LIVROS || Feliz Dia do Livro!


No ano passado, a Sofia teve uma iniciativa incrível para celebrar o Dia do Livro e convidou-me (a mim mais algumas bloggers) a partilhar quais os livros que mais me marcaram. Este ano, voltamos a repetir a celebração, embora com um desafio diferente, mais semelhante a uma TAG que me deu muito prazer a responder — e a pensar —. No fim, o que importa é que consigamos trazer de volta a paixão de ter um novo livro na mesa de cabeceira, o prazer da literatura e a forma (comovente, por vezes) como um livro pode marcar e mudar a nossa vida (ou torná-la mais deliciosa e entretida). Uma vez mais, obrigada pelo convite e por te lembrares de mim, Sofia!



O livro que tenho há mais tempo
Já tinha livros antes sequer de nascer, mas com o tempo fui-me desfazendo daqueles com os quais não tinha mais nenhuma relação afectiva e sobraram dois muito especiais, que guardo na minha estante com o maior carinho.
O primeiro é de 1995 — um ano após eu nascer — e é uma edição especial da marca de fraldas Dodot. A minha mãe foi ao CascaiShopping de propósito para ter acesso a esta edição muito especial que incluía o nome das crianças e de alguns dos seus amiguinhos na narrativa do livro, uma história de embalar. Como eu só tinha um ano de vida, a minha mãe meteu o nome das minhas primas como os meus amiguinhos e garantiu, assim, um exemplar para mim.
Para os dias de hoje, talvez não seja uma personalização extraordinária, mas é o livro que vou guardar com mais carinho porque foi um miminho que a minha mãe quis criar para me introduzir ao mundo da leitura e das histórias antes de adormecer. Ela sempre quis que eu fosse uma leitora — e saiu muito bem sucedida na sua missão, como já podem concluir! —



O segundo é de 1998 e é a compilação dos clássicos da Disney. Conta com treze histórias que todos conhecemos muito bem (desde Rei Leão a Pocahontas) e é um dos livros mais especiais que tenho e dos quais sei que jamais me vou desfazer, não só por ser da Disney, mas porque foi este o livro que a minha mãe realmente lia para mim todas as noites, antes de eu adormecer. Escolhia religiosamente uma história para que a minha mãe lesse, e não importava que já a tivesse ouvido milhões de vezes, queria sempre ouvir uma vez mais.
Este livro guarda importantes marcos da minha infância, a começar porque eu ainda era muito pequenina e não sabia ler nesta época. Sentia muita necessidade de saber de cor as histórias para poder desvendar o código das palavras. Cheguei a saber a história dos 101 Dálmatas de cor e salteado para tentar aprender a ler sozinha. Saí totalmente falhada na missão, mas descobrimos todos, bem cedo, que tinha uma óptima capacidade de memorização, até do mais pequeno pormenor.
E um outro detalhe bonito que guardo deste livro é que, ao contrário da maioria das crianças, esta foi a minha primeira introdução às histórias da Disney, e não os filmes. Conheci a história do Dumbo, do Aladdin, da Dama e do Vagabundo anos antes de ter recebido as primeiras cassetes. Tudo isso torna o livro muito mais emblemático porque o imaginário Disney que, hoje em dia, nos faz recordar os filmes clássicos, naquela altura, vivia da minha imaginação e das gravuras. Só depois me deslumbrei com os filmes. Nos dias de hoje, seria impensável alguém dizer que descobriu os clássicos da Disney pelos livros e não pelos filmes. Acho que são estes detalhes que tornam a minha relação com os livros, desde muito cedo, profundamente importante para mim e para a minha imaginação.


O livro que tenho há menos tempo
O livro que tenho há menos tempo é O Sonho de Uma Outra Vida. Já falei sobre ele duas vezes pelo Bobby Pins, pelo que não me vou alongar — já não há muito mais que eu possa relatar sobre este livro a não ser que o recomendo, se tiverem interesse em conhecer um lado mais cru da Índia e desejam rebentar a vossa bolha confortável.



O livro que li mais vezes
Julgo que a maioria dos meus leitores já sabe que eu não sou apologista de reler livros. Com tantas histórias incríveis e autores geniais que existem por ler e tão pouco tempo, faz sentido revisitar uma história que já vive na nossa memória? Para mim, não (mas respeito e compreendo quem o faça, simplesmente é uma prática que não funciona comigo).
No entanto, abro sempre excepção a livros cujo conteúdo amadurece e transforma-se à medida que crescemos. Há livros assim (mas não todos os livros!!!), em que captamos algumas mensagens e pormenores em determinada fase de vida e, mais tarde, noutro patamar, voltamos a ler e encontramos outras tantas mensagens e conceitos que, anteriormente, simplesmente não existiam na nossa percepção e maturidade.
Como referi, são raros, e dentro desta categoria incluo O Principizinho, O Regresso do Jovem Príncipe e O Diário de Anne Frank, sendo que o que li mais vezes foi o último.


