LIVROS || As Intermitências da Morte


Antes que se benzem por falar de Saramago, aviso-vos de ante mão que o livro em nada tem a ver com o Memorial. No meu 12º ano, o meu pai deu-me as Intermitências para ler antes do Memorial por ser mais "digestivo" de ler, e ele tem razão. Além do número de páginas significativamente inferior, tem uma leitura muito mais confortável e uma história caricata.

É tão simples quanto isto: a Morte decide fazer greve num país. Decide deixar de matar pessoas num determinado país não discriminado. E o que acontece quando a Morte deixa de querer matar? O que acontece ao número populacional, aos hospitais, ao Governo, à Segurança Nacional e às fronteiras? Se é preciso atravessar a fronteira para podermos morrer, como impedimos os outros países de quererem ser imortais também? E o que acontecem aos moribundos que estão no fim da linha?

Este é o desenrolar das Intermitências da Morte. A meio do livro há uma nova revelação, da qual evidentemente não vou partilhar, têm de ler!

A escrita de Saramago não é fácil nas primeiras páginas mas depressa apanhamos o seu ritmo. A história de os livros de Saramago não terem pontuação é um mito, a única carência que ele apresenta e que eu pessoalmente detesto é a ausência de discriminação de discurso directo. 

É um bom livro para quem ainda tem o Memorial para ler, uma excelente introdução no seu mundo literário e é um bom livro que ganha pela originalidade do tema. Porque já passou por todos nós o pensamento: e se a Morte deixasse de matar?

Autor: José Saramago
Número de Páginas: 208
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16 comentários

  1. Ter até têm, é isso que nos ajuda a ver quem fala e diz o quê...Eu adoro Saramago.

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  2. Foi o primeiro livro que li de Saramago e fiquei rendida. Achei a história bastante interessante.

    A primeira vez que apareceu um diálogo fiquei confusa, não estava a perceber e tive que reler para perceber que era, de facto, um diálogo.

    Já leste o "Caim"?

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  3. Eu ADORO Saramago! :)
    Por acaso esse livro ainda não li, fiquei curiosa :)

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  4. é um livro que vou querer ler.
    R: Ainda bem que gostaste :)

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  5. Parece interessante! També o tenho cá por casa, pode ser que lhe dê uma chance.

    http://coucoucaroline.blogspot.pt/

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  6. Fiquei curiosa! Mas lá está, depois de ler o Memorial, tenho tendência a pôr Saramago de lado...
    Já agora, gostava de te fazer um "pedido". Tens algum e-mail ou assim para que te possa contactar? Torna-se mais fácil do que através de comentários :)

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  7. Ainda só li "Memorial do Convento" e gostei muito.
    beijinhos, autora do blog http://newblackis.blogspot.pt/

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  8. Já te enviei o e-mail, obrigada :)

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  9. Dei o Memorial no Secundário mas confesso, não li. A minha professora fazia testes de quinze em quinze dias e eu no dia antes lia na diagonal. Não sei se era da escrita ou de estar a ser obrigada a ler.
    O ano passado li "O ano da morte de Ricardo Reis" e apaixonei-me por Saramago. Mas concordo com o que dizes relativamente ao discurso directo. Muitas das vezes tive que ler em voz alta para entender onde começava uma fala e terminava a outra. Ainda assim devorei o livro.
    Com o que aqui escreveste fiquei super curiosa com esta história. Vai ser o meu próximo livro dele.
    Para o fim vou deixar o tão "temido" Memorial. Quem sabe não acabo por gostar.

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  10. Tenho esse livros na estante e, estou para lhe pôr as mãos em cima à algum tempo. Este post motivou-me!

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  11. Foi o primeiro livro que li de Saramago e apresentei, inclusive, um trabalho em Português sobre a minha leitura :)
    Achei uma história super interessante!

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  12. Saramago é o meu escritor favorito - sem medo de o dizer. Memorial e tudo :) há algo na sua imaginação e na forma simples, caricata e ao mesmo tempo tão profunda que usa para explicar ideias tão complexas que me faz devorar os seus livros a uma velocidade anormal para mim. E agora fiquei com traça de voltar a ele...

    Jiji

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  13. Eu amo de paixão José Saramago, é sem qualquer dúvida o meu escritor português favoritos e como é de calcular já li esta obra e adorei, do início ao fim. As suas obras são todas feitas com um amor imenso que se nota a léguas e é isso que torna as obras em peças fenomenais - o autor é genuíno e é isso que me faz adora-lo, a sua sinceridade com as palavras e consigo mesmo.

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