Continuamos na atmosfera dark academia e Como Se Fôssemos Vilões não podia encaixar melhor nesta categoria: numa prestigiada escola de teatro, conhecemos um grupo de sete estudantes pretensiosos, pouco fiáveis e com uma queda inegável por Shakespeare. Depois de uma trágica morte na escola, o nosso protagonista – Oliver Marks, integrante deste grupo – é acusado de homicídio e condenado a 10 anos de prisão. E é através desta história que descobrimos a verdade sobre tudo o que aconteceu.
Como Se Fôssemos Vilões é um livro quase irresistível de avaliar superficialmente; o plot twist não foi o meu preferido, não adorei o final e os diálogos Shakespearianos são, a certa altura, de bradar aos céus, mas Como Se Fôssemos Vilões é uma história com camadas fabulosas onde a minha parte preferida de toda a narrativa estava nas entrelinhas.
Entre peças de teatro e comportamentos suspeitos das personagens – num clima de tensão sem precedentes – este é um livro que nos assombra com um dilema moral e onde o foco da história não deriva para a morte, mas sim para o segredo, onde o mais importante não é suspeito e sim as relações que estão simultaneamente escondidas e à vista. Acredito genuinamente que o objetivo da autora não era fazer-nos apenas aguçar a curiosidade sobre a morte de um personagem, e sim para mergulharmos no lado mais questionável e negro das restantes personagens, mais vivas do que nunca. Quão frágil é a nossa moralidade? E por quem a colocamos em xeque?
Por estas entrelinhas que a história oferece no meio de um thriller misterioso, Como Se Fôssemos Vilões conquistou-me e as personagens conviveram dentro da minha cabeça até muito depois de o ter terminado. É uma experiência de leitura verdadeiramente imersiva se o leitor aceitar o papel de vilão que as personagens oferecem e deixar-se levar na peça com elas.
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