Dear Dolly


Juntei-me à festa da Dolly muito tarde – ainda não li Tudo o Que Sei Sobre (…) o Amor, por exemplo -, mas avancei com o Dear Dolly numa altura em que só queria uma leitura leve, de não-ficção e, confesso, não resisto a uma boa coluna de conselhos. 

O Dear Dolly é uma compilação dos conselhos preferidos que deu, semanalmente, na sua coluna no Sunday Times Style. Dividido em 7 categorias, encontramos dúvidas e temas sobre universos que não nos são indiferentes, entre amizade, relações amorosas, dinâmicas familiares, sexo, corações partidos e desenvolvimento pessoal. 

O que mais gosto nos conselhos e reflexões da Dolly é a sua capacidade para não ser taxativa e de conseguir observar aquelas dúvidas ou inseguranças (das quais, certamente, muitos de nós partilhamos ou facilmente poderíamos estar naqueles sapatos) de um ponto de vista macro. Podem ser duas características que muita gente consideraria como negativas para uma conselheira (ninguém quer conselhos vagos para as suas inquietações e, intimamente, esperamos que tomem o nosso partido), mas a Dolly consegue ser tudo menos vaga. Há uma capacidade quase cirúrgica para responder ‘estou a validar o que estás a sentir, consigo perceber de onde vem essa dúvida, mas já observaste X, Y e Z?’ e é perfeito porque torna-se, efetivamente, útil. 

A parte difícil de oferecer conselhos – principalmente a pessoas anónimas e cujo o contexto depende da qualidade dos detalhes – é que ninguém é dono da verdade (principalmente na casa dos 30, como é o caso da Dolly). É fácil dizer ‘tens de fazer isto, tens de fazer aquilo, ele não está interessado, tens de terminar com ela, não é assim tão tua amiga se fez isso, devias largar tudo e fazer A, B e C’ porque não estamos lá e estamos desprovidos não só de contexto, como de emoção com o alvo da nossa inquietação. A empatia e validação das emoções que a Dolly proporciona, acredito, é um bálsamo para quem a procura. Porque muitas vezes é para isso que as pessoas procuram conselhos: para serem ouvidas e validadas, mesmo que não exista uma resposta de ouro. 

Toda a leitura correspondeu ao que procurava: entreteve-me, fez-me refletir sobre alguns pontos de vista da Dolly e até dei por mim a pensar que conselhos eu dava se me deparasse com a mesma pergunta. No geral, sinto que foi uma leitura enriquecedora e que reforçou aquilo que eu acho que é fundamental quando estamos a receber a inquietação de alguém: dar colo e perspetiva. A resposta a pessoa irá sempre chegar lá por si.

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Bertrand

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