2019 || TOP19 Livros


Pela primeira vez desde que inaugurei o Bobby Pins, consegui ler um número de livros suficiente para poder criar um TOP anual — muito aguardado por vocês, que mo pediam todos os anos. Em 2019, li mais do que alguma vez esperei e explorei várias temáticas diferentes, como eu gosto. Ordená-los de forma a gerar um TOP foi mais difícil do que pensei mas consegui atribuir um pódio a todas as minhas leituras do ano. Aqui fica!


Nina George
"Toda esta experiência quase que se poderia traduzir numa decepção, no entanto, ao longo do livro somos brindados com algumas observações sobre o mundo, a literatura e o amor que eu achei tão extraordinárias que tive de as destacar. E essas passagens obrigavam-me a pousar o livro e a refletir sobre elas."


J. K. Rowling
"Através do guião, temos acesso a nomes de personagens que não estão identificados no filme – e com alguns apelidos bem conhecidos no universo Harry Potter – somos esclarecidos em relação a algumas dúvidas – como é que os Aurors eram capazes de se aparatar em Hogwarts se tal privilégio estava apenas reservado ao Diretor da escola? -, embora as principais e mais polémicas não fiquem particularmente bem respondidas na versão do livro, e temos acesso a algumas reflexões, memórias e sensações que elevam a qualidade das cenas – especialmente com Dumbledore."


Jenna Evans Welch
"Love & Gelato introduz-nos Carolina, uma adolescente que vai para Itália para cumprir (relutantemente) uma promessa que fez à sua mãe antes desta falecer devido a um cancro terminal. Parece uma premissa pesada mas o livro promete tudo o que se espera de um romance de verão: Florença, gelados, paixões e mistérios por desvendar."


Adrian McKinty
"The Chain divide a história em duas partes: a primeira foca-se no conflito ético de Rachel, desesperada para reaver a filha mas completamente consciente de que a proposta de resgate é cruel e desumana, perpetuando a dor que a própria está a sentir; a segunda parte foca-se na origem por detrás deste plano macabro e nas cabeças que lhe dão vida. A narrativa é feita sob o ponto de vista de várias personagens, pelo que transitamos constantemente entre vítimas e infratores."


Valentina Giannella
"Uma História Incrível reúne uma série de informações importantes e fundamentais para os miúdos compreenderem o seu próprio impacto ambiental, as consequências das alterações climáticas e a razão da urgência das palavras da miúda do casaco amarelo com tranças. Através de capítulos concisos, de uma linguagem fluída e de ilustrações bonitas, Uma História Incrível envolve os mais novos — o futuro, no fundo — para a luta por um lugar mais sustentável, ecológico e saudável, mostrando-lhes que ninguém é demasiado novo ou limitado para fazer a diferença."


Lin-Manuel Miranda
"(...) o propósito do livro é simples: em cada página, há uma mensagem para lerem de manhã, ao acordar, e outra para ler antes de ir dormir. Uma mensagem de bom dia e boa noite. (...) pequenas mensagens, algumas em poema, rápidas e concisas. Todas as mensagens são acompanhadas pelas ilustrações lindíssimas e minimalistas de Jonny Sun, o que tornam Gmorning, Gnight! num livro encantador."


Mark Manson
"Não é um livro consensual e divide opiniões, e eu faço parte do grupo que acha que A Arte Subtil de Saber Dizer Que Se F*da é muito mais do que um livro com um título cómico — que encaixa muito bem com algum do humor ao longo de toda a narrativa. É muito realista, com afirmações (quase cruelmente) honestas, que reforça a importância de nos preocuparmos muito mais com questões, problemas e capacidades que nós podemos controlar e a dar importância aos valores certos — enumerando os errados, que muitos se iludem ser os princípios mais nobres. Acho que é um livro urgente para a minha geração."


Alex Michaelides
"Desde que o namorado foi brutalmente assassinado, Alicia nunca mais falou. Nem mesmo quando foi acusada pelo homicídio. O mistério em torno da sua incapacidade para falar é tão grande quanto o mistério do que, efetivamente, aconteceu naquela noite. Seis anos depois, Theo, um psiquiatra, propõem-se a tratar Alicia para a ajudar a recuperar a sua voz e desvendar a verdade.

Se estão com bloqueio literário há muito tempo, se têm a sensação de que já não se sentem presos por um livro ou não sabem como recomeçar hábitos de leitura, vão neste de olhos fechados. A Paciente Silenciosa é um thriller psicológico que nos prende logo no primeiro capítulo e que só conseguimos largar depois de sabermos o que aconteceu. O final é bem inesperado e nada no livro está relatado em vão. Não vão sentir que alguns capítulos apenas servem para empatar, compreendem?"


