Numa manhã de Domingo cheia de Sol mas com um vento bem fresquinho, estava no topo da Serra de Monsanto para participar na Corrida da Água. Se já leram as minhas publicações sobre outras corridas, sabem que esta também tinha de ter algo muito especial.
O percurso da Corrida da Água inclui a travessia dos dois lados do Aqueduto das Águas Livres. Inaugurado em 1748, é um dos monumentos mais emblemáticos de Lisboa, faz parte da identidade da capital e sobreviveu incólume ao terramoto de 1755. Foi considerado um dos maiores e melhores complexos de distribuição de água do mundo, tendo sido encerrado definitivamente apenas nos anos 60. Foi também palco de algumas histórias mais infelizes (e assustadoras) de suicídios e assassinos em série, o que se tornou numa das principais razões para o acesso de visitas ser cada vez mais restrito a eventos especiais e datas marcadas, tornando-se muito mais difícil conhecer o Aqueduto. Eu, pelo menos até à data, ainda não tinha conseguido agarrar uma oportunidade das escassas que vão apresentando ao longo do ano, portanto, quando soube desta corrida, inscrevi-me o mais rapidamente possível.
Como já referi, atravessamos os dois lados do aqueduto, sendo que começamos pelo lado menos encantador, que está virado para a cidade e para a estação de Campolide. É aqui que admiramos a sua altura e observamos, lá em baixo, os carros minúsculos e nos afundamos na imensidão de telhados avermelhados. Este é o momento em que nos sentimos pequeninos e frágeis. Quando chegamos a meio do Aqueduto, encontramos uma placa que informa que estamos precisamente por cima do Arco Grande, o maior dos 127 arcos que estão presentes no complexo.
Já do outro lado, o Sol está a nosso favor e a paisagem é mais deslumbrante. Podemos observar o Tejo com clareza, a ponte 25 de Abril fica sorrateiramente à espreita entre as casinhas pitorescas e a imensidão esverdeada da Serra de Monsanto inunda-nos o olhar, imponente. Vemos a fronteira entre a cidade e a floresta de uma forma incrível e, se já estiverem familiarizados com a cidade, encontram alguns pontos conhecidos de Lisboa. É um miradouro extraordinário e empolgante, tamanha é a altitude a que nos encontramos.
Eu seleccionei a caminhada de quatro quilómetros para que pudesse desfrutar do Aqueduto com a maior tranquilidade possível. Tendo em conta que a corrida é constantemente linear e quatro quilómetros é absurdamente pouco, as desculpas para não participarem são muito escassas (a não ser que tenham mobilidade condicionada, uma vez que vão pisar a gravilha ou a lama da Serra e o Aqueduto é pouco espaçoso). A minha melhor recomendação é que façam questão de estar entre os primeiros da fila e ultrapassem o maior número de pessoas que puderem até chegarem ao Aqueduto, para que possam desfrutar da visita com calma, sem encontrões (o espaço do Aqueduto é mesmo muito apertado) e sem uma imensidão de pessoas a atrapalhar as vossas fotografias que, com certeza, vão desejar tirar.
Foi um privilégio conhecer mais um ponto turístico de Lisboa, especialmente este que estava tão difícil de visitar. A primeira vez que me deslumbrei com ele foi durante um episódio de Uma Aventura. Não imaginam como estou feliz por tê-lo conhecido, precisamente, durante uma aventura como esta.
Este é um dos monumentos que mais curiosidade tenho em visitar :) Fico sempre fascinada quando passo por ele de carro, e tenho pena de nunca ter tido uma oportunidade como a que tiveste para o poder visitar. Talvez um dia :)
ResponderEliminarAdorei as fotografias! Beijinhos
Uaaau, não sabia da sua existência, mas pelo teu relato, vê-se que se trata de um espaço bastante acolhedor e merecedor de visitas!! E que fotos deslumbrantes! *0*
ResponderEliminarBeijinho,
novo blogue: "IMPERIUM"
Um óptimo passeio para se fazer :D
ResponderEliminarComentava a tua publicação com um simples UOU, porque uou!
ResponderEliminarAssim vale a pena participar nestas corridas/caminhadas :)
És tão inspiradora, Inês! Um grande beijinho!
ResponderEliminarEu estagiei num lar debaixo do aqueduto e todos os dias olhava para cima com vontade de lá ir acima. Não se concretizou. Deixaste-me com mais vontade ainda...
ResponderEliminar❥ Biju da Ju,
juvibes.blogspot.pt
Fantástico Inês! Nunca visitei o aqueduto e desconhecia por completo esta forma de conhecê-lo. Venho sempre beber inspiração ao Bobby Pins e uma das coisas de que mais gosto é de conhecer novos lugares para passear e descobrir. Este parece muito inspirador! :)
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