sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
Sou insegura | Em grande culpa, por causa da ansiedade. Esta condição faz-me pensar nos cenários alternativos mais macabros e assombrosos, faz-me duvidar de mim e matutar na cabeça vezes sem conta uma série de questões e acontecimentos na minha vida que, às vezes, fazem-me pensar que não sou suficiente, não sou boa para o desafio que me confiaram, não tenho o que é preciso para ser escolhida. Em alguns momentos eu consigo ser extraordinariamente corajosa e eliminar estas inseguranças da minha cabeça. Às vezes consigo dizer "não, eu sou a Inês e sou óptima numa série de coisas", até porque eu odeio sentir-me Calimero. Mas, às vezes, também me deixo vencer, ainda.
Sou esquisitinha | Vocês já conhecem esta mas, sinceramente, é o defeito que mais detesto. Encaro-o na maior parte das vezes com humor mas, acreditem, não há nem um pedacinho dele que me orgulhe. E é por isso que me esforço cada vez mais por reeducar-me com os truques possíveis, experimentando novas texturas e misturas... Estou a fazer de tudo para melhorar, mas é um processo bem lento. Confesso: a não ser que sejamos amigos muito próximos, eu tenho medo de ir jantar às vossas casas porque podem fazer algo que eu não goste de comer, não consigo dividir pizza a não ser com a Vanessa e com o Diogo e é mais provável que diga que não gosto do que gosto. Acreditem que adorava ser um bom garfo, ironicamente.
Sou teimosa | A um nível de casmurrice. Eu sou aquela miúda que tem de levar a sua avante, mesmo que todos a avisem de que não é o caminho certo. Mas e se for? Eu sou a que insiste que as chaves estavam na mesa, mesmo que todos digam que não. Porque já aconteceu dizer que está, os outros dizerem que não e depois estar, portanto, quem me diz que não está a acontecer o mesmo? Não sou orgulhosa. Acreditem que, se têm razão, se depois de uma discussão vocês me mostrarem como estão certos, eu admito e dou-vos total razão. Eu reconheço quando erro e também peço desculpa. O orgulho não faz parte dos meus defeitos. Mas enquanto eu não vir provas claras de que o que estou a dizer é errado, eu mantenho a minha posição.
Sou solucionista | Eu adoro esta característica em mim. Eu vou até ao plano Z, se preciso, só para que algo, aparentemente impossível de se solucionar, chegue a uma possibilidade. Eu desligo-me de todas as emoções que possam toldar o meu espírito para encontrar uma portinha num beco sem saída. Quase sempre, consigo achar uma solução para o meu problema e, reconheçamos, é uma capacidade maravilhosa para esta vida.
Sou interessada | Eu tenho mesmo curiosidade por tudo, em geral. Eu adoro saber como se chega lá, o que é determinada área, como viveu o pintor fulano, o que é que aquela pessoa faz para ganhar na vida. Adoro descobrir mais sobre ciências, saúde, cultura, política, filosofia, arte, línguas, emoções... Não sou esquisita, no que toca a conhecer e aprender. Odeio de morte a sensação de ignorância e dá-me um prazer gigante passar a olhar para as coisas que aprendo com novos olhos. Eu esforço-me mesmo por saber mais.
Sou muito dedicada às pessoas que gosto | Eu faço de tudo para que se sintam bem, perto de mim. Sou muito honesta em todos os conselhos que dou, em todas as observações que faço. Estou sempre a torcer para que elas sejam felizes, e se sei que posso contribuir com essa felicidade, atiro-me de cabeça para o fazer. Eu esforço-me muito para que as pessoas que adoro saibam que eu gosto mesmo delas, não porque quero algo em troca mas porque me faz sentir bem. Não tenho problemas em dizer aos meus amigos que gosto deles, não conto o número de vezes que digo ao meu namorado que o amo nem guardo a palavra para ocasiões especiais, não tenho rédeas para ir, inesperadamente, ter com os meus pais e abraçá-los. Adoro mimar as minhas pessoas com presentes, com a minha presença, adoro fazê-los sentirem-se bem, perto de mim, fazê-los rir e reflectir. Eu gosto que eles saibam que podem contar comigo para qualquer coisa.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
O pai teve uma ideia brilhante na hora do nosso adeus definitivo à nossa companheira de uma vida e plantou uma raiz de framboeseira mesmo ao seu lado. Agora é um pedaço de nada, mas um dia será uma planta lindíssima, cujas folhas verdes vão brilhar ao Sol.
É um clássico da ciência referirmos que nada se cria, tudo se transforma. E a verdade é que o nosso desejo era de que ela fosse uma fénix e renascesse das cinzas. Que voltasse para os nossos braços, que voltasse para perto de nós. O jardim está num silêncio insuportável e é doloroso olhar lá para fora sem a ver deitada, sossegadinha, com o pêlo a agitar-se na brisa fresca. Mas na impossibilidade de lhe devolvermos a vida e a essência que tanto nos faz sentir saudades, transformamo-la. E ela renasce. Não na forma como desejávamos, eu sei. Eu queria-a tal como ela era, patudinha, peluda, no seu tom de chocolate, com os seus olhos meigos de âmbar, com as suas pestanas longas e femininas, com a sua língua do tamanho de uma fatia de fiambre. Mas, ainda assim, é uma forma de renascer. E a minha menina, que eu adoro, agora transforma-se na alegria que brilha, verde viva, na beleza que a natureza devolve, no fruto de Verão que nos encanta a todos e que é tão doce como ela, um dia, já foi.
De uma vida muito feliz e preenchida, vai nascer outra. E vai ser a minha planta preferida no planeta inteiro.
Conhecer todas as Disneylands do mundo | Esta eu partilhei com vocês no Snapchat Q&A. Eu adorava conhecer todos os parques da Disney que existem no mundo. Quando falei convosco no Snap, referi que seriam todos seguidos, mas isso era relativo ao meu sonho utópico. Na verdade, não exijo que fossem todos seguidos, só gostava de os visitar, nem que fosse uma vez na vida. E claro que não ia enjoar, afinal de contas, eu sou a miúda da Disney. Para já, só fiz check na Disneyland Paris mas ainda falta o Disneyland Park - primeiro parque da Disney - (Califórnia), Walt Disney World (Florida), Tokyo Disney (Tóquio) e o Hong Kong Disneyland (Hong Kong) - apesar de não ser mantido pela Disney, eu incluo -. Ou seja, ainda falta muuuuuito para concluir esta experiência.
Conhecer outros colegas blogosféricos ✓| Era algo que eu gostava mesmo de experimentar. De ir num encontrinho e conhecer todos os rostos que já fazem parte do meu quotidiano, que me alegram os dias, que me fazem reflectir, rir, chorar, argumentar. Ao fim de algum tempo, começamos a ganhar laços especiais com estes rostos que, mesmo longe, já nos dizem tanto e eu gostava de poder dizer, olhos nos olhos, a cada um, o quanto têm feito um bom trabalho.
Ver todos os meus artistas preferidos ao vivo ✓ | Tenho uma listinha especial, escrita por mim, com o nome de todos os artistas que gostava de ver ao vivo. É uma lista possível, porque todos estão vivos, para já. Só coloquei lá os nomes mais significativos, cujas músicas dizem-me tudo, cujo os álbuns são extraordinariamente especiais. São aqueles artistas por quem eu não me importo de ir às poupanças de olhos fechados, para poder cantar com eles, a poucos metros, os refrões que fizeram o meu batimento cardíaco parar. Já vi a minha banda preferida, Coldplay - mas se eles regressassem podem apostar que lá estaria outra vez - mas também já pude riscar uns outros tantos como alt-J, Arctic Monkeys, Ben Howard, James Bay, Muse... Mas faltam muitos; Foster The People, London Grammar (é este ano!!!!!), The Script, Yuna, NOVO AMOR, Foo Fighters (também é este ano!!!!!!!!!!!), The Weekend (vocês já apanharam a ideia), Einaudi, Daughter, The XX... Muitos. Concerto a concerto, vou conquistando esta experiência.
