domingo, 24 de novembro de 2019
Acredito que muita da experiência que retiramos das redes sociais passa pela forma como as consumimos e quem escolhemos para acompanhar e seguir. Valorizo contas que enriquecem estes momentos online e sem dúvida que a conta @nedratawwab é um exemplo perfeito do que defendo.
Nedra Glover Tawwab é uma psicoterapeuta especializada em terapia de casal, terapia familiar e na temática de boundaries — não creio que exista uma tradução literal para o conceito mas está perto da definição de limites sociais. Profissionais corrijam-me se estiver equivocada.
Os seus conteúdos são focados na sua área profissional e primam sempre pela pertinência e contemporaneidade. A linguagem é acessível sem cair em amadorismos e a diligência e rigor que coloca em cada conteúdo só faz com que a sua credibilidade ganhe mais robustez. Cada destaque é simples mas enriquecedor e vence por não ser só mais um conjunto de frases bonitas ou inspiradoras; as suas observações têm fundamento e estão perfeitamente enquadradas na sua área de trabalho e experiência.
Os seus conteúdos são focados na sua área profissional e primam sempre pela pertinência e contemporaneidade. A linguagem é acessível sem cair em amadorismos e a diligência e rigor que coloca em cada conteúdo só faz com que a sua credibilidade ganhe mais robustez. Cada destaque é simples mas enriquecedor e vence por não ser só mais um conjunto de frases bonitas ou inspiradoras; as suas observações têm fundamento e estão perfeitamente enquadradas na sua área de trabalho e experiência.
A cereja no topo do bolo são os Monday Q&A, onde Nedra permite que os seus seguidores coloquem perguntas que a própria responde nos seus stories, todas as segundas-feiras. Foi a minha descoberta preferida no Instagram, em 2019, e encaixa perfeitamente no tipo de contas que todos devíamos seguir. A sensação de ‘era mesmo isto que precisava de ler’ é impagável.
sábado, 23 de novembro de 2019
A beber Earl Grey. De cabelo pelos ombros. Quando visto vermelho. A escrever. Quando vejo as minhas sardas. Depois de treinar. A aprender ou descobrir algo novo, por mais pequeno que seja. Quando estou a viajar e a conhecer novos lugares. A cantar Coldplay. No Bobby Pins. Dentro de um campo, de frente para o cesto. Quando faço anos. Em Torres, Lisboa, Sintra e Aveiro. Perto do mar. Quando estou arranjada. Na época do Carnaval e do Natal. Sem óculos. A ler O Diário de Anne Frank. Quando cheiro ao meu perfume de sempre, Daisy da Marc Jacobs. Numa conversa envolvente. Quando mergulho em Santa Cruz. Com batom. De manhã. A ouvir músicas instrumentais.
E vocês, quando é que se sentem vocês próprios? Quais são os momentos em que pensam 'isto sou eu'? Passo para vocês o desafio.
sexta-feira, 22 de novembro de 2019
Rachel está a enfrentar o trânsito quando recebe uma chamada de um número privado, cuja mensagem deixa bem clara: a sua filha foi raptada e, para que possa ser libertada, Rachel tem de cumprir alguns requisitos dos sequestradores e... raptar alguém também, fazendo as mesmas exigências. Os sequestradores estão, também eles, a cumprir as ordens para reaverem o seu próprio filho. E agora? O que faziam? Cediam à chantagem?
Sei que parece que iniciei esta publicação sobre o livro The Chain com um spoiler gigante mas este plot é mais do que revelado nas páginas iniciais e foi precisamente este conflito moral que me interessou, em primeiro lugar, para ler mais sobre a história. A premissa macabra intrigou-me porque é um tema que nos deixa aflitos: afinal de contas, jamais quereríamos estar no lugar da Rachel.
The Chain divide a história em duas partes: a primeira foca-se no conflito ético de Rachel, desesperada para reaver a filha mas completamente consciente de que a proposta de resgate é cruel e desumana, perpetuando a dor que a própria está a sentir; a segunda parte foca-se na origem por detrás deste plano macabro e nas cabeças que lhe dão vida. A narrativa é feita sob o ponto de vista de várias personagens, pelo que transitamos constantemente entre vítimas e infratores.
