Acho que é uma experiência universal entre leitores o facto de gostarmos tanto de ler sobre livros. Sobre a magia que é uma folha branca com palavras pretas despertar a nossa imaginação e emoções. Terminar de ler um livro raramente é uma experiência apática; nuns, ficamos tão absortos naquela história, nos sentimentos que despertou em nós, que temos de processar a leitura durante algum tempo até formarmos uma opinião. Outros são tão abjetos às nossas preferências e ideais que damos por nós a sentir uma repulsa quase palpável a um monte de papel. Este poder transformativo, mas tão etéreo, foi o que a Virginia Woolf tentou agarrar e materializar o no seu ensaio How Should One Read a Book?
O livro é, previsivelmente, uma resposta à pergunta e, por ser tão curto, lê-se num sopro, mas com muito gosto. Em poucas horas (talvez minutos, até), conseguimos observar que a autora foi capaz de pegar na experiência de leitura e segmentá-la em etapas muito concretas e transversais a todos os leitores. É curioso como cada um de nós terá uma forma diferente de ler e apreender as histórias – única e particular -, mas as fases são comuns e é isso que me parece unir-nos quando conhecemos alguém com o mesmo amor por livros que nós (sem importar o género e os autores).
How Should One Read a Book? é um ensaio para verdadeiros leitores, os que se perdem no tempo entre capítulos e a saltar para mundos que não os seus, os que sabem que uma review final é coisa séria e que, mesmo que nos esqueçamos do plot inteiro, nunca esquecemos do que aquelas páginas nos fizeram sentir e de como estávamos e éramos quando pegámos naqueles livros pela primeira vez. Há uma parte de nós que também fica impressa naquelas páginas e a Virginia Woolf relata-o como ninguém.
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