Fazer um cruzeiro e uma roadtrip | Eu sei, já estou a incluir duas experiências no mesmo tópico, mas apenas porque não tenho preferência de uma pela outra. São experiências bastante diferentes e que exigem companhias e espíritos de viagem completamente distintos, mas que eu acho que são gatilhos de memórias e vivências incríveis. Para cruzeiro, tenho três na minha lista dos sonhos: o das caraíbas (que o meu pai fez e adorou e que nos mata a todos de inveja), o mediterrânico e o do norte da Europa. Para roadtrip também tenho três na minha lista dos sonhos: Costa Vicentina, Estados Unidos ou Escandinávia.
Enquadrado no projecto Seven Days of Me, do Jota
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
A música sempre fez parte da minha vida. Em vários contextos e vertentes. Desde muito pequenina, com os meus primeiros cd's e cassetes, a escutar artistas até ao momento em que as partituras ficaram claras aos meus olhos e os pontos e traços tinham nomes e identidade. Eu associo músicas a momentos, não tenho guilty pleasures e desde sempre que os meus leitores de música tinham uma miscelânea incompreensível. Passo a vida a conhecer artistas, a querer escutar álbuns, a rever antigos. O Diogo diz que tenho uma particularidade incompreensível, para ele: eu sei as letras de todas as músicas de cor. Passa algo na rádio e eu sei cantar a canção, ainda que só a tenha escutado uma vez. Fica na minha memória porque a música sempre teve este efeito intrínseco em mim.
Estas são as músicas da minha vida. Não as vou esmiuçar porque há coisas que temos de guardar só para nós, no nosso coração. E apesar de estas cinco escolhas não dizerem absolutamente nada sobre mim, fazem parte de tudo o que já vivi e eu consigo mapeá-las com mestria. Estão apresentadas sem ordem específica.
Enquadrado no Projecto Seven Days of Me, do Jota
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
THIRTEEN | Em toda a Internet, só existem verdadeiramente duas pessoas com quem me identifico num grau quase assustador: a Carolina e a Karol Pinheiro (a coincidência dos nomes, hein?). Era impossível não referir o blog da Carolina num dos que adoro, porque é a minha visita diária, porque tenho muita convergência com as suas opiniões e visões do mundo, porque é uma miúda carismática, cativante e muito dedicada a este seu projecto. É um reconhecimento que ela merece e que não me importo de me repetir porque ela merece saber, sempre que me for possível, que o seu blog é incrível.
THE GHOSTLY WALKER | O Ricardo é uma lufada de ar fresco à Blogosfera. No meio de tantas páginas femininas e com uma temática quase semelhante, o Ricardo traz a sua cunha pessoal e os seus temas sempre muito inesperados, arrojados e cheios de sassyness! Sou uma fã assumida das suas publicações sobre a sociedade em geral, sobre as suas reflexões sobre a blogosfera e sobre si próprio. Admiro imenso todo o empenho e profissionalismo com que aborda os temas de música, cinema e televisão. É um blog obrigatório para quem é adepto destas três últimas temáticas que referi!
SHE, THE BLOG | Eu entro no blog da Inês e sei que vou encontrar inspiração. Pela forma como fala das coisas mais simples, pelo amor de cada fotografia que publica, pela espontaneidade de cada reflexão que faz sobre as suas rotinas, os seus sonhos, a sua área. Ela transforma a medicina em arte, a fotografia em vida própria, a moda em romance. E isto chama-se puro talento. A Inês tem um estilo único e inconfundível e nela encontro uma identidade que me fascina.
LITTLE TINY PIECES OF ME | O blog da Sara - e a Sara! - são puro amor. O Little Tiny Pieces of Me é como ler um romance na brisa suave do Verão; irresistível, harmonioso, caloroso. Entramos na sua página e é como se ela nos convidasse para uma conversa enquanto bebemos um refresco num copo giríssimo. A Sara é leve, é pertinente, é inspiradora e alegre. Nem em dias tristes consigo sair da sua página sem um sorriso. E eu, que levo tão a sério páginas positivas e que nos arranquem sorrisos, acho que isto é o patamar do sucesso.
DANCING SHOES | Revejo-me na Leonor em muitas coisas; também com a idade dela, diziam-me que tinha uma enorme maturidade em relação ao mundo. Também tinha um rosto muito de miúda - ainda tenho e a Leonor também terá -. Acho que foi este espelho que me fez ganhar empatia imediata pela Leonor, quando abri o seu blog pela primeira vez. A Leonor é uma miúda doce, muito meiga, com um mapa dentro de si cheio de mundos, sonhos, aprendizagens e caminhos. Tem tanto ainda para experimentar e viver e, no entanto, é já tão aventureira e com mensagens para partilhar! O Dancing Shoes é um reflexo da sua autora: cresce exponencialmente e ganha qualidade a cada publicação. É delicioso lermos cada texto novo da Leonor e apanharmos de imediato o aumento da qualidade, complexidade e maturidade dos conteúdos. Acompanho-a desde muito novinha e, para mim, é como ver uma irmãzinha mais nova da Blogosfera crescer a ganhar asas. Tenho um orgulho enorme nesta miúda e sei que ela vai longe e criar muitas experiências especiais para si.
AONDE (NÃO) ESTOU | A Ana consegue trazer o seu toque especial no mundo dos blogs temáticos sobre viagens. O Aonde (Não) Estou tem a sua cunha especial, inimitável, a sua visão perante os destinos que visita, a sua identidade em todas as dicas, conselhos, sugestões. É isso que torna o blog da Ana tão único; não é impessoal, não é cru. Há muito da autora em cada viagem que faz, e nós percebemos isso em cada publicação. É maravilhoso descobrir mais sobre destinos que sonho acordada visitar ou rever alguns já familiares. O seu conteúdo é pertinente, muito interessante e cativante. É obrigatório para amantes de viagens.
Enquadrado no projecto Seven Days Of Me, do Jota
O meu primeiro concerto foi para ver Amy Winehouse | Estou a descontar todos os artistas que foram tocar em festinhas de Verão, na qual os D'ZRT participaram numa das vezes e foi o delírio. Estou a referir-me a um concerto onde fiz tripas coração para ir e onde queria mesmo assistir ao artista em questão. Foi um presente da minha tia e fiquei um sino durante meses. O concerto em si foi um fiasco - acho que todos vocês se vão recordar da única vez em que Amy Winehouse veio a Portugal e não será por motivos felizes - e lembro-me que levei um banho de desilusão quando a vi subir ao palco, alteradíssima, tropeçando nos fios e apenas dizendo "o meu namorado saiu hoje da prisão". Foi degradante e um "espectáculo" que me deixou profundamente triste e cheia de pena - a pior das emoções -. Valeu pela energia da Ivete Sangalo e pelo talento do Lenny Kravitz. Eu adorava Amy Winehouse mas a minha estreia em concertos não foi a mais simpática.
Quando tenho calor, durante o sono, tiro apenas uma meia do pé | Deito-me sempre com as duas meias mas, a meio da noite, o calor atinge-me sempre. Porém, ao invés de descalçar as duas meias, tiro só uma. Serve como termostato, porque se mantiver as duas calçadas, tenho calor, mas se retirar as duas, arrefeço. Já muita gente me perguntou como é que tenho esta habilidade estranhíssima, mas não vos sei explicar, acontece durante o sono, é um reflexo autónomo.
