Julho foi uma miscelânea. De emoções e afazeres, de projectos, de preparações e de vitórias. Julho foi um mês muito completo e emocionante para mim, entre provas à minha ansiedade e capacidade argumentativa e momentos deliciosos com pessoas que me enriquecem todos os dias e uma viagem inesquecível. Este mês eu reuni Favoritos muito diversificados que quero que vocês conheçam.





Este Verão, despertou-se em mim uma paixão pelo vermelho. Sempre a considerei uma cor ousada, feminina e atraente, usada por mulheres confiantes que não têm medo de se mostrar ao mundo. E, nesta estação, apaixonei-me por me ver de vermelho; Adoro que fique bem na minha pele, esteja eu bem branca ou mais bronzeada, que faça o meu cabelo loiro sobressair e que se destaque na medida certa. Quando vi este vestido na Bershka (o que está na minha foto de perfil, mesmo aqui ao lado), sabia que gritava o meu nome. Descontraído, no meu corte de ombros preferido, não muito comprido e perfeito para a viagem que se avizinhava. Adoro o padrão floral, a sua leveza e foi o meu companheiro para a viagem de avião até Varadero e no meu passeio por Havana.

Procurem o quanto quiserem na minha gaveta e jamais iriam encontrar um biquíni branco. Eu sempre senti que a cor não me favorecia, por não me bronzear muito. Mas quando vi esta parte de cima do biquíni (na última fotografia DESTA publicação), senti amor à primeira vista. Transportou-me automaticamente para os azulejos, tão tipicamente portugueses, pela sua base branca mas com um padrão em azul. O corte era diferente de todos os que tinha e decidi arriscar num provador cuja a minha pele branquela reflectia a luz e... Amei. Gostei de o ver em mim e não me senti tão fantasmagórica como julguei que seria. E o melhor de tudo? Custou 3 euros. É lindíssimo.

Há um ano que andava à procura de um anel em rosa bebé. Acho que a cor é para lá de amorosa, minimalista e que combina bem no meu estilo diário. Já tinha visto imensos modelos em várias lojas, mas sempre tive - e continuo a ter - um problema no que toca à compra de anéis: estão sempre muito largos. A não ser o dedo do meio, que levou tantas boladas do basquetebol que fez com que o nó entre as falanges fosse maior que três prédios, os meus dedos são pequenos e estupidamente fininhos. Para perceberem, o meu namorado inicialmente tinha medo de me apertar muito a mão porque achava que os dedos se iriam partir a qualquer momento, de tão frágeis e fininhos que parecem. Não há anel que sobreviva; escorregam, caem, ficam a nadar... E por isso fui desistindo de, constantemente, procurar nas lojas. Até que encontrei o anel rosa bebé que servia na perfeição nos meus dedos de criança. Foi puro amor; tinha o tamanho certo, a grossura ideal, a cor magnífica, um rebordo dourado e ainda incluía um outro anel no mesmo design mas mais fininho, em branco. E com desconto de saldo! Os meus olhos brilharam e ainda hoje brilham, cada vez que os coloco. Os meus dedos de Nenuco são agora mais felizes (e bonitos!).

Desde que comprei o Secret Charm, fiquei fã dos cremes da Victoria's Secret. São muito caros, mas valem cada cêntimo pela qualidade e por cumprirem o que prometem; hidratam a pele e são muito perfumados, pelo que nunca uso perfume quando passo o creme porque o cheiro perdura. E, enquanto aguardava o embarque para Cuba, decidi voltar a espreitar a loja, que estava com imensos saldos! Acabei por levar este boião da PINK- Fresh & Clean e tem sido o meu melhor amigo. Primeiro, adoro o dispensador e acho a ideia absolutamente genial! Tem um cheiro super fresco, perdura na pele e hidrata profundamente. É o meu aliado de Verão, em conjunto com o after-sun e o preço por esta quantidade exorbitante de creme foi um sorriso nos lábios. 
O meu é neste rosa choque maravilhoso, mas havia mais cheiros e cores adoráveis. Tinham ainda uma promoção para levarem o creme e o esfoliante, mas ainda estou fiel ao meu da Body Shop!
É inacreditável que só este mês passado é que tenha provado, pela primeira vez na minha vida, um Chai Latte. Não bebendo café mas sendo uma completa apaixonada por chá preto, a ideia de provar esta bebida só surgiu na minha cabeça quando me sentei à esplanada do Starbucks, com a Vanessa. E fiquei tão fã!
Para quem não faz a mínima ideia do que é um Chai Latte, passo a explicar: a base é chá preto em vez de café e combinam o chá com alguns ingredientes como leite, gengibre, especiarias. e gelo (a bebida pode ser fresca ou quente mas é mais famosa por ser fria). O resultado é uma bebida muito forte em condimentos. Sentimos o chá, a suavidade do leite, a doçura do extracto de baunilha e o toque apimentado do gengibre e da pimenta. É uma bebida feita para quem gosta de chá com leite, coisas picantes e gengibre. Ou seja, é uma bebida feita para mim. Vamos ser melhores amigas.

