabeça erguida e sim a implorar por água e por um banco para me sentar, um banho quente e uns minutos para refletir onde falhou. O que é que escapou, o ângulo morto que não previ. Que não muda o resultado, mas que pode trazer algum contexto no agora e algum alento com o tempo, com mais distância. 

Este mês, dezembro, o jogo é outro. Mas, em novembro, saí do campo de meias e com as sapatilhas na mão. Em 2025, o apito voltará a soar e o resultado, talvez, seja diferente. Tenho jogadas novas para experimentar.

(a versão luz de novembro escorri-a aqui)

Vamos aos destaques? 

sábado, 23 de novembro de 2024

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Uma turista cruzou-se comigo e com uma amiga no supermercado e disse que, embora não percebesse o que estávamos a dizer, tínhamos um riso bonito. A veterinária da Belka ofereceu-nos charms para colocarmos na coleira dela. Atravessei a estação de metro a correr porque só tinha 1 minuto para chegar ao autocarro e o motorista, ao observar-me a correr ao longe, não só abriu a porta para sinalizar que esperava por mim, como, quando entrei, disse ‘a senhora tem uma condição física impressionante, veja quão rápido chegou aqui!’. Bati o meu recorde pessoal a nadar. 

captaram-me no momento em que bati o tal recorde (fonte)
Uma das andorinhas da minha jarra partiu-se. Chorei de cansaço a ler e-mails. Não me apeteceu escrever. Não me apeteceu ler. Apeteceu-me observar e escutar. Já decorei partes da casa para o Natal. Comecei a planear os stockings para as meias de Natal da família. Fui pintar cerâmica com a minha mãe e fiz umas ovelhas queridas numa taça. Passeei pelo Porto. Preenchi papelada importante, daquelas em que tremo a escrever porque tenho medo de me enganar até no próprio nome. Trabalhei ao som de obras e, durante uma semana, deitei-me todas as noites com a cama num sítio diferente do quarto. Tomei banho pós-natação com o meu gel de banho de chai e o meu champô de chocolate e senti-me uma bebida do Starbucks humana. Encontrei estacionamento grátis quando mais precisava. Comi várias sopas feitas pela avó. Trabalhei a cantar músicas de Natal. 
é assim que me imagino a trabalhar, não estraguem a imagem. (fonte)
Fiz uma wishlist de presentes e uma giftlist para quem quero presentear. Enviei cartas que atravessam o atlântico. Fiz facetime para contar boas notícias, fiz facetime para chorar as más notícias, fiz facetime para matar saudades, fiz facetime para nos ver a rir, fiz facetime para ver as novidades do Wallmart. Demorei quase um mês a ler um livro e foi delicioso conviver com a mesma história e personagens durante mais tempo do que o normal, não me obrigar a desenvolver uma nova relação com uma história a cada semana por ler rápido. Dei conselhos. Recebi conselhos. Contei uma piada que fez a minha terapeuta rir. Aquele rir em conjunto alto, que reverberou na sala e que acho que se ouviu na sala de espera. Caminhei de manhã, com sol, mas antes de a cidade genuinamente acordar. Senti que o meu TikTok só me mostrava vídeos queridos e pensei ‘construí este algoritmo ao ínfimo detalhe’. Ouvi áudios de update de amigas e senti a falta delas. E matei as saudades de outras amigas também, à mesa.
Tive alta, um ano depois! Contei à minha avó que ia chover durante a tarde e ela respondeu ‘não vai nada porque tenho um passeio marcado com a minha amiga’. Não choveu. Fiz brainstorm com o J de nomes que daríamos a um corgi. ‘Bundinha’ é o meu contributo. ‘Bunds-bunds-bunds’ de alcunha. Visitei a minha livraria preferida. Acendi a lareira pela primeira vez neste outono. Escrevi muito à mão. Fiz quiche pela primeira vez. Vi scout elves à venda no supermercado e desbloqueou-me uma memória – é uma tradição anglo-saxónica onde os pais escondem um elfo que foi enviado do Polo Norte e que ‘vigia’ as crianças antes do Natal para garantir que se portam bem e merecem presentes. Vi três velhinhas na Gulbenkian a conversar e pensei que é isto que quero para a minha velhice. Quando o sol se escondeu atrás dos edifícios, foram embora. 
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Reparei que já não acho os meus pais tão diferentes em feições em comparação com os meus avós, como eu achava quando era pequena. É uma observação agridoce. Vi uma chuva de folhas de outono a cair da árvore depois de passar o vento e quis filmar porque achei lindo. Um casal ficou atrás de mim e não quis passar-me à frente, pedi desculpa e disseram ‘Não, é lindo mesmo’. Um amigo enviou-me uma mensagem com a fotografia de um truque que lhe ensinei há 10 anos a dizer ‘ainda me lembro dos primeiros ensinamentos’. Fiquei emocionada por se lembrar. Reparei que as minhas estrelas ligam automaticamente às 18h em ponto e, por isso, sei sempre quando é hora de fechar o dia e desacelerar. Quando elas ligam, eu desligo.
um resumo deste artigo.
Reading...
Heidi! Esta é a altura do ano em que gosto de me entregar às leituras mais aconchegantes e gentis, pedaços de narrativa que não exijam muito de mim e que proporcionem um momento acolhedor à leitura. Tenho sempre alguns clássicos ou cozy readings na minha lista para agarrar e o clássico da Heidi era um deles, que estou a adorar rever, ou não fosse uma das minhas séries de animação favoritas na infância - tinha a coleção completa de cassetes.

