Não me quero alongar num discurso Emma Watson-Jessy James e tampouco me iria envolver em tamanhas respostas a Anónimos não fosse a minha futura profissão ajudar as pessoas a ter uma perspectiva mais positiva do corpo que têm...
Esta semana fui presenteada com estes dois comentários. Comentários anónimos não são uma novidade para mim e este seria mais um dos que me iria passar ao lado, não estivesse tão ligado ao meu sonho de profissão.
No post dos Favoritos eu referi o meu peso. Sim, eu tenho 47,5kg e às vezes tenho 48kg. Ai e quando bate aquela preguiça de fazer exercício no Verão? Tenho 49kg. E não tenho nenhum problema com isso. Nem um.
Respondi ao primeiro comentário mas volto a referi-lo aqui: nunca fiz dietas. Os meus amigos próximos saberão que sou absolutamente monstruosa a comer e não privo os pequenos prazeres de bem comer (aliás, até pelo Instagram vocês percebem que sou uma gulosa incorrigível!)
Questiono-me quando alguma vez no blogue mostrei o meu peso com propósitos exibicionistas ou me "armei", mas o que realmente me preocupa nestes comentários é que a pessoa não me ache "normal" para o peso que tenha. Eu sempre fui magra. Mas ser magra não significa que não seja saudável. O meu IMC (Índice de Massa Corporal, que relaciona a altura com o peso, para quem não estiver familiarizado com o termo) é normal e portanto, em nada eu posso ver como "anormal" o peso que tenho. Não tenho carência de nenhum nutriente. Os meus orgãos não estão a falir. Não tenho as hormonas a endoidecer nem a tiróide a pregar partidas. Não tenho um aspecto exterior malnutrido. Não passo fome. Concluo, portanto, que seja normal.
Para mim isto é um alerta para a sociedade que vou contactar, uma sociedade que interpreta uma pessoa pelo peso que tem, que acha que uma pessoa magra - com o peso que tiver - não pode ser perfeitamente saudável e feliz por ser assim. Ainda mais grave é que estes comentários interpretem a aceitação ao corpo que tenho e o meu amor próprio com exibição pública.
Sou, de facto, uma pessoa insegura. Também já fiz um post sobre isso. Todos temos as nossas inseguranças. Mas eu gosto do meu corpo. Eu sou feliz assim. Eu sou atleta, eu desafio-me e o meu corpo está de mão dada comigo -isto teve alguma piada de dizer, porque é evidenciar o óbvio-. Eu gosto de comer e gosto da forma como a roupa assenta em mim (porém as calças... oh calças, porque é que têm de ser o complexo feminino??). E assim como eu me aceito da forma que sou, muitas mulheres E HOMENS deviam fazer o mesmo (especialmente o Anónimo do comentário, que se devia amar muito mais como é). Há raparigas muito mais magras que eu. Tão saudáveis como eu (ou mais!). Giras, fabulosas, magras. Assim como há raparigas com mais peso que eu e que fazem um figurão na rua, incríveis, poderosas. A questão não é o corpo que temos nem o que as outras pessoas interpretam de nós. É o que fazemos dele e a forma como abraçamos a nossa fisionomia.
E quem diz magros diz pessoas muito altas e pessoas baixinhas. Homens com complexos de não terem um metro e oitenta e raparigas que se destacam num concerto e se sentem mal. Nós temos o direito de nos aceitarmos e amarmos tal e qual fomos criados. Independentemente de comentários maldosos.
Acima de tudo, a mensagem que quero passar é: eu não sou o peso que tenho. Eu não sou o número que está na minha balança, nem o número na etiqueta das minhas calças. Não sou a altura do meu Cartão do Cidadão. Eu sou a Inês, sou humana, sou saudável e a partir do momento em que este ponto está garantido na minha vida, não preciso de mais nada, nem de me exibir. E assim como eu, toda a gente é assim. Somos mais que valores insignificantes.
Grande Inês! :) Eu cá orgulho perfeitamente de medir pouco mais de um metro e meio (ai, meus ricos 152cm) e só não me orgulho do meu peso por causa da saúde. Aceitar-nos, acima de tudo!
ResponderEliminarSou contra o dar tempo de antena a comentários idiotas, mas basicamente disseste o que havia para dizer. Se nos sentimos bem como somos e temos saúde para dar e vender, não vamos mudar só para agradar à multidão x ou y. Quando chegamos a esse ponto, é sinal que ultrapassámos a barreira do ridículo.
