Pouco sei o que dizer acerca de Março que não esteja relacionado com o assunto do momento. Mas, como disse a Cherry muito sensatamente, é impossível ignorar o elefante na sala na hora de fazer uma reflexão mensal — mesmo quando pretendo que esteja recheada de coisas boas. Março começou com a esperança de tudo e tudo se foi (direta e indiretamente) graças a esta pandemia. Perdi pessoas — que muita honra tive em conhecer e cuidar —, tive de coordenar muito mais pessoas do que aquelas que imaginava, saí de casa todos os dias enquanto o mundo se recolhia, recebi um e-mail que me partiu o coração, estou privada de ver a minha família e o meu amor, num gesto de amor e proteção. O saldo é significativamente negativo e a minha cara acusa cansaço e tristeza. O ano que tanto me prometia coisas novas, tem-se revelado o mais cruel.

Mas há sempre qualquer coisa. Uma pequena coisa que nos faz ser gratos. Um gesto que nos faz pensar que o dia valeu a pena. Um artigo que facilita o nosso dia-a-dia. Uma recomendação que aligeira estes momentos. E assim, estes Favoritos de Março são um ato de resistência. Resistência à minha vontade de atirar a toalha ao chão, às minhas olheiras e à minha desmotivação que, na maioria das vezes, se derrete nas lágrimas. Isto foi tudo a que me agarrei, em Março, e me arrancou sorrisos no meio do caos. Agora eu espero que arranque a vocês.


No Natal passado, esperava-me um embrulho sensacional vindo de Braga e com dois stickers de olhos para lá de fofinhos. Só podia ser trabalho da Carolina, que prepara sempre tudo com a máxima atenção e cuidado. Fiquei maravilhava quando vi que me tinha oferecido o novo modelo do Thirteen Studio. Melhor! Tinha a honra de receber o primeiro modelo desta edição. Não me podia ter sentido mais grata. Já tinha partilhado os meus receios com a Carolina em relação a comprar roupa online — no quesito dos tamanhos — mas a sua intuição acertou em cheio e a t-shirt está-me perfeita! Agora que o tempo quente começa a surgir, tive oportunidade de a estrear e fez o maior dos sucessos. Não podia ser um modelo mais a minha cara; t-shirt preta (adoro), elementos espaciais (que não podiam combinar mais com os meus interesses cósmicos!) e uma mensagem urgente e ativista na qual eu concordo por inteiro (não há um planeta B. Cuidemos deste). O tecido da t-shirt é macio e vinha com um cheirinho a bebé que me fez recordar a infância e os primeiros tempos do João no mundo. Desta vez, combinei-a com jeans e sapatilhas, num look mais casual mas, quando a normalidade regressar, gostava de apostar num visual mais girly e combina-la com uma saia! Obrigada, Carolina!

O Bom Garfo adivinha-se vazio nos próximos tempos mas há sempre bons elementos a referir neste segmento como... o bolo da avó. Temos estado próximas apenas por comunicação telefónica, e depois de um dia caótico e exaustivo, cheguei a casa e dei de caras com um bolo que só podia ter sido feito por ela. Entregou-o pelo meu pai, quando ele foi deixar-lhe as compras. Nesse dia, comi uma fatia de amor e senti o abraço que ela queria ter enviado pessoalmente. 


Almost Adulting
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"Num discurso franco e desprovido de pretensões, Almost 
Adulting é uma compilação dos desafios de crescermos sem 
a bolha de proteção dos pais. Mas o livro aborda muito mais 
do que emancipação; doenças mentais, sexualidade, namoro 
à distância e rotina são alguns dos inúmeros temas que Arden 
vai partilhando de forma leve mas com substância. Como uma 
conversa de amiga que deseja o melhor para nós."

REVIEW COMPLETA


How To Write Copy That Sells
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"Desde a criação de um site à preparação de um e-mail 
de pré-lançamento de um produto, Ray Edwards explica 
cada passo de forma esclarecedora e muito prática (uma 
componente que sinto que muitas vezes fica em falta 
em livros de Marketing. A aplicabilidade de uma teoria 
é essencial para se compreender certos conceitos). Na 
verdade, foi um dos livros mais acessíveis que já li ao 
nível da linguagem e proximidade dos conceitos a 
exemplos práticos."

