No que toca a viagens, acho que tenho uma abordagem equilibrada: não consigo ser o tipo de turista que parte para um destino sem saber nada ou indo ao 'sabor do vento', mas também não planeio os meus dias à hora. Gosto de saber o que o destino tem para me oferecer e ter uma perceção de como, quando e onde posso lá chegar e aproveitar.
Sinto-me uma sortuda por já ter feito algumas viagens e por este planeamento já sair de uma forma natural. Um dos vossos discos pedidos do início do ano foi para vos mostrar como planeio as minhas viagens, portanto, cá está ele. Espero que vos seja útil!
Onde ir?
São raras as ocasiões em que escolhemos o destino primeiro. Tenho curiosidade com o mundo inteiro, portanto, prefiro guiar-me pelas datas possíveis para viajar e pesquisar os destinos disponíveis. Este método acaba por sair mais barato, também. Costumo usar plataformas como a Momondo, Booking, Skyscanner, My Trip, Kayak, etc. onde coloco as datas em que posso viajar e deixo que os preços ditem o destino. Não sou esquisita!
Onde ficar?
Escolhido o destino e compradas as passagens de voo, o segundo passo é escolher o alojamento. Também aqui não sou esquisita, mas há critérios importantes, para mim: localização, casa de banho privativa, segurança e preço. Consulto opiniões e reviews, pesquiso em blogs e estou muito tempo no Booking, Trivago, Momondo ou Airbnb – os meus de eleição! – a comparar preços, comodidades e a localização dos lugares.
As únicas condições em que gosto de encontrar um bom hotel, é nas típicas férias de resort. São férias onde, tipicamente, passamos muito tempo no hotel e convém que tenha alguns confortos. No restante, raramente olho para as estrelas ou para a decoração. Se tiver cama, parecer asseado e tenha casa de banho privativa, está perfeito. Se estiver à procura de um apartamento, confirmo se tem forno ou microondas, para antecipar refeições em casa.
Já a localização e segurança, são dealbreakers. Não vale a pena o hotel ser baratíssimo se demoro imenso tempo a chegar ao centro ou gasto uma fortuna em transportes. E sendo mulher, há zonas não recomendadas. Para evitar surpresas, registo sempre as zonas não recomendadas através de dicas de blogs ou dos alertas integrados no Booking/Momondo.
O que visitar?
Esta é a minha parte preferida, quando as burocracias mais chatas de viagem estão despachadas e só nos resta a contagem decrescente e a inspiração! A minha primeira pesquisa do destino costuma ser bastante genérica; simplesmente coloco o nome do destino no Google, Pinterest e localização do Instagram e deixo que os três me levem pelos resultados mais populares. Tomo nota dos pontos turísticos mais referidos, das dicas principais e, feito o reconhecimento de território, começo a afinar a minha pesquisa para pontos do destino que me possam interessar mais.
Por exemplo, uma das coisas que mais gosto de visitar numa cidade são as livrarias ou bibliotecas, lojas de estacionário ou exposições temporárias. Este tipo de sugestões será raro de aparecer num roteiro de viagem genérico porque não são dicas para as massas. Então afino a minha pesquisa para ‘livrarias em…’, ‘lojas de decoração em…’, etc. Para outra pessoa podem ser cinemas, supermercados, restaurantes, lojas de vinil, campos de ténis (…). Fazer este tipo de pesquisas não só enriquece a vossa viagem, como personaliza-a ao vosso gosto.
Anoto tudo e não deixo escapar nenhuma sugestão que me pareça interessante!
Onde marco no mapa?
Talvez este seja o meu “segredo” para sentir que tiro o maior proveito dos meus destinos. Agora que estou munida da minha lista de tudo o que quero ver – e, nesta fase, não importa se é enorme ou irrealista, okay? – crio um mapa offline no Google Maps. Para o fazerem, basta entrarem no Google Maps com a vossa sessão iniciada, clicar no menu hambúrguer -> os meus locais -> mapas -> criar mapa.
Isto permite-vos utilizar esse mapa sem necessitarem de internet.
Nesse mapa, faço um pin em todos os lugares da minha lista, categorizando-os por cores: amarelo para monumentos/museus, vermelho para cafés/restaurantes, roxo para miradouros/ruas populares, verde para parques e azul para compras.