O meu Bom Garfo, este mês, fez-se sentir em pequenos prazeres mais familiares do que estreias (a única estreia foi mesmo o Chai Latte). Foi a ida ao nosso restaurante antes daquele magnífico serão de cinema, as tostas do Navio em que uma dose dá para quatro pessoas, a ida ao nosso restaurante Chinês favorito antes da partida para Cuba, para eu comer as minhas gambinhas do coração acompanhadas de galinha com amêndoas, foi o jantar de marisco de vitória da aposta feita com o meu pa,i há quatro anos, quando me inscrevi na Faculdade. Caso desconheçam, eu sou louca por marisco. Louca. Fui muito feliz a comer uma lagosta e meia, ameijoas à Bolhão Pato, carabineiros e ainda um arroz de marisco. Foi um dos jantares da minha vida. E, por ser em celebração da Licenciatura, soube ainda melhor.



Tenho de ressalvar que a comida de avião estava decente (woooow)! E merece um carimbo de aprovação nestes favoritos. E havia opções de menus, que modernos!
Após uma hesitação inicial, deitei as mãos ao #GIRLBOSS e fiquei positivamente surpreendida. A opinião e um breve resumo do livro, AQUI.


Sou louca por blocos de notas. Este último não foi uma compra minha, mas sim oferecido pelo Diogo. Quando terminei a minha Defesa do Relatório de Estágio, ele ofereceu-me este bloco em forma de chocolate com uma dentada, com um convite para um jantar de celebração e eu fiquei radiante. A mensagem do bloco em si dizia tudo o que sou: uma doida varrida por doces que, por muitos graus de Nutrição que obtenha, jamais vai deixar de ser gulosa e um convite para celebrar uma vitória que ele sabe - sempre soube - ser muito importante na minha vida. Uma vitória tão doce como chocolate.
Fomos num double date ao cinema e a guerra instalou-se de imediato: nós (as raparigas) queríamos ver o Conjuring 2 e assustar-nos por tudo e por nada, eles não estavam nada para aí virados e queriam ver os Mestres da Ilusão II. Lá cedemos nós mas, deixem que vos diga, estava com o nariz muito torcido. Eu odeio mágicos - eu gosto de saber a mecânica do truque e detesto quando pergunto como se faz e eles respondem "Magia", dá-me vontade de fazer magia a sério e soltar um Avada Kedavra nas suas caras -, nunca tinha visto o primeiro filme e, por isso, as condições estavam reunidas para eu passar um frete no cinema.
Tive de dar a mão à palmatória, porque até gostei bastante do filme. Não precisamos de ver o primeiro para apanhar tudo do segundo e o filme fala precisamente da mecânica das ilusões (não só as de magia, mas também das suposições que tiramos dos outros, num primeiro olhar) - ou seja, a minha praia, devem ser os únicos mágicos nesta vida que eu gostei! -. Além disso, tem um piadão o Daniel Radcliffe pedir serviços de um grupo para fazerem magia. Sentiram a ironia? É um bom filme para passar o tempo mas está nos Favoritos muito mais pela companhia e pela boa surpresa do que a enorme qualidade do filme em si (depressa acaba no canal Hollywood).

