Esta é uma teoria típica que eu nunca compreendi muito bem e já a ouvi em milhões de discussões, em diferentes temas, diferentes casais, diferentes experiências. Para mim, e perdoem-me quem acha o contrário, é simplesmente uma teoria feita por casais que querem fazer da sua relação mais especial que a de todos os outros quando isso não é necessário. Porque todas as relações são mais especiais que todas as outras, todas, e só assim faz sentido.
Não discuto a altura ideal para dizer aquilo que mais queremos dizer ao nosso parceiro. Não falo da altura ideal para dizer "Eu gosto mesmo muito de ti" ou "Eu adoro-te" ou "Eu amo-te". Isso vai ao encontro de cada relação e do seu conforto para o dizer pela primeira vez. Eu falo da necessidade que as pessoas têm de fazer destas palavras um pacote de dados móveis. Não podem abusar do limite. Porque depois fica obsoleto. Porque depois perde intensidade. Porque depois deixa de ser um momento especial. Porque depois já ouvimos tantas vezes que perde a magia. Eu acho esta ideia tão absurda, perdoem-me!
Será que sou eu que, por ter uma anomalia cardíaca fico sempre de coração derretido quando oiço estas palavras? Nunca perderam intensidade para mim. Nem faz sentido que aconteça. Eu acho até incrível quando é possível um casal dizer aquilo que sente quando lhe apetece. Num jantar ultra-romantico, com rosa vermelha e luz das velas ou no sofá, de pijama, meias desportivas a ver uma série manhosa.
É incrível que aconteça porque são palavras importantes! E justamente por serem importantes, nenhuma pessoa no pior dos juízos as escolheria dizer sempre que pode só porque sim. Se o diz sempre que pode é porque não só reconhece a importância das mesmas como com elevada frequência se lembra dos sentimentos maravilhosos que tem por ti. E se acham que a pessoa ao vosso lado está a dizê-las com frequência sem se aperceber da importância destas palavras, então o problema não é a frequência com que ela é dita mas por quem é dita. Eu acho incrível que o meu namorado diga aquilo que quer dizer para mim, numa viagem de carro, assim que me vê e me abraça, numa mensagem inesperada, quando estou suja de molho no nariz ou quando estou derrotada com a Faculdade. E eu sinto-me fantástica por saber que tenho o mesmo conforto.
Se a pessoa o diz com frequência, é porque frequentemente olha para vocês e pensa que vocês são o presente do céu mais incrível que já lhes aconteceu, que vocês são as melhores ou os melhores companheiros da vida e que esses pensamentos bonitos são tão grandes que transbordam e precisam de ser ditos. Para vocês. As pessoas mais bonitas do mundo da vossa pessoa. E eu acho isso lindo, eu acho isso impagável, eu acho que isso revela um conforto e uma confiança na relação inigualáveis. Sim, eles não precisam de estar sempre a dizer se o demonstram mas, hipocrisias à parte, é extraordinário quando alguém que o demonstra também o diz, sem limites.
Lindo! As palavras em questão não perdem significado por mais gastas que estejam! Excelente escolha de imagens!
ResponderEliminarO triste não é a frequência mas sim agora toda a gente diz amo-te mesmo conhecendo-se à dias.
ResponderEliminarO amo-te não tenho por habito dizer excepto em situações mesmo especiais mas o Eu gosto tanto de ti, adoro-te... acho que são coisas que precisam de ser ditas, quando se sentem tanto cá dentro. Porque é preciso a pessoa saber por palavras e actos. Só palavras isso é vazio... Quando realmente se gosta, se mostra... o dizer é simples, sincero e sem limites ;P
Eu acho absurdo alguém deixar de dizer amo-te à pessoa que ama só porque toda a gente agora o diz sem avaliar a importância da palavra. Isso é simplesmente descabido, na minha opinião e é o que muita gente faz hoje em dia. "Castigam" quem amam por um comportamento desajuizado da sociedade.
EliminarE sobre isso de demonstrar, escrevi também no fim: "Sim, eles não precisam de estar sempre a dizer se o demonstram mas, hipocrisias à parte, é extraordinário quando alguém que o demonstra também o diz, sem limites."
Concordo completamente contigo Inês. Isto do "amo-te", por estes lados é dito quando sinto um daqueles calores no coração. E é dito nos momentos mais inesperados e nos lugares mais aleatórios possiveis. Isso do "a palavra fica gasta" não é, de todo, verdade - pelo menos já somos duas a pensar assim.
ResponderEliminarEu não o dizia no início da nossa relação e ele também não o disse cedo de mais. E, na minha perspetiva, isso só demonstra a importância do vocábulo (que não é só mais um vocábulo). Percebi imediatamente que fazia sentido dessa forma porque era tudo muito recente e percebi também que estávamos na mesma página: nunca o iríamos dizer só porque sim. "Amo-te" é uma palavra muito forte para ser dita à toa e por isso confesso que me faz confusão quando um casal de uma semana ou até de um mês já o diz a torto e a direito, em todas as oportunidades. Claro que cada um sabe de si mas é algo que para mim - e na minha relação - não faz - nem fez -sentido.