Já conheci e conversei com o Henrique Cymerman | Eu fiz questão de reconhecer o seu trabalho e talento jornalístico, ele perguntou-me qual era o meu curso, mostrou-se profundamente interessado, falámos um pouco sobre o cruzamento das nossas áreas e insistiu para que tirássemos uma foto (apesar de a minha companhia nunca ma ter enviado). Foi um momento magnífico em que comprovei que é um ser humano tão incrível e educado como sempre imaginei nas suas reportagens. Foi um privilégio apertar-lhe a mão.
Tenho roupa só para casa | Quando fico por casa, gosto de estar o mais confortável possível. Não é que a minha roupa de dia-a-dia não o seja, mas não gosto de usar a roupa de quotidiano quando sei que a probabilidade de sair é muito diminuta. Porém, detesto estar o dia todo de pijama, é impensável. Portanto, a solução foi esta. Ao longo dos anos fui acumulando t-shirts, camisolas e calças para usar somente em casa. Perfeitamente confortáveis para ser feliz no meu espaço mas decentes o suficiente para, se acontecer algo inesperado, eu poder sair de casa nesse mesmo segundo sem me preocupar com o que tenho vestido. E adoro comprar essa roupa nos saldos (aquelas t-shirts a 1,99 cheias de frases giras são o must de home wear)
O primeiro passeio de toda a minha vida, foi a Sintra | Os meus pais levaram-me numa cadeirinha cheia de alcofas e decidiram passear por Sintra. Nesse passeio, visitaram o Palácio da Pena. Claro, não me lembro de absolutamente nada mas acho sempre curioso que um dos lugares mais especiais da minha vida, neste momento, tenha sido o palco da minha primeira viagem ao mundo exterior.
Nunca ouvi Spice Girls, Britney Spears Backstreet Boys ou 'N Sync, quando era criança | Que são as bandas/artistas 90's/00's que agora me recordo com mais facilidade. Enquanto todas as crianças da minha idade cantavam as músicas mais famosas destes grupos e artistas de olhos fechados e mãos ao peito, eu não ouvia nada disto. Acredito que tenha sido pela própria influência cá de casa, uma vez que eu ouvia as músicas que estavam ao meu alcance. Na ausência de MTV e Internet (nem sequer sabia que isso existia), o que sobrava eram os cd's e cassetes dos meus pais. Não ouvi estas bandas e artistas, é certo, mas tinha dentes de leite e já escutava e cantava Coldplay, The Cranberries, Sting, Caetano Veloso, Norah Jones e Vanessa Mae de cor e salteado. Pensando bem, acho que prefiro estes artistas à cultura POP que toda a petizada ouvia. Não estou zangada, pais.
Não consigo beber bebidas geladas/frescas | Sou incapaz de gostar de sentir a bebida tão gelada na minha boca. Os meus dentes sensibilizam-se, as minhas gengivas odeiam e sinto que o meu cérebro desliga e incapacito-me de conseguir engolir a bebida em questão. É muito estranho, bem sei, mas quem já me colocou à prova percebeu que não é nóia minha. Simplesmente é uma tortura para mim e não consigo desfrutar do sabor. Não, não é um problema dentário. É uma simples característica. E coca-cola? Nop. E aquela água bem fresquinha em pleno Verão? Também não. Para mim, tudo, e absolutamente tudo tem de vir natural. Não me faz confusão, não me enjoa, não me deixa com mais sede, não me tira o prazer de beber. Bebidas geladas não é para mim e as minhas pessoas fazem questão de relembrar o empregado de que o que pedi "é natural", quando eu me esqueço. Faz parte de quem sou.
Este desafio está inserido no Projecto Seven Days of Me, do Jota. Já tinha a publicação preparada para ser publicada ontem mas quis que esse dia ficasse registado unicamente como referência à minha grande companheira. Espero que não se importem pelo atraso e pelas duas publicações seguidas relativamente ao desafio. As restantes estão agendadas e vou tirar estes dias para mim e para digerir o meu luto. Acredito que não se importem e espero que gostem da minha participação! Volto já.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
Já estávamos no terceiro casebre de ninhadas, na Serra da Estrela e, até agora, nada se alterara. A apresentação era sempre a mesma; uma mãe de olhos muito protectores que guardava à sua volta muitos cachorrinhos peludos, gordinhos e sonolentos. A serenidade era tal que, embora eu estivesse no auge de entusiasmo por ter a minha primeira cadelinha, era incapaz de os perturbar. Ainda assim estava persistente em acreditar que a adopção de um novo amigo patudo era como o mundo mágico de Harry Potter; da mesma forma que a varinha escolhe o feiticeiro, é o amigo patudo que nos escolhe a nós. E, até agora, nenhum me tinha escolhido. O meu pai já estava a propor passarmos, então, pelo quarto casebre antes de tomarmos a decisão. Eu ficava sempre para trás e foi graças a isso que ouvi um ladrar mais parecido com um guincho e olhei para trás. Uma cachorrinha tinha-se afastado da ninhada para ir até à beira da porta refilar. E foi assim que a Laika me escolheu.
Desde então, fomos melhores amigas inseparáveis. Ela era uma refilona, descoordenada, gulotona e reclamadora de atenção. Se estava a brincar com uma Barbie, ela roubava-ma das mãos para que eu brincasse antes com ela. Crescemos juntas e foi com ela que aprendi mais a brincar lá fora; a rebolar na relva, a subir e a descer montes cheios de pedras, a dormir numa sombra no relvado e a entrar em lutas e discussões - como quando ela destruiu o meu mp3 novinho em folha, ou como quando comeu os meus apontamentos de História na véspera do teste.
Ela dividiu tudo comigo. Estava do meu lado quando sofri a primeira dor de uma perda familiar. Viu-me conquistar todas as etapas escolares. Estudou comigo para os Exames Nacionais, comigo a tagarelar e ela à porta do quarto, a guardar-me. Tentou comer o meu vestido de gala de Finalista. Fez a careta mais cómica quando cheguei a casa suja de cima abaixo por causa da Praxe. Não saiu do meu lado quando tive os primeiros ataques de pânico e choros de madrugada por grandes desilusões. Onde estudava/escrevia, ela deitava-se ao lado. Ela celebrou todos os meus aniversários e eu os dela, fazíamos as maiores tropelias juntas e era a minha companheira, a cadela (ou "ursa", como toda a gente a chamava) predilecta de todos os meus amigos porque era carismática, um amor. A minha parceira. A minha melhor amiga. Que num pulo cresceu comigo mas envelheceu mais cedo, também.
Hoje, de madrugada, o coração desgastado não conseguiu mais acompanhar a sua mente fresca e muito jovial e cedeu. Sem despedidas anunciadas, sem aviso prévio, sem preparação. Saiu de fininho sem que sonhássemos. E custou muito. Custa.
Custa muito porque era a minha menina. É a minha menina. A minha gordinha, a minha trapalhona. A minha eterna que eu desejava que fosse imortal. Que eu adoro sem meios nem porquês, tal como ela me adorava. A casa já se sente mais vazia, olhar para o jardim é doloroso e eu já sinto saudades esmagadoras. Nunca pensei que o Até Já fosse agora, nem daqui a um ano, nem daqui a dois, nem daqui a dez. E na dor desta perda, a única coisa que me consola é saber que eu dei-lhe tudo o que podia, adorei-a até aos meus átomos e sei que ela era uma cadela feliz do nosso lado. Só te queria mais.
O espaço agora é teu, Laika. Já tenho saudades tuas. Até Já, Minha Menina.
domingo, 19 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Lembrei-me imediatamente da Lani quando o meu namorado apontou para o título do filme e perguntou "Vemos este?". Li a sua review do filme e fiquei super curiosa, portanto, aquele convite era a oportunidade perfeita. A Street Cat Named Bob conta a história de James, com muitos traços físicos de Chris Martin e com graves de Eddie Vedder.
