2018 || TOP18 Palavras




Amor: No meio do caos, das boas e más notícias, da rotina alucinante ou mais tranquila, estive sempre rodeada de amor das mais variadas formas. Encontrei sempre com quem celebrar as minhas vitórias e um ombro para chorar quando não queria ficar triste sozinha. Recebi visitas que quebraram a rotina e planos que fizeram a semana. E uma quantidade imensurável de apoio nas minhas ideias e caminhos. No final, é isto que importa; o meu ano esteve longe de ser perfeito e feliz, mas eu estive acompanhada das pessoas certas que me fizeram sempre lembrar que não estou só e que o mundo é mesmo colorido.

Audácia: 2018 foi o ano em que me permiti a ser mais audaz e a dizer mais vezes 'porque não?' As palmas das mãos continuaram geladas, o medo de falhar não diminuiu, a sensação de poder estar a ser ridícula continuou presente e as inseguranças atacaram sem piedade, mas não deixei de tentar e ver até onde podia chegar. Levei muitos 'nãos', é certo, mas foi, também, muito recompensador. Consegui muitos momentos de conquista maravilhosos que não teriam acontecido se eu não tivesse atirado o barro à parede. Ninguém acredita mais em nós do que nós próprios e isto não é banha de cobra, é facto. Por vezes, temos de ser nós a dar a cara — mesmo que a possamos quebrar — e transformar as oportunidades que andam por aí em oportunidades feitas para nós.

Blogosfera: Julgo que sempre fui bastante interativa na blogosfera mas acho que 2018 foi, definitivamente, o ano em que mais afirmei as minhas relações offline. Conheci a Lyne, a Leonor, a Carolina, a Cherry e a Joaninha. Os meus encontros com elas foram todos incríveis e é extraordinário observar como o offline, embora estranho num primeiro contato, aproxima-nos tanto, mais do que o online. É incrível olhar para Braga e não ver mais uma cidade do norte e sim a residência de três pessoas que estimo muito. Onde mora a doçura da Joaninha, com quem falo milhares de vezes, onde mora a minha amiga Cherry, sempre atenciosa comigo e onde mora a minha incrível e corajosa Carolina, no seu sofá cor-de-rosa. É incrível poder conhecer os sonhos da Leonor pela sua voz e ouvir os relatos de viagem da Lyne antes mesmo de ela os ter escrito. É especial. Digo-o de coração e elas sabem-no.

Bloggers' Open World Awards 2018: Em Maio, marquei presença no evento em que eu menos esperava participar: a entrega de prémios do concurso Bloggers' Open World Awards 2018, da momondo. De entre todos os candidatos, o Bobby Pins foi o único blog generalista a conseguir consagrar-se finalista e, tendo em conta a dimensão e o conteúdo de muitos dos candidatos, eu senti-me muito grata e orgulhosa. Foram os votos únicos de tantas pessoas — nem consigo imaginar! — que me permitiram estar ali. Ver tanta gente a acreditar em mim e no meu trabalho foi um dos momentos mais emocionantes do meu ano e que irei recordar com carinho, sempre. Se me contassem que tudo isto iria acontecer, no ano passado, eu teria rido.

Bobby Pins: A minha dedicação para com o Bobby Pins, julgo eu, está à vista de todos. Independentemente das minhas rotinas, imprevistos e surpresas, viagens, boas e más notícias, vida corrida ou mais tranquila, escrevi com assiduidade nesta página e não deixei os meus leitores na mão. Mantive o conteúdo frequente e diversificado, que foi sempre o meu compromisso e, claro, colhi frutos muito especiais. Termino este ano com a sensação de missão cumprida mas com os olhos postos em 2019 e uma vontade de melhorar ainda mais e de chegar mais longe. Vêm comigo?

