DAILY || Self-Care


Os cuidados pessoais têm sido a mensagem do momento nas mais variadas vertentes. O alerta de que precisamos de cuidar mais de nós serve quase como que uma resposta desesperada para o crescente número de vítimas da saúde mental. E se o físico é uma componente importante, o mental também o deveria ser e cada vez mais o implementamos na nossa rotina. Identifica-se uma vertente comercial neste conceito (que não sou inteiramente contra porque há serviços e produtos extraordinários que efetivamente ajudam a melhorar a nossa vida) mas não acho que o self-care seja uma atividade de luxo como muitas vezes pintamos. Por vezes, esquecemo-nos que os maiores e melhores atos de amor próprio podem estar reservados em atividades simples e acessíveis. Quis partilhar algumas das minhas preferidas convosco!

Limpeza Digital | É impressionante a quantidade de pessoas e projetos que acompanhamos no mundo digital. E duvido que os sigamos a todos, assim como duvido que se identifiquem ainda com alguns dos perfis que seguem. Numa Era tão digital, deveríamos ser mais criteriosos com o tempo que investimos, certo? Devíamos acompanhar pessoas e projetos que nos motivam, inspiram, agregam conhecimento à nossa vida. Seguimos muita gente só por cortesia; temos uma batelada de newsletters que nem nos lembramos quando subscrevemos. Temos gostos em páginas com que nunca interagimos. Não está na altura de dar uma limpeza? Devíamos ser tão exigentes com a forma como gastamos o nosso tempo online como o somos com o nosso tempo offline, sem culpas.

Respeitar a nossa rotina | Mesmo para quem não gosta de planificar demasiado, respeitar a nossa rotina é fundamental para sentirmos algum controlo sobre o nosso dia. Acordar sempre à mesma hora e, mais importante, deitar sempre à mesma hora. Treinar, tomar um bom banho, cuidar da nossa pele. Ter um bom pequeno-almoço. São tarefas do nosso dia-a-dia que podemos perfeitamente dominar e que trazem bem-estar. Não saltar passos — ou ziguezaguear a rotina — ajuda-nos a manter a mente em ordem. 

Manter o nosso espaço arrumado | A secretária de trabalho organizada, a cama feita, a casa arejada. Os nossos espaços e ambientes têm de refletir tranquilidade para que possamos orientar o nosso dia conforme os afazeres sem perder a cabeça. Um espaço organizado deixa-nos mais orientados. 

Ligar a uma amiga | Sei que depende muito da personalidade de cada um — e dos amigos — mas para mim há poucas coisas mais maravilhosas do que poder ligar a uma amiga. De simplesmente deitar para fora alguns pensamentos e inseguranças, partilhar trivialidades que nos distraem do caos do dia, ouvir a voz de uma pessoa querida do outro lado. Sei que muita gente reserva estes momentos para o/a parceiro/a — e também gosto de o fazer — mas uma amiga dá um colo especial. Pessoalmente, adoro ter uns bons minutos de conversa fiada. Desligo sempre o telefone com uma sensação renovada.

Ter dias off | Para mim, este é um dos meus maiores desafios porque, muitas vezes, quando estou em dias mais lentos (onde fico a ler ou a assistir a alguma coisa) sinto uma culpa avassaladora por não estar a ser produtiva. Sinto-me culpada por estar a 'perder tempo' e aquelas frases maravilhosas e motivadoras do tipo ‘#girlboss’ assombram-me porque sinto uma urgência para estar em constante ocupação. E não faz sentido. Precisamos de momentos de relaxamento, de cultivação intelectual. Dormir uma sesta, preparar uma receita, assistir a uma série, ler um livro. Precisamos destes momentos de tranquilidade para manter a nossa sanidade e motivação para as ocasiões mais atarefadas. Parar para avançar é o melhor ato de cuidado pessoal.

Pensamentos não são factos | Há muita coisa que dizemos a nós próprios que 1) não teríamos a maldade de o dizer a mais ninguém (nem ao nosso pior inimigo); 2) encaramos como se fosse um facto científico. O que dizemos não vem com autoria 'apelido et al'. Não é verdadeiro, não é factual. E por isso mesmo devemos dar-lhe a mesma importância que damos quando ouvimos uma opinião absurda. É como se fosse o feitiço Riddikulus do Harry Potter: ridicularizar ajuda a manter o pensamento no lugar e dimensão onde merece estar.

5 comentários

  1. Adorei o teu post, mesmo! Nesta quarentena, mais do que nunca, tenho tido dias mais complicados que outros. Tento seguir mais ou menos os pontos todos que abordaste, mas confesso que o mais difícil para mim é ignorar a culpa que sinto quando não estou a ser produtiva. Sinto que tenho imensas coisas para fazer, matéria a acumular e tudo o que me apetece é ler ou ver séries ou só existir. E depois fico a sentir-me culpada quando cedo à tentação de procrastinar. Mas é uma luta que se trava diariamente, não é?

    Espero que estejas bem! Um beijinho grande

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  2. Gostei muito e identifiquei-me com as tuas sugestões! :)

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  3. Acho que devia ser dada mais importância e relevância à saúde mental do que à física. O self-care é essencial para estarmos no nosso melhor.
    Para mim também é complicada a questão dos "dias off", por me sentir culpada por não estar a fazer nada e estar simplesmente a descansar. Mas é algo necessário. É impossível (e até contraproducente) ser-se produtivo o tempo todo, e não deve haver mal nenhum nisso. É muito bom ver essa corrente de pensamento a ganhar terreno pelas redes sociais :)
    Gostei muito :)

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  4. Faço já esses todos menos o último, o qual, como overthinker crónica, xD ainda tenho dificuldades em aplicar :(.
    Beijinhos
    Blog: Life of Cherry

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