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Creativity, Inc.
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"Se esperam um livro a abordar a criatividade da forma 
típica com que o assunto é tematizado noutras obras, vão 
sair desiludidos. Ed Catmull foca-se muito pouco em 
aprofundar as componentes neurológicas e artísticas da 
criatividade. Por outro lado, pega na sua empresa de 
sucesso e nos filmes de animação mais famosos do mundo 
para fazer chegar a mensagem de que as ideias mais 
criativas são preparadas com disciplina, confiança e 
trabalho em equipa."

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Humans of New York
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"Num discurso franco e desprovido de pretensões, Almost 
Adulting é uma compilação dos desafios de crescermos sem 
a bolha de proteção dos pais. Mas o livro aborda muito mais 
do que emancipação; doenças mentais, sexualidade, namoro 
à distância e rotina são alguns dos inúmeros temas que Arden 
vai partilhando de forma leve mas com substância. Como uma 
conversa de amiga que deseja o melhor para nós."

REVIEW COMPLETA

Depois da nossa viagem para Sevilha e quando fizemos o inventário dos artigos que iam dentro das malas furtadas, apercebi-me de que o meu quarto volume da saga Harry Potter era uma das perdas. As coisas que mais tínhamos de valor dentro daquelas malas, eram puro valor emocional e o livro é uma das provas; era uma das primeiras edições — porque a minha tia não perdia um lançamento!!! — e estava velho e gasto. Mas era o meu livro, naquela edição. O meu ano preferido de Harry Potter. O meu coração partiu-se em mil pedacinhos para dar lugar à esperança de que alguém ainda tivesse aquela edição de capa e estivesse interessado em vender-ma em segunda mão. Foi assim que a Joana entrou em contacto comigo e fez questão de me oferecer o dela. Escusado será dizer que fiquei sem palavras.
Vivemos numa Era onde a internet é muito destacada pelo lado negro (compreensivelmente). Mas confesso que a blogosfera já me trouxe muita coisa boa e este gesto generoso foi mais uma prova de que há pessoas que valem a pena conhecer e admirar. O gesto da Joana comoveu-me e fez-me sentir muito grata por conhecer tantas pessoas incríveis e com bom coração por aqui. Ela materializou aquilo que tão profundamente acredito: para cada ato de crueldade, há um gesto de bondade e humanidade. Obrigada, Joana.

The Good Place
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"The Good Place é a série que nos apresenta a vida 
depois da morte, num Céu utópico onde só as melhores 
das melhores pessoas podem ter acesso aos seus privilégios. 
Eleanor Shellstrop é uma delas. Depois de morrer, descobre que 
foi boa o suficiente para poder viver toda a eternidade 
no Lugar Bom (...). Só que Eleanor tem a certeza de 
que alguém se equivocou: o portfólio que guardaram 
dela em vida não corresponde aquilo que ela, 
efetivamente, foi e viveu."

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Brain Games
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"O que faz com que tenhamos certos comportamentos 
ou que tomemos algumas decisões? Há um tipo de cérebro 
mais predisposto ao sucesso do que outro? Que operações 
é que a nossa mente faz ao nível da perceção, concentração 
e intuição? O programa vai-se desenrolando através de 
experiências e de explicações claras sobre como é possível 
prever os nossos resultados e atitudes."

REVIEW COMPLETA


Cosmos - 2ª Temporada
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Adorei Cosmos logo na primeira temporada, ou não 
fosse eu fascinada pelo espaço. Quando soube da estreia de 
uma nova temporada, fiquei ainda mais radiante — nada o 
fazia prever! Para esta segunda parte, o programa tem-se 
focado no que está para lá do nosso planeta. Que mundos 
têm potencial para gerar vida? Que planetas poderão 
vir a ser a segunda casa das nossas gerações futuras? 
O programa ainda está a decorrer, todas as segundas, 
no National Geographic e é soberbo! A fotografia 
de abertura é uma obra de arte.

