FILMES || The Nun


Num misterioso convento localizado na Roménia, uma freira comete suicídio e desperta a atenção do Vaticano, que imediatamente se prontifica a enviar duas pessoas da sua confiança para avaliar a situação insólita: um padre com histórico de exorcismos e uma noviça intrigada pelo convite. E tinha tudo para ser não só o filme de terror mais aguardado do ano, como o melhor. Não foi.

Como já referi uma vez, sou muito assustadiça e não é preciso muito para um filme de terror cumprir o seu papel basilar — vejamos, ainda hoje há cenas dos filmes de Harry Potter que me assustam. No entanto, não me assustei uma única vez e este é o melhor sinal de que o filme foi um fracasso. O investimento na longa-metragem quase nem pareceu justificar-se; os efeitos especiais não eram extraordinários, os rostos tenebrosos tinham um ar muito artificial — a freira era mais assustadora como vulto negro andante ou sem rosto do que com aquele arranjo facial ao alcance de qualquer participante do Carnaval de Torres Vedras — e toda a história pareceu, essa sim (e quem já tiver visto o filme vai compreender a referência que estou prestes a fazer), cuspir em The Conjuring, que efectivamente teve qualidade na arte de (bem) assustar. Terminamos de assistir ao filme com a sensação de que ficou aquém, que faltou muito e que não era preciso nada de extraordinário para fazer algo muito bom, já que muitos dos ingredientes estavam lá.
O passado do Padre Burke é totalmente irrelevante para a história, o humor de Frenchie é inconveniente para a tensão e desconforto que se espera num filme de horror e o final não cumpre aquele desejo que todos sentimos na hora de assistir a filmes do género.

Nem tudo é mau, e é isso que me deixa ainda mais desiludida. Porque, como referi, o filme tinha todos os ingredientes para ser o filme; a cena de abertura é fantástica e prometia algo que não cumpriu, mas que deixou toda a sala de cinema a vibrar de horror, a banda sonora é sublime e aterradora — assustou e arrepiou-me muito mais do que as cenas de terror em si —, as cenas mais sombrias da freira em que privilegiam a sua silhueta e os corredores escuros são arrepiantes, e eu e a minha companhia saímos do cinema com duas ideias para um final verdadeiramente vencedor, que colocariam o final original num canto humilhante e que elevariam a qualidade do filme. Ficamo-nos pela hipótese do que poderia ter sido e sugiro-vos com muita pena que não o assistam no cinema — ou assistam se se querem introduzir no mundo dos filmes de terror, sinceramente, se não me assustei, é por este que podem começar — e aguardem por uma outra ocasião. Acaba por ser o filme sobre uma freira manhosa que rapidamente todos nós iremos esquecer.

5 comentários

  1. Acho que é cada vez mais difícil fazer filmes de terror. Parecem todos cópias uns dos outros. Assuto-me muito mais com thrillers e serials killers...Um beijinho grande*
    Vinte e Muitos

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  2. Adoro filmes de terror e estou muito curiosa com este mas só tenho lido opiniões menos boas. Acho que vou ter de experimentar ver :)

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  3. Confesso que nunca me suscitou qualquer curiosidade. Agora, depois de ler a tua opinião, estou ainda mais certa que este filme não será uma opção na próxima ida ao cinema.

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  4. Gosto muito de filmes de terror, por isso, estou muito curiosa com este e com bastantes expectativas. No entanto, esta tua review deixou-me de pé atrás e talvez opte mesmo por ver em casa quando sair online, pelo que referes, não vale a pena ir ao cinema :)

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  5. Gosto de filmes de terror, e gostei bastante do The Conjuring!
    E estava com bastante expectativas em relação a este, mas agora com este post, fiquei com menos, mas fico com a curiosidade de ver online ou quando estrear nos TVCine’s 😊

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