FAVORITOS | JULHO & AGOSTO, 2023


Julho e agosto não podiam ter sido mais distintos, num retrato fiel às duas formas de viver o verão. Não tenho preferência por nenhuma e gosto quando coexistem assim, neste equilíbrio que traz harmonia, novidade e, claro, Favoritos. É para isso que cá estamos todos, a cada balanço. Mergulhemos neles, então.


Vestidos são mesmo a minha peça-chave do verão, embora eu sempre tenha tido uma preferência por peças um pouco mais elaboradas e com uma linha muito romântica. Este vestido vem um pouco cortar essa tendência e oferecer alguma versatilidade.

É perfeito para um coordenado mais simples e sóbrio, sem informação a mais e que funciona tanto para uma saída à noite casual, quanto para um jantar formal. O corte favorece-me e, embora seja curto – não se vê na foto, há batalhas que demoram a ser ganhas, a minhas pazes com as pernas é uma delas – usei e abusei dele este verão com a certeza de que, colocando-o, não precisava de muito mais tempo para me arranjar. Uma escolha infalível.

Ao fim de 9 anos, mudei de perfume. Bem sei que muita gente tem alguns cheiros de eleição que vai intercalando conforme as ocasiões e o estado de espírito, mas eu encontro-me no outro espectro de pessoas que é fiel a um cheiro por tempo indeterminado. 

Troquei de perfume muito poucas vezes na vida, mas sempre no momento certo, e quando sinto alguma dessas fragrâncias que já fez parte de mim, vem uma nostalgia boa. Depois de ter o Daisy na pele durante tantos anos, foi altura de trocar para algo que combinasse mais comigo, agora. 

Fiquei rendida com o aroma antes de saber o nome do perfume, mas já devem ter percebido que fazia todo o sentido: claro que um White Tea tinha de fazer parte da minha rotina. É um cheiro floral, mas bem encorpado e marcante, com reminiscências do chá, sem dúvida. Acho que combina comigo. 


Não me incomodam as linhas de expressão que vão surgindo naturalmente por viver e reagir à vida, mas sobre as linhas de desidratação já não tenho a mesma descontração. Combato-as por dentro com um aporte saudável de água, mas, por fora, estou a adorar este sérum Mineral 89 da Vichy. Aplico-o de manhã (antes do protetor solar) e à noite (antes do creme hidratante) e entrou na minha rotina de cuidados de forma natural e com resultados. Sinto a pele do rosto com outra luz, viçosa. Não tem cheiro e, mesmo tendo a pele sensível, não me causou qualquer irritação ou desconforto. Estou rendida!


Há anos que não tinha o cabelo tão comprido (e escadeado, que exige um outro nível de cuidados). A verdade é que tenho gostado muito de voltar a esta imagem, embora exija cuidados que um cabelo curto não pede. Especialmente se estivermos a falar do verão, do mar e da água da piscina (principalmente com uma rotina de natação, onde utilizo os champôs 2 em 1 que tiram bem o cloro e ajudam-me a despachar, mas não hidratam). Tenho um limite para o quanto gosto de o ver comprido e não tenho medo ir à minha cabeleireira para tirar as pontas estragadas, mas para a rotina tenho gostado muito desta gama da Elvive Dream Long

É difícil encontrar champôs para cabelos finos que hidratem bem sem me pesarem no couro cabeludo ou o deixarem oleoso, portanto, quando encontro algo que funcione, tendo a ser-lhe fiel. Uso a gama toda: champô e condicionador para o dia a dia e a máscara no final da semana para recuperar um pouco o cabelo das agressões do sol e da natação. Adoro todos, não só pelo perfume maravilhoso, mas também porque preserva o movimento do meu cabelo e não pesa. Não sei se ajuda a crescer mais depressa – o meu cabelo já cresce depressa e não era o meu objetivo quando comprei a gama – mas em tudo o resto parece-me cumprir o que queria.
Os verdadeiros leitores antigos do Bobby Pins talvez lembrar-se-ão do desgosto que foi quando soube que a Dulce Gusto tinha descontinuado as cápsulas do chai latte. Desde então, continuei numa tentativa vã de encontrar algo que se assemelhasse aquele chai latte ou aos que eu peço, em desforra, quando viajo pelo resto da Europa – onde a bebida é escolha assente em todas as cartas de bebidas de qualquer café. 

