PASSAPORTE || Museu Polar


O Museu Polar foi a nossa última paragem antes de ligarmos o chip 'regresso' e iniciarmos todos os processos de despedida. Localizado no porto, com uma casinha típica e uma morsa adorável no logo, confesso que iniciei esta visita com algumas expectativas. É um museu que faz parte de todas as recomendações turísticas de Tromsø e que tenta mostrar-nos como era a vida da cultura Sami e dos pescadores que viviam nestas regiões árcticas, noutras épocas. Outra promessa pela qual estava ansiosa era as explicações sobre as auroras boreais. Em todos os lugares que pesquisei, informavam que existia uma sala dedicada a este último.



Admito que senti um sabor amargo durante toda a minha visita e saí desiludida. Embora o Museu Polar tenha uma apresentação fabulosa — repleta de cenários em tamanho real e alguns elementos interactivos — e já estivesse à espera de que, inevitavelmente, a 'caça' fosse um tema essencial para se falar de esquimós, achei o Museu tétrico demais. Alguns cenários eram compostos por bonecos de cera em que focas bebés eram perseguidas por homens de picareta. Outras tinham fotografias de ursos polares violentados. Definitivamente não recomendo o museu a pessoas sensíveis — o conteúdo é muito explícito —. O desconforto que senti ao caminhar pelas salas impediu-me de me concentrar e imaginar outra coisa que não os cenários que me sugeriam.



Em agravante, o museu tem toda a informação em Norsk. Ao pagarem o bilhete, é-vos entregue um folheto em inglês que traduz todas as placas e legendas informativas — o que é uma alternativa interessante, mas não se revela prática, uma vez que não há identificação das legendas e acabam por ter de recorrer à intuição e adivinhação para associarem a legenda ao parágrafo correcto —. No final, surpreendi-me por não ter encontrado nenhuma sala sobre as prometidas auroras boreais. Questiono-me se é uma exposição apenas disponível em época baixa.



Não saí convencida do museu, mas consegui retirar alguns pontos positivos da visita. Gostei muito de um cenário onde entrávamos numa cabana típica e podíamos ouvir, no interior, uma tempestade de neve como se fosse real. A experiência é muito interessante. E sou apaixonada pelas caixas de mantimentos da época, por recortes de jornais ou por ouvir rádios antigas. Tudo isso impediu que a visita se tornasse num balde de água fria ainda maior. Talvez este não seja o meu tipo de museu. Admito que museus de caça ou museus náuticos não costumam cativar-me, pelo que recomendo que tenham em conta que fiz a minha visita já, de alguma forma, inflamada. No entanto, não podia deixar de dar a minha opinião e sensação honesta em relação ao lugar. Não o considero, de todo, obrigatório.

2 comentários

  1. nunca tinha ouvido falar, mas gostei muito das fotografias que mostraste. pena ser um pouco chocante...

    http://arrblogs.blogspot.com/

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  2. Eu sou louca para conhecer um museu, esse então? Me encheu os olhos, muito lindo!

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