BRUXELAS | Ver, fazer & provar


Grand-Place | É uma das praças mais icónicas da Europa e o postal da cidade, com uma arquitetura gótica, barroca e neoclássica que remonta ao século XI. 

Servia como um mercado central e foi inclusive a casa de Victor Hugo, mas em 1695 foi praticamente destruída pelas tropas francesas sob comando de Luís XIV – o ‘Rei Sol’ de Versailles. Se visitarem em Agosto, é possível que a vejam belissimamente decorada com flores! 


Atomium  | Outro ponto emblemático que fica um pouco fora do roteiro na cidade, mas que apanhando o metro chegam rapidamente até lá – e a visita vale a pena! Foi construído para a Expo 58, simbolizando um átomo de ferro ampliado 165 mil milhões de vezes! A verdade é que não era suposto a instalação manter-se além Expo, mas tornou-se tão popular que ninguém foi capaz de a desmontar. 

As esferas, fruto da arquitetura de André Waterkeyn, podem ser visitadas (algumas delas). No seu interior, podem encontrar exposições permanentes e temporárias e algumas vistas panorâmicas sobre a cidade. 

Parc du Cinquantenaire | Criado para comemorar o 50º aniversário da independência da Bélgica em 1880, é lá que encontram o famoso arco triunfal projetado para rivalizar com o Arco do Triunfo de Paris (e de todos os outros arcos do triunfo na Europa, sejamos honestos). 

Se não forem agraciados com o tempo típico de Bruxelas, é o lugar perfeito para passear e descobrir a programação nos seus jardins, entre exposições, eventos e festivais. 


Galeries Royales Saint-Hubert | Uma das galerias comerciais mais antigas da Europa (remonta a 1847, o que, para ajudar a localizar temporalmente, foi cerca de 20 a 30 anos mais cedo que a famosa Galleria Vittorio Emanuele II, em Milão). 

Está dividida em 3 secções principais – Galerie du Roi, Galerie de la Reine e Galerie des Princes e foi regularmente frequentada por escritores como Victor Hugo e Alexandre Dumas. 

Vão encontrar um pouco de tudo nestas galerias, incluindo duas famosas casas: Neuhaus, uma marca de chocolates belgas artesanais e Maison Dandoy, também famosa pelos seus chocolates e pelas waffles (dos dois estilos). Os preços são os que podemos esperar de um lugar que capta muito turismo, e existem alternativas igualmente deliciosas e mais baratas, mas se quiserem uma experiência mais tradicional num lugar belíssimo, não há como falhar por aqui. 


As estátuas Pis | Digo estátuas e não apenas o ex-libris Manneken Pis porque a verdade é que esta é uma coleção de três estátuas distribuídas na cidade:

Manneken Pis, a pequena e mais popular estátua do menino a fazer xixi – por vezes difícil de se fazer ver entre tantos telemóveis ao alto, recordando-me a pequena Mona Lisa –, é uma criação de Jerôme Duquesnoy de 1619. Estamos a ver um original desse século? Hum, não, mas sim uma versão de 1965, uma vez que a estátua foi roubada várias vezes ao longo dos séculos, acabando por ser recuperada ou substituída. 

A sua história está também ela esculpida por várias lendas associadas à sua origem, entre elas a crença de que, durante um conflito, um menino terá conseguido apagar uma bomba incendiária ao urinar sobre ela, salvando a cidade. Mas outras lendas remontam a filhos de duques perdidos e até ao próprio espírito rebelde e lúdico dos locais. 

Facto é de que se tornou um símbolo que protagoniza postais, imanes e fotografias de viagem – com sorte adicional se o encontrarem vestido com um dos mais de 1000 trajes que exibe ao longo do ano, sendo o mais antigo de 1698. 

Caso não tenham ainda uma viagem programada para Bruxelas, podem encontrar cópias desta estátua em Tóquio e Colmar. É só escolher no menu. 


Já Jeanneke Pis – a versão feminina desta estátua – é uma criação mais recente de 1987 por Denis-Adrien Debouvrie e foi encomendada como um simbolismo feminista de igualdade de género. O Zinneke Pis – a versão canina desta tradição ‘Pis’ foi a adição mais recente, de 1998 por Tom Frantzen e o nome guarda uma curiosidade adicional, uma vez que Zinneke é o termo utilizado para descrever os habitantes de Bruxelas, principalmente a mistura cultural inerente à cidade. 

