A convite da Sofia Costa Lima, e no contexto do Dia Mundial do Livro, recebi a proposta de partilhar convosco os 5 livros que me marcaram. Como já tenho uma publicação sobre os meus 5 livros preferidos, eu decidi partilhar, nesta publicação, livros que, mesmo não sendo os meus preferidos, tiveram um grande impacto, em mim. Que me fizeram reflectir, chorar, nunca esquecer a história. Não são necessariamente tristes mas sem dúvida que, por mais anos que passem, eu não esqueço o que estava dentro dessas páginas e, de alguma forma, transformaram-me. Não há uma ordem específica.
O PLANETA BRANCO | Miguel Sousa Tavares
Foi nos primórdios da minha adolescência que o li, há 10 anos. O meu fascínio pelo espaço não é recente e, sempre que aparece algo relacionado com o mesmo, pensam em mim ou presenteiam-me. Foi o caso deste livro, que não é dos mais conhecidos do Miguel Sousa Tavares, mas que eu recomendo a todas as pessoas. Marcou-me pela história inesperada e pela analogia forte acerca de um tema que toca a todos. De forma a não revelar spoiler, O Planeta Branco conta a história de uma missão espacial com três tripulantes, que parte do deserto do Sahara rumo a um planeta existente no Terceiro Sistema Solar e que se pensa ter água e as condições necessárias à sobrevivência humana além Terra. E mais não revelo.
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O REGRESSO DO JOVEM PRÍNCIPE | A. G. Roemmers
Inspirado na intemporal obra de Antoine de Saint-Exupéry, Roemmers recupera a história d'O Principezinho e fá-lo regressar, mais velho e, desta vez, ao encontro de um viajante que partiu numa roadtrip pela Patagónia. É um livro que, à semelhança da sua inspiração, assenta muito a sua narrativa sobre os valores, sobre o amor, a família e a amizade, a ética e os princípios. O autor aproveita os acontecimentos do desenrolar da história para fazer conclusões importantes sobre a nossa sociedade e a forma como nos relacionamos uns com os outros, sempre com a inocência e amor a que já estávamos habituados no conto original. Eu confesso que me marcou muito mais do que O Principezinho, talvez por apresentar conceitos mais desenvolvidos, mais complexos e que me fizeram reflectir muito mais do que o conto de Exupéry.
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MARLEY E EU | John Grogan
Também já o li há 10 anos e acho que não são necessárias grandes justificações para o facto de eu o ter colocado, nesta lista. Foi a primeira vez que li sobre a perda de um melhor amigo. Eu tinha 12/13 anos e já tinha a minha melhor amiga, a Laika. Aliás, muitos dos excertos do livro eu li ao seu lado. Cada vez que aparecia um relato de alguma coisa desastrosa que o Marley fazia, eu olhava para ela e dizia "Podias mesmo ser tu, neste livro". Foi marcante porque foi a primeira vez que estive lúcida de que, um dia (que já aconteceu, infelizmente), eu ia perder a minha companheira. De que a minha cadelinha não era imortal e que não ia ficar na minha vida, para sempre. Eu já escrevi isto por aqui mas há uma diferença muito grande entre saber e aprender. Nós sabemos que ninguém dura para sempre, mas quando aprendemos... Dói no peito. Eu chorei como nunca antes tinha chorado por um livro. Saí a correr para o jardim e abracei o meu urso gigante, supliquei-lhe "nunca te vás embora". Mesmo que ela não tenha cedido ao meu pedido, hoje eu agradeço por nunca ter passado pelo que esta família passou. Eu não vi a Laika perder a magia, a essência e a alegria. Eu não a vi sofrer, eu não a vi sucumbir com nenhuma doença. Num dia ela era a nossa Laika, no outro ela tinha ido embora, nunca anunciou despedidas nem nos fez sofrer pela antecipação do pior.
Eu gostei três mil vezes mais do livro do que do filme porque o final do livro tem um momento muito crucial e bonito que, no filme, deram pouca importância e quase que vulgarizaram. E, no livro, dá para compreender que era importante, para o autor.
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A BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO | Bill Bryson
Depois da enorme publicação que eu escrevi sobre este livro, acho impossível ter algo mais a dizer que não seja repetitivo. Se foi o livro mais interessante que já li, inevitavelmente, é um livro marcante. A lucidez com que fiquei sobre o universo, as ciências e a própria vida foi inigualável. Em particular, houve uma passagem do livro que me fez reflectir muito, sobre a migração dos nossos átomos, depois de morrermos. Eles vão de corpo para corpo, de vida para vida, o que significa que, de uma forma muito rudimentar e científica, de facto, sofremos uma reencarnação. Os nossos átomos já pertenceram a estrelas, a outras pessoas. E isso é um facto que me deixou a pensar durante bastantes dias.
