FILMES || O meu TOP 10

Aproveitando que estou a escrever esta publicação e em jeito de justificação para os prováveis entusiastas do cinema que venham a ler esta publicação, eu admito: não sou a maior louca dos filmes (nem séries). A verdade é que adooooro ir ao cinema, mesmo. Adoro toda a experiência de cinema, as pipocas, sair de alma renovada ou pesada por um filme... Mas sou péssima a nível de cinematografia. Não tenho aquele espírito alternativo-cinema-francês. Não tenho aquela Lista de Clássicos fabulosa que toda a gente adora falar com compridas metáforas. Eu sou literalmente aquele ser intragável que lê o título de um filme, dá uma oportunidade e diz "Que giro!". E pronto. Sou muito mais dedicada à música e à literatura, é uma realidade. Ainda assim, há filmes que eu adoro, que mexeram comigo e que vejo vezes e vezes sem conta. Que consigo sempre retirar uma nova mensagem ou relembrar uma antiga. Aqui estão os meus dez filmes preferidos:

NOTA: Alguns dos filmes aqui referidos já têm uma publicação inteiramente dedicada aos mesmos, ao longo do percurso do Bobby Pins. Para que as descrições não se tornem repetitivas, eu decidi encurtar o seu tempo de antena nesta publicação mas, se clicarem na imagem, podem aceder à publicação já feita aqui pelo blogue.


10. Cisne Negro
Este filme é um pouco... macabro. E lembro-me que, no auge dos meus 15 aninhos, perturbou-me certos diálogos, certas cenas, certos ângulos de fotografia. Na altura apercebi-me de que não tinha idade suficiente para ver este filme - e desaconselho-vos se caminham ou rondam esta idade, esperem mais um bocadinho -. Mas gosto imenso. É um drama que conta a história de Nina, uma bailarina ambiciosa que nos transporta para a temática da perfeição artística. A exigência da perfeição é bem comum em diversas áreas - a dança é uma das matriarcas de tal exigência - mas o perfeccionismo que carregamos connosco é, também ele, capaz de nos transformar, nem sempre para melhor. O filme é extraordinário porque apresenta-nos toda esta pressão psicológica numa óptica muito pouco óbvia, que nos baralha, confunde e perturba. Até onde vamos para alcançarmos a perfeição? E quem são os nossos verdadeiros inimigos? A fotografia é fabulosa e, para os amantes de ballet, é uma inspiração à alma.


9. Marley e Eu
Tenho grandes dúvidas que alguém nunca tenha assistido a este filme. A história fala de um casal muito apaixonado, John e Jenny, que decide adoptar um cão para avaliar se têm a responsabilidade e o estofo necessários para, um dia, virem a ser pais. É assim que Marley, um adorável cachorrinho, entra nas suas vidas para virar tudo do avesso (literalmente)!
Sei que quase ninguém diria que este é um filme preferido. É adorável, mas uma comédia sobre um cão. Nada de novo. Mas eu não consigo olhar dessa forma porque acho que foi um filme que abordou a perspectiva de viver com um animal de estimação em casa de uma forma menos Hollywoodesca. Os cães não são brinquedos nem sentam e dão a pata sempre que queremos. Os cães não são só giros quando são cachorros e sim, passamos vergonhas, sustos, risadas e momentos intensos e tristes junto deles. Escolher um companheiro destes pode ser uma aventura digna de cinema (como aconteceu aqui, uma vez que o filme foi adaptado do livro com história verídica - eu preferi o livro ao filme, mas isto não importa agora), mas é também a garantia de que temos um melhor amigo do nosso lado para o resto da vida. Que não nos julga, que faz muitas tropelias e que nos ama com todo o seu coração, sem incertezas. Fez-me regressar a casa, na altura, e abraçar a Laika para não a largar mais.


8. Man on Fire
Este foi um filme de acção que nunca esqueci e que, invariavelmente e sem grandes explicações, guardo no meu coração. A história fala sobre um ex-agente da CIA, completamente derrotado da vida, que se torna guarda-costas de uma menina de 9 anos de idade, Pita, filha de pais poderosos que vivem no México. A acção inicia-se quando a pequena é raptada e John Creasy - o guarda-costas - faz de tudo para a salvar. 
Este filme é bem pesado, com partes da história que fazem o coração ficar num nó, mas acho inesquecível a relação que a pequena e o guarda-costas constroem, adoro que o cenário de todo o filme seja no México e o final do filme é... É inesquecível. Quem já o viu, mesmo que este seja um filme longe de estar nos seus favoritos, sabe o que quero dizer.


7. The Grand Budapest Hotel (já existe publicação sobre este filme. Clica na imagem para saberes mais!)
Um filme icónico desta década, que primou pelas cores, pela fotografia, pela rodagem do filme como se fossem desenhos animados. Ninguém ficou impávido e sereno com The Grand Budapest Hotel, onde Zero Moustafa, antigo mensageiro, explica a um jovem escritor como ficou dono daquele maravilhoso hotel, agora consumido pela erosão do tempo.
O elenco é soberbo, a banda sonora maravilhosa, as personagens são adoráveis e quem é que não desejou poder comer um doce do Mendl's? É um filme obrigatório.