Bois de la Cambre | É um dos parques urbanos mais populares da cidade e onde podem encontrar os bruxelenses a apanhar sol (quando há...) e a conviver. A sua dimensão permite a existência de um lago e até de uma pequena ilha. Perfeito para descansar ou passear sem rumo. 


Royal Museum of Fine Arts | Um favorito pessoal porque é aqui que podem encontrar o Museu Magritte, um dos meus pintores favoritos. Infelizmente, a maioria das suas obras mais icónicas não estão no seu país de berço – ironicamente, à data da viagem, tinha acabado de vir de Nova Iorque, onde, a par de Londres, apreciei uma grande parte do seu espólio mais célebre, mas não deixa de ser um museu imperdível. Para além de Magritte, este museu dá ainda casa a obras de Rubens e Bruegel, se forem apreciadoras. 

Parlamento Europeu | Fundado em 1952, o Parlamento Europeu é a única instituição da União Europeia diretamente eleita pelos cidadãos – como já deviam saber, se têm ido votar (👀). Bruxelas é uma das 3 sedes, a par de Estrasburgo e Luxemburgo. 

As visitas ao Parlamento são gratuitas, mas requerem reserva para a visita e horários específicos para o Hemiciclo – que podem consultar e acompanhar no site oficial. Já o Parlamentarium é onde podem conhecer toda a história e funcionamento do Parlamento e o mais interessante é que não só é uma visita bastante interativa, como os audioguias estão disponíveis em 24 idiomas – incluindo o nosso! 

Devo alertar que é uma visita que pode ocupar um bloco generoso do vosso tempo e que é uma experiência com um grande volume de informação – recomendo que intercalem, nesse dia, com uma outra experiência mais leve e que não seja time sensitive.


Rota da Banda Desenhada | Bruxelas é considerada a capital da banda desenhada europeia e, desde 1991, foi criada uma rota com murais dedicados às personagens de banda desenhada mais famosas. 

São mais de 50 murais distribuídos por toda a cidade, com representações de Tintim, Asterix e até do Lucky Luke. Vale a pena marcarem no vosso mapa de antemão alguns dos mais icónicos e dedicarem uma parte do vosso dia a seguir o roteiro à procura deles pela cidade. 

Maison Antoine | Se leram o meu artigo de Dicas e Factos Sobre a Bélgica, já sabem qual é a minha opinião sobre as batatas fritas belgas e, por isso, não deixo esta sugestão como uma recomendação de coração – mas a verdade é que devo mais do que esperava às batatas fritas belgas (🥰) e, se quiserem experimentá-las, a casa mais icónica é mesmo esta friturie fundada em 1948. 

É amplamente conhecida por oferecer as melhores batatas fritas de Bruxelas, seguindo a técnica clássica belga de as submeter a dupla fritura. As filas serão grandes, embora dinâmicas, e, para além das batatas, a Maison Antoine é também famosa pelos seus molhos, sendo o mais tradicional o andalouse

O espaço é em estilo de quiosque, sem lugares para sentar e que podem comprar on the go para outro local. No entanto, se querem mesmo provar e descansar, alguns bares ao redor da praça permitem que os clientes tragam as batatas e consumam junto com as bebidas. Não o fizemos, mas aparentemente é comum. 

Uma vez mais: não achei nada de extraordinário e, por isso, o que verdadeiramente recomendo é alguma gestão de expectativas. 


Workshop chocolate belga | Aquando do planeamento da nossa viagem, ocorreu-nos, mais do que provar chocolate belga, aprender a fazê-lo. E após algumas pesquisas, encontrámos este espaço que vos ensina o passo a passo para prepararem bombons belgas. 

É uma experiência que vos ocupará uma manhã/tarde – mas se têm planeado mais do que um dia em Bruxelas, é perfeitamente encaixável -, mas foi das minhas experiências de viagem prediletas. Como fui com uma amiga, a dupla estava garantida, mas algumas pessoas que estavam no workshop vieram sozinhas e acabaram por conhecer a sua dupla lá – caso estejam a pensar fazer uma viagem a solo. 

No workshop, aprendem a identificar chocolate de qualidade, como fazer pralinés perfeitos e até bombons com recheio – fiz vários de recheio de caramelo salgado e outros com sal marinho que estavam uma delícia. Têm música incrível a tocar, a oportunidade de conhecer outras pessoas e, no final, ainda brindam com um belo chocolate quente e um souvenir guloso feito por vocês para levar para casa (e não há recordação como esta). Recomendo em absoluto!

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