Comer, Orar, Amar não é uma história recente e, certamente, já muito bem a conhecem, quer tenham lido o livro, quer tenham visto a adaptação para cinema, protagonizada por Julia Roberts. Conta a história de Elizabeth Gilbert que, aos 30 anos, divorcia-se, suspende a sua carreira de sucesso, deixa a casa de sonho com menos de um ano e larga o seu novo romance tóxico para se reencontrar (física, mental e espiritualmente) durante uma aventura de um ano por três países icónicos. Liz espera poder apreciar o prazer na deliciosa Itália, perdendo-se na gastronomia e aprendendo a língua que sempre a fascinou, viver uma experiência divina recolhendo-se num ashram na Índia e terminar na Indonésia para cumprir uma previsão e para concluir a sua jornada, aprendendo a equilibrar o prazer com o divino.
Regra geral, as opiniões foram unânimes em classificar o filme aquém do livro, mas eu terminei a minha leitura dividida. Houve partes em que apreciei muito mais a adaptação em filme e partes que foram muito melhor contadas pelo livro.
Não é só a viagem espiritual que fica aquém no filme — a obra cinematográfica suaviza muito mais, já no livro, é um tema fortemente presente e narrado. O tema da saúde mental de Elizabeth é também muito deixado de parte no filme. E foi uma das partes que mais marcou a minha leitura: nunca tinha lido uma descrição tão forte, real, crua e fiel da ansiedade, da depressão (e a respetiva medicação), da solidão. Em certa parte, acho que só faz sentido existir no livro por ser uma linguagem tão variada. Já li muito sobre todos estes temas e nunca tinha feito uma leitura tão... marcante. A sua luta, a sua determinação para sair do buraco negro, a sua vontade de ser uma pessoa mais feliz por dentro são partes do livro que nunca irei esquecer e que me comoveram.
Por outro lado, há certos momentos do filme que eu sempre achei icónicos e que senti um leve desapontamento por descobrir que não eram reais, como a conversa na pizzaria de Nápoles — julgo que é um dos diálogos mais especiais do filme —, a cerimónia de casamento na Índia e a história da compra de casa para Wayan (aconteceu, mas o que se seguiu não foi tão romantizado). Acabo por ter de recomendar tanto o livro como filme, uma vez que os dois destacam particularidades diferentes da experiência verídica e inspiradora da autora.
Comer, Orar, Amar acaba por ser um mergulho cultural em três países diferentes e o quanto Gilbert conseguiu absorver e retirar de cada lugar para se encontrar e ser uma melhor versão de si mesma. Com lugares de sonho e personagens incríveis que enriquecem a jornada de Liz, é uma obra com descrições lindíssimas e acontecimentos incríveis que nos fazem viajar não só pelos lugares descritos como por dentro da cabeça da autora.
Autora: Elizabeth Gilbert
Número de Páginas: 505
Disponível na WOOK (ao comprares através deste link, estás a contribuir para o crescimento do Bobby Pins)
Da mesma autora, li "A Grande Magia" e desde então que tenho muita curiosidade em ler "Comer, orar, amar". Nunca vi o filme mas a curiosidade em relação a ambos é enorme. Gostei muito do post, querida Inês.
ResponderEliminarBeijinho.
O meu blogue, "F de Francisca": https://fdefranciscablog.blogspot.com
Adorei esse livro, precisamente por causa da forma como fala de ansiedade e depressão de uma forma muito crua e honesta. Marcou-me muito.
ResponderEliminarGostei muito mais do livro do que do filme. O filme, para mim, foi uma seca. O livro tem muito mais impacto, é muito cruo e honesto, como dizes.
ResponderEliminarBeijinhos
Blog: Life of Cherry
Não li o livro, nem vi o filme. Estou em falta, mas acaba-me por passar sempre ao lado! Mas, admito que talvez um destes dias me atire a um deles :)
ResponderEliminarDepois de ter lido uma review da Andreia Morais no seu blogue, tive de comprá-lo! Ainda não o comecei a ler, mas suscitou-me muito interesse não só pelo tema como pelas experiências lá descritas que devem ter sido bastante enriquecedoras!
ResponderEliminarVi o filme é gostei, falta comprar e ler o livro!
ResponderEliminarEm termos de ler o livro e ver o filme, sou daquelas pessoas que se lê o livro tem de ver o filme, mesmo que não siga o livro, e vice versa.
Vi o filme e li o livro a posteriori. Devo dizer que gostei tanto de um como de outro, no entanto, creio que acabo sempre por recomendar o livro.
ResponderEliminarSe gostaste de Eat, Pray, Love, talvez também venhas a gostar de Big Magic (ou talvez já conheces?). Também é da Elizabeth Gilbert e gostei bastante :)
Já li o Big Magic e também tem publicação no Bobby Pins :) https://bobbypinss.blogspot.com/2016/08/livros-grande-magia.html?m=1
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