Gosto muito de souvenirs. Em alguns lugares, gosto dos mais óbvios, noutros, mais abstractos, que só eu sei que arranjei naquele lugar. E adoro que as pessoas se lembrem de mim quando vão a sítios bonitos e cidades inesquecíveis. À conta disso - de mim e dos outros - dei por mim com uma colecção infinita de souvenirs dos mais diversos países e apaixonei-me pela versatilidade e miscelânea. Decidi agrupar no meu quarto todos os souvenirs que já recebi ou comprei, de uma forma completamente misturada e, para mim, resultou. E agora tenho mais dois items para a minha colecção.


Quando cheguei a Cuba soube que queria uma matrícula. Os carros antigos são uma imagem de marca da cidade e encontram os mais variados modelos. Uns com carros na chapa ou bandeiras, datas, mil e uma cores. Mas eu gostei desta amarelinha. O meu quarto tem uma base branca para que eu possa dar-lhe vida através de objectos coloridos, e a matrícula ficou perfeita.


Outra coisa muito típica de verem à venda em Cuba é o papier mâché; as mais diversas criações, desde cubanas típicas com as vestes Orixás aos carros, mais uma vez. Eu fiquei apaixonada por este carro cor de rosa, é só o souvenir mais amoroso de sempre. Por baixo tem desenhado a pincel a marca e numa das matrículas o ano do carro que escolheram pintar. Mais uma vez, havia as mais diversas cores e feitios mas aconselho-vos a terem muito cuidado a comprar estas peças porque, por serem de papel, estragam-se facilmente, se não arrumarem com cuidado na mala.


Por fim, finalmente fiz um DIY que há muuuuito tempo desejava. Um quadro com todos os meus bilhetes. Sempre achei que tinha guardados bilhetes simplesmente demasiado bonitos para ficarem escondidos numa caixa, gaveta ou álbum. Então reuni todos os bilhetes de uma vida - avião, concertos, comboio, museus, festas, jantares, eventos, parques de diversões, baile de finalistas - e comecei a dispo-los de uma forma criativa e apelativa ao olhar. E o resultado foi magnífico, uma peça totalmente personalizada para mim e pessoal - porque todos aqueles bilhetes foram a porta de entrada para memórias inesquecíveis - muito colorido e que desperta em mim um sorriso, cada vez que passo por ele, por ser um quadro feliz. Lá, estão alguns dos melhores momentos da minha vida, e lá estão, também, pessoas muito importantes para mim, que dividiram aquele momento comigo. E estão ali bilhetes mesmo bonitos, não estão?
Tenho aqui tanta coisa aleatória para vos falar, vai parecer um Safari. Comecemos pela app mais falada do momento, o Pokémon GO. Deixem-me que vos diga, não sou, de todo, viciada em jogar isto sozinha. Achei muito engraçado ter um Charmander na cama do meu quarto, mas não pego na aplicação se estiver sem ninguém. Mas gosto imeeeenso de jogar com amigos. Gosto que façamos passeios, visitemos lugares diferentes para achar novos pontos e Pokémons... Mas também sabemos ver onde fomos parar e aproveitar a paisagem e local. Acho que a aplicação é fantástica para se jogar com amigos mas um aborrecimento completo se for sozinho. Mas ultrapassou a eficácia do Plano Nacional Contra a Obesidade Americano, portanto, eu adoro-a só por isso.

Tenho dois vídeos que adorei, para vos deixar aqui. Um é um vídeo de opinião, o outro de música. O primeiro é com a Luísa Accorsi - já vos mostrei um vídeo dela no Bobby - que fala sobre futilidade. Eu achei o tema super pertinente e em voga, especialmente para nós, bloggers, que facilmente podemos ser rotulados dessa forma. É certo, as mentalidades vão mudando, mas a evolução de pensamento ainda não está completa e ainda há muita gente que nos rotula de nerds sociopatas que se escondem atrás de um computador para escrever coisas psicóticas ou miúdas fúteis, cuja cabeça é um deserto que só sabem pensar em malas e vernizes das unhas. E eu acho importante que se abram portas para estas discussões e debates porque, só assim, podemos abrir os olhos dos outros e mostrar que há muitos blogues com conteúdo e com autores carismáticos, sociais e com uma vida lá fora.

