Baseado em factos reais, O Assassino de Clovehitch conta a história de como um jovem, de forma totalmente inesperada, descobre que o seu pai pode ser um serial killer procurado há anos. A descoberta parece não fazer sentido, já que o rapaz sente que vive numa família estruturada e com um pai que lhe transmitiu todos os valores e que é parte ativa da comunidade.
Costumo ser sensível a cenas gráficas de filmes mas não às histórias em si, por isso, decidi ver este filme à noite e arrependi-me totalmente. É uma história macabra e que nos implanta o pensamento desconfortável de que não conhecemos realmente as pessoas. Um filme que nos tira o sono e nos deixa inquietos do início ao fim. Parece inacreditável que esta história seja real.
O IMPOSTOR DO TINDER
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Tenho de admitir que não tinha a mínima curiosidade em assistir a este documentário, mas uma tarde de chuva, um sofá apetecível e um catálogo desinteressante na Netflix foram o cocktail perfeito para encolhermos os ombros e darmos play nesta história sobre um vigarista que utilizava o Tinder como forma de manipular mulheres e fazer golpes milionários.
Vejamos, quando ouvi falar sobre este documentário, pensei: como é possível alguém fazer transferências de dinheiro aos milhares para um homem que quer derrotar ‘inimigos’?! Mas rapidamente percebemos que o plano era altamente construído para não levantar suspeitas. O impostor tinha relações de anos com aquelas mulheres ao ponto de, ao pedir ajuda, elas não desconfiarem de todo.
O documentário está dividido em 3 testemunhas, todas com relações com o impostor diferentes – não, não eram apenas relações amorosas -, sendo que a minha preferida foi, sem dúvida, a terceira. Senti uma tristeza profunda por aquelas mulheres que rapidamente foram ridicularizadas na internet e chamadas de gold diggers, quando, na verdade, foram vítimas que dificilmente irão recuperar tudo aquilo que investiram (monetariamente e emocionalmente) naquela relação. O mais revoltante é que ele ainda está a monte e, mesmo após o lançamento do documentário, a conta de Instagram ainda estava ativa (não está mais, com a popularidade da produção).
É fácil ouvirmos a premissa destes golpes e pensarmos que os outros é que eram estúpidos, que isso nunca nos aconteceria, mas são planos tão bem engendrados que me deixam absolutamente perplexa. Não sei se cairia neste golpe em particular – havia aspetos da própria relação que me faziam confusão -, mas simpatizei muito com aquelas mulheres.
A PIOR PESSOA DO MUNDO
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Este filme norueguês está a ser um êxito de bilheteira e tem conquistado por um conjunto de fatores que torna a produção muito original. A Pior Pessoa do Mundo é quase como um conjunto de crónicas em filme, que divide a vida da protagonista Julie em vários capítulos onde, em todos eles, se observa a sua jornada em busca do sentido da vida e do seu propósito.
Este género de filmes new adult – uma espécie de coming of age mas para a malta que está na luta da reta final dos 20 e começo dos 30 – tem sempre uma grande componente refletiva e filosófica, que tem tudo para eu, em princípio, gostar. No entanto, não consegui sair deste filme satisfeita. Não consegui sentir empatia pelas personagens – alguns dos seus comportamentos, inclusive, irritaram-me – e achei as questões mais desconfortáveis do que reconfortantes. Talvez seja esse o propósito do filme e, se assim foi, tem o meu reconhecimento. Mas foi a prova de que este tipo de filmes não é, de todo, para mim. Não me encaixo com este tipo de personagens e com o tipo de história que estes filmes procuram contar.
Ainda não vi nenhum destes, mas talvez em breve lhes dê uma oportunidade. Obrigada pela sugestão.
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