Fevereiro foi um mês ainda mais agridoce que Janeiro e, honestamente, ponderei muito se estes Favoritos iriam ver a luz do dia. Entre salas de espera para médicos, oportunidades perdidas, um mês proibida de beber chá preto — juro. —, a minha ausência do único dia de Carnaval que conseguia ir e ainda um assalto no final de uma viagem incrível, o espírito que restava para dizer que 2020 era o meu ano deve estar perdido no meio da bagagem que se foi. Mas quero contrariar-me porque Fevereiro trouxe muita coisa boa, muita coisa especial, boas notícias e momentos que me fizeram sorrir muito — mais do que chorar. É para isto que os Favoritos servem, para fazer o exercício inverso e despedir-me de cada mês com mais leveza no coração. Façamo-lo, então.


Confesso a minha adoração por camisas com laço. São uma lufada de ar fresco no universo formal das camisas. O laço dá-lhes charme e um toque mais feminino. Gosto de a combinar de forma simples, com um cardigan e uns jeans, mas tenho gostado, mais recentemente, de a combinar com uma malha por cima, deixando o laço de fora. É um coordenado inesperado mas que me conquistou logo na primeira tentativa e que é a cara do Outono/Inverno.



Uso e abuso desta malha desde que a vi pela primeira vez. Foi através desta camisola que me apercebi do quanto gosto de usar azul elétrico. Este camisolão evoca uma certa modernidade ou efeito futurista; a mistura de cores e o corte da gola dão-lhe um ar contemporâneo. São a minha escolha certeira quando não me apetece trabalhar muito o visual mas não quero que o resultado final seja básico ou aborrecido!



Desde que recebi esta malha no Natal, não a larguei mais. É um clássico com um twist que nunca desilude nem fica datado. A malha não pica, é bastante quentinha mas o pormenor de destaque é, sem dúvida, a gola, mais descolada e irreverente. Gosto da sua componente paradoxal porque é uma malha clássica, num tom intemporal e versátil mas que ganha personalidade com um simples corte de gola, ficando com mais informação de moda e sofisticação. 



O meu sobretudo preto anunciou as suas despedidas após muito uso e cuidado para aumentar a durabilidade. Já tinha os meus olhos no sobretudo da Mango quando o desembrulhei. Uma escolha certeira e infalível. E embora o sobretudo vermelho faça sempre o maior sucesso, acho que nunca fiquei tão bem num casaco como fico com este. O corte é perfeito do início ao fim, versátil na forma como o queremos vestir; aberto é simples e discreto, mas fechado faz toda a diferença. O cinto define a cintura — e, portanto, dá modelagem ao corpo. Posso optar por deixar o colo e o pescoço a descoberto ou proteger com a gola fechada — e que fica linda e charmosa. O tecido não faz borboto e esperam-me longos anos de felicidade com este sobretudo fantástico. Fico sempre na dúvida se pareço uma espiã ou um guarda real com ele vestido mas adoro ver-me com ele. Há noutros tons — e está em saldos, de momento! — mas o preto era a minha maior necessidade. 



Jamais pensei que aos 25 anos estaria a usar... um bibe. Na verdade, é uma blusa mas parece muito um bibe de creche! É o tipo de peça que se ama ou se odeia e vocês já calculam de que lado estou. Sem dúvida que é uma peça diferenciadora no armário mas que não perde, de todo, as raízes mais clássicas. Os tons são intemporais mas a mistura de texturas — bombazine muito maleável e camisa mais estruturada — e a própria modelagem da blusa dão mais informação. Sempre que a uso, sinto-me mais charmosa e elegante, sem grandes esforços — já que a peça faz todo o trabalho por mim. Gosto de a apostar em looks mais casual chic.



Encontrei esta blusa perdida nuns saldos de Inverno da Primark e achei que, tão cedo, não a iria vestir. Mas a viagem a Sevilha sucedeu-se e o clima era propício a vestuário fresco, pelo que não pensei duas vezes em levá-la. É uma blusa básica, que não amarrota e que vence pelo conforto e fluidez do tecido. É a típica peça que, combinada com os acessórios certos, valoriza o look com o mínimo esforço e, por isso, é perfeita para viagens. 



