Pensar na palavra ‘culto’ sempre transportou-me para universos e ideais obscuros, grupos secretos e paralelos pelos quais se sacrifica todo o discernimento e tempo de vida. Mas quando me cruzei com este livro, fiquei mais curiosa sobre a forma como tantas outras coisas aparentemente ‘inofensivas’ e expostas à luz do dia podem, de facto, constituir como um comportamento de culto.
Cultish explora, precisamente isto: de que forma é que organizações, marcas, figuras e tantas outras entidades criam os seus próprios cultos nativos através da linguagem e da persuasão.
O livro vai oferecendo inúmeros exemplos, desde os clássicos esquemas de pirâmide até… ao crossfit! E reúne testemunhos do que realmente se vive quando mergulhamos num grupo altamente autocentrado e faz microgestão dos seus membros através de sentimentos de superioridade, exclusividade e de culpa.
Para mim, foi uma leitura rica, no sentido em que o fanatismo me custa a compreender no dia a dia. Gosto de muita coisa de vários setores e figuras diferentes, mas como funciona uma total absorção da identidade em prol de uma marca, de uma pessoa, de uma ideologia?
Um livro pouco pesado – sei que não parece, mas confiem que não é – e muito bem articulado de uma forma acessível e com um toque de humor que ajudou a digerir toda a informação. Daqueles não-ficção infalíveis!
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