O livro que emprestei e não voltei a ver
Das duas uma: ou efectivamente sou muito disciplinada em relação aos livros que empresto, às pessoas que escolho para emprestar livros e corre tudo bem, ou a minha memória decidiu fazer-me esquecer os livros que nunca regressaram para mim para não ter um desgosto.
No entanto, emprestei o Diz-lhe Que Não a uma amiga minha e estou com a sensação de que não vou reavê-lo o que, muito sinceramente, não me preocupa nem me deixa desconsolada. Embora tenha achado o livro interessante e com um óptimo toque de humor, não me identifico com o percurso da autora na história, o que me faz sentir pouca familiaridade, ao contrário da minha amiga, que certamente encontra nas palavras da Helena um consolo e se reconhece nas ideias. Além disso, é uma amiga que tem zero hábitos de leitura, portanto, o facto de ela estar a ler, para mim, é muito mais importante e especial do que ela ficar com o meu livro ou não. Ela precisa muito mais daquele livro do que eu e tudo bem. Há livros assim. Eu ofereço-o, sem ela pedir.

O livro que já devia ter lido
Não me imponho este tipo de pressões ou de culpa por não ter lido determinado livro, porém, um que há muitos anos desejo ler e que ainda não adquiri — mas quero muito — é o do Stephen Hawkins, Breve História do Tempo e Cosmos, de Carl Sagan.


O livro com mais valor sentimental
Já falei deles, nesta mesma publicação. Sem dúvida que o livro da Dodot tem um valor sentimental enorme, mas um outro que jamais irei emprestar e que guardo com o coração todo, é O Diário de Anne Frank. Nem sequer empresto porque foi o único livro da minha vida inteira onde sublinhei, escrevi nas laterais os meus próprios desabafos ou debati algumas das reflexões de Anne. Está repleto de cavaleiros a marcar as minhas páginas preferidas e é o livro que sei que tem muito de mim lá dentro, em várias fases — porque as reflexões que sublinhei ou escrevi não foram todas feitas de uma única leitura ou idade —, o que faz com que encontre várias Inêses em várias etapas de vida e que, de alguma forma, se identificaram com a adolescente escondida no anexo.
Foi o livro que nunca dividi com ninguém, porém, quero dá-lo. Não sei se me faço entender porque parece confuso eu querer dar um livro que guardo de forma tão protectora, mas no fundo quero dar apenas a alguém que eu acho que pode verdadeiramente merecer o livro tal como ele está e compreender a importância do meu gesto, da minha doação. Não poderá ser uma pessoa qualquer nem uma decisão de ânimo leve. Eu vou oferecê-lo, um dia, depois de muito reflectir quem é que sei que vai guardar este livro de uma forma tão profunda como eu guardaria e compreender a Inês que está guardada no interior daquelas páginas.


O livro que foi uma autêntica pechincha literária
O imbatível Soulsurfer! Adquiri-o nas minhas férias de Verão, numa feira do livro da Bertrand no interior do Glicínias e estava ao preço (inacreditável) de 2 euros. Edição nova! O valor não faz jus ao livro, que achei maravilhoso, por sinal. Já escrevi sobre ele no blog, também.


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6 comentários

  1. O Chip *.*
    A história por trás do livro da Dodot é maravilhosa! E acho que demonstra bem a capacidade que um exemplar tem para nos aconchegar.
    O Principezinho será sempre a minha história favorita, e faço questão de a reler todos os anos. Quero muito ler O Diário de Anne Frank

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  2. Adoro o pormenor de o teu exemplar d'"O Diário de Anne Frank" estar cheio de marcadores! Só li o livro uma vez, no 8.º ano, acho, e acredito que é um daqueles livros que merece ser passado a alguém porque é uma história que marca quem o lê.


    Obrigada por teres participado! <3

    A Sofia World

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  3. Da lista, só li "O Principezinho", e até já o reli também! A experiência foi completamente diferente e quero aguardar mais um ano para ver as mudanças nas minhas interpretações!
    Quero muito comprar e ler "O Diário de Anne Frank" e sinto que ando a pecar por me andar a arrastar com esta obra! Seja como for, tudo a seu tempo! \Õ/

    LYNE, IMPERIUM

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  4. Não conhecia o teu blog, mas este post trouxe-me cá e estou apaixonada! 😍
    O Diário de Anne Frank é um livro que quero muito ler, mas como sei que me vai partir o coração, ainda não o fiz
    Também tenho muita curiosidade em relação ao Principezinho, que é um daqueles livros que tenho vergonha de nunca ter lido 😅
    Beijinhos!

    Vanessa,
    http://www.acharofioameada.com/

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  5. Eu também tenho esse livro da Dodot! Foi muito criativo da parte deles criarem um livro em que podíamos personalizar o nome das personagens, e a história passava-se na nossa própria cidade.
    Achei muito interessante o facto de não te importares de desprender de um livro e de te aperceberes que a tua amiga precisa mais dele do que tu. É muito altruísta da tua parte. Eu partilho muitas coisas, mas não consigo partilhar assim os livros, mesmo que nem goste muito deles. Por esta razão, empresto livros a poucas pessoas, só aquelas em quem confio mesmo.
    Beijinhos
    Blog: Life of Cherry

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  6. Participei neste desafio e só agora tive tempo de vir ler o que escreveste... e tive uma sensação super estranha quando vi o que escreveste na categoria do livro que leste mais vezes. Isto porque podia ser escrito exatamente por mim (e, por esse facto, o que escrevi na parte inicial dessa categoria foi idêntico). Vejo tanta gente a falar dos livros que leram imensas vezes, e às vezes até penso se será assim tão estranho eu não ter vontade de reler livros. Afinal, há gente como eu! *.*

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