Lembro-me, como se fosse ontem, de quando comprei este livro, em 2009, numa feira do livro que decorria dentro da minha escola. Comprei-o totalmente às cegas, sem ler contra-capas ou opiniões, simplesmente intrigada pelo título misterioso. Depois, quando cheguei a casa, observei o livro com mais atenção e senti uma pontada de desilusão. Não era o tema que correspondia às minhas expectativas e acabei por o adiar, até ficar nos confins da biblioteca.
No ano passado, eis que dei com o cartaz da adaptação do livro, nos cinemas. Nunca esqueci o título e recordei-me imediatamente do livro e do facto de nunca o ter lido. Assim que cheguei a casa, procurei-o e debrucei-me nele. Acho que a única coisa que posso dizer é: ainda bem que a Inês de 2009 arrumou o livro num canto. A Inês de 15 anos não iria compreender, na sua totalidade, a filosofia profunda desta história.
A Cabana conta-nos a história — aparentemente verídica ou, pelo menos, o indivíduo assim o garante — de Mackenzie, vitima de uma depressão profunda causada pelo assassinato da sua filha mais nova, Missy. Inesperadamente, recebe um convite muito invulgar e inacreditável: Deus convida-o para se encontrarem na cabana onde Missy foi brutalmente assassinada para que possam ter uma conversa.
Este tipo de narrativas correm sempre o risco de tornarem-se fantasiosas, confusas e desinteressantes para alguém que não se identifica nem pratica nenhum tipo de religião, como é o meu caso. Mas eu gostei muito desta leitura. A história em si é inesperada e, na minha opinião, transcende a nossa imaginação, não desiludindo. As reflexões contidas nos diálogos superam a discussão da religião enquanto instituição, e discutem-na enquanto filosofia. Não é necessário seguirmos uma religião em particular para compreendermos profundamente algumas das ideias debatidas. É uma introspecção muito interessante.
Por outro lado, levanta questões acerca de certas incongruências da própria religião. É fácil identificarmo-nos com as dúvidas e incertezas de Mackenzie, aliás, eu própria também já levantei as questões que ele aponta em inúmeras discussões sobre o tema. Mas, como venho a dizer há algum tempo, eu gosto de ouvir, ler e ver argumentos contrastantes aos meus. Ideias opostas às minhas. Só assim conseguimos levar o nosso conhecimento mais além e eu apreciei ver respostas às minhas perguntas que, em outras ocasiões, não recebiam nada mais do que silêncios. Nem sempre consegui aceitar completamente todas as respostas — e não há problema porque, pelo menos, agora conheço essas respostas, e isso é igualmente importante para formarmos opiniões justas e alimentarmos conflitos argumentativos estimulantes — mas admito que muitas das respostas pareceram-me razoáveis e aumentaram a minha tolerância para determinados assuntos. Compreendi tudo, mas nem sempre concordei. Porém achei verdadeiramente interessante.
Não sei se esta será uma história, de facto, verídica, mas é inegável que se trata de uma reflexão extraordinária, estimulante para o nosso pensamento e muito interessante. Oferece-nos novas formas de observarmos questões como o bem e o mal, sermos boas ou más pessoas, sermos ou não justos. E isto é só uma pequena ponta do véu. É muito mais do que um livro sobre Deus e sobre os princípios de uma religião. É um livro sobre sermos humanos e a forma como nos comportamos uns com os outros e connosco próprios. Com um twist mágico. Recomendo muito, especialmente se tiverem uma linha de pensamento igual à minha — no sentido de procurarem abranger mais opiniões e perspectivas diferentes da vossa. Estou muito curiosa para ver como fizeram a adaptação de um livro assim.
Autor: WM. Paul Young
Número de Páginas: 246
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É incrível como tu e os livros que lês têm sempre uma história de amor/amizade/encantar por trás, como terem estado 9 ANOS sem se ver e depois ter existido sintonia!
ResponderEliminarJá tinha visto o trailer do filme, mas, talvez dê uma vista de olhos no livro primeiro :)
Agora fiquei curiosa - precisamente por ter uma visão do mundo semelhante à tua. Como poderemos compreender o próximo, discutir ideias, explicar o nosso próprio ponto de vista, se não soubermos os argumentos do outro lado? :) Ainda lhe deito os olhos...
ResponderEliminarJiji
Great post dear, so nice and interesting, love it!
ResponderEliminarHave a nice day! ♥
New review post is on my blog. ♥
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Maleficent ♥
É preciso um timing certo para os livros, a idade e a fase da vida são fulcrais para a forma como absorvemos a história.
ResponderEliminarEste parece muito interessante e envolvente. Deixaste-me (mais uma vez) super curiosa ;)
Fiquei bastante curiosa, de facto! Tenho uma sorte por estar rodeada de pessoas que, mesmo praticando a religião, têm uma visão bastante abrangente do mundo. Ainda assim, é sempre bom quando somos nós a irmos atrás da informação! Terei este título em conta, com certeza!
ResponderEliminarBeijinhos,
LYNE, IMPERIUM