FAVORITOS | NOVEMBRO, 2023


Não tenho a menor dúvida de que, em novembro, sofro da síndrome em que, quanto mais fixamos e associamos uma coisa a algo mau, mais tendência temos a procurar pistas que reforcem essa convicção. Estou sempre pronta para encontrar as coisas más que reforcem o quanto não gosto deste mês, que provem essa prevalência. 

Ter os Favoritos a terminar, todos os anos, neste mês é também um exercício de contrariar esta tendência e, embora termine cada novembro com uma sensação de alívio e alegria por ir embora, faz-me bem destacar os seus pontos de luz. Alguns deles estão aqui, neste artigo.


Este casaco foi a minha peça preferida de outubro e novembro e sinto que, para além de todas as piadas e referências à Cruella De Vil, é um casaco que consegue unir com harmonia o lado mais neutro e intemporal que pauta o meu armário e o detalhe mais divertido que gosto de pormenorizar nos meus coordenados. 

Já o usei fechado, aberto, como peça central ou terceira peça e nunca me falha. Acabo por apostar nele para visuais mais arrumados, para desconstruir um pouco. E o mais importante: não pica nem faz comichão!

A lip mask da Laneige foi o meu produto de eleição para os lábios, este ano e, embora tenha um com cor para o dia, à noite decidi experimentar este dupe à venda na Normal e estou completamente rendida. A fórmula é muito semelhante: consistente, deixa os lábios bem hidratados e, quando acordo, ainda sinto o produto. Existiam vários sabores disponíveis, mas acabei por escolher o de mirtilo. E sendo que é 20 euros mais barato, acho que pode ser uma opção alternativa a um dos melhores lip balms que já experimentei. 


Decidi aproveitar uma campanha para trazer um travel size de um dos cremes hidratantes mais populares da Clinique – o 100h moisture surge – e já tenho um tamanho normal. Fiquei rendida desde a primeira aplicação; a fórmula tem uma textura em gel (muito fresca e leve, como eu gosto) e sinto a pele mais firme e com uma luminosidade natural. Mesmo com uma embalagem tão pequena, sinto que uma noz de produto tem imensa cobertura e espalha muito bem, pelo que acredito que terá muita durabilidade. 

Sofro imenso com a pele seca assim que o verão acaba e sinto que o meu rosto tem enfrentado melhor o frio desde que o utilizo. Um creme que entrou na minha rotina para ficar.

A procura pelo chai latte perfeito em casa nunca termina, mas acho que finalmente encontrei o produto vencedor. Encontrei este concentrado de chai latte no Celeiro e, confesso, depois de tantos testes e produtos experimentados, comprei sem grandes expectativas. Já me tinha conformado com a opção da Normal, que só bebia em alturas especiais porque não é propriamente a opção mais saudável. 

Segui as instruções da embalagem e, desde então, o chai latte tem sido uma companhia muito mais frequente, feliz e sem culpa. Tem poucos ingredientes (e identificáveis), é fácil de fazer, posso adicionar leite – porque adoro e prefiro essa opção à água, sempre que possível – e sabe exatamente igual ao chai latte dos meus cafés de eleição. Fiquei tão, mas tão contente! Chai latte é a minha bebida de barista preferida e estou radiante por finalmente poder fazê-la à minha medida em casa.

Caso ainda não tenham reparado ao longo dos meus conteúdos que tenho uma fixação por corações, desconfio que, nestes Favoritos, já não vão ter espaço para dúvidas. Corações são um dos meus padrões preferidos desde que sou pequena e adoro que seja algo que cresceu comigo ao longo da vida. 

Isto tudo para vos contar que, para além de corações, o meu amor por canecas está mais do que declarado. O que significa que fiquei para lá de entusiasmada quando a minha mãe regressou de Luxemburgo – e dos seus mágicos mercados de Natal – com uma caneca em forma de coração para me presentear. É o miminho mais amoroso e que combina na perfeição com… 


… Este conjunto de cama da IKEA. Um facto sobre mim: detesto a minha cama. É uma relação complicada de muitos anos e sempre disse que, quando mudasse de casa, a primeira coisa que vou comprar (e vou mesmo) é uma cama de que goste. Por isso mesmo, e porque tenho um sono saudável, a única aposta para a minha cama tinha sido o cobertor pesado – ao qual sou diariamente fiel -, mas quando vi este jogo pensei que podia tornar este ponto tão fulcral da minha rotina um pouco mais pacífico. É adorável e fez-me perceber o quanto eu sou feliz com coisas em casa que reflitam quem sou e o que gosto.


Sem precisar de me demorar em pormenores, o nosso primeiro date foi num restaurante adorável e muito familiar em Gent. Se fechar os olhos vêm muitos detalhes à memória, mas um dos primeiros é a fachada, tão adorável e típica. Naquela noite, pareceu-me o lugar mais pitoresco do mundo. Estou convencida que ainda o é e sei que é uma memória que acompanhará a minha história para sempre. 