James é um sem-abrigo viciado que falha sucessivamente todos os programas de reabilitação a que se submete. A fome, o desespero e o vício tornam-se cada vez mais insuperáveis e acabam por levá-lo a apanhar o derradeiro susto da sua vida, que o faz reagir e lutar por uma mudança de comportamento e atitude. É no meio deste processo complicado que se cruza com Bob, um pachorrento e adorável gato que, quase sem querer, transforma completamente a vida de James.
A premissa do filme é mesmo esta. É simples, sem peneiras e é o facto de contar a história tal como ela é que torna o filme tão envolvente e capaz de captar a nossa atenção. Tem momentos chocantes - não creio que seja tanto na questão da sensibilidade visual mas sim na questão moral, momentos que nos revoltam e deixam frustrados, que nos impelem a exprimir uma emoção - mas é, curiosamente, um filme muito agradável de se assistir, com o equilíbrio certo entre momentos pesados e de humor estratégico.
Vocês já sabem que adoro escutar/ler histórias de superação e saber/conhecer realidades contrastantes à minha. Por vezes essas realidades convivem em paralelo com a nossa, por muito distintas que sejam e esta é uma delas. Torna-se ainda mais especial por Bob. Adorei o pormenor de tentarem fazer a visão do gato, morri de amores pelos seus olhinhos adoráveis, pela sua meiguice fora do vulgar (é tão parecido com o Óscar!!!) e acho que é impossível não criarmos um laço com James. É mesmo um filme bom de assistir.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
Começo esta reflexão com uma memória do meu último dia de trabalho, em que o Dinis, com um sorriso nostálgico, recordou o dia em que lhes 'bati à porta'; "Até parece que foi destino teres vindo precisamente na hora em que estava sentado naquela secretária, ainda por cima era num dia em que não costumava ir para lá". Não faço a mais remota ideia se foi destino, mas foi garantidamente uma benção.
Estava farta, estava cansada e precisava de me mexer. Não tinha experiência nenhuma de trabalho e o estágio curricular contava como bola em todos os lugares por onde passava. A minha chegada ali, em frente ao Dinis, foi desesperada. Eu preciso de alguém que me dê a oportunidade de poder simplesmente começar, pensava eu. E eles deram-me essa oportunidade.
Eu ouvi, ao longo da minha vida, muitos conselhos, opiniões e desabafos sobre o primeiro emprego. Com prevalência negativa, se formos mais específicos. E tenho o maior deleite do mundo em poder dizer que não me encaixei nessas experiências negativas. O meu primeiro emprego foi tudo o que uma pessoa podia desejar como primeiro emprego. Por isso, só me resta agradecer.
Aprendi e cresci de uma forma quase exponencial e ganhei experiência, auto-confiança e desinibição em várias vertentes. Trabalhei como louca, tive de aprender novos termos, metas e formas de trabalho que em nada tinham a ver com a Licenciatura que tinha acabado de tirar e tive de me transformar dia após dia. Ficar para trás era impensável e não tive medo de fazer perguntas, de ligar ao meu chefe num momento de dúvida, de arriscar, de confirmar e de fazer asneira, claro.
Aprendi o que é preconceito; aprendi a atender clientes que me achavam intelectualmente incapacitada por simplesmente desempenhar aquele trabalho. Lidei com arrogância, com falta de respeito e antipatia. Mas nunca tive de enfrentar esses pontos baixos por parte da equipa com quem trabalhei, que foi extraordinariamente companheira, enriquecedora, paciente e com um bom ambiente inspirador. Acordava todos os dias com vontade de ir trabalhar e tinha verdadeiras pessoas incríveis ao meu lado nas horas profissionais. Nunca saí desamparada, humilhada, abusada ou perdida e isso foi crucial para eu crescer e ser feliz neste trabalho. Estou muito grata.
O adeus custou mas foi necessário. Novos projectos - mais ambiciosos e, sem dúvida, mais Inês - estão à minha espera e não posso virar-lhes as costas. Mas despedi-me de todos com um abraço forte e com uma capacidade hercúlea para não chorar. Obrigada por tudo o que me ensinaram, pela paciência, pela disponibilidade. Obrigada pela vossa capacidade maravilhosa para me corrigirem pacificamente cada vez que metia os pés pelas mãos e obrigada por nunca vos faltar entusiasmo na hora de me congratularem pelas apostas certeiras. Obrigada por me terem permitido crescer tão depressa lá dentro. No meu primeiro emprego eu ri muito, muito, muito, ouvi muita música animada, aprendi coisas que nunca sonhei que viesse a saber, percebi a importância de me despedir das lojistas com um "obrigada, boa tarde e bom trabalho", perdi a vergonha e honrei a minha visão de que devemos destacar-nos em todos os projectos que abraçamos, mesmo que seja só a varrer uma rua. Foi o meu primeiro emprego e tenho o privilégio de dizer que foi óptimo - quantos podem dizer o mesmo? -. Esteja eu onde estiver, daqui para a frente, nunca, nunca, nunca irei esquecer que foram vocês que me deram a 1ª oportunidade.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
Estaria a mentir se dissesse que não era a visita que eu mais aguardava. A que mais ansiava entrar. Já sonhava com a Livraria Lello desde que a minha mãe voltou do Porto, era eu muito pequena, e ouvi as suas descrições belíssimas sobre o espaço.
Gostava que tivessem gravado o meu rosto, porque acho que espelhava puro fascínio. Senti-me a Bela no meio de tantos livros vivendo em prateleiras lindíssimas. Todos os livros do mundo mereciam viver num lugar como a Livraria Lello.
É apaixonante ver que todos os detalhes são em madeira; as estantes, as mesas, os balcões, a escadaria... É como se entrássemos num mundo de fantasia, onde tudo é possível. Se a J. K. Rowling se inspirou nesta livraria para falar das famosas escadarias de Hogwarts, eu não me surpreendo.
Algumas das curiosidades mais adoráveis da livraria são o carrinho de madeira estacionado num dos cantos da livraria e as prateleiras superiores. O carrinho é simbólico, ilustrando como eram transportados os livros pela Livraria, há muitos anos. Conseguem até ver um caminho metálico, como nos eléctricos, por todo o chão da Livraria. Dentro do carrinho está uma série de livros do Harry Potter. As mensagens estão todas lá.
As últimas prateleiras das estantes, que tocam no tecto, guardam os livros mais antigos da Livraria. Estão devidamente protegidos por vidro e conseguem encontrar aqui verdadeiros exemplares antigos, alguns até mais antigos que a Livraria. É tão fascinante que eu empoleirei-me completamente nas escadarias para conseguir observar ao pormenor o encadernamento. I'm such a book worm...
Mas a Livraria Lello é uma visita a 360º. Não se distraiam apenas com a beleza à vossa volta e apontem os vossos narizes para o tecto porque um esplendoroso vitral paira sobre vós.
A nível de oferta de livros, é como qualquer livraria, mas se são verdadeiros fãs de Harry Potter, vão gostar de saber que existe todo um merchandising em inúmeras prateleiras da Livraria, incluíndo varinhas, a snitch, edições exclusivas e jogos. Foi na Livraria Lello que me apaixonei por uma edição d'A Pedra Filosofal que nunca antes tinha visto, com uma capa dura lindíssima a vermelho.
Agora a livraria tem custo de entrada de 4 euros, mas podem descontar na totalidade se forem comprar um livro. Eu descontei no Porque Escolhi Viver - com review já disponível no blog - e compreendo a decisão. Um dos lugares que quero regressar, na impossibilidade de viver lá dentro.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
PORTO
A vantagem de viajar com alguém que já conhece o Porto com a palma da mão, é que sabemos que vamos com alguém que já sabe os bons sítios "secretos" e "não turísticos" para comer.
Tenho muitas heranças nortenhas, mas a capacidade de comer uma francesinha até ao fim não fazia parte delas. Adoro, mas farto-me a meio. Por isso não me preocupei nem um pouco que o nome do restaurante que ele queria ir não fizesse parte das vossas sugestões. "Não faz parte da lista de ninguém e é o maior erro", disse-me ele. Vamos lá então, pensei eu.