Foi uma busca incessante e quase desmotivante, mas a Daniela mostrou-me a solução numa latinha. Se já beberam o chai latte do Copenhagen Coffee Lab, este é muito parecido – talvez ligeiramente mais abaunilhado -, mas delicioso. Encontram-no na Normal e é uma alegria sem igual saber que já posso fazer chai latte em casa, este outono. Eu recomendo a preparação com água e não com leite (o sabor fica mais apurado nas especiarias e menos enjoativo). Foi o único que experimentei até agora e pensei “é isto”, portanto, Normal, preciso que mantenhas um stock vitalício, não aguento um segundo desgosto.


Tenho sido pouco aventureira à mesa, mas este verão experimentei a Souldough, em Cascais, uma pizzaria com um conceito que mistura a dedicação em ter pratos com ingredientes sazonais e orgânicos, com o prazer de comer à mão. Não há talheres para que possam sentir com as mãos – e não só com os lábios – a textura da massa, a delícia dos ingredientes. Comemos entradas e pizza, todas com sabores muito genuínos e onde senti que a experiência era mesmo levada ao pormenor. Entre conversas e fatias, fiquei honestamente satisfeita e com o nome memorizado para um regresso. Para mim, tem sido a melhor prova de que gostei de um lugar, nesta fase menos aventureira: incluí-lo na lista dos que onde quero voltar.
Fotografia
Há coisas que são previsíveis que eu queira no meu espaço. Previsibilidades boas, que dizem muito sobre nós antes de precisarmos de falar. A serigrafia de andorinhas da Raquel era uma delas. Tudo fazia sentido: o bando de pássaros, a linha artística da Raquel – que adoro! – o tom azul que é um dos meus preferidos e a frase que remata na perfeição: ‘uma andorinha só não faz verão’. Já decora as minhas paredes, a voar eternamente.


Tinha como (uma das minhas) meta(s) de 2023 experimentar algo pela primeira vez e, entre outras coisas que já pude experimentar – sobre elas falarei nos balanços de final de ano, onde gosto de me alongar mais – este verão pude fazer algo que já queria há muito tempo: ir a um cinema ao ar livre. 

Hoje em dia, já encontram vários programas com esta iniciativa e cartazes incríveis, mas a nossa escolha foi para o Cine Society, com uma vista extraordinária, auscultadores para que os ruídos da cidade não se sobreponham à experiência de som do filme, mantinhas, serviço de bar e pipocas. Fiquei totalmente rendida e é algo que quero fazer mais vezes em próximos verões – acho o programa perfeito para uma saída diferente entre amigos ou para um date original. Os cartazes são sempre anunciados no início do verão – recomendo-vos que fiquem atentos porque, nos melhores filmes, os bilhetes esgotam rápido! 


Eu e uma amiga temos uma tradição anual de encontrar um cantinho em Portugal onde fazemos um fim de semana prolongado em total descanso, sem grandes planos, apenas nós, um bom lugar, as nossas conversas e as nossas atividades de idosas preferidas (ler e fazer palavras-cruzadas). É um momento que aguardo sempre todos os anos e, neste, acho que nos esmerámos em encontrar o lugar perfeito, pelo que recomendo de olhos fechados: Convento de São Paulo, perto de Redondo. 

O serviço é excecional e, se tiverem a sorte de ficar num dos quartos que fica fora do convento, a experiência é ainda melhor. O pequeno almoço é fabuloso e têm ainda duas piscinas de água salgada para desfrutar. 

Os únicos pontos negativos que tenho a apontar são: as vespas (não tenho medo, mas a minha companhia sim e sei que é um dealbreaker para muita gente. É impossível comer nos espaços exteriores, o que é uma pena porque são lindíssimos); e a profundidade das piscinas – quem não sabe nadar bem ou mesmo para crianças, as piscinas são fundas e com muito pouco pé. Se forem com miúdos, certifiquem-se que levam boias e braçadeiras. 

Em tudo o resto, foi uma experiência de sonho e a repetir, pelo sossego, conforto e beleza do espaço. 


Almofadas de praia são um pequeno luxo do qual não abro mão em prol da minha cervical e, este verão, encontrei a minha almofada perfeita, da Lanidor. Tem o padrão mais adorável e portuguesinho – em toda a minha previsibilidade, eu gosto de imaginar que são andorinhas – mas o azul que chama o verão e o padrão amoroso que me remete para os azulejos faz-me sempre feliz quando a tiro do saco. E embora seja de tecido, seca rapidamente e não mancha.


