I’m Thinking of Ending Things apresenta-nos uma jovem que se propôs a partir com o namorado numa viagem à sua terra Natal para conhecer os sogros. O que poderia ser (e é) um acontecimento comum na vida de qualquer casal, torna-se numa história bizarra onde as três linhas temporais (passado, presente e futuro) se intercetam através da passagem do tempo nas personagens. Nada parece fazer sentido e o desconforto que sentimos ao longo de toda a obra é palpável — e propositado. É um filme cheio de detalhes, diálogos pretensiosos e sem uma lógica própria. Se esta descrição for confusa, é sinal de que fiz um bom trabalho e refleti toda a experiência que vão sentir ao ver o filme.
Não tem sido uma obra consensual e, enquanto uns encaram a natureza bizarra do filme como uma obra prima, outros não ficaram assim tão arrebatados. Eu inclino-me mais para o segundo grupo: senti que o filme é uma salada sem nexo, cheia de name dropping e que ficará sempre escondida no argumento de que a lógica da narrativa está reservada aos cinéfilos do Olimpo.
Confesso-vos que gosto muito de comédia francesa e que me lembro perfeitamente do trailer deste filme nos cinemas, há alguns anos. E fiquei chocada por só agora ter assistido.
A Família Bélier é uma obra que nos dá a conhecer Paula, uma adolescente envolvida num seio familiar peculiar: todos os seus parentes são surdos, exceto ela. Paula acaba por ser a ponte entre os pais e irmão e o mundo inteiro, que desconhece língua gestual e que insistentemente tenta comunicar com os familiares através dos sons e do diálogo vocal.
Este é um filme muito bem disposto e leve que, entre toda uma narrativa previsível da adolescente reprimida que tem um talento escondido (para cantar), aborda temas muito importantes e com pouca dimensão; o ostracismo a pessoas portadoras de algum tipo de deficiência física (neste caso, auditiva) e todas as inacessibilidades e preconceitos por que têm de passar para coexistirem em sociedade.
Aborda também, de uma forma mais discreta, a responsabilidade que Paula — representando, na verdade, milhares de familiares pelo mundo — sente nos ombros para conseguir ligar a família ao mundo (e vice-versa), deixando a sua vida pessoal muitas vezes consumir-se pelo seu lugar de cuidadora (neste caso, de intérprete). É um filme sobre um tema bastante sério contado de uma forma sublime e cheia de humor requintado. Quando terminarem este filme, vão ter muita vontade de começar este curso.
Já viram algum destes filmes? Qual mais têm curiosidade?
Nunca vi o primeiro mas o segundo já perdi a conta às vezes que vi. É dos meus filmes preferidos de sempre - cá em casa adoramos o humor francês - e a banda sonora é genial. Foi também o meu primeiro contacto com língua gestual e lembro-me perfeitamente de na altura chamar amigas minhas na brincadeira de "petit con" que aprendi no filme! Tenho imensamente de rever e já agora recomendo o Que Mal Fiz Eu a Deus e o Je Ne Suis Pas un Homme Facile :)
ResponderEliminarO primeiro vou evitar a todo o custo no entanto fiquei curiosa com o segundo mas faz-me imensa impressão ver filmes em francês. Sei que é tolo mas enfim...
ResponderEliminarVi o segundo há uns bons anos e adorei, tenho de rever :)
ResponderEliminarEm relação ao primeiro, confesso que vi uns 45 minutos e desisti... Senti que o filme não avançava para lado nenhum...
Gostei muito d'A Família Bélier! Adoro francês e ver este filme foi excelente. E, claro está, o filme é espectacular, muito humor à mistura. Muito giro mesmo! :)
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