Passámos a via Santa Catarina, além de todos os restaurantes, cafés e bares turísticos. Aliás, fugimos completamente da zona turística e seguimos sempre em frente, para ruas não tão glamorosas, onde o único turista que podia passar era um completamente perdido da sua rota. Mais uns metros e ali estava O Forno. Nunca vi o meu namorado tão contente por entrar num restaurante, garanto-vos.
O lugar estava completamente vazio, em contraste com todas as outras sugestões de restaurantes para comer francesinha que ia lendo na Zomato ("cheguem cedo, está sempre cheio e com filas enormes!"), mas o espaço era enorme e o atendimento era de uma simpatia contagiante. Duas francesinhas à moda original, foi o pedido, que não podia ser outro.
Não vou ficar com rodeios. Foi a melhor francesinha que já comi em toda a minha vida. O molho era soberbo, apurado, no ponto certo de picante, delicioso. A carne estava macia, nenhum dos enchidos era enlatado e o queijo era a cereja no topo do bolo. Foi tão deliciosa que comi até ao fim - e, acreditem, isto é um momento chocante.
Durante toda a refeição ainda dispuseram mais molho e mais uma dose de batatas, por conta da casa. Para mim, isto faz parte de toda a magia de um serviço, que claramente era muito familiar. Se pudéssemos levar para casa uma caixinha cheia daquele molho de francesinha, levávamos. Se vivêssemos no Porto, teríamos de resistir para não irmos lá uma vez por semana, no mínimo. E o preço? Absurdamente em conta.
É esta a magia de passear por locais cujos nossos parceiros já conhecem na palma da mão. Descobrimos tesouros escondidos onde vivemos as mais deliciosas experiências. Não duvido que um Café Santiago tenha uma francesinha excelente mas depois de visitar O Forno parece-me impossível regressar ao Porto e ir comer outra francesinha que não neste restaurante maravilhoso. Já era o restaurante de francesinha habitual do meu namorado e, garantidamente, passará a ser o meu. Se são locais não deixem de experimentar e sejam felizes a comer por mim!
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Rua de Santa Catarina, 1028, 4000
Porto
Contacto: 222 087 217
sábado, 11 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
E num piscar de olhos, já celebro o 3º aniversário do Bobby Pins. Não me canso de dizer que esta tem sido, até à data, a melhor experiência blogosférica que estou a viver. Acompanhar o crescimento deste blogue e o carinho que vocês têm por ele é extraordinário e emocionante. Ao longo destes três anos deixei-vos centenas de publicações sobre os mais diversificados temas, sugeri, reflecti, recordei, partilhei, recebi outros tantos comentários e mensagens que me deixaram sem palavras - até parece impossível, para uma tagarela como eu - e de lágrimas nos olhos. Vi as visualizações crescer, a interacção aumentar e conheci novos rostos. E tem sido tão bom!...
A propósito de algo que quero partilhar convosco mais à frente nesta publicação de aniversário, revi o Bobby Pins de fio a pavio e reli todas as publicações. Foi um trabalho que fiz à velocidade e disponibilidade que podia, mas que achei muito especial. Comecei esta aventura a 10 de Fevereiro de 2014 e confesso que é muito estranho e ao mesmo tempo, muito natural já não me identificar tanto com a Inês de 2014. Houve publicações às quais discordei, às quais disse "já não é bem assim", às quais pensei "nem imaginavas o que estava por vir". Era uma miúda tão diferente de quem sou agora e vocês gostavam tanto dela como eu continuo a gostar. Era absurdamente insegura, permitiu-se a ouvir coisas que, hoje, eu nem permitiria um pio, tinha sonhos com os quais eu já não me identifico e estava presa num dos piores anos da minha vida. Continuo a adorá-la, assim, presa no tempo, cheia de contrastes de quem eu sou hoje. Está tudo aqui, no Bobby Pins. A minha auto-evolução, a minha auto-descoberta, o meu crescimento.
Eu sempre concordei muito com quem diz que, nesta minha fase de vida, um ano faz toda a diferença. Porque faz. Porque eu também já não sou a mesma de 2015 - embora me encontre mais facilmente comigo em 2015 do que 14, 13, 12 and so on - e esta é uma fase tão dinâmica da nossa vida e em que somos autênticas esponjinhas; absorvemos tudo, aprendemos com tudo. Somos as esculturas e os nossos próprios escultores, olhamos para nós mesmos e, a cada lição nova, a cada vitória e a cada deslize, levamos a mão ao queixo e dizemos "Aquela parte ali tem de ser melhorada".
É um grande orgulho, para mim, ter aqui tantas memórias e visões do mundo tão especiais. São minhas. E ainda hoje é-me surreal saber que vocês me consideram uma inspiração, como tantas vezes dizem, ou que têm tanto carinho por mim. Quero continuar a fazer um bom trabalho e quero continuar a partilhar com vocês tudo o que me inspira e faz feliz. Este é o meu projecto mais querido e que não trocava por nada deste mundo.
Por fim, quero agradecer-vos a todos, meus leitores, por me permitirem a ser tão feliz com este blogue. Por alinharem em todas as minhas ideias, por se entusiasmarem, inspirarem e interagirem com as minhas publicações da forma que só vocês conseguem fazer. Obrigada por todo o carinho, por todas as mensagens, por todas as sugestões e críticas e todo o reconhecimento que fui recebendo ao longo destes 3 anos. Feliz aniversário ao Bobby Pins!
Por fim, quero agradecer-vos a todos, meus leitores, por me permitirem a ser tão feliz com este blogue. Por alinharem em todas as minhas ideias, por se entusiasmarem, inspirarem e interagirem com as minhas publicações da forma que só vocês conseguem fazer. Obrigada por todo o carinho, por todas as mensagens, por todas as sugestões e críticas e todo o reconhecimento que fui recebendo ao longo destes 3 anos. Feliz aniversário ao Bobby Pins!
Clica no LER MAIS para saberes quais foram as publicações que eu mais gostei de ler, de SEMPRE e quais as publicações mais vistas pelos leitores, no Bobby Pins! E não se esqueçam de espreitar o Snapchat @bobby.pinss porque estarei por lá a fazer o Q&A!
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
Uma das características que mais gosto em mim enquanto viajante, enquanto turista, é a minha capacidade para me adaptar às viagens que faço, aos destinos que visito e às culturas que conheço. Durante estas duas décadas reconheço o privilégio que tive de poder visitar diferentes lugares e fazer propósitos de viagem distintos, sem nunca deixar de absorver tudo o que a viagem tinha para me dar e de viver a experiência em pleno, sem me sentir deslocada, aborrecida ou desinteressada.
Eu adoro visitar uma capital europeia e um destino tropical sem comparar o valor de cada viagem. Eu tenho muito orgulho em saber que tanto posso calcorrear todos os monumentos riquíssimos de História e cultura enquanto bebo um chocolate quente de uma cafetaria moderna e absorver todas as mensagens ou de poder ver a História e a cultura desenrolarem-se nos meus próprios olhos enquanto percorro ruas de países cuja liberdade e o poder de compra são um luxo. Vibro tanto a vestir as minhas roupas preferidas para visitar um enorme parque na cidade como a vestir o biquíni e deliciar-me com o mar de um oceano onde antes nunca havia mergulhado. Ver Van Gogh é uma obra de arte tão grande como ver o nascer do Sol na praia pela primeira vez. Reconheço a delícia que é chegar cansada ao final de um dia, depois de ter calcorreado museus, galerias, palácios e recantos e a delícia de chegar cansada ao final de um dia depois de ter conhecido, a pé, a natureza tropical, uma ilha virgem ou uma cidade perdida entre vales e montanhas verdejantes. Eu explico de onde venho e como falo tão bem inglês num qualquer restaurante recomendado pelo TripAdvisor e também me sento no degrau de entrada de um café que nunca irá aparecer em lado nenhum, cujas pessoas nem sequer sabem falar bem inglês mas que tem uma música incrível ao vivo e que se sentam ao meu lado porque querem saber mais sobre o país do Ronaldo. Seja em que língua for, a linguagem gestual e improvisada ainda é fundamental. De mala bem feita ou mochila às costas. A ver esculturas históricas e inesquecíveis ou a brindar uma limonada à beira da praia. A saber mais sobre as conquistas do país que visito ou a conhecer as riquezas naturais e sociais do meu destino. Num restaurante onde o guardanapo se mete nas pernas e onde vivo uma experiência gastronómicaextraordinária ou numa rolote de rua cujo HACCP choraria mas que a comida é maravilhosa e verdadeiramente tradicional. Não importa. Eu adapto-me. Eu preparo-me. Eu vivo o lugar. Eu absorvo.
