Em 2015, decidi abraçar a aventura de viajar por Paris sozinha. Foi uma experiência incrível e que me colocou à prova, testou as minhas capacidades mas, acima de tudo, melhorou de forma substancial a minha relação comigo mesma — a minha auto-estima, o meu à vontade para fazer coisas sozinha...
Visitei museus, comi fora, passeei pelas ruas da cidade do amor sozinha. E esse desafio acabou por se revelar uma das viagens mais especiais que guardo na minha memória e que recomendo muito. Há muitas inseguranças e incertezas na hora de pensar em partir sozinho e a momondo desafiou-me a partilhar algumas dicas convosco, com base na minha experiência parisiense. Estão interessados?
Confiem na vossa zona de conforto | Adianto que estou a remar contra a maré nesta dica, porque todos sugerem que aproveitemos a ocasião para sair da zona de conforto. A questão é: já estamos a sair. Viajar sozinho não é a aventura mais fácil e fazer opções confortáveis não tem de ser negativo. Escolher um destino com o qual nos sintamos confortáveis, seguros e dispostos a iniciar o desafio é, possivelmente, o passo mais encorajador. Não precisam de ir para a outra ponta do mundo; qualquer destino é um bom destino.
Privilegiar certos pontos de segurança | Os dois que considero principais são a língua e a localização do hotel (ou semelhantes). Motiva muito mais abraçar uma aventura sozinhos quando estamos confortáveis com a língua local ou quando estamos informados de que todos os locais conseguem falar inglês. Um outro ponto a considerar é a localização do lugar onde vão ficar. Tendo em conta que vão viajar sozinhos, é preferível privilegiar zonas seguras. Sites como o TripAdvisor ou o Booking já disponibilizam informações úteis sobre os bairros onde se localizam os hotéis/apartamentos. No meu caso, fiquei num hotel perto da zona do Louvre. Uma zona segura, movimentada, com algum circuito turístico, pelo que me sentia segura a circular por lá, além de que estava acessível e próxima de uma série de atrações.
Estudar bem a cultura do destino | É conveniente conhecermos o nosso destino na palma da mão para nos envolvermos melhor com o local e não sofrermos imprevistos. Regra geral, é um destino seguro? Qual é a política e abordagem em relação ao turismo? E às mulheres (relevante se forem do género, evidentemente)? Vai acontecer algum evento de maior dimensão durante a vossa estadia? Existe algum detalhe ou regra cultural que valha a pena ter conhecimento prévio? São questões legítimas e para as quais já devem ter algumas respostas antes de embarcar.
Deixar os contactos de emergência no ecrã de bloqueio | O meu telemóvel tem um atalho direto para contactos de emergência mas seria insensato da minha parte acreditar que todas as pessoas no mundo sabem como funciona o meu telemóvel. Por isso mesmo, deixei todos os meus contactos de emergência (incluindo, até, o meu e-mail, para o caso de perda) em inglês e no ecrã de bloqueio do meu telemóvel. Assim, no caso de uma possível eventualidade, quem me auxiliasse não precisava de saber atalhos ou códigos de desbloqueio; está tudo à vista. Acessibilidade e rapidez são palavras-chave na hora de receberem ajuda.
Mentir, se for necessário | Não somos Pinóquios e, embora tenhamos uma certa ética, mentir pode estar do nosso lado, especialmente quando estamos a viajar sozinhos. Ninguém precisa de saber que estão sós. Ninguém precisa de saber para onde vão ou por que razão não estão acompanhados. Não há problema nenhum em confiar nos instintos e dizer 'o meu namorado vem ter comigo', 'vim ter com um amigo', ou 'a minha família está já ali', se isso vos fizer sentir mais seguros. O nariz não cresce e poupam situações vulneráveis.
Fazer tours gratuitas | Fazer uma viagem sozinhos não tem de significar que ficamos sós o tempo todo. Um bom exemplo é aproveitar as tours gratuitas ou de grupo. Estão disponíveis em praticamente todos os destinos e uma breve pesquisa coloca uma série delas ao vosso dispor. Não só têm a vantagem de contactar com outras pessoas como aproveitam para conhecer um pouco mais o local.
Guardar todos os contactos de emergência locais | É uma dica óbvia e frequentemente esquecida. No caso de uma emergência, somos nós próprios a ter a necessidade de nos desenrascar, portanto, os contactos têm de estar à mão. São informações que qualquer posto de turismo ou receção de hotel/hostel consegue dar com toda a facilidade. Registem todos os contactos que puderem e ficarão preparados para qualquer necessidade.