O outro vídeo de música é um pouco mais emocional. (O nosso) Portugal foi campeão da Europa 2016, depois de muitas críticas, dúvidas, ataques aos jogadores (por parte das pessoas de fora, mas também de muita gente de cá), com uma França a jogar a má fé e um Ronaldo que mostrou que é capitão porque trabalha por isso, não porque é cara do shampoo anti-caspa. Um momento histórico que tive (tivemos) o orgulho de assistir e cujo o Hino do Europeu, This One's For You, teve uma edição especial que contou com o foco do vídeo para cada país participante. Este é o de Portugal e, uma vez que ganhámos isto tudo, tem um gosto ainda mais especial (os vídeos foram feitos ao longo do Euro, por isso é que faltam ali países com quem jogámos, pintados na cara, e não há qualquer imagem da vitória - ainda não tinha acontecido).




Por fim, tinha de vos falar do nosso design do Bobby Pins. Ao longo desde ano que passou, fui fazendo algumas alterações. Coisas pequenas que eu sabia que não iriam monopolizar muito do meu tempo e que me fariam ainda mais feliz. Mas, em Maio, soube que já não bastavam pequenas mudanças; o nome na lateral já não era algo que adorasse e, cada vez que via as letras com um formigueiro desformatado em cinzento, o meu coração chorava. Sabia que eram mudanças pequenas, também, mas que exigiam tempo e só depois desta viagem é que tive tempo para me debruçar. E estou tão feliz com o resultado. É uma cara nova, sem perder a familiaridade da antiga. Sinto que a página está mais clean, mais arrumada e mais eu. Não me limitei a mudar a letra do título do blogue ou a foto de perfil. Actualizei etiquetas, eliminei algumas que já não usava e reorganizei/introduzi etiquetas na página Outros. Tudo com muita paciência e tentativa erro. Mas como esta não é só a minha casa mas sim a casa de todos os meus leitores, eu espero que tenham gostado e que se sintam tão felizes e inspirados como eu me sinto, cada vez que abro, agora, o Bobby Pins.
Julho, a nível musical, divide-se em dois momentos: antes da Defesa e após a Defesa. Em Julho fiz a entrega do meu Relatório de Estágio e o começo deste mês foi um autêntico pesadelo de nervos e ansiedade. Desde receber e-mails dos orientadores a dizer o que achavam, a receber notas finais, responder a dúvidas de colegas e treinar a minha própria Defesa. Precisei, durante esses tempos, de músicas relaxantes e motivadoras, que alimentasse a Inês dedicada que sou mas, nas horas de descanso, a reconfortassem com melodias bonitas e calmas. Depois da Defesa, o mundo ganhou uma cor e um alívio tremendo e, finalmente, apeteceu-me ouvir músicas que me fizessem pensar em bebidas frescas, em Cuba, em biquínis e águas cristalinas, no amor e nas coisas felizes. A música reflectiu muito o meu estado de espírito e acho que vão conseguir identificar isso de uma forma muito fácil: a necessidade de foco e calma em igual medida, e a despreocupação e privilégio de sermos felizes a construir o nosso dia e as nossas próprias rotinas. Espero que, no meio desta playlist, encontrem uma música que vos preencha assim, também!


Como já fui explicando ao longo da publicação, eu dividi Julho em dois momentos muito discrepantes: a preparação da minha Defesa de Estágio e o pós Defesa. Julho começou com o último dia de estágio, que me trouxe muitas lágrimas de emoção. Tive direito a desabafos saudosos dos meus colegas de trabalho, almoço de pizza feito pelo chefe, votos de boa sorte e trocas de número de telefone. Mas Julho foi, também, um mês de muito trabalho. A saga da escrita do Relatório de Estágio foi um pesadelo, especialmente por ter um estudo tão grande e um número tão limitado de páginas para falar sobre ele. A entrega do trabalho a tempo e completamente correcto foi significado de 1000 quilos a saírem de mim e a tradução disso foi clara; Cheguei a casa, a meio do dia, e adormeci enquanto comia cereais. 