Eu não tenho destinos de viagem ou propósitos de viagem preferidos. Eu não escolho cidade em vez de praia, multiculturalidade em vez de pura natividade, museus em vez de excursões. E vice-versa. Todas as viagens são riquíssimas para mim porque eu nunca vou no mesmo espírito. Não podemos ir à América Latina com o mesmo espírito com que vamos a Paris. Não podemos conhecer Cabo Verde com o mesmo perfil com que viajamos até Nova Iorque. Não podemos explorar Melbourne com os mesmos padrões com que visitamos a República Dominicana. Há quem não seja capaz. Tudo bem, é normal. Eu adoro conseguir fazê-lo. Eu dispo-me de todos os preconceitos, esquisitices e padrões. E nunca volto a mesma Inês, em cada viagem que faço, vá eu para onde vá. Até no meu próprio país. E isso é uma das melhores características que preservo no meu espírito de turista e que mais admiro encontrar nos outros, também.
Por favor, não a utilizar a minha fotografia sem autorização prévia
Por favor, não a utilizar a minha fotografia sem autorização prévia
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
É o meu tesouro. A minha colecção de canecas. Desde pequenina que tenho uma perdição por canecas de todos os modelos e feitios e que tenho vindo a coleccioná-las. Se vejo uma caneca bonita, por mais que tenha outras trezentas no armário, eu vou sentir necessidade de a levar comigo.
A minha sorte é que ainda lhes dou muito uso. Eu bebo chá todos os dias e este consumo exige uma rotatividade de canecas lavadas muito grande. E também tenho canecas de milhões de tamanhos porque há dias em que gosto de beber um chá ou chocolate quente só para despertar e acompanhar o pequeno-almoço e outros dias em que adoro fazer uma enorme caneca de chá e ir bebendo enquanto vejo um filme.
Todas as canecas que eu souber de onde são, vou deixar as marcas nas respectivas legendas. Se não estiver nenhuma legenda na respectiva caneca é porque não sei de que marca é ou porque é mesmo muito antiga. Ao todo, são 21 canecas. Ainda é uma colecção pequena, na minha opinião, eu gostava de ter muitas mais.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
Já falta tão pouco para o melhor Carnaval português!!! No ano passado foi assim!
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
"És a pessoa mais feliz que conheço", disse-me um amigo. O comentário foi profundamente genuíno, mas a minha reacção foi franzir a testa e sussurrar um "disparate". Das duas uma: ou ele conhece poucas pessoas ou estava a ser lunático. Já me viu ansiosa, stressada, furiosa, perdida... Já me viu no meu ponto mais vulnerável e sensível onde, numa mesa de café, enquanto desabafava, não me consegui conter e salguei o chá com lágrimas. Saíram-me, tal era o desespero. Mas ainda assim, ele disse que eu era a pessoa mais feliz que ele conhecia. Lunático.
A discussão da felicidade é um assunto muito na voga, toda a gente fala dela. Especialmente nesta critica das redes onde uns reclamam por toda a gente querer mostrar que está feliz e a outra metade defender que o ideal é partilhar a felicidade. A felicidade está quase ao nível da política - quando falam, todos apontam as armas em riste com uma opinião. Até eu já falei aqui trezentas vezes sobre a felicidade. Sobre o que me faz feliz. Sobre o privilégio que tenho de viver experiências que me fazem feliz. Todos falamos de felicidade.
Eu fui para casa a pensar no seu comentário sincero. É um facto, eu não partilho aqui no blogue os meus momentos infelizes. Porque é o meu refugio. É um lugar que recorro só quando estou plena e contente e isso é óptimo porque remete-me para energias positivas. Eu entro no Bobby Pins e é como se tivesse construído um jardim verdejante onde eu posso respirar e encontrar coisas bonitas e felizes. E adoro regar esse jardim. Mas na minha vida não é assim.
Eu nunca fugi da minha ansiedade, dos meus medos, das minhas tristezas, muito pelo contrário. Eu desligo-me de tudo e discuto com elas. Eu compreendo-as. Eu não me forço a estar feliz quando estou triste, eu tento compreender o que me deixa triste e enfrento. É um processo que tento fazer o mais sozinha possível, mas nem sempre isso é possível - aquelas lágrimas no café, aquele abraço à Raquel quando ela veio a correr à hora de almoço, aquele desabar em frente ao Diogo no Marquês, todas as minhas frustrações na bancada do pavilhão com a Bea... São provas disso. Que não somos de ferro e que, por termos pessoas tão boas do nosso lado, permitimo-nos a pedir-lhes que carreguem, por uns minutos, as nossas lágrimas. Por favor, divide comigo. E é importante. As nossas tristezas e sofrimento têm de ser compreendidas e ultrapassadas com apoio das pessoas que amamos e admiramos.
Eu percebi por que é que ele disse que eu era a pessoa mais feliz que ele conhecia. Porque ele viu-me naquele café com as lágrimas a cair mas nunca me viu perder o meu equilíbrio e o brilho. Eu regresso feliz, não porque não quero incomodar, não porque eu meto uma máscara de sorrisos para passar um lanche, mas porque eu encaro de frente o que me perturba. Não é fácil, mas faz parte da felicidade. Reconhecer que tenho tristezas, que sofro, que me desiludo, que às vezes me sinto perididíssima, que às vezes falho e não sou tão boa como queria, que por vezes as coisas não correm bem. Reflectir e aceitar faz parte de eu ser feliz. Porque eu abraço aquilo que me entristece para, no dia a seguir, me despedir da tristeza sem rancor. Já sofri tudo o que tinha a sofrer por este assunto e agora é altura de erguer a cabeça, pegar na toalha e regressar ao jogo e jogar. Ser feliz. Fazer asneiras, correr riscos, e viver tudo de novo. Isto faz parte de ser feliz porque traz uma paz interior e um prazer de viver ímpares. Claro, continuo a ser ansiosa e penso demasiado em todas as possibilidades do universo - e sofro com muitas delas. Mas encaro de frente quando a ansiedade me bate à porta. Não lhe viro costas, não finjo que não existe e não coloco máscaras. Um a um. Em todas as emoções. E permito-me a senti-las.
No fundo, eu percebi que tenho um jardim muito maior do que eu pensava. Eu não tenho apenas um blogue que cuido e que me deixa feliz. Há partes do meu jardim que me vêem de lágrimas nos olhos. É assim que também o posso regar. São as minhas pessoas. Eu cresço com elas e eu passo-lhes o prazer de viver que carrego comigo. Viver é tudo isto e ser feliz também. É encontrarmos os nossos refugios, os nossos jardins, é inspirar fundo e de frente nas emoções mais negras e nunca termos medo de nos permitirmos a sentir as emoções mais luminosas, mais felizes. Talvez ele continue a ser um lunático que precisa de conhecer mais pessoas alegres - não me importo de apresentar umas quantas - mas já não acho um disparate tão grande. Eu sou feliz. Talvez não a mais feliz que ele conhece, mas eu sou feliz. Por ser muito humana e abraçar-me nessa condição.