Ter pessoas que estimamos à distância já não é o mesmo que era há muitos anos e devemos muito à tecnologia por isso. E se as redes sociais e mensagens ajudam a transformar milhares de km em algo um pouco mais tangível, há aplicações que também ajudam a envolver quem gostamos no quotidiano. Existem imensas opções, a que tenho usado com regularidade é a Locket, uma app onde podem partilhar fotografias espontâneas com as vossas pessoas. 

A aplicação fica em destaque no homescreen e, sem notificações, cada vez que as vossas pessoas publicam uma nova foto por lá, aparece de surpresa no vosso ecrã principal. 

As relações fazem-se de grandes momentos, boas novidades, situações decisivas, mas é nas pequenas coisas e nas banalidades do quotidiano que nos sentimos verdadeiramente envolvidos numa amizade ou relação. É o que fortifica e tira os formalismos do ‘e novidades?’. Entre fotografias de livros, selfies questionáveis e outros pedacinhos de vida que vão acontecendo, tenho um pouco da janela da vida das pessoas que gosto no meu telefone e isso é impagável.

Estes dois meses não podiam ter sido mais distintos, marcando diferentes compassos e experiências deste verão. Se julho foi agenda cheia – de trabalhos e planos -, agosto desacelerou e trouxe tempo e espaço para respirar. Preciso dos dois, num equilíbrio gerível entre aproveitar os dias que se alongam, o clima convidativo aos momentos de esplanada e estendida ao sol, e os momentos de pausa, em que se saboreiam os dias e as conversas com calma. 

Julho trouxe muito, talvez mais do que tivesse capacidade e disponibilidade para metabolizar; foram os jantares combinados em cima da hora porque não havia outra, os gelados entre amigas onde se saboreia tudo, incluindo a conversa, os tão esperados bilhetes para a Taylor Swift (que já me parece ter sido noutra vida), as maratonas de pipocas e a experiência do cinema ao ar livre. 

Os dias alucinantes de trabalho foram intercalados com noites de pizza caseira, book dates onde cabe sempre mais uma edição na tote bag, reencontros com amigas que já não víamos há demasiado tempo, preparativos de aniversário para encontrar os presentes infalíveis e os preparativos para coisas mais chatinhas, mas necessárias. 

Colmatou com o concerto incrível do Harry Styles, onde me permiti estar 100% presente e desfrutar de um momento colorido, divertido e especial. 

Já agosto permitiu-me desacelerar e ter mais espaço para respirar. Veio com as tão esperadas férias, com dias de praia completos, fins de semana com amigas, o 1º aniversário do The Characters Club – que se celebrou de forma comedida, mas com a emoção toda lá -, com piqueniques no parque, leituras lentas e reencontros com família que gostava de ver mais vezes. 

Dei muitos mergulhos – nem todos de piscina e mar – mas todos refrescantes e com aquela sensação boa de que estamos vivos. Recebi boas notícias, reencontrei-me com a minha escrita, que tanto gosto me traz – e que chuto para canto porque quero operacionalizar a criatividade, no dia a dia (estou feliz por a trazer de volta ao blog, espero que vocês também?) -, tive mais tempo para estar em família e para pensar com calma. 

Dei por mim em agosto com o silêncio e espaço que (não sabia que) precisava para refletir um pouco sobre o meu caminho ao longo deste ano e para estar orgulhosa ao sentir que mudei, evoluí. Que mesmo no caos e na cadência de eventos inesperados - alguns bonitos, outros ansiogénicos - estou mais segura do meu instinto e ciente do que preciso e quero que fique e do que tem de ir porque já serviu o seu propósito. Nem sempre na automatização da rotina e nos olhos de furacões emotivos conseguimos ter esta clareza e é para isso que as férias servem também: para sairmos da nossa ilha e a vermos de outra perspetiva.

Terminei agosto descansada, em paz e feliz, com energias renovadas para os últimos meses do ano. Quero aproveitar ao máximo.

(testei um formato de scrapbook porque não sei estar quieta sem testar coisas. veremos se gostamos - vocês e eu!)

Setembro, sê incrível!

2 comentários

  1. Adorei as fotos, como sempre! E aquele cantinho em Redondo se não fosse pelas vespas ( sou alérgica à picada) ainda ia visitar. 🤭

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