So what's the verdict? I am an autumn

para mim, ele sempre foi outono e ela verão (source)

O outono é a sexta-feira do meu ano, a estação onde me sinto mais livre para ceder ao que me apetece sem a pressão estival de ter a agenda cheia nem a melancolia do inverno que me faz ter saudades dos planos ao sol. 

Na verdade, a minha parte preferida do outono, tal como numa sexta-feira depois do trabalho, é a sua transição. A beleza do verão que se derrete com a mudança da luz, da temperatura das manhãs e dos finais de tarde, que dá espaço ao nevoeiro sem o deixar monopolizar. É esta transição que nos permite brincar com o armário e com as nossas bebidas preferidas – frias ou quentes? Os dias recebem as duas. 

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Pisamos folhas crocantes sem sofrer com o vento e sentimos a chuva lá fora com a nostalgia de quem recebe um velho amigo em casa. Os grandes planos noturnos abrem espaço aos momentos de quietude, mais caseiros, entre receitas, tigelas de sopa, chávenas quentes, filmes de culto ou séries de conforto. 

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São as primeiras velas acesas, o cheiro a canela que convive no forno da cozinha e nas fragrâncias de quarto, os jeans dos anos 90, os batons acastanhados e as gabardines. Gosto da sensação de poder ficar em casa depois do trabalho, mas também de poder caminhar de manhã sem estar demasiado agasalhada. O outono é atmosférico e é nesse ambiente que reuni uma coleção de playlists, filmes e séries, livros e atividades que não só dão as boas-vindas, como celebram a estação.
imagem real de mim a planear este artigo (source)
Para escutar...
A intro de Dreams dos The Cranberries, a ponte da All Too Well, o veludo das músicas de cordas e das versões acústicas que vão bem com o chá, a banda sonora de Charlie Brown and the Great Pumpkin. Ouvir música que me transporta para o outono de outros lugares – ora em frente ao lago, ora a atravessar as passadeiras de grandes cidades. Estas são as playlists em rotação nesta altura.

– outono nostálgico e acolhedor, perfeito para dias introspetivos e chuvosos

– uma coleção de músicas místicas e poderosas, com vozes ou letras etéreas que me fazem sentir que estou entre as melhores e mais misteriosas bruxas de salem


– se pudesse comer um biscoito da Alice e ficar pequenina ao ponto de conseguir nadar numa chávena de chá, acho que estas seriam as músicas que ia conseguir escutar ao submergir


– para mergulhar no ambiente sombrio e colegial do dark academia, mas numa versão alternativa à música clássica

– o melhor e mais nostálgico do Halloween, com embrulhos de guloseimas no fundo dos baldes em forma de abóbora, candeeiros de rua a iluminar a noite e Sabrina the Teenage Witch aos domingos de manhã

– o aconchego dos cafés numa tarde de trabalho, o cheiro a padaria doce e café, com jazz a tocar ao fundo e um sino na porta de entrada 

Para ler...
Um livro na poltrona é um plano irresistível. As primeiras velas acesas, a chávena quente pousada por perto e a viagem até outros lugares, personagens e histórias. Atravessar a estação com uma história reconfortante ou com um thriller que nos devora. O encanto de acompanhar o mundo dark academia por um telescópio. As lombadas gigantes, que parecem menos intimidantes. As releituras e as estreias na literatura. Todos os capítulos têm espaço no nosso tempo.


Para ver...
Sonhar com as ruas de Stars Hollow em Gilmore Girls, desligar do mundo com Sabrina the Teenage Witch, cantar I Put a Spell on You com Hocus Pocus, ver the grim no fundo da chávena com o terceiro filme do Harry Potter. A Maldição de Hill House para pequenos sustos e Marianne para grandes sustos, ou deixar os filmes sombrios nos holofotes da noite. É a época das histórias introspetivas e das comédias românticas em Nova Iorque. De rever a abertura de You've Got Mail e o final de When Harry Met Sally. Entrar no comboio que levou Before the Sunrise a Viena. Viver o outono - direta ou indiretamente - através destas histórias.


Para fazer...
Os últimos passeios com casacos leves para observar a mudança da estação. Sopas de tomate onde mergulhamos tostas de queijo sem o menor remorso. As últimas marcações do que tem sido a adiado para cuidarmos de nós. Um programa de pizzas caseiras com formatos de fantasmas e abóboras. A decoração dos nossos espaços com pormenores aconchegantes. Ir ao teatro ou a um concerto de música clássica. Fazer esta receita de massa que é um abraço quentinho por dentro. Uma maratona de filmes. Uma tarde para comer um cinnamon roll com um chai latte. Reservar uma aula de cerâmica. Experimentar journaling

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