Fotografia da minha autoria, por favor, não a utilizar sem autorização prévia
domingo, 5 de fevereiro de 2017
Não é novidade que adoro livros. Não sou esquisita. Transito sem dificuldade entre os diversos estilos, não só de literatura, como também de escrita. Não torço o nariz a romances nem a ficção cientifica. Não prefiro mais diálogos que descrições. E os únicos escritores que tenho atravessados são o Eça de Queiroz, Fernando Pessoa e John Green (o último nem merece estar ao lado destes dois grandes). Com Pessoa e Green penso que será um divórcio irreconciliável mas ainda espero, um dia, reatar com Eça.
Mas não é sobre este tipo de preferências que vos quero escrever. Hoje trago-vos o meu TOP 5 de livros preferidos. São livros que, por alguma razão, marcaram-me. São muito especiais para mim e tenho o exemplar de todos. Empresto-os com uma lágrima no olho e uma ameaça de devolução. São aqueles que eu gostava que dessem uma oportunidade, um dia. Vou apresentá-los por ordem alfabética porque é muito difícil ordená-los por preferência.
A FÓRMULA DE DEUS | JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS
Já li quase todos os livros em que o famosíssimo Tomás Noronha é o protagonista, pelo menos os mais antigos, mas A Fórmula de Deus foi o que mais mexeu com todos os meus pensamentos e alicerces. A Fórmula de Deus fala sobre o nosso amigo Tomás que recebe um documento muito especial: um poema enigmático com a assinatura de um génio histórico que conseguiu provar cientificamente a existência de Deus e que guardou este segredo muito além da sua morte: Albert Einstein.
O mais incrível desta história é o facto de ser factual. Retirando a parte romance do livro e toda a acção, os documentos, dados científicos e teorias são, efectivamente, verdadeiros e Einstein prova cientificamente que Deus existe.
É um livro que desconstrói a Bíblia de uma forma incrível (e com respeito), no sentido em que ganhamos uma perspectiva completamente diferente do livro mais famoso do mundo. Não quero dar spoilers mas quando finalmente compreendi a existência de Deus, precisei de muitos dias para reflectir sobre o que tinha lido. Ganhei uma noção e uma realidade muito maior acerca da crença em Deus e um conhecimento aprofundado sobre a Bíblia. É pesado, super repetitivo (mas justificável porque é muita informação nova para guardar) mas muito incrível. Inesquecível.
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AS INTERMITÊNCIAS DA MORTE | JOSÉ SARAMAGO
O meu primeiro livro de Saramago e o que mais me marcou, de todos os que já li. Saramago é um castiço e quando conseguimos entrar no seu carrossel de sarcasmo e genialidade, a viagem fica muito mais deliciosa. É o livro mais fácil de ler do autor, na minha opinião, e é o que recomendo a toda a gente que o inicia (ou reinicia, depois do choque anafilático com O Memorial do Convento - not easy guys, not easy...). Como já tenho uma review no blog completa sobre este livro, não vou avançar muito e deixo-vos o link AQUI. Mas, num resumo de uma frase, aguço-vos a curiosidade assim: e se a Morte, num determinado país, deixasse de querer matar e fizesse greve?
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INFERNO | DAN BROWN
Esqueçam o filme, é trágico. Este livro foi, na minha opinião, a obra prima de Dan Brown. A pertinência da história, o desfecho final, a complexidade dos personagens e o timing do tema que gira em torno do livro estão perfeitos.
É um livro muito agradável de ler, com bastante acção e com uma cadência de informação fabulosa. Os lugares onde a história é narrada são escolhidos a dedo e a relação entre personagens está muito bem conseguida. Passamos a leitura inteira a fazer conclusões erradas e a ser surpreendidos.
Para quem não conhece a história e ainda não viu o filme (não assistam, por favor), Inferno traz-nos de volta Langdon, que acorda num hospital em Florença sem compreender como foi lá parar. Informam-no de que foi alvejado na cabeça e que tem no bolso do casaco um objecto absolutamente assombroso. Entretanto, num lugar bem distante de Florença, um vídeo sobre uma praga que promete diminuir a população para metade, qual Peste Negra, está prestes a ir para o ar. E tudo o que vocês acharem de previsível neste resumo, não é.
Foi muito inteligente esta separação recente de Dan Brown com a religião e este casamento com a ciência. A combinação entre ciência e arte está muito bem conseguida e absolutamente interessante. A leitura permite-vos um enriquecimento cultural extraordinário e eu nunca esquecerei esta história porque a achei simplesmente genial. É tudo de bom num romance e esmaga O Código Da Vinci como se este fosse uma formiguinha.
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O DIÁRIO DE ANNE FRANK | ANNE FRANK
Durante muitos anos não compreendi qual a razão para tanta gente não achar os desabafos de Anne incríveis, como eu achava. Só depois é que percebi que a edição do Diário que eu li não foi a mesma que a maioria. Existem três edições de Diários de Anne Frank nas livrarias: a primeira, foi editada para ter simplesmente as entradas no Diário que se referiam à 2ª Guerra Mundial, deixando de parte o mais possível as entradas sobre a sua vida pessoal e a sua relação familiar. A segunda foi editada para conter apenas as entradas pessoais, mas foi um fiasco. A terceira, mais recente e definitiva, foi também a mais inteligente: não editaram e colocaram todas as entradas de Anne no Diário. É essa edição que tenho.
O meu livro está gasto de tanto o ter relido (além deste só há mais um que reli mais que uma vez, e é o que vos vou apresentar a seguir) e está cheio de cavaleiros marcados no canto da página. É o livro mais especial que tenho por me identificar tanto com os seus pensamentos. Não tanto sobre as suas relações com os outros, mas sobre a sua visão de si. Acho que Anne foi completamente pura a escrever e que os seus pensamentos mais profundos estão naquelas páginas e, em muitos momentos, ela lê os meus pensamentos e emoções e transcreve-os como ninguém. Posso contar-vos um segredo? Foi ela que me inspirou a ter o meu primeiro blogue de sempre. Ainda hoje, por vezes, abro o livro numa das páginas marcadas por cavaleiros e leio a citação que sublinhei, há muitos anos e aceno com a cabeça. Ainda há muito de ti em mim, querida Anne.
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O GUARDA DA PRAIA | MARIA TERESA MAIA GONZALEZ
Lembro-me perfeitamente do contexto com que a minha mãe me ofereceu este livro e, apesar de ser infanto-juvenil, recomendo-o a qualquer pessoa, de tão especial que é. É um livro muito puro, muito genuíno e humilde, com uma simplicidade e leveza que nos envolve.
A história fala sobre Concha (não acho que seja o seu nome verdadeiro, mas sim a alcunha que o seu amigo dá, uma vez que ela nunca apresenta, de verdade, o seu nome no livro) uma rapariga que foi para uma casa na praia para se inspirar e escrever o seu novo livro. É nesse lugar que conhece Dunas, uma rapaz reguila e apaixonado pelo mar e pela sua praia.
Aquilo que sempre me encantou nesta história (e frustrou-me também) é que deixa imensas pontas soltas ao sabor da nossa imaginação; detalhes que ocorrem na história mas que depois não vêem o seu significado explicado. A ausência de idades que, em muitos momentos, confundiu-me. Há alturas na leitura em que acho que ela é muito mais velha que ele mas que são os dois adolescentes, outras em que acho que ela já é bastante mulherzinha e ele é que é miúdo... É muito ao cariz da interpretação de cada leitor. Acredito que seja um trabalho muito pessoal de Maria Gonzalez.
Aquilo que eu mais gosto é desta simplicidade. Das descrições de cada aventura que os dois vivem juntos. Do laço que os dois constroem, sempre com grandes referências ao sol quente do verão e à frescura do mar.