Uma pequena graça: comprei este livro numa Waterstones em Hereford que já estava fechada. Mas tinha visto lá esta edição lindíssima e o livreiro disse que não fazia mal e que podia entrar e vender-me o livro. Achei gentil.

Eating...
Francesinha, para matar saudades do Porto. Experimentámos a do Brasão e fiquei muito fã. Têm duas opções de francesinha, uma mais clássica e outra com a assinatura do restaurante – pedimos uma de cada para a mesa – e ficámos fãs. Se não gostam do molho excessivamente picante, é perfeita. 

Playing...
Tenho transitado entre estas duas playlists: se estiver no mood total Natalício e quiser cantar as músicas de sempre no carro, enquanto cozinho ou estou ao computador, inclino-me para esta. Se estiver a precisar do acolhimento das melodias típicas do Natal mas sem correr o risco de me enjoar já, recolho-me nesta

Obsessing...
Depois de admirar e sonhar com as janelas de Natal de tantas fotografias, decidi criar a minha. Coloquei uma garland na moldura de cima da minha janela, pendurei duas estrelas et voilà, tudo com ganchos amigos da parede e sem furos. Não me canso de olhar para a minha janela e suspirar de encanto. Acho que fica bonita em qualquer clima, mas adoro particularmente aquela hora azul antes da noite, que contrasta tão bem com o tom quente da luz.

Recommending...
Este artigo cujo ponto de partida é o absurdo dos croissants da Temu que são embalsamados para se transformarem em luzes de presença e que serve de trampolim para uma reflexão sobre como a comida tem servido não só para nutrir, mas para alimentar cada vez mais a ostentação.

Treating...
Nunca tinha ido a um atelier para pintar cerâmica e fi-lo pela primeira vez, recentemente, no Puracerâmica, em Lisboa. Podem escolher a peça que desejam pintar – já está feita e têm imensas opções ao dispor – e antes de começarem dão-vos todas as dicas de como pintar. Despertou a minha criatividade e foi uma manhã absolutamente tranquila e onde não pensei em mais nada a não ser: tenho de manter a minha fila de ovelhas direitinha.
a tal janela (🫶🏻)

segunda-feira, 4 de novembro de 2024


Foi a primeira vez que outubro me pareceu um mês longo e, confesso, não desgostei da sensação – embora eu compreenda que não seja consensual. Outubro costuma escapar-me sempre das mãos e desconfio que o preencho sempre com coisas a mais, tal é o meu entusiasmo pela sua estação inerente, pelas celebrações e tradições festivas. Fica difícil chegar a todos os pontos da bucketlist, mas, este ano, não me posso queixar. Outubro ficou comigo no banco de jardim a ver as folhas mudar e sinto que esse foi o meu maior presente de aniversário. 

Num ano com tantas coisas a mudar, com tanta incerteza e que está a andar a uma velocidade incomparável, foi bom respirar durante um mês sem me sentir sufocada. Vamos aos destaques?

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