David Sheff
"Nunca fui a maior fã de livros com a temática dos vícios. Em grande parte porque me impressiono muito facilmente e as ideias mais violentas destes livros permanecem na minha mente muito depois de ter terminado a leitura, quase como que uma assombração. São histórias sempre difíceis e duras de ler que me fazem manter à margem. No entanto, com Beautiful Boy, eu quis entrar nessa viagem.

A razão principal está na premissa do livro; ao contrário da maior parte deste tipo de relatos — feitos na 1ª pessoa ou em género de ficção, com narrador na 3ª pessoa —, Beautiful Boy é a história de como Nic se entrega ao vício, narrado pelo próprio pai. É um testemunho verídico de como um miúdo carismático, inteligente, cheio de projetos e sonhos se entrega às drogas numa queda vertiginosa aos olhos do seu progenitor."


Rupi Kaur
"Em Milk & Honey, Rupi explora temas como abuso, amor, desgostos amorosos, feminismo e luto. Vêm acompanhados de desenhos feitos pela própria e tudo é muito orgânico  ou parece ser , e transparente. As frases ficam na nossa mente muito depois de as termos lido, e mesmo nunca passando por determinadas experiências que Kaur apresenta no livro, sentimos uma empatia quase imediata pela sua história. As suas descrições não são longas e essa característica não é necessária: em poucas palavras, Milk & Honey retrata-nos a vulnerabilidade de ser mulher, de revelarmos os nossos sentimentos e da nossa entrega a outra pessoa  até a errada."


João Doederlein
"(...) Achei a ideia genial: redefinir palavras de uma forma inovadora e informal. (...) Palavras como ‘Amor’, ‘Saudade’, ‘Viajar’, ‘Esquecer’, Amizade’, Determinação’, ‘Sonho’, ‘Deus’ entre outras figuram neste livro com uma edição lindíssima e que está dividido em seis capítulos: O Jardim, O Zodíaco, O Coração, A Mente, A Cidade e A História de Nós Dois. 

Não sendo uma narrativa convencional, é um livro para irmos lendo quando procuramos inspiração e conforto em vocabulário que faz parte do nosso quotidiano e imaginário."


Elen Lewis
"Boa, IKEA! procura explorar toda a identidade e estratégia da marca para se tornar num dos maiores nomes de referência do mobiliário no mundo inteiro. Numa época em que se compravam móveis para a vida e onde raramente o interior de uma casa refletia a personalidade da pessoa que lá vivia, a IKEA ousou apresentar um conceito de mobiliário barato, descartável e adaptável a diferentes personalidades, sem nunca comprometer a funcionalidade e o preço competitivo, os dois grandes objetivos primordiais da marca, que ainda hoje prevalecem. Como foi tão bem sucedida? E como foi capaz de adaptar a sua identidade tão marcante em diferentes mercados e culturas ao redor do mundo? A IKEA mudou para sempre a forma como as pessoas compram mobiliário e tornou os móveis de design funcional e bonito acessíveis às massas."


Svetlana Alexievich
"Vozes de Chernobyl é uma compilação de relatos das vítimas do acidente nuclear. Entre trabalhadores do reator, cientistas, pilotos, mineiros, integrantes do partido, médicos, soldados, refugiados, professores, fotógrafos e residentes, Svetlana Alexievich entrevistou um a um — necessitando, em alguns casos, da proteção do anonimato — e reuniu todos os relatos neste livro que não segue a linha de uma entrevista convencional e sim de testemunho. Não existe um formato de pergunta-resposta mas sim uma compilação de memórias, onde a jornalista deixou cada testemunha relatar tudo o que viu, sentiu ou fez durante o incidente, sem interrupções."


Angie Thomas
"Starr Carter é uma adolescente negra que assiste à morte violenta de um dos seus melhores amigos por um polícia branco. Sendo a única testemunha do acontecimento, Starr é chamada a depor para relatar o que realmente aconteceu naquela noite e a usar a sua voz em defesa daqueles que a veem silenciada, todos os dias. 

O livro prima pela originalidade e audácia da história. Embora tenha registos típicos de um YA — as inseguranças na adolescência, as relações de amizade e amor, as convenções típicas da idade —, o livro agarra num tema fraturante e explora-o sem medo das críticas. Conceitos como racismo, brutalidade policial, preconceito social e cultural estão presentes de forma sublime e refrescante."


Austin Kleon
"O que mais me agrada no Show Your Work! é que não é apenas um livro bonito. Não senti que estivesse a ler insights obsoletos acompanhados por grafismos espetaculares. Não resumiria o Show Your Work! como um coffee table book. Foi um livro que li muito rapidamente mas que me fez refletir sobre a forma como comunico o meu trabalho e os meus conteúdos, que me inspirou e me motivou. Que agregou informação e histórias de vida e carreira incríveis. E por isso mesmo eu recomendo muito, especialmente se estão no universo artístico, freelancer ou de criação de conteúdo."