REVIEW 1ª TEMPORADA

Durante a minha viagem por Sevilha, dei conta de que tinha sido lançado uma nova versão — das tantas que já existem — do UNO. Ainda nenhuma se tinha destacado o suficiente para adquirir mas esta convenceu-me — e acabei por comprar em Portugal! O UNO Flip é uma nova versão onde o verso das cartas, ao invés de ter o habitual logo, apresenta um novo baralho — Dark Mode. Esta versão mais ‘demoníaca’ do baralho tem trunfos mais chatos para os adversários e certamente destruirá muitas amizades (ao lado deles, a carta de ‘+4’ é totalmente inofensiva). Cada um dos baralhos tem uma carta específica que, se o jogador a usar, obriga todos os participantes a virar a mão ao contrário e jogar em modo ‘Dark’ ou ‘Light’ (a versão original). A parte interessante é que todos sabem que mão é que nos espera, à exceção de nós. Bem jogado e com boas estratégias, é mais estimulante que o UNO original! Parece-me que foi uma aquisição certeira, uma vez que agora, em circunstância de isolamento, todos os jogos são bem vindos! Mas também antecipo que será uma boa companhia na praia.


Já falei sobre praticamente tudo nos Favoritos — 6 anos de rubrica não me deixam mentir! —, e este mês não podia abrir exceções. A primeira vez que vi isto, pensei o mesmo que vocês: é um corretor. Mas, na realidade, não é! É fita-cola dupla face! Sim, em vez de terem um rolo e de terem de cortar pedaço a pedaço, é só passar este roller e pronto, a fita-cola é imediatamente aplicada! Tenho adorado utilizar isto para colar alguns bilhetes e talões que quero guardar no Gratitude Journal e acho-o super prático de ter no estojo para qualquer ocasião. Achei tão inovador...!


Já não me lembro da última vez que tinha partilhado convosco um jogo de telemóvel porque a verdade é que o tempo é escasso e as prioridades são outras. No entanto, dei por mim envolvida num jogo que, embora não consiga jogar mais do que 15 minutos, tem feito a diferença na minha concentração — no sentido de meditar quando os pensamentos estão um caos: Numberzilla. É um jogo numérico bem simples (já perceberam que adoro jogos numéricos?): têm de emparelhar números iguais ou cuja soma dá 10. O objetivo é limpar a grelha de jogo. Não há tempos a bater nem elementos que tragam ansiedade, pelo que adoro jogar este jogo quando preciso de obrigar a minha cabeça a focar-se numa só coisa — meditar, no fundo. Gostava de conseguir jogar mais tempo mas os números são tão pequenos que, ao fim de alguns minutos, fico cansada e baralho os algarismos. Mas recomendo muito, além de que os gráficos são um amor (spoiler alert: há dinossauros e abacates).


Adoro aulas de barra de chão porque sinto que trazem muito benefício na minha postura — que sempre foi boa mas dado o meu trabalho passado no computador ou a examinar utentes, compromete-a um pouco — além de trabalharem a flexibilidade, algo que fui perdendo durante os meus anos de basquetebolista. Tenho exercícios específicos e preparados para mim nesse sentido mas aproveitei a aula de barra de chão da Laura Lima para variar um pouco e gostei muito. Desengane-se quem pensa que barra de chão é fácil e não faz suar! A aula está na conta de Instagram do Cifrão, juntamente com outras aulas de dança, no âmbito da campanha que o próprio está a realizar, em parceria com outros professores, #EuDançoEmCasa.
As preferidonas
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A playlist
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Março foi uma montanha-russa por onde ainda estamos a descer a pique. A minha reação tem sido, até agora, o mais próxima da realidade quando estou nestes brinquedos: levantar os braços, cerrar os dentes e os olhos e seguir a viagem até voltar a encontrar o ponto estável. 