Concertos: The Script, Carolina Deslandes e o concerto do João. Foram os meus highlights musicais deste ano e que recordo com muito carinho e saudade. Em Março, depois de tantos desencontros, finalmente consegui ver The Script ao vivo e foi maravilhoso, como sempre imaginei.
Já partilhei convosco que o álbum Casa foi um dos favoritos do ano e poder ouvi-lo ao vivo foi espectacular. Achei a Carolina artística, autêntica e doce. Foi um daqueles concertos em que sentimos que estamos a conversar com o artista. Excepcional.
Deixei o melhor para o fim, o concerto do João. Foi emocionante vê-lo ali em palco e de sorriso rasgado quando me encontrou na plateia. Se ainda não perceberam que sou uma prima galinha, acho que não restam dúvidas.

Desafios: 2018 foi um ano em que quis investir em novos conhecimentos e experiências. Prossegui com a minha aprendizagem em alemão, fui a formações que nada têm a ver com a minha área de formação, aprendi novas competências em áreas nutricionais, fui ao Noites no Observatório para consolidar algumas das minhas leituras sobre astrofísica. Aderi a tudo o que podia e que sabia que tinha competência para aprender e aplicar. Muita gente me questionou por que razão fazia tanta coisa diversificada se nada tinha a ver com nutrição. E a minha resposta foi sempre a mesma: porque é redutor. Porque não sou apenas o meu curso e a minha área, muito menos esse interesse. Porque quero ter outras valências e conhecimentos. Em 2018, tive de explicar a muita gente que nem sempre uma experiência ou formação tem de servir para figurar no C.V ou como cartada para jogar numa entrevista de emprego. Por vezes, é tão simples quanto isto: querer saber fazer. Investir em nós já devia ser justificação suficiente.

Escapadinhas: Sinto que aproveitei excepcionalmente bem os meus fins-de-semana, especialmente com as nossas escapadinhas. Decidimos comemorar o nosso aniversário entre guerras de neve na Serra da Estrela, passeei sem destino e de máquina na mão por Coimbra, passei uma noite maravilhosa no Bom Jesus, regressei ao Porto, tive uns dias de puro descanso e aventura no Souto e visitei duas vezes a minha cidade do coração. Pelo meio, muitas memórias inesquecíveis, fotografias especiais e recomendações incríveis para vocês. Difícil será bater este nível, em 2019, e escolher novas escapadinhas. Aceitamos sugestões de lugares neste Portugal fora que não podemos perder — embora já conheçamos quase todos os distritos do país.

Fiordes: 2018 foi, também, o ano em que vi, pela primeira vez, fiordes — montanhas com um braço de mar entre elas. É uma imagem imponente, de perder de vista e que nos reduz a seres insignificantes perante a magnitude do que estamos a observar. O passeio de barco que demos para ver estas paisagens maravilhosas está gravado ao pormenor na minha memória e dificilmente o esquecerei.

Frustração: Estes 12 meses não foram fáceis, não só para mim mas também para as minhas pessoas, o que me deixou com uma sensação ainda maior de inutilidade e impotência — eram más notícias que fugiam do meu controlo. Embora tenha pegado em mim e tenha decidido que queria cumprir objetivos que não tinha conseguido atingir em 2017, não foi tudo perfeito e tive de lidar com muitas ocasiões e momentos da minha vida de pura derrota ou injustiça — comigo e com os meus. O mundo profissional encaixa-se aqui na perfeição — embora não seja o único — e talvez seja por isso que ainda não o exponho muito. Não está a ser um percurso fácil — nem justo — pelo que tudo está à flor da pele e não consigo ver com clareza, ainda, muitas das situações, reuniões ou discussões que tive de passar para defender os meus direitos básicos, para ter condições mínimas de trabalho ou ter de viver rotinas alucinantes como enriquecedoras ou positivas — lá chegarei. No meio de todo o caos e de toda a minha luta, há algo de que me orgulho sempre e que me deixou dormir em paz, todos os dias: nunca baixei os braços e a minha ética não vive só no papel.
É difícil conviver com esta frustração nos ombros e ainda observar inúmeros acontecimentos tristes se abaterem nas pessoas que amo e que nada o mereciam. Foi um ano penoso.