ResponderEliminarUau, Incrivel! És a maior :)
ResponderEliminarOh Inês, disseste tudo! Não só és uma ótima pessoa como tenho a certeza que serás uma ótima profissional :)
ResponderEliminarGostei bastante dessa publicação e acho que fizeste muito em fazê-la, não pelos comentários anónimos mas pelas pessoas que podes vir a ajudar.
ResponderEliminarAdorei este teu texto! Cheio de razão!
ResponderEliminarEu tenho o teu peso e esses comentários não prestam mesmo.
ResponderEliminarAdorei a forma como abordas te esta situação. Eu tenho 13 anos, sou baixa e peso exactamente o mesmo que tu. Porém eu sou também uma atleta que está habituada ao esforço físico e como bem, talvez até demasiado, não me privo de comer nada e tal como já referiste anteriormente acho que a nossa alimentação deve ser constituída por um pouco de tudo não somente por aquele ou pelo outro. Tu és fabulosa assim e não, tu não és o teu peso nem ninguém o é.
ResponderEliminarÉs linda, Inês, tal como és! Todos nós o somos :)
ResponderEliminarEstes anónimos cada vez mais originais nos seus comentários...
ResponderEliminarLidaste bem com a situação e disseste tudo aquilo que havia para dizer!
tu pareces um esqueleto.
ResponderEliminare exibes o peso
Já sabes a minha opinião sobre isto!
ResponderEliminaras pessoas sempre gostaram de criticar os outros por alguma razão, infelizmente, comentários negativos sobre o corpo são os mais frequentes. Eu também sempre fui magra, simplesmente é-me difícil engordar e sempre me chamaram todos os nomes e mais alguns (agora já não, e ainda bem!) e devido a isso sempre tive complexos com o meu corpo. Mas acho que o que tu escreveste faz todo o sentido, nós não somos o peso que temos!
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=sWmBHlog2Lo vê esse vídeo, Inês
ResponderEliminarés a maior inês :)
ResponderEliminarque creepy
ResponderEliminarGostei muuito do texto!! E não ligues mesmo às pessoas que dizem mal! :)
ResponderEliminarNão podias ter falado melhor!
ResponderEliminarVou comentar em anónimo porque não quero nenhum anónimo maluco a chatear-me a cabeça pela minha opinião sobre o assunto. Mas a ideia de que não se pode dizer o peso (ou "exibir" como aqui foi escrito) quando se é uma pessoa magra é simplesmente rídicula!
ResponderEliminarInclusive vi o vídeo que aqui foi publicado, e não acrescenta nada sobre um assunto que tem sido mais que debatido nos últimos tempos. Aparentemente não tem sido o suficiente, porque ainda existem pessoas com esta maneira de ver as coisas, que sentem como se estivessem a ser a manipuladas ou que o objectivo da outra pessoa é fazê-la sentir-se mal ao referir o seu peso. Tinha lido o post da Inês onde ela referiu isso, e nem me lembrava de ter visto, sequer, a referência ao seu peso. Encarei como parte do texto ao que se referia, sobre a Dunkin' Donuts.
Quem se sentiu incomodado com a referência ao peso, devia pensar o porquê - de tantas pessoas que devem ter visto o post - de a sua atenção se ter concentrado nisso. Porque claramente a maioria nem se lembra da referência, ou pelo menos, não do número específico. Acho sim que isso mostra que alguém não se sente bem consigo mesmo, e que por isso se devia focar em mudar isso, em vez de descarregar na caixa de comentários (de uma maneira bastante mal educada, ainda por cima).
Obrigada pelo teu comentário anónimo, demonstra realmente aquilo que penso :)
ResponderEliminarComento em anónimo pois não teno blog e sou fiel seguidora do teu, mas raramente comento. Apesar de este tema estar tão, digamos, batido, gostei imenso da tua abordagem e da maneira coomo és confiante, tal como deves, com o teu corpo e como tentas com que os outros o sejam também! Nutrição deve ser dos cursos mais interessantes para se estudar e admiro imnenso quem o faz! ... ai se não fosse eu da área das humanidades...
ResponderEliminarÉ através destas pequenas coisas que se vê que vais ser uma grande e acima de tudo dedicada profissional, parabéns :)
é isso mesmo! Também sempre fui magra, mas o meu IMC está normal.
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