Uma das nóias mais severas que já tive foi com óculos pretos. Na minha perceção, óculos pretos na minha pele e cabelos claros dava um destaque negativo ao acessório e contrastava demasiado com a minha cara. Acabei sempre por optar por tons alternativos — e tenho dois modelos fantásticos à conta disso. Mas quis desencanar desse preconceito e ir ao encontro do que me tenho proposto: explorar a minha beleza. Encontrar referências noutras pessoas com a mesma fisionomia que eu ajudou bastante e resultou na escolha destes óculos. Gostei deles assim que os pus e têm um certo toque de intemporalidade e elegância com que me identifico.



Há anos que não tinha umas sapatilhas do tipo All Star de cano alto e queria encontrar o par perfeito, que combinasse com os meus gostos e personalidade. Ainda não tinha encontrado o par ideal; a maioria das edições deste calçado têm cores muito vivas ou pesadas — e a alternativa seria branco, que não queria. Vocês já sabem: espero o que for preciso para encontrar aquilo que idealizei, sem impulsos. Acabei por me cruzar com este par perfeito. Adoro o tom bege e neutro que dá à sapatilha — geralmente, uma peça descontraída e casual — um ar mais aprumado e pensado. Adoro combiná-las com visuais mais claros — e desenjoa um pouco da sapatilha branca. Para a minha rotina profissional (sempre em correria) e para a minha preferência em fazer tudo o que posso a pé, não podia ter encontrado um par mais confortável. Deixei a melhor parte para o fim: custaram-me 5 euros!



Fevereiro foi o mês onde não aguentei mais ver o meu cabelo abaixo dos ombros. A ideia era repetir o corte de Setembro mas, num momento de impulsão, pedi à minha cabeleireira que cortasse mais. O resto da operação foi feita com algum medo da decisão mas sempre com a ideia presente de que o meu cabelo cresce (e bem rápido). Transitei entre o ‘odeio/adoro’ desde sair do cabeleireiro e chegar a casa, mas assim que me vi no meu espelho e o estilizei à minha maneira, decidi que me adorava numa nova versão. Para já, estou muito feliz a experimentar esta minha nova imagem que, na minha opinião, me faz sentir mais moderna e mulher. Às vezes, faz bem arriscar.

É curioso as coisas que o amadurecimento e a mente aberta fazem. Em 2018, fiz esta publicação a falar sobre tendências que não combinavam comigo e referi bobs e eyeliner. 2020 foi o ano em que descobri como fazer um eyeliner que me ficasse bem e apostei num bob. Que bom repensar os nossos conceitos internos...!


Este mês, apresentei-vos os meus aliados preferidos no que toca a dar volume ao cabelo. Confessei-vos o meu amor por esta gama da Aussie quando ainda tinha o cabelo comprido. Agora cortado, reforço ainda mais a eficácia do champô e condicionador que têm como missão deixar o cabelo mais volumoso sem pesar. Fiz uma review mais detalhada sobre a gama aqui!
O Bom Garfo deste mês tem, obviamente, influência espanhola. Mas antes de partirmos para Sevilha, vale a pena fazer (mais um) destaque ao Átrio, palco da nossa comemoração de cinco anos onde matei saudades dos meus estimados hot rolls e onde experimentámos, pela primeira vez, a triologia de mini-hambúrgueres — que recomendo muito.

De Sevilha, trago sempre o cheiro a laranjeiras mas também comidas deliciosas. Matei saudades dos meus Dunkin Donuts — que de espanhóis nada têm mas uma miúda só come donuts lá fora, então, tem de aproveitar! —, a maravilhosa paella mista e os huevos rotos — o único prato em que tolero ovo estrelado —, uma bomba calórica que só como na mesma frequência com que os Coldplay vêm a Portugal (mas que é muito gostosinha!). 

Invisible Influence
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"Invisible Influence é um livro que explora a forma como o ser 
humano é influenciado, desde aspetos mais comerciais e triviais 
a grandes decisões e etapas de vida. Vivemos um pouco na ilusão 
de que, no geral, somos pouco influenciáveis e que as nossas decisões 
partem de uma iniciativa própria e espontânea quando, na verdade, 
a ciência tem provado o contrário. Desde o que escolhermos vestir, 
que carro optamos por comprar, que carreira profissional decidimos
 seguir ou até a pessoa com quem iniciamos uma relação, 
todas estas decisões passam por uma cadeia de influências 
que nem imaginamos."