6. Harry Potter e a Pedra Filosofal
Estava eu a apalpar terreno no meu 2º ano de escolaridade quando a minha tia apareceu em casa com uma cassete muito azulada. Os cartazes do jovem feiticeiro circulavam por todo o lado, mas só num serão em casa é que o vi pela primeira vez. Pipocas muito queimadas - a minha tia não sabe fazer pipocas - eu sentada numa poltrona, o meu pai deitado em cima do tapete e a minha tia encostada no sofá. Dobrado em português, para que eu pudesse acompanhar o filme também. Sabem aquelas memórias de infância, que preservaram tão bem que ainda hoje sabem tudo o que sentiram? A primeira vez que vi Harry Potter foi assim. Muito assustador (eu não dormi depois de ver a cena da Floresta Proibida), mas fascinante. O meu ano lectivo foi passado a esforçar-me imenso para ganhar cada vez mais conforto com a leitura, para poder ler o primeiro livro do jovem Potter.
A história vocês já todos conhecem, e ele não está em primeiro lugar porque não é o livro. Mas este foi o primeiro filme. O primeiro. O que me apresentou Hogwarts e todos os personagens que hoje guardamos com carinho, os doces, o vilão mais fixe de sempre, a cicatriz do raio. Este filme foi o pontapé de partida para eu hoje amar ler... Muito mais do que ver filmes. Quão irónico?


5. A Lista de Schindler (já existe publicação sobre este filme. Clica na imagem para saberes mais!)
Um filme tão difícil e tão longo, mas tão marcante. Arrancou de mim muitas lágrimas, muita concentração mas também muitas mensagens. Sobre poder e sobre amor. Sobre ser esperto. Sobre ser humano. 
Foi um filme que eu demorei muito a ter coragem para ver, mas que eu sei que me enriqueceu como ser humano. É um filme histórico que deveria ser visto por toda a gente. Para que jamais esqueçamos. Um detalhe que eu apreciei bastante neste filme é que, apesar de o grande tempo de antena ser dedicado aos judeus, há também alguns focos dedicados às pessoas com deficiência e doentes internados, que também foram alvo durante o extermínio, por serem considerados "inúteis". Confesso que são esses mesmos focos que me custam muito ver e que desvio a cara, em lágrimas.


4. Mulan
Achavam mesmo que faria uma publicação sobre filmes favoritos sem referir, por aqui, a Disney? A Mulan foi muito importante para o meu crescimento. Tornou-se (e ainda é) a minha heroína preferida da Disney. Foi com ela que aprendi as primeiras mensagens sobre procurarmos ser algo de que nos orgulhemos (a nós, não aos outros). De que não devo permitir que me limitem apenas por ser mulher (ou, na altura, menina). Que não há nada que não esteja ao meu alcance. Se o desejar, se trabalhar muito e se usar a cabeça, eu chego lá. Que a lealdade e a confiança são o alicerce de se amar alguém. Já repararam que a Mulan é dos poucos filmes que constrói a relação do casal principal antes de haver um beijo ou um sentimento de amor entre os dois? Pelo menos, na altura, primou pela diferença e, certamente, isso marcou-me. Ensinou-me que não precisamos de príncipes encantados em cavalos brancos para nos despertarem com um beijo. Aprendi que a amizade vale ouro e que, por vezes, só precisamos da nossa gana e de um cavalo negro para nos salvarmos a nós próprias. E os príncipes que venham, mas não para travarem batalhas por nós.


3. Anne Frank
Vivi um verdadeiro granel para ter o dvd deste filme nas mãos. Descobri, naquele tempo, que existia um filme sobre a pessoa na História com quem mais me identifico nesta vida: Anne Frank. Evidentemente, quis comprá-lo. Não havia em lado nenhum, em loja nenhuma, em parte alguma e comecei a desanimar. Queria imenso poder ver esse filme. Até que entrei numa loja para alugar dvd's (lembram-se destas lojas?) e encontrei-o, na prateleira, lindo de morrer. Fiz uma festa tão grande que a senhora da caixa apercebeu-se e propôs encomendar o dvd para mim. E foi assim que consegui este filme, que levou o meu coração por inteiro. Conta a história de Anne Frank num sentido mais especial. Afinal de contas, se retirarmos todo o contexto histórico, o Anexo, o terror da Época, Anne era simplesmente uma adolescente com os seus dramas e com um amor profundo por escrever e desabafar os seus sonhos, angústias e desejos. E eu aproximei-me muito dela, quando li esses excertos no seu diário. Ver na versão de filme, com expressões, fotografia, com todas as referências históricas que se esforçaram para fazer, foi soberbo. Além disso, o filme adiciona uma parte que jamais verão no Diário: o seu percurso pelos campos de concentração. Baseado nos relatos e nas informações recolhidas, foi possível acompanhar Anne até aos seus dias finais num dos lugares mais medonhos da Terra. E foi emocionante.


