Depois de ter lido Breve História de Quase Tudo, tive muita curiosidade para voltar a ler algo de Bill Bryson num contexto diferente. Sem pesquisas em particular, fui às escuras e iniciei a minha primeira leitura do ano com Regresso à Pequena Ilha.
Confesso que não sou a maior apaixonada por livros sobre viagens — por mais estranho que pareça. Gosto de guias e livros técnicos de viagem, mas não adoro livros que façam o relato de alguém numa viagem porque sinto muita falta do conteúdo visual — e acabo por dar preferência a vídeos. Portanto, quando me apercebi de que tinha em mãos um livro sobre uma viagem, fiquei muito apreensiva e duvidei da minha escolha. Felizmente, Bill Bryson não me desiludiu — uma vez mais!
Em Regresso à Pequena Ilha, o autor — que viveu durante muitos anos em Inglaterra — regressa ao Reino Unido para tirar a sua (exigente) cidadania britânica e para fazer uma viagem cruzando o país inteiro de Sul a Norte numa linha que o próprio traçou e designou como 'Linha Bryson'. Esta jornada e consequente publicação não são pioneiras, uma vez que Bryson já tinha feito uma viagem parecida e escrito sobre isso. O livro chama-se Crónicas de Uma Pequena Ilha, que não li mas que não considero que dependam de um para ler o outro, até porque, desta vez, o próprio procurou visitar locais diferentes dos que já tinha ido — e escrito — anteriormente e as referências ao primeiro livro são muito pequenas e sempre esclarecedoras.
Regresso à Pequena Ilha não aborda exclusivamente a viagem e creio que foi isso que mais me conquistou. Além das óbvias descrições dos vários pontos diferentes e discrepantes do Reino Unido, o autor partilha, também, muitas reflexões sobre a própria cultura do pais e da dos Estados Unidos — a sua terra natal —, sobre atualidade, sobre comportamentos da sociedade, sobre a urgência de preservarmos as maravilhas culturais e ambientais que vamos encontrando e visitando e contextualiza, ainda, algumas das figuras e locais históricos por onde passa. Todas elas são observações muito inteligentes, interessantes e divertidas.
Já não me lembrava da última vez que tinha rido tanto a ler um livro, isto porque o seu humor — já, de alguma forma, revelado na Breve História de Quase Tudo — apresenta-se em todo o seu esplendor (e com muita identidade) neste livro. Está recheado de capítulos sarcásticos e com muita recorrência à ironia. Não me identifico com a impulsividade e mau feitio do autor, mas as risadas não foram poupadas.
É incrível como olhamos para o Reino Unido como Londres num todo e está tão longe de o ser. É um país muito mais campestre e rural do que julgamos e o livro recorda-nos isso de uma forma leve, bem disposta e muito agradável. Se procuram uma leitura divertida, que vos distraia do mundo e vos transporte para o país britânico, não poderia recomendar mais!
Autor: Bill Bryson
Número de Páginas: 415
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Não conhecia :)
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