Mas o trabalho ainda não estava todo terminado e, depois do Relatório enviado, era preciso preparar e treinar a Defesa. Entre chamadas da minha Orientadora e trinta power points provisórios, eu não me poupei a desafios. Entreguei o meu trabalho a vários amigos e familiares e pedi-lhes, explicitamente: "Anota numa folha todas as dúvidas que te tenham surgido na leitura, defeitos ou possíveis questões". Cheguei à véspera da Defesa com uma folha inteira de perguntas cuja resposta já estava treinada e com a certeza de que iria ultrapassar em 16 minutos o meu tempo máximo de apresentação. Não comia, não dormia, e vivia à base de ler e reler e treinar. Uma salada universitária. Mas tudo compensou e eu saí da sala aos saltos, com um Sol maravilhoso e o Diogo a dizer "Vês?". Porque os "Vês?" dele são sempre votos de confiança garantidos e antecipados de que tudo vai correr bem, mesmo quando eu imagino o Apocalipse.

E só então eu respirei e o meu metabolismo voltou a viver. Do nada, estava com uma fome voraz, um sono absurdo e uma emoção tremenda. Tive direito a muitos abraços de felicidade, beijos de orgulho, da menina que agora estava a um passo de terminar a Faculdade, das correcções à minha avó "Vó, não sou doutora", das chamadas das amigas "E não me dizias que a Defesa era hoje? Queria ter ido!", mas a ofensa nem era sentida, porque elas sabiam que jamais eu iria deixá-las entrar. Um jantar onde quisesse para celebrar e tempo mais que livre para preparar e ler o guia todo para Cuba. Mas antes, havia um Euro para celebrar.

No parque da Várzea, eu vi tantas pessoas como num Carnaval de Torres. E munida de McDonalds, eu vi a primeira parte com nuggets e amigos. Fui o caminho todo a dizer que ia ser o Éder a marcar e que ia ficar 1-0. Prometeram-me todos uma bebida se eu ganhasse a aposta. E o Éder aceitou o meu pacto com a Lady Gaga e marcou. A euforia, de Torreenses que são tão mal humorados e de poucas manifestações emocionais, que saltavam, pulavam e erguiam as bandeiras e cachecóis. O Diogo que me agarrou ao colo e me atirava ao ar, os amigos que diziam "PORRA, ELA TINHA RAZÃO". Os gritos, os abraços, porque somos jovens a viver um momento que ficará eterno em Portugal. E a Inês que não precisa de pagar bebidas até aos 50 anos.

Em Julho eu fui à piscina e à praia como se não houvesse amanhã, para preparar a pele para a viagem que se aproximava. Fui com os meus dois corações para o areal de Santa Cruz, entre construções na areia, jogos de UNO, passeios à beira mar e guerras de água entre o Diogo e o João. Em Julho eu revi amigas queridas que o meu estágio e os exames delas impediam de ter sido mais cedo. Abracei-a com saudades e ouvi todas as suas novidades e dúvidas.

Em Julho eu fotografei muito e registei momentos memoráveis. Acho que o meu Instagram nunca ficou tão colorido e com tantas aparições da minha cara. Há muito que não fazia registos a mim e eu acho importante que aconteçam. Porque a nossa evolução e auto-estima reside também nas fotos que tiramos. E eu fiquei muito feliz com as minhas.

Em Julho eu fui a Cuba. Foi uma viagem inesquecível e que marcou profundamente a minha vida, a minha forma de pensar e ver o mundo, de me sentir ainda mais privilegiada pelo que tenho e trabalhei para conquistar. Valorizei ainda mais uma caneta e uma t-shirt. Valorizei o blogue onde posso escrever quando me apetece. Vi paisagens incríveis, cidades inigualáveis e coloridas, boiei na água quente e salgada, com os ouvidos submersos para que não escutasse nada do exterior e o silêncio e a pressão da água trabalhassem em conjunto para os meus pensamentos "Está tudo bem. E vai ficar tudo bem". Mas sobre Cuba há muito - mesmo muito - para falar. Nas próximas publicações. 