Por isso mesmo, emocionei-me quando olhei para este ornamento, escolhido por ele, com a fachada do nosso restaurante. Uma memória preservada a porcelana e que pendurei na árvore com a sensação de coração cheio. A minha árvore de natal tem ornamentos lindíssimos, onde cada um conta uma história – e acho especial que já tenha um elemento que conte a nossa. 


Há muitos anos que não me sentia tão contagiada tão cedo pelo Natal, mas novembro foi também muito pautado por longas sessões de trabalho que deram pouca margem para celebrar antecipadamente esta época. Um dos meus alentos foi a rádio Christmas FM. É uma rádio irlandesa, mas costumo colocar no browser ou na televisão e passa músicas de Natal o dia todo. Existem várias versões desta rádio e a minha preferida é a Christmas FM Classics, pela nostalgia das canções. Foi a minha grande companhia de trabalho este mês.


É uma batota porque já a tenho há mais meses, mas como comprei uma igual para presente de aniversário, tive de a guardar um pouco em segredo: mas digam-me que esta não é a caneca mais fabulosa do momento?

A par da rádio de Natal, foi a minha companhia nas maratonas de trabalho e brainstorm. E um bom lembrete para fazer pausas e ouvir as músicas do Saint Harry, que tanto animam o espírito. 


Há uns tempos, a Carolina recomendou na sua newsletter um spray do Mercadona que tira vincos e estou aqui para amplificar uma mensagem do bem. A embalagem indica que o spray é para ser utilizado antes de passar a ferro e, em tecidos mais robustos, é sem dúvida necessário, mas na maioria das vezes eu uso sem ferro; basta borrifar na zona com vincos, esticar o tecido e voilà, resulta! Já o coloquei num travel size para poder usar em viagem e acabar com os vincos da roupa na bagagem.


Comprei este CD em dezembro, durante a viagem a Bordeaux, mas como não temos Favoritos de Dezembro, não o quis deixar para trás. Ainda sou a miúda dos discos – dos artistas e músicas que gosto – e não há nada como uma boa banda sonora para fazer companhia. 

Amei quando descobri que a Deutsche Grammophon tinha um álbum de dois CD do Joe Hisaishi. Se o nome não vos desperta nada, talvez o Studio Ghibli sim. É que este é o compositor responsável pela banda sonora dos filmes deste estúdio e, por isso, tem toda a minha nostalgia de infância. Achei isto para lá de especial e decidi oferecer-me como presente de Natal.

Novembro marcou o auge dos desafios deste ano para mim, e, sem rodeios, terminei o mês completamente exausta. Entre uma cirurgia, recuperação, gerir uma relação à distância com 5 horas de diferença e um volume inesperado e inacreditável de trabalho, sinto que estive 30 dias a fazer gestão. 

É nestas alturas que eu sinto que a hierarquia de prioridades se reverte; o sono, o tempo social e o tempo para cuidar de mim mesma foram comprometidos. 

Não gosto quando sinto que a rotina não favorece a qualidade de vida, mas autoconhecer-me implica também entender que as rotinas são maleáveis e reversíveis. Existem épocas em que serão caóticas, desordenadas e absorventes, e não conseguirei dar conta de tudo, mas também está tudo bem. À harmonia regresso, sempre, priorizando o tempo com os meus, a vida com os amigos e o tempo para mim. 

Mas novembro não foi apenas sobre trabalho e recuperação. No meio de uma agenda tão pesada, encontrei espaço para momentos felizes; experimentei um espírito natalício como há muitos anos não sentia, o que me inspirou a encarar este mês como um pré-dezembro. Decorar a casa, preparar presentes com prior e montar a árvore de Natal mais cedo do que o habitual trouxeram a leveza que procurava em dias necessários. Acordar de madrugada para dar conta ao trabalho não é fácil nem idílico, mas a presença das luzes da minha árvore de Natal reconfortou-me nesses momentos. 

Novembro simbolizou dates improvisados, flores coloridas que me esperavam em casa depois da alta, gestos de gentileza, passeios na cidade para ver as luzes, filmes de Natal como companhia de trabalho, almoços de família e muitas, muuuuuuitas meias de compressão – que força de braços necessária, amigos! 

Ao refletir sobre este resumo, consigo identificar que foi um mês monótono e pouco memorável, com alguns momentos bonitos a decorar. Mas foi um mês importante, no qual dei ainda mais importância à minha saúde, aos meus limites e à minha capacidade de trabalho. É nestas alturas de desafio que testamos o nosso crescimento e novembro testemunhou muitas das lições que absorvi em tempos mais tranquilos. 

Está na hora de começar a desacelerar e de encurtar a caixa de mudanças. Começa a época de descansar e realinhar.

Dezembro, sê reparador.

1 comentário

  1. Que Novembro magnífico captado de forma perfeita em fotos. Espero que Dezembro seja tudo (ou ainda mais) aquilo que desejas 🤍

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