Fiquei intrigada com a série Emília desde que me cruzei com o primeiro trailer, mas rapidamente saltei da curiosidade para a conquista total ao assistir a vários episódios seguidos – que, se já me acompanham há tempo suficiente, sabem que é praticamente inédito.
O nome da série é homónimo à nossa protagonista, Emília, uma jovem a sofrer os desafios, dores e incertezas típicas de quem está na casa dos 20. No caso da sua história, acresce à trama o facto de pertencer a uma família disfuncional e de classe baixa, que passa por muitas dificuldades económicas. Enquanto se debate com as expectativas do que já esperava ter e alcançar com 25 anos, decide ir atrás de um sonho antigo e reprimido: ser bailarina profissional, ainda que sem formação.
Se a premissa já era boa, mais relevante do que nunca e muito atual, a execução deixou-me rendida. Comparando com o primeiro trabalho da Filipa Amaro, Frágil – que, para mim, não me conquistou o suficiente –, em Emília sinto que todos os pontos que a história pretendia tocar foram bem abordados e articulados. Numa edição que combina cortes dinâmicos e uma boa fotografia, somos transportados para a vida da Emília com uma mistura de comédia, identificação e comoção. Temas que fazem parte do nosso universo, como a síndrome do impostor, a sensação de estarmos perdidos no que queremos fazer, a constante comparação e extrapolação que fazemos dos outros nas redes sociais e a idealização de um sonho saem das nossas cabeças para serem expostos num ecrã através de diálogos memoráveis, personagens por quem sentimos empatia e um storytelling muito convincente.
Terminei Emília com a sensação de quem comeu uma fatia deliciosa de bolo rápido demais. Gostava de ter desfrutado de tudo com mais calma, mas é tão raro, hoje em dia, sentir-me envolvida com uma série que me permiti a esta sofreguidão. Permitam-se também, na RTP Play e com uma temporada pequenina.
Só vi um episódio (para já), mas o ponto curioso aqui é: foi a minha mãe que me apresentou a série. Ela devorou a temporada quando eu nunca tinha ouvido falar da série antes!
ResponderEliminardaylight
Identifiquei-me tanto com o escreveste. Com a excepção da série frágil. Eheh. Depois de terminar a série senti um orgulho patriótico. A imagem, o conteúdo, tudo tão poético.
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