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PORQUE ESCOLHI VIVER | Yeonmi Park
Quem se recordar da review que fiz acerca deste livro, no início deste ano, não ficará surpreendido com esta escolha. O testemunho de Yeonmi, uma norte-coreana que decide fugir do seu país e que enfrenta inúmeros obstáculos e tragédias de vida fortíssimas, não nos deixa indiferentes. Faz-nos chorar, ter nojo, raiva e medo. Não só por tudo o que esta mulher viveu mas também pela dura realidade que ela descreve sem paninhos quentes. Ainda há muita maldade no mundo e ela expõe uma grande parte dela, sem nunca deixar de referir todos os gestos gentis, bondosos e piedosos de uma série de pessoas que fizeram com que, hoje, ela pudesse contar esta história e falar pelos que não podem. Ninguém termina este livro com leveza no coração, mas dá para terminar com esperança num mundo melhor (ou de pessoas que tornem o mundo melhor).
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Quem se recordar da review que fiz acerca deste livro, no início deste ano, não ficará surpreendido com esta escolha. O testemunho de Yeonmi, uma norte-coreana que decide fugir do seu país e que enfrenta inúmeros obstáculos e tragédias de vida fortíssimas, não nos deixa indiferentes. Faz-nos chorar, ter nojo, raiva e medo. Não só por tudo o que esta mulher viveu mas também pela dura realidade que ela descreve sem paninhos quentes. Ainda há muita maldade no mundo e ela expõe uma grande parte dela, sem nunca deixar de referir todos os gestos gentis, bondosos e piedosos de uma série de pessoas que fizeram com que, hoje, ela pudesse contar esta história e falar pelos que não podem. Ninguém termina este livro com leveza no coração, mas dá para terminar com esperança num mundo melhor (ou de pessoas que tornem o mundo melhor).
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E vocês? Qual foi o livro que mais vos marcou?
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Por acaso nunca li nenhum destes livros, mas fiquei com curiosidade em relação a alguns. Acho que os livros que mais me marcaram foram "Os filhos da Droga", "A mensagem de Elena" e "Visto do Céu". Foram os que mais me deixaram a pensar!
ResponderEliminarAcreditas se te disser que foi a saga Harry Potter? Cresci com eles e aprendi tanto sobre mim própria que seria injusto escolher outra obra.
ResponderEliminarSó li o "Marley e Eu" no ano passado, no início do ano. Passei as últimas páginas a chorar e, no final, também fui abraçar a Dama e pedir-lhe que nunca se fosse embora... também gostei mais do livro, mas não sei se algum dia vou ter coragem de o voltar a ler!
ResponderEliminarAinda não li os outros, mas aquele que mais me despertou interesse foi A Breve História de Quase Tudo, quando falaste dele pela primeira vez!
Obrigada por teres participado! :)
A Sofia World
Não sei se já conheces, mas recentemente, à procura de um livro que tenho de ler para a cadeira de Inglês, que não encontrava em livrarias nacionais, deram-me a conhecer este site: book depository (https://www.bookdepository.com/) onde tens imeeeeensos livros (mais conhecidos ou não) por preços menores do que os que encontramos cá. É ótimo para aqueles livros que não se encontram facilmente, para descobrir livros novos ou mesmo para comprar livros que já queríamos, a preços mais baixos! :)
ResponderEliminarNão sei se já leste, mas um dos livros que mais me marcou foi o "Bombaim", de Thrity Umrigar. É excelente - a história, a narrativa... conseguia imaginar tudo o que ia lendo na minha cabeça. E marcou-me, por vários fatores. Recomendo! :)
ResponderEliminarJá conheço o site, vou investigar o livro! Obrigada pelas sugestões, Mariana! :)
EliminarNão li nenhum destes. Toda a gente chora com o Marley, seja o livro ou o filme. Mas os livros são sempre de qualidade superior! Há algum tempo que não leio, mas fiquei bastante curiosa em relação ao "A breve história de quase tudo"! Tenho de investigar :)
ResponderEliminarBeijinho
Automatic Destiny
Confesso que nunca li nenhum destes também :)
ResponderEliminarGostava de ler a Breve história de quase tudo.:P
ResponderEliminarAnother Lovely Blog!, http://letrad.blogspot.pt/
Tens de ver a série Girlboss, Inês! Pode ser que gostes :)
ResponderEliminarVi hoje o episódio piloto e não me convenceu. Romantizar a insubordinação não é para mim :)
EliminarPosso perguntar porque achaste isso?
EliminarPorque acho que está a afunilar as incertezas do futuro e profissionais (o caso da Sophia) com comportamentos insubordinados, mal educados e delinquentes. Eu já li o livro e dava para compreender que ela estava bastante perdida e a passar dificuldades mas não me recordo desta ausência total de princípios. Se calhar foi mera distração minha ou então a série exagerou esse detalhe numa tentativa de personificar rebeldia e extravagância, o que, na minha opinião, falha miseravelmente. Rebeldia e irreverência não têm necessariamente de ser ausência de carácter. Tem visão de negócio, sem dúvida. Mas a troco de ausência de princípios, o que eu condeno.
EliminarAdoro o facto de teres o Marley & Eu na tua lista, porque também faz sem dúvida parte da minha! Mais dois livros que realmente me marcaram foram "A Lua de Joana" e "A Solidão dos Números Primos" :)
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