Este passo permite-me não ter de planear os meus dias porque posso simplesmente circular pelo destino sem planos e ir espreitando quais são os pins que estão nas imediações sem os perder de vista (ou da memória). É unir o melhor dos dois mundos: deixar que o dia nos surpreenda, mas ter sempre um mapa com as melhores sugestões que reunimos.
O que é prioritário?
Recomendei-vos listar tudo o que queriam ver porque surpresas acontecem e, às vezes, estão na rua onde se encontra esse ponto turístico e, logisticamente, é mais simples de ir ver. Mas há sempre alguns lugares preferidos ou que não queremos mesmo perder. E são esses que eu marco com uma estrela no meu mapa. Assim, a cada dia de viagem e conforme o que nos apetece, eu posso gerir para, de alguma forma, ir visitar esse lugar sem remorsos por me ter escapado.
Como gerir os horários?
Os dias ficam sempre um pouco em aberto graças a este método, mas costumo apontar os horários de abertura dos lugares que assinalei com estrela. É importante ter em atenção horários de abertura. Não há momento mais inglório do que encontrar um museu fechado à 2ªF e pensar que o podia ter visitado tranquilamente na 6ªF, se o soubesse. É uma precaução.
Onde encontro os segredos?
Em todos os destinos, há segredos, lugares um pouco mais de nicho ou menos populares que não surgem num travel guide de blog. Costumo recorrer a dois métodos para encontrar esses lugares: hashtags e perfis exclusivamente dedicados ao destino.
Por exemplo, em fevereiro fui à Suíça e, assim que estava confirmado, comecei a seguir no Instagram hashtags relacionados com Zurique (#visitzurich, por exemplo) e a procurar contas dedicadas a dar sugestões do que fazer em Zurique e na Suíça. Foi assim que me cruzei com Morschach – que não estava em nenhum guia de viagem para Zurique – e a biblioteca lindíssima que vos mostrei aqui.
Seguir hashtags permite-me ver dicas mais heterogéneas do destino, porque todas as pessoas estão ativamente a partilhar e todos nós temos interesses diferentes. É uma forma original de encontrar dicas e perspetivas diferentes.
Já os perfis de viagem são ótimos porque não se alimentam apenas com grandes monumentos e costumam utilizar outros pequenos spots da cidade para atualizarem o seu perfil e darem uma visão mais ampla do destino. Para mim, tem resultado na perfeição! Recentemente, juntei às tropas mais uma rede: o TikTok (faço o mesmo, sigo hashtags e perfis e deixo que apareçam e me surpreendam no feed).
E com toda a documentação reunida e lugares marcados, estou preparada para mais uma aventura. Têm dicas extra de planeamento de viagens? Então partilhem-nas nos comentários para enriquecermos este artigo!
Não fazes ideia mesmo como isto me é útil! Guardo sempre no maps os sítios na lista do A Visitar mas isto dos maps offline!!!!! Obrigada
ResponderEliminarOlá!
ResponderEliminarAmei saber como você se organiza. Eu faço uma lista dos lugares que quero visitar em determinado local. Anoto também lugares que irei me alimentar e o tempo que ficarei lá para organizar os gastos bem certinho.
Amei.
beijos.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Adoro estas tuas dicas. Ajudam sempre imenso!
ResponderEliminarConcordo e também mega recomendo o maps offline , melhor tip de sempre! Já me salvou inúmeras vezes! De resto o que faço é na noite anterior ver o mapa, ver os locais marcados, delinear zonas e decidir o que se vai ver no dia seguinte (o que não implica não ir com o flow, claro!)
ResponderEliminarQuanto a sugestões dadas pelas redes sociais, tenho uma grande spreadshit organizada por países onde vou colocando os sítios que encontro (guardo no instagram e no tiktok e de tempos a tempos vou atualizando). Outra tip é ter a lata de perguntar onde é x sítio quando não está identificado, foi assim que descobri uma capela secreta em Roma onde só vais se pedires a um frade franciscano ahahah
Uaaaau precisava deste guia e não sabia!!! 😵 Que máximo! Agora que tenho uma viagem próxima - mal posso esperar para saber a data! -, vou utilizar alguns dos pontos que partilhas para me organizar.
ResponderEliminarPor norma, deixo-me levar pelo sabor do vento, mas não viajo há tanto tempo que me parece oportuno inovar e experimentar outros métodos!
Obrigada pela partilha, depois conto como foi a experiência. 🤭🥰
Beijocas,
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