Tenho muito, este mês, de agradecer à minha mãe. O triplo do que já agradeci, todos os meses. A minha mãe foi a minha companheira de luta durante este término de Licenciatura e, sem ela, eu não teria ido para a Defesa com o pensamento de que, pelo menos, o meu trabalho tinha estrutura e qualidade. Mãe, obrigada. Por me trazeres canecas de chá ao longo do dia, quando eu me privava de levantar para fazer o que quer que seja, porque tinha de trabalhar. Obrigada por teres ouvido o meu trabalho tantas, mas tantas vezes, que quando o pai fez arroz de feijão até lhe fizeste uma careta! Obrigada por me teres deixado ensaiar contigo tantas vezes. Sempre foste muito honesta e crítica (construtiva) comigo e eu sei que todos os teus conselhos, todas as tuas perguntas chatas, todas aquelas coisinhas que eu achava que eram preciosismos, não eram. Eu sempre o soube mas, quando me empurravas para o abismo, eu sentia que me querias deixar mais ansiosa e eu sei que não. Porque quando me empurraram, eu tinha um paraquedas nas costas. E não foste tu que mo colocaste. Foste tu que me ensinaste a ser eu própria a colocar. E isso é ser mãe. A melhor que podia ter. Obrigada por todas as frases absurdas que leste e pontapés na gramática por estar a escrever só com um olho às quatro da manhã. E obrigada pelas vezes em que olhaste para mim e disseste "Este parágrafo está óptimo, nês, fantástico". Obrigada por todas as vezes que cheguei ao pé de ti, com a versão inglesa a dizer "Mãe, isto não me está a soar nada bem, eu sinto-me uma emigrante a falar". Fui uma chatarrona, mas nunca me negaste ajuda. Obrigada, obrigada, obrigada.

Pai, super pai, obrigada. Por todas as vezes que fizeste jantar para mim, mesmo quando eu não tinha apetite. Por me dizeres sempre "Estás nervosa. E ninguém tem de te dizer para teres calma porque isto é um momento digno de nervos. Usa-os simplesmente a teu favor, não os negues". Por te teres juntado a mim quando ficámos chocados com alguns dos resultados. Obrigada por teres ido a tantos cafés distribuir inquéritos por mim. Obrigada por todos os conselhos sobre cópias e protecção de dados. Por me teres levado a Lisboa, por teres previsto uma série de coisas. Obrigada pelo apoio e pelo orgulho que vi estampado na tua cara. Valeu cada esforço nestes últimos quatro anos.

Obrigada João. Pela paciência, mesmo que ainda não percebas o trabalho que dá ser adulto e estudante universitário. Obrigada por todas as vezes que me ligaste a  desejar boa sorte e força, naquela tua voz de boneco animado. Deram-me força e coragem. De querer terminar tudo para poder estar contigo todos os minutinhos.

Obrigada Francisco, pela boleia, no dia da defesa e pelas palavras calmas e pacíficas. Trouxe uma paz em mim que eu sei que foi decisiva para apresentar este trabalho.

Obrigada Selecção Portuguesa. Por me teres deixado viver um momento histórico, que não sei quando se vai repetir - embora eu deseje que se repita muitas mais vezes -. Obrigada pelas gargalhadas de felicidade e pelo gozo que me deu gritar "GOLO!". Pelos pulos e pelos punhos fechados, a mandar umas três ou quatro asneiradas para a Selecção Francesa e para o árbitro. Obrigada por teres feito Torres sair à rua com bandeirolas, com a banda dos cabeçudos e com jipes cheios de pessoas. Eu recordarei este dia, para contar aos meus netos.

Obrigada Cuba. Por teres marcado profundamente a minha vida com a tua beleza e cultura. Por me deixares ver este lado do mundo e pensar que há recantos do planeta verdadeiramente extraordinários e por me deixares ver uma realidade que não me fez sentir vaidosa, mas sim privilegiada. Eu não ri das vossas casas degradadas, eu simplesmente agradeci mais dez vezes do que o normal, por dia, por ter um tecto maravilhoso. Eu não apontei para as vossas crianças descalças, eu simplesmente valorizei ainda mais os vinte pares de sapatos que tenho no armário. Eu não ignorei os vossos pedidos de canetas, eu simplesmente compreendi ainda melhor o que é ter tesouros que desconhecemos que o são. Eu não invejei o vosso sistema de educação ser gratuito, eu simplesmente apreciei o privilégio que é eu poder estudar com internet e poder ficar com todos os apontamentos que construí para a minha educação. Cuba fez-me pensar que tenho que ser mais grata, mais feliz e mais trabalhadora. Mas também apaziguou o meu coração e arrancou sorrisos dos meus lábios pela sua beleza, pelo mar, pela calma que me proporcionou e pelas histórias que fui escutando, em cada mergulho no mar, em cada parede que toquei, em cada rua que cruzei, em cada bebida que provei. Cuba é história e História. E eu percebi a diferença das duas e abracei-as.