A premissa do livro acaba por ser o ponto forte de toda a obra. Admito que, embora a leitura seja dinâmica e sem pontos mortos, não gostei do amadorismo da escrita e da abordagem a certos temas, do irrealismo de alguns acontecimentos, da tentativa de profundidade em alguns temas que ficou muito aquém — especialmente nos diálogos — e que o final me aborreceu. É um exemplo perfeito de uma ideia a sustentar o livro. Não houve um desenvolvimento arrebatador ou que tivesse a mesma qualidade da premissa e isso fez com que me sentisse, várias vezes, defraudada. Esperava mais, confesso.
Não foi o meu thriller preferido mas ocupou a minha mente cansada com uma história, no mínimo, insólita e angustiante. Chama em particular a atenção para a exposição que fazemos nas redes sociais — especialmente de menores — e que nunca é demais, nesta atualidade, frisar. É importante termos noção de que não sabemos até onde aquilo que publicamos vai chegar — e a quem. O alerta é legítimo. Mas no final, a pergunta mais importante ressoa na nossa mente muito depois de fecharmos o livro: até onde vamos por alguém que amamos?
WOOK
Bertrand
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
Está instalada, até abril, a exposição, em Lisboa, dedicada a todos os fãs da saga do feiticeiro mais famoso do mundo: Harry Potter - The Exhibition. Estreada em 2009 e inédita em Portugal, a exposição conta com milhares de objetos e elementos dos cenários que fizeram parte dos oito filmes de Harry Potter.
A exposição oferece uma experiência envolvente a todos os visitantes, recriando alguns dos lugares e cenários mais emblemáticos (como a sala comum dos Gryffindor, os dormitórios, a sala de poções, a casa do Hagrid ou até a Floresta Negra). Ao longo de todo o percurso, são vários os elementos que vamos encontrando e apreciando, entre eles a pedra filosofal, a carta de Hogwarts do Harry, o gritador do Ron, as varinhas, a pedra da ressurreição, o mapa, o Monstruoso Livro dos Monstros ou o Sem-Forma. Aliado aos objetos está todo um guarda-roupa de perder de vista e para onde vale a pena prestar atenção aos detalhes. Tudo acompanhado pela banda sonora magistral que já conhecemos ou pelo audio-guia, uma opção disponível para quem desejar mais esclarecimentos e curiosidades sobre os elementos da exposição — com um valor acrescentado ao custo do bilhete.
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
Hereditary
Considerado o melhor filme de terror de 2018, Hereditário revelou-se um filme desconfortável e estranho — mas creio que era precisamente esse o objetivo. A história centra-se nos inusitados comportamentos e momentos que acontecem após a morte da matriarca da família e a confusão pode estender-se até muito depois dos créditos. Não é um filme de terror típico de blockbuster; diria que apela mais ao desconforto do que aos jump scares — embora as cenas em plano único escondam pequenas 'surpresas' que nos fazem arrepiar com pavor. Confesso que tive de ir pesquisar alguns pormenores para compreender o filme já que a história em si é rebuscada. Não achei mau mas... não voltaria a assistir.
Joker
A evolução do meu interesse para ver este filme foi caricata. Inicialmente tinha-o descartado automaticamente por fazer parte dos 'filmes de super heróis e vilões'. No entanto, à medida que chegavam novas críticas, imediatamente me apercebi de que Joker tinha muito pouco de narrativa típica de super heróis e focava-se numa questão importante: a saúde mental. Em Joker, observa-se o quanto a falta de apoio social pode agravar uma doença do foro psicológico. O filme já recebeu algumas críticas negativas e concordo que pode ser redutor olhar para uma doença psicológica simplesmente assistindo a Joker — nesta altura do campeonato, o ideal seria não ajudarmos as pessoas a reduzirmos as doenças mentais a alarmes para potenciais assassinos ou destruir a empatia do público em geral para ajudar pessoas com transtornos mentais. Um indivíduo com doença mental não se reduz à hipótese de criminoso. Porém, numa perspetiva global, eu achei o filme muito bom e que levanta questões importantes sobre o quanto precisamos de apoiar e quebrar o tabu da doença mental. É um filme muito melancólico e angustiante — não recomendo que assistam se estão numa fase de vida mais agitada — com uma banda sonora de luxo e uma fotografia extraordinária. Recomendo muito e, embora seja uma afirmação demasiado antecipada, espero que seja este o filme que vai garantir a Joaquin Phoenix o tão merecido Oscar de Melhor Ator.