Bill Bryson
"Regresso à Pequena Ilha não aborda exclusivamente a viagem e creio que foi isso que mais me conquistou. Além das óbvias descrições dos vários pontos diferentes e discrepantes do Reino Unido, o autor partilha, também, muitas reflexões sobre a própria cultura do pais e da dos Estados Unidos — a sua terra natal —, sobre atualidade, sobre comportamentos da sociedade, sobre a urgência de preservarmos as maravilhas culturais e ambientais que vamos encontrando e visitando e contextualiza, ainda, algumas das figuras e locais históricos por onde passa. Todas elas são observações muito inteligentes, interessantes e divertidas.

Já não me lembrava da última vez que tinha rido tanto a ler um livro, isto porque o seu humor — já, de alguma forma, revelado na Breve História de Quase Tudo — apresenta-se em todo o seu esplendor (e com muita identidade) neste livro. Está recheado de capítulos sarcásticos e com muita recorrência à ironia. Não me identifico com a impulsividade e mau feitio do autor, mas as risadas não foram poupadas."


Hans Rosling
"Factfulness dá-nos dez razões pelas quais a nossa perceção do mundo está completamente errada e justifica por que motivo as coisas estão melhores do que aparentam. Não se deixem enganar; Hans Rosling, o autor, não é um otimista como eu. Factfulness não tem afirmações forçadas nem visões fantasiosas sobre a atualidade, pelo contrário; está repleto de rigor e evidência científica. De leitura fluída e linguagem acessível, Hans Rosling reúne uma série de gráficos e informações da mais elevada credibilidade que nos provam, sem margem para dúvidas, que as afirmações arrojadas que Hans formula no seu livro estão mais do que corretas e suportadas.

Vacinação, pobreza, eletricidade, extinção, aquecimento global, desigualdades de género na educação, terrorismo, crescimento económico, entre outros assuntos fraturantes são abordados de forma justa, minuciosa e científica. Em cada tema, somos desafiados a refletir sobre a nossa própria perceção global sobre o assunto antes de sermos confrontados com as respostas que, no mínimo, surpreendem. (...) Iniciei a leitura deste livro com uma noção do mundo e terminei-a com outra. Factfulness deixou-me mais informada e esperançosa. É um livro que recomendo a todos."


Paul Kalanithi
"When Breath Becomes Air não traz informações novas sobre a vida, a doença ou a morte e não tem respostas nem acontecimentos milagrosos — nem procura ter. Mas tem uma abordagem honesta e íntegra sobre a ética e humanidade na medicina, sobre ser um profissional de saúde que cuida, sobre o paradoxo de escolher entre uma vida sem qualidade nem significado ou a morte, sobre a aceitação da doença e do fim da vida. A sua visão realista e genuína sobre assuntos tão sensíveis não me trouxe respostas novas às dúvidas e medos que convivem comigo nem me tornou mais sábia a responder às dúvidas e medos dos outros, mas trouxe um certo alívio e uma sensação reconfortante que não é fácil de sentir — ou fazer sentir — quando estes temas surgem. Pode parecer um livro mórbido, mas está cheio de vida."


Gretchen Rubin
"Ao longo de um ano, Gretchen atribui a cada mês uma resolução que acredita que poderá trazer mais felicidade se a trabalhar melhor. Descontraidamente vai relatando todos os sucessos e dificuldades e, há medida que os meses vão passando, introduz sempre uma nova resolução à sua rotina sem deixar as restantes — dos meses anteriores — para trás, complementando-as e tornando o seu dia-a-dia mais feliz sem mudanças extraordinárias, soluções milagrosas ou transformações radicais.

Todo o livro tem uma atmosfera agradável e a leitura é gostosa. As temáticas são transversais às nossas vidas e rotinas, as reflexões e observações da autora vão muito ao encontro das minhas e isso tornou toda a experiência muito enriquecedora e próxima. Li sem pressas, absorvendo cada aprendizagem e refletindo de que forma os seus desafios poderiam ser extrapolados para a minha rotina. Foi como se estivesse a viver cada particularidade das suas resoluções com ela. Ao longo do livro, a autora vai partilhando connosco as quatro verdades que ela considera universais sobre a felicidade com base na sua própria experiência."

Digam-me: leram algum destes livros? E qual foi o vosso livro preferido de 2019?

2 comentários

  1. Yay, um TOP novo!
    Tal como a Inês Sucena, também não li muito este ano, e portanto, se fizesse retrsopetivas anuais em vez das da década como estou a fazer, não teria muito por onde escolher.
    Eu faço parte das pessoas que não gostou do livro "A Arte de dizer que se f*da", mas é a prova como todos nós podemos ter gostos tão variados :).
    Beijinhos
    Blog: Life of Cherry

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  2. Afinal, para mim que li pouco, ainda li alguns dos que aqui estão, maaaaaas há um nesta lista que eu também tenho, que foste tu que me deste e que, por isso, tem um significado tri-especial. Tenho lido, religiosamente, uma mensagem de manhã e uma à noite. 💛

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