"Horrível": Este ano é a derradeira prova de que a nossa auto-estima, confiança e amor próprio são caminhada constante sem meta. Desde 2015 que tenho vindo a abordar com mais frequência a temática da auto-estima e já observaram, pelo Bobby Pins, várias etapas da caminhada. Umas mais felizes e vitoriosas do que outras. Se em 2017 — embora tenha sido um ano péssimo — eu sentia-me mais confiante e feliz comigo, 2018 teve o caminho oposto e fui-me abaixo. Consigo ser racional o suficiente para saber que muito disto se deve às coisas que não consegui concretizar noutras esferas pessoais e que se manifestaram em baixa auto-estima, mas não deixa de ser uma pequena derrota penosa. Custa-me saber que o meu Instagram esteve mais vazio da minha cara porque não me sentia bonita, custa-me ter de admitir que a palavra que mais disse a mim mesma, este ano, foi 'horrível'. 'Estou horrível', 'Estou monstruosa', 'Sou horrível', 'Tudo o que faço é horrível', 'Este trabalho ficou horrível', 'Sou horrível a fazer isto'. Horrível, horrível, horrível. Em 2018 eu fui a pessoa que mais me magoou e isso deixa-me muito triste porque, na verdade eu sei que estou exactamente igual aos anos anteriores: a cara, o corpo, o comportamento. Mas eu senti-me feia, pouco confiante, inútil e monstruosa. Resta-me pedir desculpa, porque jamais trataria assim ninguém. Então porque fiz isto comigo?

Limpeza: Em Fevereiro, decidi fazer uma limpeza enorme, não só no armário e nos meus produtos mas também no digital — estes dois últimos, uma estreia. Rever as minhas roupas é algo que faço com muita regularidade e além de me desfazer de mais de 30 peças de roupa, mais de metade do que tinha na casa de banho não tinha qualquer utilidade e deixou esta divisão muito menos destralhada e harmoniosa. A limpeza digital era absolutamente necessária e tudo foi revisto a pente fino: os meus 'amigos' no Facebook, os meus gostos, as minhas prioridades no feed, quem eu seguia no Instagram e que realmente gostava do conteúdo. Esta limpeza no início do ano foi fundamental para caminhar por 2018 com menos tralhas e mais leve para abraçar outras coisas mais interessantes e relevantes.

Neve: Quando lhe disse que já não via neve há 18 anos, ficou imediatamente decidido como iríamos passar aquela data especial. Ver a Torre da Serra da Estrela repleta com um manto branco de neve fez os meus olhos brilhar e o meu espírito de criança reacender — será que alguma vez se apagou?
Ele arranjou um arsenal completo para que toda a minha experiência fosse inesquecível, enchendo a bagageira com fatos de neve e uma prancha para fazer sku. Foi lá que fiz anjos de neve, o meu primeiro boneco de neve e passeei pelos campos gelados. Ainda hoje recordo tudo com um sorriso aberto.

Noruega: Foi a minha viagem de 2018 e a sensação de concretização de algo muito longínquo. Não esperava pisar este país tão cedo, mas vivi cada segundo com muita alegria. Oslo e Tromsø foram os nossos dois destinos e embora sejam dramaticamente diferentes um do outro, foi incrível poder conhecer a Noruega através de dois perfis. Senti que pertencia aquele lugar, mesmo com o clima desencorajador e deprimente. Acho que seria muito feliz por lá.

