Não interpretem este post com tristeza, eu definitivamente acredito que há lições para se retirar de tudo. E eu vou aprendendo com todos os eventos que acontecem comigo.
1. O amor é um sentimento que tem de ser oferecido de livre e espontânea vontade
Por muito que queiramos, por muito que nos custe, por muito que rezemos aos deuseszinhos todos deste universo, não podemos forçar nem implorar que alguém cuide de nós, dê atenção ou sequer que nos ame. E por muito que custe aceitar isso, existe a outra face da moeda depois de enfrentarmos esta realidade: quão incrível é o amor verdadeiro por ser entregue de alma e coração, sem que o tenhamos de o exigir minuto a minuto. Tão bom, não é?
2. As pessoas podem mudar. Mas nós não podemos obrigá-las a mudar
É uma aflição quando vemos que alguém vai cometer um erro ao tomar determinada decisão, atitude, gesto. Porque sabemos perfeitamente no que vai resultar, porém, lembrem-se: a outra pessoa não sabe. E, por mais que digam que aquilo é uma parede dura com a qual vão bater com a testa, eles vão tentar. As pessoas podem mudar, podem evoluir, mas nós não somos donos dessa mudança nem comandos para quando ela tem de ser iniciada. Por muito que custe e por muito que saibamos que resultados estupendos sairiam dessa mudança, o mais importante - que é a pessoa que estimamos - não está para isso. Respeitem e sigam a vossa vida.
3. Tu não tens de fazer o trabalho todo sozinha/o
O amor é um barco que precisa dos dois para remar. Precisa de empenho a dois, atenção a dois, afecto a dois, esforços, surpresas, declarações, macaquices a dois. Caso contrário, vai morrer. Não podes ser só tu a remar porque, por muito que aches que estás a ir a algum lado, a verdade é que o teu barco andou às voltas mas continua no mesmo lugar. Sem parceiro, não andam nem vão longe. E precisas de ajuda.
4. Não percas quem tu és por uma relação
Esta foi a que mais me custou recuperar. É óbvio que as nossas relações são uma prioridade, mas não podemos fazer delas um consumo extremo, a tal ponto prioritário que perdemos a nossa essência, interesse, personalidade. Se não gostamos, não gostamos e não vale a pena fingirem que não viram ou tentarem amenizar as coisas: vai acabar por voltar porque, por muito que tentem apagar-se para a outra pessoa brilhar, a vossa consciência vai acabar por querer partir-lhe a lâmpada toda para a vossa nunca mais se apagar. Lembrem-se que quem não vos ajuda a brilhar da mesma forma que vocês ajudam, não merece o fósforo.
5. O que queres e o que não queres
Uma das coisas que ficou mais consciente em mim própria é o que quero e não quero. O que eu procuro e o que não aceito. Quais são os meus limites, o que é que eu gosto e não gosto. E isso é muito importante. Erros que se minimizam, o nosso valor próprio que retorna para nós. Não precisamos ser mandões e querer tudo à nossa maneira mas entender o que raio queremos dos outros e da vida é meio caminho andado para que a vossa relação com os outros (seja que tipo de relação for) seja muito mais saudável e feliz. E, se possível, duradoura.
6. Ouve o teu instinto
Nós temo-lo. Nós sabemos quando algo está a escapar, a falhar. E é pura ciência. Nós lemos a linguagem corporal dos outros de forma indirecta, sem que sejamos peritos. Nós sabemos. Então, não fechem os olhos para isso. Tentem perceber o que se passa para se sentirem assim. E, mais importante: saibam distinguir instintos da insegurança. Porque a insegurança pode levar a desconfiança e a situações de descontrolo e muitas chatices. E o instinto pode ser bom, mau, mas existe. Oiçam-no.
7. É bonito dizer, fazer é difícil
Aquilo que mais recebemos dos outros numa relação são conselhos. Toda a gente tem uma opinião, toda a gente tem um elogio, uma crítica, uma atenção a fazer, para o bem e para o mal. Todos o fazemos, até eu. E uma coisa que me apercebo é que é sempre fácil, cá fora. É sempre fácil meter um ponto final, é sempre fácil meter os pontos nos i's, é sempre fácil agir. Sempre. E talvez o seja, mas quando estamos no olho do furacão, há tantos sentimentos controversos, tantas decisões complexas, tantas decisões para tomar que o simples se torna num esforço de Hércules. Aprendi a ser mais paciente com os conselhos que dou aos outros (se mo pedirem sequer, não gosto de opinar sobre as camas dos outros) e aprendi a ensinar os outros a serem mais pacientes com os conselhos que dão.
8. Tempo
Há uns tempos fiz um post a perguntar como se cura um coração partido. Com tempo. Eu não tenho o meu curado ainda, de longe, mas aos poucos vou ficando cada vez melhor, mais feliz, sentindo-me bonita e contente com a pessoa que sou. Livrem-se da culpa porque (tenhamo-la ou não, de todo) não vale a pena porque está terminado e consumado. Guardem as vossas boas memórias com calor no coração em vez de mágoa do que depois aconteceu. Desliguem-se dos "Se eu fizesse, se eu dissesse". Coloquem tudo isso numa caixa onde a podem consultar mas não querem e deixem o tempo fazer magia. E por tempo eu não digo ficarem deitadas no sofá a suspirar que a vida é injusta (por muito que haja dias que dá mesmo vontade). Façam coisas, distraiam-se. Aceitem todos os convites que puderem para irem almoçar, cinema, passeios e quando a vossa carteira travar-vos, dancem, procurem artistas novos, vejam séries, falem com amigos. Lembrem-se que eles também não sabem como hão de lidar com a situação. Será que tu queres falar? Queres desabafar? Queres simplesmente não falar sobre nada? Ajuda-os a ajudarem-te e procura tudo o que te põe um sorriso na cara, nem que seja 5 min.
Porque esse tempo pode parecer imenso mas já viram o pequeno avanço que leva mais 5 min. por dia? Sim, é possível curar um coração partido. Com confiança, força e apoio. A parte incrível dos corações emocionais é que se regeneram. E que maravilha seria se essa capacidade se transportasse para a medicina e para os corações normais, que estão a bater neste momento.
Não podias ter acabado este texto da melhor forma, Inn... Muito bom , levou-me a refletir imenso sobre a minha relação.
ResponderEliminarBeijinho*
O tempo cura um coração partido e sim, acabas por guardar as coisas boas e recordá-las com carinho mas não com tristeza nem a querer voltar atrás. E eu digo isto porque já estive na situação «Oh meu Deus o mundo vai acabar» e afinal não acabou. Demorei um pouco a perceber isso mas lá cheguei e agora estou melhor do que nunca. E tu também ficarás :)
ResponderEliminarAdorei a forma como estás a descrever muito do que sinto nos últimos tempos! Ficaram-me especialmente gravados os "pontos" (se é que posso chamar pontos...) 7 e 8, não por serem os últimos, mas por me identificar perfeitamente com eles!
ResponderEliminarUm beijinho e tudo a correr pelo melhor *
Concordo com todos os pontinhos!
ResponderEliminarR: Obrigado pelas tuas palavras, Inês. Significam muito!
Fazes este tipo de posts, quando eu mais preciso. Parece que adivinhas :$
ResponderEliminarUma vez li uma frase que era "O tempo não cura, o tempo tira o incurável do centro das atenções". O tempo é a solução para tudo, menos quando a única solução que temos é não perder tempo!
ResponderEliminarGostei muito do que escreveste e concordo! :)