Cada vez que a minha romancista preferida, Sarah Addison Allen, lança um novo livro, o meu coração fica mais contente. Já li todos os seus livros lançados e arrisco-me a dizer, se a memória não me falha, que este feito só aconteceu com esta autora.
O seu sexto e mais recente livro, A Magia das Pequenas Coisas, é ligeiramente mais especial para os fãs da autora por ser uma sequela daquela que foi a sua obra de estreia, bestseller e distinguido com uma série de prémios, O Jardim Encantado. Reconheço que não é o meu preferido da autora, mas sei também que é o livro mais acarinhado da colecção por parte dos leitores e que é, portanto, uma prova de coragem querer prolongar uma história já amada por muitos. As expectativas são sempre muito altas.
Para quem nunca leu O Jardim Encantado e estava com curiosidade em relação à Magia das Pequenas Coisas, saibam que podem perfeitamente ler o último sem conhecer a história do primeiro. Isto porque a autora vai colocando o leitor a par de toda a história original através de resumidos, concisos e pertinentes reparos ao longo de toda a narrativa, fazendo com que nunca se sintam perdidos. No entanto, o segundo livro ganha uma outra dimensão se já tiverem lido o primeiro, nem que seja para terem já estabelecida a empatia pelos personagens.
A história passa-se dez anos depois d'O Jardim Encantado, com as mesmas três protagonistas, agora mais velhas; Claire, que deixou o seu negócio de sucesso e que abraçou outro que a coloca frente a frente com as suas inseguranças sobre quem é e sobre as suas capacidades; Sydney, que entra numa luta para que os outros não cometam os mesmos erros que ela já cometeu, no passado; e Bay, agora adolescente e que descobre que o seu dom de saber aonde tudo pertence é um pouco agridoce quando se trata de pessoas, especialmente porque consegue ver a quem o coração dos outros pertence antes mesmo dos próprios o descobrirem. Incluindo o dono do seu coração.
A estas três mulheres mágicas junta-se um velho senhor que vai colocar em causa a identidade única desta família tão estranha e que consigo traz cheiro a fumo e a gloss de cereja. A macieira mais carismática de todo o universo dos romances continua a brilhar em todo o seu esplendor, mas num panorama mais secundário.
Uma das particularidades que mais gostei, no livro, foi a exploração do passado da família Waverley - à qual pertencem as três protagonistas - e a história de Bay, tão delicada e cheia de amor. Como já referi, O Jardim Encantado não é a minha obra preferida e, portanto, li a sequela sem grandes exigências ou expectativas. Não achei a sequela melhor do que a original - aliás, tinha potencial para ser muito melhor, mas acho que a autora não explorou ao máximo a trama. Muitas das histórias que a autora considerou apenas veículos para considerações profundas, eu achei que poderiam ter dado mais corpo e acção à narrativa. Não lhe faltou profundidade - nunca falta, em Sarah Addison Allen, e é isso que eu aprecio - mas podia ter ido mais a fundo nas aventuras que despoletou. No entanto, é um romance igualmente mágico e que aquece o nosso coração. Adoro a sua característica sensorial; os romances da autora são sempre muito sensoriais, com muito destaque para os cheiros, para o paladar, para as sensações de frio e quente, doce e salgado, para as cores, para sons inusitados ou requintados. E eu gosto muito dessa particularidade. Envolve-nos na história e faz-nos esquecer o mundo à nossa volta. Este romance passa-se no Halloween e, embora tenha lido o livro num Verão de calor abrasador, senti-me como se estivesse envolta em mantas, chá e com o céu cinzento lá fora. E se um autor consegue dar esta sensação, já ganhou.
Foi reconfortante voltar a ler um romance mágico dela e recomendo a todos os que adoraram O Jardim Encantado. Não estragou a história. Não se vão desiludir e vão poder abraçar as personagens que vos conquistaram desde o primeiro capítulo. Para quem nunca leu Sarah Addison Allen, só não recomendo este livro para estreia porque acho muito mais encantador que se apaixonem pela primeira história, da árvore cujas maçãs mostravam, a quem desse uma dentada, a visão do acontecimento mais importante das suas vidas. Vale muito a pena.
Autora: Sarah Addison Allen
Número de Páginas: 274
Disponível na WOOK (ao comprares o livro através deste link, estás a contribuir para o crescimento do Bobby Pins)
Autora: Sarah Addison Allen
Número de Páginas: 274
Disponível na WOOK (ao comprares o livro através deste link, estás a contribuir para o crescimento do Bobby Pins)
A SAA é uma das minhas autoras preferidas a nível de romances e sem dúvida que conseguistes espelhar bem no teu texto porquê :)
ResponderEliminarDiscordo um bocadinho da parte em que dizes que ela podia ter explorado mais algumas partes, achei que a sequela estava bem equilibrada. Mas sem dúvida que os meus livros preferidos são O Jardim Encantado (pela parte da culinária) e O Quarto Mágico (pelos livros) e recomendo a qualquer pessoa que queira entrar nos romances!