2. A Idade de Adaline (já existe uma publicação sobre este filme. Clica na imagem para saberes mais!)
Ahá, aposto que todos vocês achavam que este estaria no primeiro lugar do meu TOP! Mas não, eu tenho um filme preferido - há muitos anos - acima deste.
Vocês já estão cansados de me ouvir falar sobre este filme e, sinceramente, até eu já esgotei argumentos para vos explicar o quanto, para mim, foi especial. É dos romances mais bonitos que já pude assistir e a cena crucial da declaração de amor marcou-me profundamente. 


1. O Discurso do Rei
Apresento-vos o meu filme favorito de todos os tempos. Um pódio que lhe pertence há 6 anos e que ainda não foi destronado. 
O filme conta a história do Rei Jorge VI que sofre de um inconveniente problema quando se trata de ser uma figura da nação: gaguez. Para tratar da sua condição, Jorge VI contrata Lionel Logue, um terapeuta tão irreverente e pouco convencional como as suas técnicas para a superação da gaguez.
Eu acho este filme extraordinário. Explico-vos porquê: Estão à beira de uma Segunda Guerra Mundial, onde o grande veículo da rádio rompe e torna-se num auge, onde os grandes chefes de estado conectam-se com a sua população através de algo que nos aproxima e liga tanto como a voz. E Inglaterra, uma das maiores protagonistas da Guerra, desesperada por receber palavras de força e consolo, tem um rei... gago. Não acham isto genial? A subtileza desta condicionante que, de facto, condiciona um rei, uma figura vista quase como invencível e próxima da perfeição, cheia de convenções, etiquetas e pressões sociais sobre os ombros. Já para não falar de que todo o filme é absolutamente soberbo, desde a construção de amizade entre o Jorge VI e Logue, aos episódios de humor, às técnicas de superação... É um filme que corre e vocês não dão pelo tempo passar, é um filme que desconstrói a realeza e nos coloca, frente-a-frente, com problemas reais, é um filme que nos faz criar laços com os personagens e sentir de uma forma intensa tudo o que lhes passa pela cabeça. É impossível não adorar Logue. É impossível não ficar com o coração na boca quando George VI discursa. É um filme que nos põe a pensar: tenho milhões de pessoas a querer ouvir o que tenho para dizer. Mas eu sou incapaz de articular o que penso. É magnífico. E a razão por eu dizer, há 6 anos, sem hesitação, de que O Discurso do Rei é o meu filme preferido.

Algum destes filmes faz parte dos vossos preferidos também? E já viram todos?

10 comentários

  1. Só vi o Harry Potter e metade de alguns (sim, sou mesmo danada para ver filmes) e tinha imensa curiosidade com o Black Swan embora me tenha arrepiado com o trailer. Como sugeres vou esperar mais um bocadinho!

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  2. O filme da Mulan é o filme da minha infância! Vi-o tantas, tantas vezes (:

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  3. O "Marley & Eu" fez-me chorar rios tanto no livro como no filme! É daqueles filmes que sempre que vejo me deixa a chorar e me faz dar abraços longos (e chorosos) à minha cadela.


    www.asofiaworld.com

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  4. O Black Swan também é um dos meus filmes favoritos - a Natalie Portman está brilhante nele. Also, eu devo ser a única pessoa no mundo que nunca viu (nem leu!) o Marley & Eu :P

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  5. Adorei simplesmente! Estão aqui filmes mesmo muito bons e outros ainda por descobrir. Gostei de ler cada opinião diferente. Devias apostar mais em tops 10, como livros, etc. Ficou mesmo muito fixe! Obrigada :)

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  6. Vi 6 dos 10 filmes que aqui apresentaste e posso dizer que gostei especialmente do The Grand Budapest Hotel, do Black Swan e do The Age of The Adeline. Quanto ao teu vencedor, confesso que não foi capaz de me prender ao ecrã (tanto que adormeci!) mas reconheço-lhe valor. Anyway, acho que o meu top 10 seria totalmente diferente! :b
    Beijinho*

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  7. Também adorei "O Discurso do Rei" e o facto de ser verídico ainda me fez adorar ainda mais!
    http://sunflowers-in-the-wind.blogspot.pt

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  8. Aqui está um exercício que já tentei fazer várias vezes mas sem sucesso. Tenho demasiados filmes que gosto bastante e hierarquizá-los é um verdadeiro tormento haha. Já vi os 10 filmes da tua lista e, entre eles, considero a "Lista de Schindler" como o melhor. Adoro o "The Grand Budapest Hotel", "Black Swan", "Harry Potter" e "Age of Adeline". Fiquei bastante surpreso com o teu nº1! É um filme excelente mas não fazia ideia que seria a tua primeira escolha :)

    Ricardo, The Ghostly Walker.

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  9. Levei bastante tempo para ler esta publicação, mas penso que o fiz na hora certa!! Conheço e até já vi alguns deles (Mulan eternamente no <3), mas de outros nunca ouvi falar! Fiquei bastante curiosa e até veja alguns deles ainda este fim de semana! ^^
    Beijinhos!

    A Vida de Lyne

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