FILMES || Março • 2019

Custa-me muito quando descubro uma história cheia de potencial e um guião fraquinho — e ainda pior quando me dizem que o livro não supera o filme. A ideia era genial: o mundo inteiro está a ser contaminado por algo misterioso que parece ser invisível mas que podemos escutar e sentir. Ao estarem expostas, as vítimas entram numa transe melancólica onde o único consolo possível é a morte e, portanto, suicidam-se — de forma brutal, se necessário. Bird Box é protagonizado por Sandra Bullock, que é imediatamente socorrida por um grupo de desconhecidos que se refugia no interior de uma casa e compreendem que a única forma de sobreviver é vendarem os olhos.
Tinha tudo para ser um filme de suspense incrível, mas existe uma linha muito ténue entre o mistério agradável e a omissão prejudicial de informação. Terminei o filme com a sensação de que era misterioso demais e com pontas soltas excessivas. Talvez a história tivesse resultado melhor em série. Assim, é só um argumento que tinha tudo para ser bom e que se torna num filme de suspense engraçadito.

Uma comédia romântica original da Netflix que conta a história de Abbie e Sam, ambos o primeiro amor um do outro e a única relação onde já estiveram, crescendo juntos e ultrapassando cada etapa em conjunto. Porém, agora noivos, Abbie descobre que tem um cancro terminal e, entre todas as emoções devastadoras que a invadem, a sua preocupação com a perda e inexperiência de Sam para se relacionar com outras mulheres passa a ser a sua prioridade número um, procurando a parceira perfeita para ele, depois de se ir embora.
Tem tudo para ser uma mega dramalhada, não é? Mas é tão quentinho no coração. É uma verdadeira comédia romântica mas, acima de tudo, é uma abordagem incrível sobre o cancro — se é que tal frase faz sentido. Sem paninhos quentes e com muito humor — aquele humor gostoso. Reflecte de uma forma muito real, mas com uma leveza quase paradoxal, tudo o que uma doença como o cancro (especialmente terminal) traz no quotidiano, desde as coisas mais pequenas e insignificantes às mais importantes, como a relação com os familiares e com os tratamentos. Tem também óptimas referências em relação aos grupos de apoio — e a sua importância —, já para não falar do plot principal da história. Não é um filme pesado, embora o tema o seja e, mesmo deixando-nos de coração apertadinho, é um filme onde sorrimos e compreendemos a importância da lealdade no amor.

Fragmentado
Split é um filme de suspense que nos apresenta Kevin, um homem diagnosticado com um transtorno dissociativo de identidade, ou seja, um indivíduo com múltiplas personalidades — 23, neste caso. Todas com nomes, idades, gostos e comportamentos completamente diferentes que apenas têm como elo comum partilharem o mesmo corpo. Duas dessas personalidades decidem raptar três jovens sem deixar qualquer pista do seu paradeiro. As restantes identidades procuram ajuda — não só para salvar as jovens indefesas mas para salvar o próprio Kevin.
Devo admitir que a história em si — especialmente quando se discutia o caminho sobrenatural — não me deixou rendida, mas a exploração do transtorno em si, sim. Tinha um conhecimento vago acerca dele mas não fazia ideia de uma série de particularidades que tornam o transtorno tão intrigante e confuso. O filme funciona como uma sequela discreta para o pioneiro, de 2000, Unbreakable — que não assisti — mas gostava muito de ver este transtorno mais retratado e personificado num contexto menos macabro porque é muito curioso. De destacar a prestação de James McAvoy, que personificou todas as identidades de forma brilhante e detalhada.

Dumbo
Embora deteste o universo do circo — mesmo em miúda — o Dumbo sempre recebeu todo o meu carinho e atenção. Neste relançamento, com realização de Tim Burton, a Disney procurou desenvolver um pouco mais a história deste pequeno elefante voador, acrescentando mais detalhes, reviravoltas e personagens, mas sem esquecer os detalhes e cenas célebres que ainda hoje vivem na nossa memória (sim, incluindo aquela cena tripada dos elefantes!). Numa actualidade que tanto grita por mensagens de autenticidade, o filme responde à tendência e deixa mensagens claras sobre aceitarmos as nossas diferenças e as usarmos a nosso favor, relembra a importância de lutarmos contra a crueldade animal, reforça o valor da família — a de sangue e a que escolhemos — e de acreditarmos em nós próprios. No fim, este novo filme do Dumbo privilegia a história principal que o original de 1941 já entregava tão bem (e que é o que me faz adorar um filme no mundo das artes circenses): o amor de mãe e filho. E o que somos capazes de fazer por esse amor.

3 comentários

  1. Tenho visto criticas ao " Às Cegas " no entanto não sou grande fã da Sandra Bullock, e não me parece que vá superar o genial " Ensaio sobre a Cegueira "
    Bjs

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    Respostas
    1. Isso garanto que não supera! (nem o livro, nem o filme) :)

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  2. Quero ver o "às cegas" e o Dumbo!! O Dumbo em primeiro lugar ahaahah

    Beijinhos
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