REVIEW COMPLETA


Não contava trazer nenhuma lembrança para mim de Sevilha mas um rápido encontro com este espelho fez-me mudar de ideias. A fachada em cerâmica representa na perfeição as influências árabes da arquitetura Sevilhana, largamente reproduzidas nos mais variados edifícios. Trazer esta recordação de Sevilha é uma lembrança da belíssima arquitetura da cidade e da sua cultura espanhola e islâmica, que se fundem de forma harmoniosa. Acho que fica perfeita na minha decoração e casa bem com os outros elementos de viagem que já tenho. 


Tenho ornamentado o meu Gratitude Journal com bilhetes, fotografias, talões e autocolantes. Numa rápida pesquisa para encontrar mais stickers, encontrei estes de lontras, pelos quais rapidamente me apaixonei. O traço do desenho é para lá de amoroso e o tamanho é perfeito para decorar as minhas páginas sem as monopolizar!
As preferidonas
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A playlist
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Fevereiro foi uma montanha russa e nunca o exercício de pensar positivo foi tão fundamental. Entre sustos, oportunidades perdidas e simplesmente maus momentos, torna-se difícil olhar para Fevereiro com vontade de o recordar. Mas nem tudo é mau; muitos dos sustos foram só isso, sustos; permiti-me dar ao luxo de recusar algumas das oportunidades porque não faziam sentido para mim. Embora tenham levado as malas dos meus, ninguém ficou ferido ou magoado. Estamos todos com saúde. E ainda tive o apoio das minhas pessoas, que foram incansáveis a enviar mensagens. E tudo indica que, em Março, poderei a beber um Earl Grey — que, honestamente, eu sinto que realmente mereço.


Fevereiro foi o mês do amor e da família, entre passeios para aproveitar o Sol, experiências na cozinha, pequenos-almoços improvisados, almoços com os avós e com o João e maratonas no sofá. Eu e o Diogo fugimos para a Serra da Estrela para nos desligarmos do mundo — ou melhor, talvez nos sentirmos, na verdade, mais próximos do mundo — e foi tudo o que precisava para voltar com mais força e energia.


Celebrámos o S. Valentim sempre de forma mais modesta e descontraída porque o nosso dia estava ao virar da esquina — esse sim, com toda a pompa e circunstância. Os nossos cinco anos, dos quais tanto me orgulho. Uma celebração que me trouxe paz e alegria por estar a somar tanto tempo de qualidade com a pessoa certa. Mas também foi o mês de desapegar de bens materiais e pessoais.


Continuei no meu esforço para me conhecer melhor por fora, arriscando no cabelo e fazendo uma mini-formação de moda. O final de Fevereiro fica sinalizado pela viagem a Sevilha, uma das minhas cidades preferidas no mundo, onde me sinto em casa e onde tive a oportunidade de viajar em família. Foram dias muito especiais onde pude ver jardins com a minha avó, estar à mesa com o meu avô e vê-lo feliz, dividir donuts com o João, passear à noite com a mãe, apoiar o meu pai em mais uma maratona e ainda dividir tempo de qualidade com os primos que não vejo na frequência ideal. Não me lembro da última vez que tinha feito uma viagem assim, em família, e embora tenha tido um desfecho tristinho, isso não nos impediu de voltar de coração cheio por termos estado todos juntos.


No final, o saldo é positivo no que realmente importa: estarmos bem, estar de consciência tranquila com as minhas decisões, ter uma família muito louca mas incrível, um namorado incansável, amigos de verdade e novas experiências de viagem — aquilo que eu mais amo no mundo. Às vezes o mundo tira inesperadamente, mas a parte boa de viver é saber que o mundo também dá sem avisar.

Março, com calma. E boas notícias.

2 comentários

  1. Afinal, mesmo com tudo o que teve de menos bom, Fevereiro foi um mês em cheio e, tal como dizes, é importante fazermos esse exercício para que tudo o que aconteceu de fantástico não se perca no meio das coisas menos boas.

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  2. Inês, estou a adorar ver a forma como arriscaste na beleza este mês, desde ao corte de cabelo arrojado que te ficou super bem aos looks :).
    Que março seja melhor e, nos entretantos, continua assim, a fazer o exercício inverso para retirar o que há de mais positivo na vida!
    Beijinhos
    Blog: Life of Cherry

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