A primeira vez que li este livro, estava no princípio da minha adolescência. Li-o no verão em que dei o meu primeiro beijo. Depois disso já o reli outras vezes e sinto sempre que O Guarda da Praia é um Horcrux bonzinho que guardou a minha infância consigo para sempre. Ficou ali, presa. Eu abro e sinto-me menina quase mulher, a descobrir o que é ser o Sol de alguém de uma forma tão cheia de ternura. Conseguem ler num instante mas, tenham a idade que tiverem, acreditem que vão terminá-lo com uma sensação especial no coração.
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sábado, 4 de fevereiro de 2017
O vídeo foi gravado para uma campanha de sensibilização para o degelo no Ártico com a colaboração do pianista e compositor Ludovico Einaudi - que já sabem que adoro. O artista tocou piano numa plataforma improvisada no meio de gigantes icebergs e num horizonte branco de perder de vista - mas claramente a ceder e a derreter.
Está tão bem conseguido e poderoso. Tudo combina com harmonia; o som do ambiente envolvente, as expressões típicas de Einaudi, a música escolhida que se mistura de uma forma arrepiante naquele segundo em que o bloco de gelo cai, o som das gaivotas... Além de que acho admirável a sua capacidade para tocar piano num lugar tão gelado que, sem dúvida, entorpece os membros.
Vale a pena ver. Terminei o vídeo arrepiada. É isto que acontece quando a arte e a natureza se tocam.
E num sábado tão terrível e frio, onde tudo o que queremos é ficar num lugar quentinho a ver filmes, aceitam uma sugestão?
Fui ver La La Land há uns dias no cinema VIP e além de saber que era um musical, pouco mais sabia da história. É o filme mais badalado do momento, aquele por que toda a gente suspira, dança e torce para que seja um gigante dos Óscares. Com tantas nomeações, críticas fascinantes e entusiásticas, era impossível não ter curiosidade em assistir.
La La Land é um musical que sem dúvida tem uma grande inspiração nos clássicos. Aliás, se mo permitem, achei que tinha um toque muito Disney, especialmente nas cenas mais românticas em que o mundo inteiro desaparece e só os dois apaixonados existem - e, para sermos sinceros, não é assim mesmo, quando estamos caídinhos? - e eu acreditava que, sendo apenas um musical, não chegava para ter toda esta excitação em volta. Tinha de ter um twist, tinha de ter uma história que fizesse jus à técnica cinematográfica.
Na minha opinião, aquilo que atribui profundidade ao La La Land é, precisamente, o final (que me deixou de coração esmagado). A meu ver, por muito que seja uma "ode aos sonhadores", sem o final, seria esmagado pelo Silence, por exemplo, que é o que me ocorre agora com mais rapidez. Foi o twist necessário para tornar o La La Land muito mais que um musical. É um filme sobre escolhas e possibilidades, sobre lutarmos pelas nossas ambições, sobre o amor e os seus acasos, sobre a responsabilidade dos caminhos que decidimos escolher.
Aquilo que torna o La La Land um filme com alguma magia, são mesmo os pormenores cinematográficos. A banda sonora está muito catchy e envolvente, o mínimo que se pede de um musical - aliás, ando a conduzir a ouvir as músicas deles e adoro, numa me senti tão diva no meio da hora de ponta -, o guarda-roupa vintage e colorido é um must, os cenários transportam-nos para um mundo de clássicos e fantasia e a cereja no topo do bolo: todas as cenas musicais e coreografias são gravadas num só take. O efeito fica soberbo. Estes detalhes, especialmente o último, tornam o musical numa ideia refrescante, que honra os clássicos mas que traz inovação que nos fascina e prende.
Sou sincera; fiquei mais maravilhada com estes pormenores técnicos (música, guarda-roupa, coreografias) do que com a história em si. Gostei de tudo, mas sinto-me mais com a febre de cantar os refrões do que com a febre da história, embora a ache giríssima, pertinente e super bem desenhada. Mais depressa compro o álbum do que o dvd, mas é um filme que eu super recomendo e, se mo permitem, vejam no cinema porque a fotografia e o som envolvente tornam a experiência muito mais especial.
Poster
Poster
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017
Foi a nossa primeira paragem, no Porto. Desde que a exposição de Miró foi anunciada, eu desejava fervorosamente visitar Serralves. Aliás, esta foi a minha primeira visita de sempre.
Miró é incrível, e vocês já sabem que é um dos meus artistas preferidos. Adoro a sua criatividade louca, as suas formas estranhas, a sua clara ausência de esquadria e a escolha de cores. Além das suas obras, têm ainda acesso a uma sala que projecta vídeos do pintor "com a mão na massa". Foi das poucas vezes em que eu me permiti a sentar a observar o vídeo - normalmente, os vídeos são a parte que menos desperta a minha atenção em museus e exposições. Achei incrível a aleatoriedade quase estratégica com que Miró pintava, queimava, borrava e desenhava. Foi verdadeiramente inspirador.
Não tivemos tempo para ver o museu porque tínhamos almoço marcado, mas a visita aos jardins era essencial. Foi um passeio tão agradável. Embora estejamos em pleno Inverno e quase todas as árvores estejam despidas, adorei os jardins, os seus caminhos abertos e grandes misturados com pequenos atalhos estreitos e verdejantes. Os miradouros abertos e gigantes que se tornam janelas belíssimas para a paisagem natural que se depara nos nossos olhos. Os lagos, fontes e recantos com grutas conquistaram-me. Os jardins de Serralves são uma mixórdia de Quinta da Regaleira, Parque de Monserrate e Parque Del Retiro.
A única coisa que me deixou profundamente triste foi a presença de lixo. Volta e meia encontrei pacotes de sumo, garrafas e guardanapos atirados para o meio do jardim. É uma pena que as pessoas não tenham um comportamento tão bonito quanto o espaço envolvente. Mas quero regressar. Fui muito feliz naquele lugar.
O bilhete de entrada para a Fundação (que incluí acesso ao Parque e Casa) tem o custo de 10€, sendo que estudantes, jovens entre os 13 e 18 anos e adultos com idade superior aos 65 anos poderão adquirir o bilhete por metade do preço. Portadores de bilhetes CP Alfa Pendular e Intercidades usufruem de 25% de desconto. A entrada é gratuita todos os primeiros Domingos de cada mês até às 13H00, crianças até aos 12 anos, associados aos 'Amigos de Serralves' e clientes BPI.
O bilhete de entrada para a Fundação (que incluí acesso ao Parque e Casa) tem o custo de 10€, sendo que estudantes, jovens entre os 13 e 18 anos e adultos com idade superior aos 65 anos poderão adquirir o bilhete por metade do preço. Portadores de bilhetes CP Alfa Pendular e Intercidades usufruem de 25% de desconto. A entrada é gratuita todos os primeiros Domingos de cada mês até às 13H00, crianças até aos 12 anos, associados aos 'Amigos de Serralves' e clientes BPI.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
Este ano, o Bobby Pins celebra o seu terceiro aniversário no dia 10 de Fevereiro e, à semelhança dos anos anteriores, eu gostaria de voltar a fazer um Q&A. Porém, este ano eu gostava de experimentar algo diferente e dar um twist: as minhas respostas seriam gravadas para o Snapchat do blogue.
A ideia é simples: deixem as perguntas que gostariam de me fazer (questões anónimas também serão possíveis) nesta publicação e no dia 10 de Fevereiro eu irei responder no Snapchat do blogue, @bobby.pinss, e publicar na História. Podem deixar as perguntas que quiserem!
Acho que se torna num Q&A mais original e, de certa forma, aproximo-me de vocês. O que acham? Fico a aguardar as vossas perguntas!
Fotografia da minha autoria, por favor, não a utilizar sem autorização prévia
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