Lembrem-se das vossas pessoas | Viajar sozinho é maravilhoso e desfrutar da própria companhia é libertador — eu que o diga! E, por vezes, estamos a desfrutar tanto que não nos recordamos que as nossas pessoas, em casa, têm uma visão diferente desta aventura; nós estamos sozinhos noutro país e, se não formos nós a dar notícias, os corações ficam arreliados. Não se esqueçam de deixar algumas mensagens a avisar que estão bem. Uma outra dica é avisarem previamente uma das vossas pessoas antes de partirem para uma experiência mais 'radical'. Eles agradecem e vocês ficam com a segurança de que existe alguém que sabe o que estão a fazer nesse preciso momento.
Hostels | Podem ser uma opção. São os pontos privilegiados por pessoas que se encontram na mesma situação — a viajar sozinhos — e isso permite-vos trocar contactos e conhecer pessoas novas. Além de baratos, são locais excelentes para fazer amigos de viagem.
Tentar chegar ao destino durante o dia | Isso permite conhecer melhor a dinâmica do vosso destino e a zona onde vão ficar. Temos uma ideia muito melhor da cidade quando a visualizamos e descobrimos à luz do dia.
Técnica mão-livre | Estamos mesmo por nossa conta; não há ninguém para nos ajudar a levar bagagem ou agarrar na mochila enquanto tiramos a carteira ou auxiliar no que quer que seja. Para tudo — desde o aeroporto, passado por hotel, estações de metro ou comboio, museus, atrações, etc — adotem a técnica 'mão-livre'. Com tudo a postos, as vossas mãos têm de se manter livres para qualquer coisa; segurar o telemóvel ou o mapa enquanto circulam com a bagagem ou agarrar no troco enquanto metem a mochila. Mão livre é a técnica mais poderosa que podem ter enquanto viajantes a solo, especialmente para prevenir perdas e/ou roubos. Não a subestimem e não assumam que só acontece aos outros.
Leva a tua consciência na bagagem | Embora pareça o contrário, viajar a solo continua a exigir muita responsabilidade e cuidados. Essencialmente, porque temos de estar conscientes de nós mesmos para embarcar no desafio. Conhecer os nossos limites é fundamental para desfrutarmos da experiência sem dramas. Quanto são capazes de andar, de gastar ou, por exemplo, de consumir numa festa, à noite? São os únicos responsáveis e isso implica que deem pouca margem a excessos para que não fiquem vulneráveis e para que a aventura seja bonita e especial e não uma coleção de arrependimentos.
Trazer dinheiro e cartão | Em viagens acompanhados, é uma decisão que depende um pouco de cada viajante. Há quem goste de só trazer dinheiro, há quem prefira ter tudo no cartão. Confesso que, viajando sozinha ou acompanhada, recomendo trazer os dois mas, especialmente, quando estamos sós. Há lugares que podem não aceitar o cartão ou pagamentos mínimos a dinheiro e convém que estejam prevenidos.
Registem-se no IAMAT | Esta é uma dica que recomendo, especialmente, em três casos: se vão para um lugar remoto, não têm conforto algum com a língua ou vão viajar por um longo período de tempo. O International Association for Medical Assistance to Travellers é uma organização que, através de registo, vos permite assistência médica online e em inglês, para qualquer eventualidade. O site fornece também informações sobre o nível de risco de saúde em diversos lugares do mundo.
Sê dono do teu roteiro | Com todos os passos de segurança finalizados e com tudo pronto para uma viagem em grande, aproveitem a melhor dica para viajar sozinho: sejam donos do vosso roteiro. Não é necessário fazer cedências, podemos ir onde quisermos e quando quisermos. Aproveitem a o vosso tempo a sós para fazerem tudo o que desejarem naquele destino. Comam onde vos apetecer, gastem o orçamento que planearam no que vos faz felizes, visitem o que realmente vos atraí e desfrutem da experiência à vossa medida. É, definitivamente, a melhor particularidade de viajarmos sozinhos; somos capitães do nosso destino e dividimos todos os momentos de viagem com a melhor companhia do mundo: a nossa. Ela está à vossa espera.
Publicação escrita em parceria com a momondo. Ao clicares nos links, estás a contribuir para o crescimento do Bobby Pins
Ando com uma vontade gigantesca de viajar sozinha, mas, para já, não é bem visto cá em casa e não quero arranjar mais chatices. Porém, vou apontar algumas destas dicas para viagens futuras sozinha. Se bem que já viajo muito sozinha por Braga e pelo Porto 😏
ResponderEliminarDisse que apontaram algumas, porque, por exemplo, a dica das mãos livres é algo que já faço no dia-a-dia.
Um beijo ⚡💛
Em Janeiro, vou viajar sozinha para Paris, embora infelizmente vá só passar lá um dia. Durante o meu Erasmus, tenho privilegiado as viagens em grupo, pois são oportunidades únicas, mas planeio fazer uma viagem sozinha em breve, talvez este Verão :)
ResponderEliminarVou já guardar este link para depois apontar!!! 💫 Para além de viagens a sós, acredito que estas dicas sejam boas para todo o tipo de viagens!! Obrigada, Inn!
ResponderEliminarLYNE, IMPERIUM BLOG