FILMES || The Circle


Andei a adiar assistir a este filme porque desejava poder ler o livro primeiro, no entanto, a oportunidade surgiu e não resisti!

Mae vê a possibilidade de melhorar a sua vida (e a da sua família) ao ser contratada pela mais poderosa empresa tecnológica e de redes sociais do mundo: The Circle. A estranheza e confusão iniciais dão lugar à excitação e satisfação por pertencer a um grupo que tem como premissa criar ideias inovadoras que melhorem a sociedade. Porém, ao longo da sua progressão de carreira, Mae vê-se em conflito ético com os limites de privacidade das ideias.

Se só pudesse descrever o filme numa palavra, seria: desconfortável. The Circle dá-nos uma sensação de vulnerabilidade que não desaparece depois da passagem dos créditos finais. Assuntos que, de momento, estão muito na berra, como a questão da privacidade, da partilha excessiva de dados pessoais e da deturpação da transparência, fazem-nos reflectir sobre os nossos próprios comportamentos. Partilhamos demais? A partir de que momento a privacidade se tornou sinónimo de segredos? E por que razão exigimos invadir a privacidade e intimidade dos outros como se fosse um direito nosso conhecer todos os passos? Quando é que manter a privacidade se converteu em escondermos algo terrível? Temos a obrigação moral de partilhar tudo com os outros?

Embora tenha assistido ao filme primeiro, continuo a querer muito ler o livro (especialmente agora), até porque, infelizmente, o filme não é extraordinário. The Circle carece de aprofundamento da maior parte das informações que apresenta — tanto dos conceitos como das personagens —, Emma Watson é absolutamente fraquinha a representar (para grande desilusão minha), e no meio de tantos participantes cujas histórias estão pessimamente mal contadas, há um Tom Hanks espectacular que encarna o papel de uma forma fenomenal (mas não chega). O final deixa a desejar e, embora desconfortável, não acho que provoque a agonia que os criadores esperavam. Acredito que isso aconteça por as ideias apresentadas já não serem futuristas, e por séries, como Black Mirror, já desempenharem essa função de uma forma exímia. O filme passou muito despercebido e agora compreendo porquê. Espero que o livro dê o puxão e a intensidade que esperava!

7 comentários

  1. Eu gostei do filme porque passa uma breve ideia daquilo que as empresas fazem hoje em dia: nós aqui somos muito fixes, fazemos imensas festas, damos tudo e mais alguma coisa maaaaas "sabes que podes passar cá o fim-de-semana não sabes? Não é obrigatório, maaaaas(...)". Não é um Inception, claro, mas é um filme que nos faz pensar.
    Infelizmente também achei a Emma fraquinha (mas já tinha ficado com essa impressão n'A Bela e o Monstro embora tenha amado o filme. Estava à espera que a Emma se tornasse numa actriz extraordinária mas parece que não. É pena.

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    1. Também reparei nesse pormenor das empresas e achei bem interessante (e real)!
      N'A Bela e o Monstro não fui capaz de tirar logo essa conclusão porque deram à Emma o papel da sua vida, afinal de contas a heroína inteligente, com voz, amante de livros e habituada a magia não era propriamente uma novidade. Esperei pela atribuição de um papel completamente diferente do que ela já tinha feito para ter a certeza (embora também a tenha visto no Perks of Being a Wallflower e tenha sentido o mesmo, agora tenho a confirmação) :)

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    2. Compreendo, e percebo o porquê de não teres tirado essa conclusão. Aquela Bela ainda é muito "Hermione". Eu é que estava à espera de ver uma Bela mais Disney - mas depois vi que não era esse o intuito deles com a personagem. É mesmo pena.
      Mas para mim o filme valeu mesmo por isso, principalmente nas empresas da área da tecnologia, cada vez vemos mais isso - darem tudo e parecer tudo maravilhoso, mas há um MAS.

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  2. Olá Inês! A minha apreciação deste filme coincide com a tua e infelizmente também tenho muitos dos mesmos defeitos a apontar ao livro (que li antes de ver o filme; no meu caso, assiti a este último na esperança de que o facto de o livro ter potencial desse um bom filme, mas não aconteceu.). Achei a abordagem do livro superficial, através dos olhos de uma personagem um pouco tolinha que só desejas, ao longo do livro, que acorde... Fiquei desapontada porque a temática do livro é muito interessante, há muito para ser dito e discutido, e o livro tinha potencial!

    That being said: se o quiseres ler e não tiveres um exemplar, tenho todo o gosto em emprestar-te o meu :)

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  3. Bom, apesar do lado meh da coisa, fiquei curiosa - estes temas despertam sempre muita curiosidade. Vai para a lista!

    Jiji

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  4. Estou como a Jiji, apesar das coisas menos boas de que falaste fiquei com curiosidade na mesma.:p

    Another Lovely Blog!, http://letrad.blogspot.pt/

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  5. Lê o livro e depois falamos sobre o filme. É uma desilusão gigante depois do livro, acredita.

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