Diogo, obrigada. Pelas mensagens de apoio, por me dizeres sempre "Vai correr tudo bem" com confiança e não como forma de me despachar das inseguranças. Obrigada pelo abraço apertado de felicidade quando terminei a Defesa e por dividires, neste mês, momentos tão especiais. Juntos celebrámos Portugal Campeão, a minha Licenciatura concluída e as férias finalmente merecidas. Obrigada por todas as vezes que atrasaste o teu trabalho para estares comigo. Obrigada por estares do meu lado (nos momentos felizes e nas decisões importantes).Obrigada por seres meu parceiro, em todos os sentidos.

Estou muito ansiosa com Agosto e com os meus queridos Jogos Olímpicos. É com nostalgia que recordo os JO de 2012, com 17 aninhos e aquilo que disse à Raquel "Se tudo correr bem e os ventos estiverem a meu favor, nos próximos Jogos Olímpicos eu estarei com 21 anos e já Licenciada". Aqui estou eu.

Nota: Todas as ilustrações presentes nos separadores são da autoria de Evelyn Henson.
Fotografias da minha autoria, por favor, não as utilizar sem autorização prévia

10 comentários

  1. Ai estou pa fazer esse diy ha tanto tempo! O teu ficou brilhante :)

    Beijinho ♥
    the-not-so-girlygirl.blogspot.pt

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  2. Achei curioso o bloco de notas com aquela dentada.

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  3. Momentos e lugares giros tão bem retratados :)

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  4. Os teus favoritos são todos um amor! E deixa-me que te diga que fiquei apaixonada pelo quadro dos bilhetes! Que ideia de génio!!

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  5. Gostei imenso :) Beijinhos!! Excelente post*

    http://oliviawolfgang.blogspot.pt/

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  6. Como trouxeste um boião de 500ml? Não se pode trazer somente potes de 100ml cada?

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    Respostas
    1. O limite é apenas para malas de cabine (ou "de mão"). E dentro da Europa é de 200 ml. Na mala de porão, que despachas, podes levar os produtos nos ml que quiseres.
      Quando compras no aeroporto, eles atribuem um saquinho especial que selam e exigem que não abras até chegares ao destino. Isto permite-te que possas comprar, nas lojas, produtos com quantidade superior a 200ml. Na volta para Lisboa, já coloquei o boião na mala de porão. Mas se estivesse a viajar em low-cost jamais poderia fazer esta compra, uma vez que ia levar só malas de cabine :)

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  7. Adorei as tuas escolhas, para além disso escreves muito bem e consegues ser muito organizada, parabéns!

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  8. São os teus primeiros favoritos em que sinto uma lágrima a escorrer pela face abaixo. Foi tão bom ler o que escreveste e digo-te já que a cada edição consegues ultrapassar a antiga. Sei o quão especial foram os outros meses que passaram para ti, mas este teu mês de Julho colocou-me um sorriso na cara, de ponta à outra. Nem sei o que mais escrever. Dizer-te que és incrível, maravilhosa, fantástica! é algo que estou sempre a fazê-lo. Dizer que mereceste e mereces tanto ou mais do que constróis e tens é estar, também, a repetir-me, mas apesar de tudo, são apenas verdades que eu sinto que mereces ler da minha parte. Tornaste-te numa inspiração de outro mundo para mim e eu sinto-me grata e feliz por ter alguém como tu, com o teu talento a elucidar-me para as coisas que realmente importam, colhendo do fundo do meu ser uma nova vontade de viver a vida intensamente.
    Que o mês de Agosto te traga muito mais experiências e muito descanso! Também faz bem recarregar as luzinhas que espalhamos pelo mundo fora! :P
    A cada dia que passa, sinto-me uma leitora cada vez mais orgulhosa por te seguir! Muito obrigada por este momento!

    Beijinhos.
    A Vida de Lyne

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