Desejar ser criança, mais uma vez. Porque a infância também tem um lado especial pelos brinquedos que a protagonizaram. São, aliás, um dos artefactos históricos que mais gosto de encontrar em museus, principalmente noutras Eras, já que as rotinas e todos os assuntos que orbitam a infância de antigamente são tão nublados.
O Museu do Brincar divide o seu espólio em dois espaços — Vagos, o museu principal e com uma área maior, e Aveiro. A minha visita foi apenas ao de Aveiro, mas é possível fazer a aquisição do bilhete conjunto para os dois espaços e o uso é vitalício, podem visitar cada um dos lugares em dias e alturas distintas. É o que farei, num regresso.
Com o seu espaço mais reduzido, o Museu do Brincar em Aveiro não deixa de nos fazer sentir em casa e de despertar em nós a Síndrome de Peter Pan. Entre bonecas de porcelana, casinhas de bonecas, ursinhos de peluche, Barbies, Action Men e outros brinquedos oriundos dos quatro cantos do mundo, descobrimos uma faceta da História que tantas vezes não tem espaço em museus ou livros históricos: a infância, os desejos e aspirações das crianças numa outra época, os pormenores com que brincavam e até a própria cultura do quotidiano refletida nas divisões das casas. Cada artefacto é acompanhado por um contexto histórico-cultural e o museu tem, em todos os espaços, a maior consideração pelos seus visitantes principais: as crianças! Existem pontos de desinfeção com alturas apropriadas para os mais pequenos e, em algumas salas, os brinquedos são manipuláveis — como resistir, certo?
No piso superior, todo o espaço foi reaproveitado para que o Museu do Brincar seja, efetivamente, sobre brincadeiras e imaginação: uma pequena cidade com casinhas, padarias, cabeleireiro e mercearia foram criados para que as crianças possam terminar a visita a desfrutar do espaço e a brincar (e os pais a viver o pesadelo de pensar como as vão tirar dali! Se programarem uma visita, antecipem algum tempo para que os vossos pequenos acompanhantes possam desfrutar desta surpresa).
Em vários aspetos, fez-me recordar o antigo Museu dos Brinquedos de Sintra (que, com muita pena minha, encerrou há uns anos). De destacar ainda a iniciativa 'Museu Portátil', onde levam esta magia até escolas, pediatrias, bibliotecas e outros espaços a pedido. Se também adoram este lado tão divertido da infância ou têm crianças que iriam adorar ver brinquedos mais antigos, este é um ponto de paragem imperdível!
Tão giro! Gostava muito de visitar. Obrigada pela partilha.
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