BlacKkKlansman
No início dos anos 70, Ron Stallworth — um jovem polícia negro — decide infiltrar-se no Ku Klux Klan — uma organização que se apresentava com ideais públicos que procuravam ocultar os seus reais propósitos — para expor toda a organização. Para o plano dar certo — e tendo em conta as óbvias circunstâncias — o polícia precisa da ajuda de uma equipa de detetives brancos que dará vida e força a toda a investigação. A melhor parte desta premissa? É baseada em factos reais! BlacKkSlansman tem uma componente humorística inesperada e que torna um filme muito agradável de assistir, além de todo o fascínio por vermos cada uma das ideias arriscadas a ganhar vida. O filme ganhou o galardão de Melhor Argumento Adaptado nos últimos Oscars e, agora que assisti, comprovo que foi mais do que merecido.
Veio atrasado mas com carinho!
terça-feira, 19 de novembro de 2019
No dia 14 de Novembro acordei no belo Porto para finalmente concluir a etapa que protagonizou todo o meu ano — e que justificou a ausência mais acentuada neste mês: as minhas provas de habilitação profissional.
Sempre defendi que queria que cada um dos meus percursos, por mais simples que fossem, fizessem sentido. Sentido com os meus valores e princípios, com as minhas expectativas da profissão, com a fase de vida em que me encontrava. Isto é mais fácil de dizer do que de concretizar e levou-me a um caminho quase desencorajador de nãos, silêncios e mudanças abruptas no trajeto. Durante todo este tempo, não parei quieta e não desisti.
A minha graduação faz parte da área da saúde e eu sempre a observei com muita nobreza; há humanidade na saúde, é algo que digo com frequência. Umas vezes como afirmação, outras vezes como prece. E eu fiz questão de o provar, todos os dias. Nunca me faltou rigor e profissionalismo, mas também nunca me faltou empatia. E as três podem conviver perfeitamente quando sabemos em que altura as aplicar.
Encarei cada etapa com o nervosismo próprio de quem tem muita gente para não desiludir — incluindo a si próprio. Mas também fui segura de que, corresse como corresse, tinha dado o meu melhor, fui a profissional que sempre admirei nos outros e senti o peso da bata branca. E isso já ninguém me tirava. Tive orgulho em quem fui e no que fiz. Os resultados foram apenas um reflexo disso.
Por vezes, tenho medo de afirmar isto que supracitei. Tenho medo de transmitir uma arrogância que em momento algum conviveu comigo. Muito pelo contrário. Mas não consigo esconder a satisfação por ter feito bem. Por ter feito como queria — não por capricho mas por princípio. Não para contrariar a maré mas para remar no trajeto certo. A sensação de dever cumprido, a sensação de ter feito a diferença, a sensação de ter feito desta etapa fundamental uma boa etapa de aprendizagem e amadurecimento pessoal e profissional só pode ser superado por uma sensação: a de cumprir bem o dever.
Estou de volta. Mais feliz. Mais profissional. Mais crescida, também. Tão bom.
domingo, 3 de novembro de 2019
Outubro é sempre o mês onde reservo alguma expectativa. É o mês do meu aniversário e do outono em pleno — a minha estação preferida. No entanto, este ano, não contava que Outubro me reservasse tantos momentos especiais e coisas boas. Foi uma caixinha de surpresas que abri de coração aberto e sorriso no rosto!
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