ResponderEliminarAgora, a quantidade de vezes que se diz tal palavra não me causa qualquer confusão. De todo. Sei que há pessoas que não sentem necessidade de o dizer nem de o ouvir e também sei que há outras que ficam extremamente preocupadas se o/a parceiro/parceira não o disser.
No meu caso, sinto necessidade de lho dizer as vezes que me lembro e as vezes que me apetece dizê-lo mesmo sabendo que ele tem consciência disso. E fico encantada quando ele mo diz também porque sei que é sincero, que nunca é "só porque sim".
Noto que há uma tendência que faz com que as pessoas deixem de dizer "amo-te" à medida que os meses/anos vão passando e ver que não está a acontecer connosco tranquiliza-me, de certa forma. É óbvio que a palavra é acompanhada por gestos que a comprovam (e que me transmitem segurança e amor no seu estado mais puro) mas dizê-la ou ouvi-la num momento banal em que estamos despenteadas ou a lavar os dentes não será também uma atitude que prova o seu valor? Eu acho que sim.
Estamos de acordo, Inês. Nunca se diz "amo-te" só porque sim mas acho bonito que se diga sempre que faz sentido (mesmo que o "sentido" apareça nas situações mais simples ou porque a pessoa se lembrou repentinamente).
Estou completamente de acordo contigo, Inês. Também sempre achei essa teoria absurda, e nunca fez sentido para mim. A quantidade de vezes que se diz não importa, não perde significado por ser dito muitas vezes. Perde significado por ser dito por quem não o sente verdadeiramente, só porque sim. E, infelizmente, isso tem-se tornado muito banal... o tal "dizer só porque sim".
ResponderEliminarConcordo com o comentário da Ella...
ResponderEliminardepois de ler o comentário da carolina achei um bocado desnecessário escrever tudo outra vez porque sou como ela. não o disse logo no começo porque ainda era muito recente, mas quando o disse foi snetido. e acho que não há nada mais 'bonito' do que ele me dizer a mim também. as vezes que se diz não importa, de todo!, se o dizemos é porque temos necessidade e porque é o que realmente sentimos. não o digo constantemente, mas digo-o várias vezes, e o inesperado é ótimo!, consegue pôr borboletas na barriga às vezes :)
ResponderEliminarConcordo a 100% com o que aqui escreveste. Demorei mais tempo do que ele a dizer "amo-te", mas desde esse dia que o tenho dito sempre que me parece fazer sentido dizê-lo e ao fim de 8 anos e meio ainda o dizemos todos os dias e várias vezes ao dia se assim nos apetecer. Não é por dizermos "amo-te" várias vezes que a palavra fica gasta ou que perde a sua intensidade. Se o dizemos é porque o sentimos e o sentimento está lá em todas as vezes em que dizemos "amo-te" e em todas as vezes que o dizemos por gestos e acções.
ResponderEliminarNão tenho uma visão tão cor-de-rosa sobre o assunto. Sei que não está em discussão a altura em que se diz "amo-te" pela primeira vez, mas sim a frequência com que a palavra é dita, mas tenho "mixed feelings" quanto a esta questão. Estou numa relação há 6 anos e a partir do momento em que ambos a começámos a utilizar, tornou-se parte do nosso vocabulário diário. Quando nos despedíamos em carne e ouço, telemóvel, skype, etc, era sempre com um "amo-te muito (...)". Tanto eu como ela achamos que a palavra começou a fica um pouco gasta porque em vez de a reservarmos quando se justificava, passou a ser uma espécie de auxiliar de despedida. Não está em questão o que sentimos um pelo outro, mas agora somos mais conscientes na utilização "correcta" da palavra. Portanto sim, em alguns casos o uso excessivo e trivial da palavra "amo-te" pode perder o brilho e verdadeiro significado.
ResponderEliminarRicardo, The Ghostly Walker.
Eu nem sei o que dizer porque eu não podia concordar mais contigo Inês :), concordo a 100%, principalmente com esta frase "Se a pessoa o diz com frequência, é porque frequentemente olha para vocês e pensa que vocês são o presente do céu mais incrível que já lhes aconteceu" LINDO
ResponderEliminarBeijinhos :)
Nesta tenho que discordar - um bocadinho. Não acho que perca o significado, mas acho que se banaliza e, convenhamos, as relações não são linhas ascendentes em que tudo está sempre bem, e por vezes o hábito faz com que se digam estas coisas sem pensar, e muitas vezes são "amo-te"s mornos, sem sentido. Não sei, não tenho uma visão muito rosa do mundo nestas coisas, embora tenha um namoro feliz (e loooongo, talvez por isso neste momento já tenha passado por muitas fases diferentes!). Acho que poucos "amo-te"s ditos no momento certo (mesmo que seja um momento completamente parvo do nosso dia, não é necessário ser só em ocasiões especiais, claro!) ou com a dose necessária de calma valem mais do que muitos ditos a toda a hora só porque estamos a desligar a chamada :) mas é óbvio que sabe bem quando sabemos que é sentido e não é só um "até logo" automático!
ResponderEliminarJiji