Há uns dias, caminhava enquanto escutava um episódio deste podcast que, entre vários insights, partilhou um comentário que, para mim, fez muito sentido e deixou-me a refletir sobre o tema: “É importante manter as coisas relevantes, mas também interessantes.”
Embora o assunto da relevância seja um tema recorrente nas minhas reflexões e conversas – nos blogs, no marketing, nos nossos projetos de vida, aliás -, nunca tinha visto as coisas deste prima, mas fez o clique imediato em mim.
Do ponto de vista profissional, a relevância é um dos fatores mais fundamentais. Não são raras as vezes em que a relevância é deteriorada ao serviço da quantidade e, à luz da forma como nós consumimos conteúdo ultimamente, parece-me uma estratégia insensata.
Porém, de um ponto de vista pessoal, talvez falar só de relevância não chegue. Talvez este tema mexa mais comigo porque tenho este blog – e redes sociais que orbitam em torno dele – onde crio e planeio conteúdo. E quando o prisma é este (os nossos projetos criativos e pessoais, tenham eles retorno financeiro ou não), pensar na relevância parece-me já muito mais genérico. Porque o que está relevante no momento pode não fazer sentido para o que eu crio. Pode ser relevante, mas não interessante (ou estimulante) para mim.
Talvez isto seja uma verdade de La Palice, mas quando penso a fundo neste tema, concluo que talvez não seja assim tão óbvio porque observo tantos atrás da relevância sem interesse. É uma corrida tão incessante para estar onde os holofotes e o barulho estão, que transformam tudo o que fazem sem que se sintam estimulados para o fazer. Perdem o seu senso de identidade porque deixam de fazer o que lhes interessa para fazerem o que 'está a dar' no momento.
Quem diria que continuamos a ser adolescentes em busca de um sentimento de pertença até nas nossas próprias criações? E que triste, ou inquietante, que não tenhamos ultrapassado essa fase?
Manter as coisas relevantes, mas também interessantes faz sentido para mim até no processo de inspiração e no meu senso de continuidade. Para que alimentemos as nossas criações, é inegável que deve existir uma certa capacidade de adaptação, oleada com disciplina e inspiração. E sim, muitas vezes isso torna-se possível através do estudo do que é que tem estado relevante e porquê. Será que conseguimos extrapolar alguns dos elementos do que tem sido relevante para os nossos projetos? Este é um processo com muita lógica, na minha opinião.
Porém, no final do dia, especialmente quando o projeto ou a criação dos conteúdos é inteiramente dependente de nós, é o nosso interesse que nos faz continuar a andar melhor e mais depressa.
A relevância sempre será fundamental em qualquer estratégia de continuidade. Mas ir atrás das coisas de forma a que permaneçam interessantes para nós é o que dá alma ao que fazemos e paixão ao que criamos. E embora ambos sejam conceitos muito etéreos, os resultados são palpáveis, assim como as abordagem que criamos.
Concordo contigo. 😀
ResponderEliminarPutz....aplausos! 👏🏾👏🏾 É tão isto! Caiu-me a ficha quando fizeste o paralelo com a adolescência e a busca pela aprovação. 😮 Para quem cria conteúdo, há sempre um momento de muitas dúvidas, em que nada parece ser interessante o suficiente para sair cá para fora.... só que o que importa é a nossa crença de que aquilo vai mesmo fazer a diferença. Mesmo que apenas na vida de duas ou três pessoas. 🤸🏾♀️ No meu caso, tem-se tratado de libertar os macaquinhos da minha cabeça perante assuntos que quero abordar. Se se tornam relevantes ou não, descubro com o tempo. Não digo que o fluxo de público não me coloque a pensar....mas no quadro geral, a satisfação de o ter feito, de ter partilhado não obstante a aderência, se sobressai muito mais, inspirando-me a dar continuidade à criação, independentemente da agenda que estou para redescobrir 😝
ResponderEliminarBeijocas,
Lyne, Imperium Blog • Congresso Botânico - Podcast • Livro DQNT