De todos os livros que já li sobre a Segunda Guerra Mundial, este é, provavelmente, o livro com a narrativa mais inusitada. Numa loja de brinquedos em Cracóvia, uma simpática e corajosa boneca, Karolina, ganha vida pelas mãos do discreto fabricante de bonecas e brinquedos. Através destes dois improváveis protagonistas, R. M. Romero faz abordagem sobre um dos períodos mais negros e cruéis da História.
É quase paradoxal reunir num livro conceitos tão inocentes como magia e brinquedos e outros tantos tão amargos como segregação, ódio e guerra. Mas O Fabricante de Bonecas de Cracóvia acaba por ser uma opção suave e infantilizada de os mais novos conhecerem um época difícil de descrever sem violência. No final, os valores são claros: a importância da lealdade, ter coragem (mesmo quando temos medo), ser justo e ter esperança de que tudo melhore. O caos da guerra na Polónia é retratado através do posicionamento de várias personagens, e as atrocidades cometidas à comunidade judaica não são ignoradas. Porém, é inegável que este é um livro água com açúcar que, não fechando os olhos para o terror vivido na época, evoca ideias de magia, desejos e soldadinhos de chumbo para contar a história de uma forma mais delicada.
Pessoalmente, acho que poderia ter seguido outra abordagem (mesmo que estivesse relacionada com brinquedos) e talvez esta tenha sido uma leitura tardia. Sinto que a Inês pré-adolescente iria apreciar mais este livro do que eu — que me soube a pouco e que não me arrebatou. A linguagem é fluída e, pela leveza da história, terminamos o livro num sopro. Recomendo para os mais novos (eles têm tempo para conhecerem o lado mais cruel da história com outra maturidade e bagagem).
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Bertrand
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Gostava de ter conhecimento deste livro quando era mais nova no entanto acho que, mesmo assim, será uma agradável leitura. E a capa é belíssima, já agora!
ResponderEliminarEstou tentada a comprar só pela capa
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