PASSAPORTE || A Ilha


Como já tinha referido numa publicação anterior, a Barragem de Santa Luzia possui uma pequena área de terra que comummente gostamos de apelidar de 'Ilha'. Na verdade, não costuma ser uma Ilha uma vez que, na maior parte dos Verões, há um rasto de terra que liga a Ilha à margem e permite fazer a travessia a pé. No entanto, este ano o nível da água estava muito alto e inundou por completo o acesso, dando, finalmente, o proveito à fama da Ilha.

Decidimos passar lá o dia uma vez. O acesso à ilha só era possível através de barco e nós tínhamos um caiaque, onde carregámos todas as nossas coisas — e nós próprios — e remámos para lá. A viagem foi absolutamente divertida, eu garanto.


Se também fizer parte dos vossos planos visitar a Ilha, existem algumas sugestões que gostaria de partilhar convosco e a primeira começa pelo calçado. Todo o território da Ilha — mesmo o que está por baixo de água — é muito desconfortável. A área está repleta de galhos, pinhas e pedras que dificultam o andar e torna-se praticamente impossível caminhar descalço. Nós não fomos capazes de estender as nossas toalhas no chão e tivemos de contar com o caiaque — onde introduzo rapidamente a expressão "há males que vêm por bem", porque foi delicioso estar deitada no confortável caiaque, de pé de molho, à sombra, a terminar o meu livro — para conseguirmos estar confortáveis. Para a água, fomos de chinelos e só os retirámos perto da zona sem pé. Um calçado apropriado para este tipo de região — com sola dura — é o ideal. Caso contrário, não vão tirar os chinelos do pé.


A segunda sugestão é que venham carregados com comida e água, que foi o nosso caso. As nossas mochilas permitiram um autêntico banquete que nos preveniu de crises de desidratação ou acessos de fome num sítio remoto.


Se estiverem bem equipados, a visita à Ilha pode ser o paraíso. Escolhemos um dia em que sabíamos que a Barragem ia estar mais movimentada — fim-de-semana — e o sossego era impagável. Não ouvíamos nada mais a não ser o som das árvores e da ondulação da água. Ocasionalmente, tínhamos visitas fugazes de pessoas a fazer canoagem, que iam embora ao fim de uns minutos. A água era pura e quentinha, o ar maravilhoso. Foi como se tivesse ido para um retiro com uma paisagem de cortar a respiração.


A Ilha recarregou as minhas energias e estreitou-me os laços com a minha companhia — afinal de contas, éramos só nós. Foi um momento de calma e sossego onde pude ler, nadar, jogar e perder-me nos meus pensamentos e sestas. Regressámos à margem cansados de tanto remar, mas revitalizados. Podemos voltar?

6 comentários

  1. Vou ter mesmo de levar o meu filhote lá no próximo verão!!

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  2. Podemos voltar um dia juntas? Era o refúgio que precisava. Com todos os contratempos e males que vêm por bem.😓✨💛

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  3. A descrição que fizeste fez-me lembrar Ferreira do Zêzere. Como o meu pai chegou a trabalhar por lá, conhecia uns cantinhos mais isolados do turismo e adorei. Como a distância era relativamente curta, íamos a nadar até às pequenas ilhotase ficávamos deslumbrados!

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  4. Olá Inês. :)
    Qual é a máquina que usas para estas fotos?
    Obrigada.

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    1. Olá B.! Todas as minhas fotos (em todas as minhas redes e no Bobby Pins) foram tiradas com o meu telemóvel, iPhone 6s :)
      Um beijinho!

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  5. Regressei ao Verão, Inês!! Olha, nem sei o que dizer, sinceramente! Gostei bastante da sensação de me ter transportado e, obviamente, com a ajuda incomparável da tua escrita e das tuas fotografias! Fazes sempre valer a pena, passe o tempo que passar! *-*

    LYNE, IMPERIUM BLOG

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