Londres foi o primeiro lugar onde me senti em casa fora de casa. Existem destinos onde sentimos uma conexão imediata e um sentido de pertença, e Londres é um desses lugares, onde não me sinto estrangeira nem estranha.
Onde posso pedir chá e saber que vem com leite. Onde gostam tanto de purés e molhos como eu. Onde são mais contidos no toque e nos afetos, reservando-os para pessoas do círculo mais privado (seguro, mas restrito). Visitar Londres é sentir algo muito familiar e identitário. Às vezes, ainda não tenho total perceção de todos os detalhes que me compõem, mas sinto que esta cidade não só aceita, como partilha das mesmas características comigo.
Não é possível perceber onde é que o mundo começa e Londres acaba. Uma mistura de Eras, tendências, culturas e tradições que os conservadores lamentam e os progressistas rejubilam. Mas Londres tem uma identidade própria e que conseguiu aproveitar os melhores detalhes de cada habitante para se tornar mais carismática.
Há uma Londres histórica, magnífica, tradicional que tem como som as badaladas do mais famoso relógio do mundo e que enverga o vermelho e preto como ninguém; e há uma Londres urbana, feita pelas gerações, com música, cor, moda. Podemos comer dumplings, ir a um deli israelita ou provar um bife servido à moda inglesa. Somos transportados para vários lugares no mundo sem querermos, de facto, deixar esta cidade.
Londres cheira a amendoins caramelizados e a expectativas. São os esquilos e as sombras dos parques. Só quem já pisou as ruas de Londres sabe que ela é mais sol do que nublado, mais caos do que rigor britânico, mais extensa do que o mapa faz crer. Londres agarra nos clichés britânicos e brinca com eles, desafia-os, contando a sua própria história, nas suas próprias regras. Sem pronuncia nem promessas de que tudo mude ao fim de alguns anos. Mind the gap, alerta-nos, e sabemos que nunca foi só sobre a plataforma.
Londres é cara, intemporal, elegante, cosmopolita e é o lugar onde me sinto eu. É a cidade que, se não existisse, idealizaria como o meu lugar seguro.
Uma das coisas que mais gostei de Londres foi essa fusão de tempos, culturas, a facilidade em saltitar por diversas expressões gastronómicas e, ainda assim, permanecer no mesmo quarteirão! 🍜🥗🫶🏾
ResponderEliminarPartilhamos da mesma sensação, a de pisarmos uma casa estando longe de outra, o abraço por parte do que nos une e distingue num lugar tão vasto e, no meu caso, as saudades que permanecem dos que lá ficaram por visitar novamente!
Mal posso esperar para voltar. Até lá, terei esta partilha na memória e me recordar do porquê de ter sido tão bom visitar Londres pela primeira vez! Obrigada, Inês! ,
Beijo grande,
Lyne, Imperium Blog