O mês começou promissor, com novos desafios, algumas luzes ao fundo do túnel e a recuperação do incidente triste da nossa última viagem. Houve tempo e lugar para brunch a dois, aquisições de presentes em lojas físicas e celebrações de aniversários — presencialmente. Os jantares e almoços em família — que se prolongam indefinidamente — foram uma constante nos primeiros dias, assim como os almoços e jantares entre amigos, para partilhar tudo e nada. Rapidamente o cenário e as rotinas alteraram-se e a adaptação tem sido fundamental, assim como encontrar novos momentos para agradecer.


O terceiro mês de 2020 fez-me despedir dele sem certezas de quando nos voltaremos a abraçar mas com a alegria de que os últimos momentos a dois — presenciais — foram bonitos (entre pernas à chinês, sol na cara e carinhos numa Belka deitada e regalada). Fez-me aceitar o adeus a projetos com a esperança de que o vírus apenas os tenha adormecido. Fez-me passar pelo luto três vezes. Trouxe a memória bonita de ver a minha família quase toda reunida na sala, em risos coletivos. Puxei pela criatividade para tornar o aniversário da mãe especial — e acho que, com a ajuda dos meus tios, que alinham nas minhas loucuras, isso tornou-se possível — e usei o FaceTime com uma regularidade que nunca ousei estimar.



Março trouxe pouca casa — irónica e infelizmente — mas trouxe pedacinhos bons. As mensagens bonitas que vão circulando nos corredores; o makeover à varanda que há tanto tempo idealizávamos e que trouxe uma mesa que tão bem combina com a nossa vista — e que nos tem permitido fazer as refeições em conjunto fora (aproveitando o espaço que temos). Também tem sido o meu ponto de sossego para escrever as minhas reflexões ou para trabalhar no blog. Aproveitei também a onda de cursos gratuitos para investir no meu conhecimento, no tempo livre que vou dispondo.


O isolamento social trouxe algumas leituras, danças de valsa em video-chamada, mensagens que nunca esquecerei, telefonemas mais longos do que a Inês do passado iria gostar — mas que agora adora tanto! — fotografias de receitas bem sucedidas, gargalhadas depois das lágrimas de saudade e muitas promessas que mal posso esperar por cumprir e ver cumpridas.


Sigam firmes, malta. Como puderem. Eu ainda acredito que existem boas notícias ao virar da esquina.

7 comentários

  1. O livro tinha mais significado para mim do que para ti. Sem referir, que tenho em duplicado desde que juntei os trapos com o meu moço. (:
    Está igualmente usado, creio. Espero que te faça sentir o coração mais quente.

    Beijinhos.

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  2. Ler os teus favoritos faz-me ver o bom no meio do caos. Obrigada por este bocadinho e pelas tuas recomendações, Inês! E um abraço virtual <3

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  3. Este mês de Março foi completamente atípico para todos nós enquanto seres humanos. Impossível ficar indiferente e transversal a todas as gerações. Tenho ouvido muita gente a falar do harry potter nestes dias na blogosfera :) Tenho alguns dos livros, algures :)

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  4. Março atropelou-nos completamente, mas é bom encontrar conforto nas tuas palavras, ver que mesmo no meio do caos há sempre alguma coisa que nos segura e nos faz continuar a lutar.
    Obrigada por este pedacinho de paz, pelas sugestões ricas que nos trazes e por nos mostrares que estamos todos juntos. Um beijinho enorme para ti, querida Inês e que em breve estejamos a abraçar os nossos com toda a força que temos <3

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  5. E apesar do caos, és sempre fonte de amor, de inspiração e de luz! Comprovo tudo o que referiste acerca das t-shirts da Carol, absolutamente incríveis! Adorei essa versão do UNO e OMG preciso dessa fita dupla face para ontem!!!
    Obrigada pelo teu trabalho, há sempre boas notícias ao virar da esquina! <3

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  6. Esse Uno parece-me ainda mais genial! Um bom mês de abril, Inn!

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  7. Uns Favoritos mais bem recebidos do que nunca, no meio destes tempos negros <3.
    Estou com inveja desse UNO, também quero! xD
    Beijinhos
    Blog: Life of Cherry

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