Sinceridade: Uma coisa que me atormentou muito, durante anos, foi as pessoas ao meu redor não se aperceberem de que sofria de ansiedade. Não a comum, a doença. Passei por várias fases; umas vezes julguei que era falha de quem me rodeava e não prestava atenção. Mas, sinceramente, a falha sempre foi minha — em vários aspetos — porque ninguém adivinha o que não deixarmos à vista. E a minha ansiedade não está estampada na testa nem eu permito que se manifeste demasiado em público, mesmo que seja com os amigos de sempre. Podia estar exausta e totalmente derrotada, mas continuava a dizer piadas, a rir, a ser ativa e participativa em todos os encontros. Ninguém suspeitava.
O meu pedido não era — nem é — de ajuda e não acho que as nossas pessoas sejam centros de reabilitação emocional, mas chegou uma altura em que era muito difícil, para mim, contextualizar as minhas novidades ou acontecimentos sem que eles tivessem consciência de que trago este monstro de merda comigo e fui muito mais aberta com o assunto. Não quero que me dêem palmadinhas nas costas — e eles sabem — mas quero que este detalhe sobre mim — que não me define mas, infelizmente, faz parte de mim — seja finalmente encarado por quem gosta de mim e seja naturalizado (não vulgarizado). Quero que me compreendam e não que me tentem curar o incurável. Quero que saibam que existe em mim e que tenho muita vergonha dele. Este foi o ano em que disse abertamente 'estou exausta', 'estou triste', 'estou numa fase muito má'. Foi o ano em que inclui nas minhas conversas que chorei desesperadamente, que tive uma crise, que estive mal. Não o 'estive mal' das coisas tristes que vão acontecendo. O 'estive mal' da minha ansiedade a manifestar-se. E foi o ano em que expliquei muitas vezes o que era ansiedade para as pessoas que gostava. O que sentia, como sentia e como estava conformada que iria conviver comigo para sempre. Não sei se isso me transformou numa pessoa menos alegre, entusiasta e enérgica aos olhos das minhas pessoas — sinceramente, creio que não — mas permitiu-me a ser uma pessoa mais honesta com quem o merecia, da minha parte. Deixei de fazer piadas para disfarçar ou evitar falar que estava mal. Deixei de ter vergonha de dizer que também choro, que estou mal e que, às vezes, não sou forte. E isso foi libertador.

Sol da Meia Noite: Definitivamente, o fenómeno do meu ano, que tive o privilégio de observar em Tromsø e que não me permitiu observar auroras boreais. Um fenómeno que impede que a noite caia e que estagna o Sol quando se põe, para o erguer de novo, no espaço de uma hora. O tempo só nos permitiu ver o pôr e nascer do Sol a céu limpo num dia — os restantes estavam nublados — mas foi um momento dourado e luminoso como nunca antes vi — nem mesmo nos dias mais dourados de Lisboa. Agora gostava de experimentar o seu contrário.

Surpresas: Os miminhos da família, os convites inesperados, as boas notícias ao virar da esquina, os presentes pensados com carinho... São os pequenos detalhes que tornam o ano melhor, mais bonito, puro e memorável. Guardo todos os meus pequenos acontecimentos com carinho e não esqueço nenhum gesto de gentileza para comigo. Especialmente quando parte das minhas pessoas. É extraordinário observar que continuamos a cuidar-nos a todos, mesmo que já tenhamos uma relação de amor e amizade mais do que estabelecida.

Vitória: Termino este ano com um e-mail incrível que fez todo o esforço desde 2016 valer a pena. Reserva-me uma nova etapa — que, honestamente, será uma grande estreia para mim e ainda não sei se vou amar ou detestar — mas, para já, fico muito feliz por ter conseguido cumprir o objetivo principal de 2018, depois de todo o esforço, todas as lágrimas, todo o investimento no meu conhecimento. Em 2016 não quis ficar parada e decidi seguir outro caminho. Valeu totalmente a pena.

E assim, num piscar de olhos, terminam os TOP18. Gostaram desta nova entrada? E gostaram dos TOPs, em geral?

4 comentários

  1. Sabes uma coisa? Gosto muito de ti. É só isso!💛

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  2. querida Inês,
    Obrigada por me mencionares tanto nesta publicação como na anterior. Foste um marco neste ano tão atípico e sinto-me muito grata por ter tido a oportunidade de te conhecer fora daqui! És ainda mais extraordinária do que poderia imaginar e és uma pessoa tão tão bonita! Espero que neste próximo ano possamos voltar a repetir! :)

    Beijinhos sempre grandes, minha mulher de luz,
    leonor

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