LIVROS || Qualquer Coisa de Bom

A capa é um amor
Se há algo que detesto é ver livros por ler na minha prateleira. Qualquer Coisa de Bom foi um livro que recebi na flor da minha adolescência e, apesar de só o ter lido agora, muitas foram as minhas tentativas ao longo de todos estes anos para que fôssemos felizes. O problema era que, ao fim de 3 páginas, eu perdia a vontade e, inevitavelmente, trocava-o por outro. Até que me deixei de desculpas e esforcei-me para passar para a quarta página.

Este foi um livro agridoce. O potencial do livro agradou-me imenso; Qualquer Coisa de Bom conta a história de Ludovica (mais conhecida por Lula), uma jovem pobre, porteira e que, inesperadamente, recebe uma herança milionária por parte de uma moradora do condomínio que simpatizava com ela, deixando nada para o seu marido e filhos. Estranho, certo? E é a partir desta herança que Lula descobre mais sobre a mulher que se deu tão bem consigo e sobre o passado de Lula. 
Paralelamente a esta história - a principal - o livro conta ainda quatro histórias de amor: a de Giuliana com Artemio, Alessandra com Franco, Giulietta com Alessandro e Lula com Guido. As quatro histórias de amor são todas bastante diferentes, com finais muito distintos e, apesar de todas elas se ligarem entre si como uma rede, entre personagens, nenhuma das quatro histórias acontece na mesma época. Esta, para mim, foi a parte que mais gostei do livro, especialmente da mensagem: nada acontece por acaso. E cada pessoa que se cruza no nosso caminho, deixe ela um final feliz ou não, tem uma razão de ser para estar ali, connosco. Uma lição para deixar, uma marca para mudar o nosso caminho.

Aquilo que tornou, para mim, o livro agridoce foi... Ser muito aborrecido. Não consigo encontrar uma descrição melhor para este livro e, confesso, fiquei muito irritada. A autora tinha em mãos estas histórias de amor que podia ter desenvolvido muito mais mas a verdade é que há falta de conteúdo das relações, de momentos da história... Enquanto que há uma série de folhas a encher o livro com diálogos inúteis, descrições desnecessárias e muito aborrecidas. Eu vou dar-vos um exemplo sem grande spoiler - juro -: um destes casais casa. E a autora decidiu revelar isso de uma forma bonita. No entanto, o resto inteiro do capítulo é a contar como é que os vizinhos souberam, comentaram e bisbilhotaram sobre essa novidade. Tudo bem, se tivesse, de facto, alguma substância para a continuação da história no livro. Mas não! Simplesmente decidiu incluir a conversa dos vizinhos e nunca mais falou do casamento. Pronto, casaram. Mas têm uma descrição completa do que a vizinha achava. 

Foi a primeira vez que li um livro de Sveva Casati Modignani e não sei se todos os restantes livros dela seguem esta linha mas, sinceramente, não foi um bom cartão de visita para a autora. É uma autora bem famosa pelos seus romances - até estava bastante curiosa - mas saí muito desiludida. Achei a autora pouco inteligente para fazer um livro que tinha tantas analogias interessantes e diálogos para serem explorados e que ela decidiu ocupar o livro com trivialidades e capítulos absolutamente sem substância nenhuma. Eu tive muita dificuldade em ler este livro porque perdia a concentração, dava-me sono e, quando a história ficava interessante, a autora matava-a com um início de capítulo exaustivo. Durante a leitura deste livro li mais 3 livros diferentes. 

O capítulo final está muito amoroso e muito bonito. Para mim, preencheu a minha alma num momento em que precisava. Mas só um capítulo final bonito não chega para fazer um bom livro, na minha opinião. Esperava mais.

Autora: Sveva Casati Modignani
Número de páginas: 343

5 comentários

  1. Parece ser interessante a história mas pelo teu relato jamais o conseguiria ler, tenho um livro desde o inicio do verão para ler e te sido terrível para tentar combater a preguiça, porque tem sido uma seca!

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  2. Não temos de gostar de um escritor só porque é famoso e, por conseguinte, muita gente gosta. Aconteceu-me o mesmo com a Lesley Pearse. Tinha muita curiosidade mas li um livro e não achei nada de especial. Lá está, não sei se foi uma má escolha ou se não me fascina muito a escrita dela.

    Gosto da Sveva e já li esse mas não foi, de todo, dos meus preferidos.

    Beijinho,
    Patrícia

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    1. Patrícia, nem eu "me obriguei" a gostar dela só porque era famosa. O facto de ser uma escritora bem sucedida simplesmente despertou-me a curiosidade para ler o seu trabalho :)

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  3. Talvez um dia o leia, mas realmente para eu conseguir ler um livro , ele precisa-me mesmo de cativar. Às vezes um erro que cometo é o facto de achar as primeiras páginas aborrecidas e não pegar mais no livro, mas já me aconteceu regressar ao livro e acabar por me apaixonar, porque no meio aquilo passou a ser algo de extraordinário :) Mas gostei bastante deste post porque adoro ler e é sempre bom conhecer novos livros

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  4. Olá Inês há muito tempo que não leio nada desta autora, mas os livros que mais gosteu dela foram sem dúvida "A Lição de Tango" e "A Siciliana" o primeiro a história é semelhante ao livro que descreveste, mas o mais importante é a marca de duas gerações diferentes e o contraste de pensamentos o segundo para quem gosta de saber mais um pouco de história de um país diferente do nosso é uma boa ajuda... beijinhos

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